27 de fevereiro de 2007

Lei de Murphy

O ator Eddie Murphy escafedeu-se da cerimônia do Oscar, após perder o prêmio para Alan Arkin, na categoria "ator coadjuvante". Murphy concorria pelo filme Dreamgirls -- Em busca de um sonho, e era o favorito, por ter ganho o Globo de Ouro e a láurea do Sindicato dos Atores da Tela. De início, ele tentou disfarçar seu desapontamento, declarando à publicação Us Weekly: "Está ótimo. Acontece. Está certo." Mas, em seguida, saiu com a namorada e não voltou mais.
Comentário: Trata-se da primeira vez que o ator, de 45 anos, foi indicado ao Oscar. Ele devia mirar-se no exemplo de Martin Scorsese, que só botou a mão na estueta agora, na sexta indicação, aos 64 anos, e ainda viu vantagem nisso.

(Crédito da foto: www.insidesocal.com).

Scorsese dá lição de humildade

O diretor Martin Scorsese acha que foi bom não ter ganho o Oscar no começo da carreira, porque o prêmio poderia tê-lo levado a mudar sua maneira de fazer filmes. Eis o que ele declarou, em inglês, seguido de uma tentativa de tradução: "I've just been used to not winning. It's about getting the pictures made. But when you win something, you appreciate it. (...) Good thing I didn't get before, because maybe it would have changed the kind of movies I would have made. (...) I'm glad it's taken this long. It's been worth it." Isto, em português, significa mais ou menos o seguinte: "Eu me acostumei a não ser vitorioso. Estou por aí aprendendo a fazer filmes. Mas quando a gente conquista algo, a gente gosta (...) Foi benéfico eu não ter ganho [o Oscar] antes, porque talvez tivesse mudado o tipo de filmes que eu tenho feito. (...) Estou feliz que tenha demorado todo esse tempo. Valeu a pena."
Comentário: Ele sabe do que está falando. Muita gente talentosa perde a cabeça quando atinge o ápice da carreira muito cedo. Diz o vulgo que a formiga, quando quer se perder, cria asas.

(Crédito da foto: www.stuff.co.nz)

26 de fevereiro de 2007

Shyamalan: carreira por água abaixo

Enquanto aqueles que foram aquinhoados pelo Oscar vivem seu momento de glória, há os que sofrem o constrangimento de serem considerados os piores do cinema norte-americano. O prêmio Razzie (Framboesa de Ouro) de pior atriz foi para Sharon Stone, pela segunda vez, e o de pior filme, para Instinto selvagem 2, estrelado por ela, que acumulou ainda os prêmios de pior roteiro e pior continuação. M. Night Shyamalan, que já recebeu da crítica, equivocadamente, o título de discípulo de Hitchcock, foi duplamente agraciado, como pior diretor e pior ator coadjuvante, ambos pelo flme A dama na água. Na categoria pior ator foram agraciados os irmãos Shawn Wayans e Marlon Wayans, que protagonizam o filme O pequenino, título que se revelou profético. A premiação foi divulgada no sábado, 24.
(Crédito da foto: www.americanas.com)

César 2007: os melhores filmes

No sábado, 24, saiu o resultado do mais importante prêmio do cinema francês, o César. Lady Chatterley, produção da Bélgica/França/Reino Unido, dirigida por Pascale Ferran, ficou com o troféu de melhor filme, enquanto Pequena Miss Sunshine, produção norte-americana independente, ganhou o de melhor filme estrangeiro.

(Crédito da foto: allofest.blogs.allocine.fr)

Oscar 2007: Scorsese na cabeça

A cerimônia de entrega do Oscar transcorreu no último domingo, 25, e os principais premiados foram:
1) Melhor filme: Os infiltrados
2) Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
3) Melhor ator: Forest Whitaker (O último rei da Escócia)
4) Melhor atriz: Helen Mirren (A rainha)
5) Melhor ator coadjuvante: Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine)
6) Melhor atriz coadjuvante: Jennifer Hudson (Dreamgirls - Em busca de um sonho)
7) Melhor roteiro original: Pequena Miss Sunshine - Michael Arndt
8) Melhor roteiro adaptado: Os infiltrados - William Monahan
9) Melhor fotografia: Dreamgirls - Em busca de um sonho - Guillermo Navarro
10) Melhor montagem: Os infiltrados - Thelma Schoonmaker
11) Melhor direção de arte: O labirinto do fauno - Eugenio Caballero, Pilar Revuelta
12) Melhor figurino: Maria Antonieta - Milena Canonero
13) Melhor trilha musical: Babel - Gustavo Santaolalla
14) Melhor canção: Uma verdade inconveniente - Melissa Etheridge ("I Need to Wake Up")
15) Melhor maquiagem: O labirinto do fauno - David Marti, Montse Ribé
16) Melhores efeitos especiais visuais: Piratas do Caribe - O baú da morte
17) Melhor edição de som: Cartas de Iwo Jima
18) Melhor mixagem de som: Dreamgirls - Em busca de uma sonho
19) Melhor filme em língua estrangeira: A vida dos outros (Alemanha)
20) Melhor documentário de longa-metragem: Uma verdade inconveniente.

Comentário: O grande vencedor foi o filme Os infiltrados, de Martin Scorsese, que levou quatro dos cinco prêmios a que foi indicado, inclusive os de filme e diretor; Martin Scorsese recebeu, finalmente, a láurea que a Academia estava lhe devendo há bastante tempo, embora seu filme, desta vez, não seja tão bom quanto Touro indomável (1980) e Os bons companheiros (1990), pelos quais também foi indicado. O compositor italiano Ennio Morricone, que já foi indicado cinco vezes, sem sucesso, foi homenageado por Clint Eastwood, que lhe entregou um Oscar especial pela carreira. E a ex-atriz e ex-produtora Sherry Lansing ganhou o prêmio humanitário Jean Hersholt, por seu trabalho em favor dos doentes de câncer.
(Crédito da foto: www.1poko.com)

25 de fevereiro de 2007

A volta de Fred & Ginger

Está sendo montado em Londres, tendo a Broadway como destino final, um musical baseado nos filmes da dupla Fred Astaire e Ginger Rogers. Dancing the Night Away é coreografado por Gillian Lynne, que tem no currículo sucessos como Cats e O fantasma da ópera. Fred e Ginger dançaram juntos em 10 filmes: Voando para o Rio (1933), A alegre divorciada (1934), Roberta (1935), O picolino (1935), Nas águas da esquadra (1936), Ritmo louco (1936), Vamos dançar? (1937), Dance comigo (1938), A história de Irene Castle e Vernon (1939) e Ciúme, sinal de amor (1949).
(Crédito da foto: profile.myspace.com)

24 de fevereiro de 2007

Os vencedores do 'Independent Spirit'

Foi divulgada hoje, 24, a premiação do Independent Spirit, o prêmio do cinema independente norte-americano. E os principais premiados foram:
1) Melhor filme: Pequena Miss Sunshine
2) Melhor atriz: Shareeka Epps (Half Nelson)
3) Melhor ator: Ryan Gosling (Half Nelson)
4) Melhor atriz coadjuvante: Frances McDormand (Amigas com dinheiro)
5) Melhor ator coadjuvante: Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine)
6) Melhor diretor: Jonathan Dayton e Valerie Faris (Pequena Miss Sunshine)
7) Melhor roteiro: Obrigado por fumar - Jason Reitman
8) Melhor primeiro roteiro: O labirinto do fauno - Guillermo Navarro.
Comentário: Pode-se ver que o filme Pequena Miss Sunshine foi o grande vencedor, ficando com as láureas de filme e diretor e, de quebra, a de ator coadjuvante, para Alan Arkin. É bom não esquecer que ele concorre ao Oscar nessas mesmas categorias, exceto na de melhor diretor, para sossego de Martin Scorsese. Amanhã será o dia da onça beber água.

(Crédito da foto: www.movieguide.com.br)

21 de fevereiro de 2007

Os preferidos da crítica francesa

Na última terça-feira, 20, foi divulgada a premiação do Sindicato dos Críticos de Cinema da França. O filme Medos Privados em Lugares Públicos (Coeurs, 2006), de Alain Resnais, foi considerado o melhor filme francês. E Volver (Idem, 2006), do espanhol Pedro Almodóvar, ficou com a láurea de melhor filme estrangeiro.
(Crédito da foto: http://www.cine32.com/)

Era uma vez em 19 de fevereiro de 2007

JANET BLAIR (85 anos, de pneumonia), atriz norte-americana; estreou no cinema em 1941 e atuou em quatro filmes B, até Rosalind Russell indicá-la para fazer sua irmã em Solteira às soltas (1942); apareceu mais em musicais, como Canta, coração (1943), e comédias, como O eterno pretendente (1944); após seu 14º filme, Coração de leão (1948), a Columbia a dispensou e ela trocou o cinema pelo teatro e a TV; voltou ao cinema em O grande vigarista (1957) e atuou em outros quatro filmes até 1976.

(Crédito da foto: claudia79.tripod.com)

Era uma vez em 15 de fevereiro de 2007

DANIEL MCDONALD (46 anos, de câncer no cérebro), ator norte-americano, que estreou no cinema em Onde os garotos estão (1984) e atuou em outros oito filmes, sempre como coadjuvante. Teve carreira mais expressiva na TV e no teatro (Broadway).

19 de fevereiro de 2007

Era uma vez em 15 de fevereiro de 2007

RAY EVANS (92 anos, de ataque cardíaco), compositor norte-americano; compôs canções para 17 filmes, de 1947 a 2003, entre os quais Cigana feiticeira (1947), Missão de vingança (1950), que lhe deu um Oscar, pela canção "Mona Lisa", A montanha dos sete abutres (1951), Janela indiscreta (1954), A flor do pântano (1957) e A história de James Dean (1957), documentário de Robert Altman; canções suas já foram usadas na trilha de mais de cem filmes, a exemplo de O valente treme-treme (1948), que lhe deu outro Oscar, pela canção "Buttons and Bows", Crepúsculo dos deuses (1950), Sangue por glória (1952), O homem que sabia demais (1956), que lhe deu o terceiro e último Oscar, pela canção "Que será, será", O poderoso chefão (1972) e Donnie Brasco (1997).
Curiosidade: Jay Livingston (1915-2001), com quem dividiu os prêmios, foi seu parceiro de toda a vida.

(Crédito da foto: www.songwritershalloffame.org)

Berlim 2007: os premiados

O Urso de Ouro, principal honraria do Festival de Berlim, foi concedido ao filme O casamento de Tuya, do diretor chinês Wang Quan'an. O israelense natural dos EUA Joseph Cedar ficou com a láurea de melhor diretor, pelo drama de guerra Beaufort. O prêmio de melhor ator foi para Julio Chavez (El Otro) e o de melhor atriz, para Nina Ross (Yella). O filme O bom pastor, dirigido pelo ator Robert De Niro, foi eleito como melhor Contribuição Artística.
(Crédito da foto: www.chinadaily.com.cn)

15 de fevereiro de 2007

Era uma vez em 14 de fevereiro de 2007

CARLOS COIMBRA (81 anos, de aneurisma da aorta), cineasta brasileiro; dirigiu 15 filmes e montou 29; escreveu o roteiro, dirigiu e montou alguns dos mais importantes filmes do ciclo do cangaço: A morte comanda o cangaço (1961), Lampião, o rei do cangaço (1964), Cangaceiros de Lampião (1967) e Corisco, o diabo loiro (1969); dirigiu de chanchada, Se meu dólar falasse (1970), a superprodução histórica, Independência ou morte (1972); fez a montagem do clássico O pagador de promessas (1962); seu último filme foi Os campeões (1982), que ele também produziu.
Curiosidade: Seus filmes não tinham outro objetivo senão contar uma boa história e agradar ao público, por isso jamais ganharam prêmios, embora A morte comanda o cangaço tenha sido selecionado para o Festival de Berlim.
(Crédito da foto: www.2001video.com.br)

Era uma vez em 12 de fevereiro de 2007

PETER ELLENSHAW (93 anos, de causa não divulgada), desenhista norte-americano; fez desenhos de cena (matte paint) para filmes entre 1935 e 1990, na maioria das vezes para produções da Disney, como A ilha do tesouro (1950), Vinte mil léguas submarinas (1954), Pollyanna (1960) e Dick Tracy (1990), mas também, eventualmente, de outros estúdios, como Quo vadis (1951) e Spartacus (1960); fez efeitos especiais visuais para 13 filmes da Disney, de 1959 a 1974, a exemplo de Mary Poppins (1964), que lhe deu um Oscar, Se meu fusca falasse (1968) e A ilha no topo do mundo (1974); dirigiu apenas um filme: A Tour of the West (1955), documentário de curta-metragem.
Curiosidade: Matte paint ou matte painting, também chamado de glass shot ou matte shot, é um truque (mais comum do que se pode pensar) do tempo em que não existia o computador; pintava-se em vidro transparente uma paisagem ou o seu complemento e filmava-se com a pintura diante da câmera, combinando-a com o cenário real para prolongar ou enriquecer o visual do que se queria mostrar; um exemplo claro disso encontra-se no filme E o vento levou, quando se vê o chão da cidade de Atlanta coberto de cadáveres e soldados feridos; a parte superior da tela, que inclui o prolongamento das casas da rua, é pintura. O truque exigia muita maestria do desenhista, que precisava fazer o desenho harmonizar-se perfeitamente com a parte real do quadro. Dessa forma, muitos filmes mostraram castelos ou cidades que nunca existiram, sem o trabalho e os custos que seriam necessários para construí-los.

14 de fevereiro de 2007

Omar Sharif condenado por agressão

O ator Omar Sharif, mais conhecido como o protagonista do filme Doutor Jivago (1965), foi condenado na última terça-feira, 13, a dois anos de prisão e a fazer 15 horas de terapia para controlar a raiva, por ter agredido um manobrista de origem guatemalteca. A pena de prisão ele cumprirá em liberdade condicional e a da terapia ele poderá cumprir em seus país, o Egito.
No dia 11 de junho de 2005, o ator se enfureceu e deu um murro em Juan Luis Ochoa Anderson, manobrista de um restaurante de Los Angeles, que se recusou a aceitar gorjeta em euros. Além da agressão física, Sharif o insultou, chamando-o de "mexicano estúpido".
O magistrado da Corte Superior de Beverly Hills estabeleceu ainda que o ator, de 74 anos, se mantenha a uma distância de 100 jardas (91,4 m) da vítima, das testemunhas e do restaurante onde ocorreu o incidente.
Uma nova audiência foi marcada para 18 de abril para definir a indenização a ser paga à vítima, que, segundo o advogado do ator, está pleiteando 17 mil dólares pelo nariz quebrado.
(Crédito da foto: www.mittelbayerische.de)

13 de fevereiro de 2007

Prêmio do Sindicato dos Roteiristas

No último domingo, 11, saiu a premiação do Sindicato dos Roteiristas da América. E os premiados foram Michael Arndt, na categoria roteiro original, por Pequena Miss Sunshine, e William Monahan, na categoria roteiro adaptado, por Os infiltrados.
Com isso, ambos os filmes reforçam suas posições na disputa pelo Oscar de melhor filme, no próximo dia 25.

(Na imagem, Martin Scorsese, sentado, por ocasião das filmagens de Os infiltrados.)
(Crédit da foto: www.cinecultist.com)

12 de fevereiro de 2007

Era uma vez em 9 de fevereiro de 2007

IAN RICHARDSON (72 anos, de causa não divulgada), ator inglês nascido na Escócia; estreou no cinema em um filme de título quilométrico, mas que pode ser resumido em Marat/Sade (1967), dirigido pela lendária figura do teatro inglês Peter Brook; atuou em 26 outros, como Sonho de uma noite de verão (1968), O homem de La Mancha (1972), Brazil, o filme (1985) e M. Butterfly (1993). Sua extensa carreira na TV lhe deu três diferentes prêmios de melhor ator.
Curiosidade: Ao receber o BAFTA de melhor atriz, por sua atuação no filme A rainha, Helen Mirren dedicou o prêmio a Richardson, dizendo que ele foi um "mentor" para ela no começo da carreira. Ela o teve como companheiro de elenco em seu segundo filme: Sonho de uma noite de verão (1968).
(Crédito da foto: www.theage.com)

Era uma vez em 6 de fevereiro de 2007

FRANKIE LANE (93 anos, de ataque cardíaco), cantor e compositor norte-americano; cantou a canção-título de seis faroestes dos anos 1950, três dos quais estão entre os melhores da década: Homem sem rumo (1955), Sem lei e sem alma (1957) e Galante e sanguinário (1957); interpretou canções da trilha musical de 19 filmes, de 1949 a 2004; estrelou Sorria para a vida (1955) e Ele riu por último (1956), os dois primeiros filmes dirigidos por Blake Edwards, e atuou em dois outros musicais. Seu trabalho na TV lhe deu uma estrela na Calçada da Fama.
Curiosidade: Filho de imigrantes sicilianos, seu nome verdadeiro era Francesco Paolo Lo Vecchio; recebeu vários epítetos elogiosos ao longo da carreira, um dos quais era Sr. Ritmo.

(Crédito da foto: www.susanmccray.com)

BAFTA 2007: os premiados

Aconteceu no último domingo, 11, a cerimônia de premiação da British Academy of Film and Television Arts, BAFTA, o mais importante prêmio do cinema britânico. E os premiados foram:
1) Melhor filme: A rainha
2) Prêmio Alexander Korda para filme britânico destaque de 2006: O último rei da Escócia
3) Melhor ator: Forest Whitaker (O último rei da Escócia)
4) Melhor atriz: Helen Mirren (A rainha)
5) Melhor ator coadjuvante: Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine)
6) Melhor atriz coadjuvante: Jennifer Hudson (Dreamgirls -- Em busca de um sonho)
7) Prêmio David Lean para melhor direção: Paul Greengrass (Vôo United 93)
8) Melhor roteiro original: Pequena Miss Sunshine - Michael Arndt
9) Melhor roteiro adaptado: O último rei da Escócia - Peter Morgan, Jeremy Brock
10) Melhor fotografia: Filhos da esperança - Emmanuel Lubezki
11) Melhor montagem: Vôo United 93 - Clare Douglas, Richard Pearson, Christopher Rouse
12) Melhor desenho da produção: Filhos da esperança - Simon Wakefield, Jim Clay, Jennifer Williams
13) Melhor figurino: O labirinto do fauno - Lala Huete
14) Prêmio Anthony Asquith para melhor música: Babel - Gustavo Santaolalla
15) Melhor maquiagem/penteados: O labirinto do fauno
16) Melhor som: 007 -- Cassino Royale
17) Melhor realização em efeitos especiais visuais: Piratas do Caribe -- O baú da morte
18) Melhor filme em língua estrangeira: O labirinto do fauno.

Comentário: Esperava-se que o filme A rainha fosse melhor aquinhoado, já que havia sido indicado em 10 categorias; só ficou com os prêmios de melhor filme e de melhor atriz. Caso semelhante foi o de 007 -- Cassino Royale, que concorria a nove prêmios, mas conquistou apenas unzinho, e pífio, o de melhor som. Repetiu-se o que já vinha ocorrendo em outras premiações, ultimamente: a distribuição dos prêmios entre os concorrentes. Isto pode significar que, em geral, os filmes apresentam um alto nível de qualidade ou o contrário. Depende do ponto de vista.
(Crédito da foto: www.cinemacomrapadura.com.br)

8 de fevereiro de 2007

Era uma vez em 8 de fevereiro de 2007

OZUALDO CANDEIAS (84 anos, de insuficiência respiratória), cineasta brasileiro que fez de tudo um pouco no cinema: fotógrafo, roteirista, ator, produtor -- de seus próprios filmes ou de outros diretores; sua estréia no longa de ficção se deu com A margem (1967), um marco do cinema da Boca do Lixo, de São Paulo; A herança (1970) recebeu menção especial da Associação de Críticos de Arte de São Paulo; A opção (1981) ganhou o Leopardo de Bronze do Festival de Locarno, Suiça; e seu último filme, O vigilante (1992), conquistou o prêmio especial do júri do Festival de Brasília.
Curiosidade: Seu filme Meu nome é Tonho (1969) era um divertido faroeste tupiniquim. A TV Globo (Jornal Nacional) noticiou que ele tinha 88 anos.

(Crédito da foto: verdesmares.globo.com)

Era uma vez em 8 de fevereiro de 2007

ANNA NICOLE SMITH (39 anos, de overdose acidental), atriz norte-americana; estreou no cinema em pequeno papel no filme A roda da fortuna (1994), dos irmãos Coen, e ganhou notoriedade no filme seguinte, Corra que a polícia vem aí 33 1/3 (1994), pelo qual foi aquinhoada com o prêmio Framboesa de Ouro de pior nova estrela do ano; encerrou sua escassa carreira no cinema com Illegal Aliens (2006), que também produziu.
Curiosidade: Ela foi eleita a Playmate de 1993 da revista Playboy. Inicialmente, divulgou-se que a causa da morte teria sido "colapso".
(Crédito da foto: www.celebripets.com)

7 de fevereiro de 2007

Novos filmes em velho technicolor

Velhos filmes em technicolor já podem ser restaurados e gerar cópias mais nítidas e realistas do que as originais. O que tornou isto possível é o processo digital de restauração chamado Ultra Resolution, inventado pelas irmãs norte-americanas Karen Perlmutter e Sharon Perlmutter, que alinha com precisão as imagens de cada fotograma dos três negativos originais.
Como se sabe, o sistema technicolor que vigorou entre 1932 e 1954 era bastante complicado. Requeria o uso de câmera especial, que filmava com três fitas. Grosso modo, cada fita captava uma das cores básicas, advindas dos filtros correspondentes: vermelho, verde e azul. O problema decorrente é que a ação do tempo deforma, diferentemente, cada suporte de celulóide e dificulta o ajustamento dos fotogramas, o que é necessário para se tirar cópias em que os quadros saiam exatos. Agora, graças ao Ultra Resolution, o problema foi resolvido.
O primeiro filme de longa-metragem, nesse sistema, foi Vaidade e beleza (Becky Sharp, 1935) e o último, Sangue mestiço (Firefox, 1955).

(Na foto, Karen Perlmutter. Crédito: www.emeconline.com)

6 de fevereiro de 2007

Assim pensava Paulo Francis 2

Sem falar da imensa apelação que é Cape Fear [Cabo do medo], uma desgraça para a raça humana (em inglês, rima), como escreveu Terence Rafferty, no New Yorker, e pichadíssimo também aqui.
(O Estado de S. Paulo, 19-04-92)

...Juliette Lewis, a que foi seviciada em "Cape Fear" [Cabo do medo], aquela nojeira.
(O Globo, 10-09-92)

Woody [Allen] vai sobre Juliette Lewis, a menina seviciada pelo gnomo Scorsese em "Cape Fear" [Cabo do medo].
(O Globo, 24-09-92)

Scorsese é o mais ousado cineasta vivo. Quando os críticos pararem de bajular A marca da maldade, Touch of evil, de Orson Welles, talvez percebam que Cabo do medo, Cape Fear, é um clássico do horror.
(O Estado de São Paulo, 23-05-93)

(Crédito da foto: www.interfilmes.com)

Era uma vez em 31 de janeiro de 2007

LEE BERGERE (88 anos, de causa não divulgada), ator norte-americano com longa carreira na TV, mas cujo trabalho no cinema ficou restrito a dois filmes: Bob, Carol, Ted e Alice (1969) e Time Trackers (1989). Estava inativo desde 1989.

5 de fevereiro de 2007

Scorsese é o melhor segundo o sindicato dos diretores

Martin Scorsese foi eleito o melhor diretor de 2006 pelo Sindicato dos Diretores da América, pelo filme Os infiltrados. Esta é a primeira vez que ele recebe o galardão de seus pares, embora tenha sido indicado seis vezes anteriormente. Os outros concorrentes eram: Alejandro González Iñárritu (Babel), Bill Condon (Dreamgirls -- Em busca de um sonho), Jonathan Dayton e Valerie Faris (Pequena Miss Sunshine) e Stephen Frears (A rainha). Premiação foi anunciada no último sábado, 3.

(Crédito da foto: http://www.angolaxyami.com/)

3 de fevereiro de 2007

Era uma vez em 1º de fevereiro de 2007

GIAN CARLO MENOTTI (95 anos, de causa não divulgada), compositor italiano, que dirigiu apenas um filme, Il Medium (1951), adaptação de sua ópera homônima, que recebeu o prêmio de melhor filme lírico no Festival de Cannes. Ganhou o prêmio Pulitzer em 1950, pela ópera O cônsul, e em 1954, por O santo da rua Bleecker.

Curiosidade: Em 1951, Menotti foi incumbido pela rede norte-americna NBC de escrever a primeira ópera para a TV: Amahl e os visitantes da noite, que conquistou o prêmio televisivo George Foster Peabody.
(Crédito da foto: www.time.com)

2 de fevereiro de 2007

Festival do filme noir

O 5º Festival do Filme Noir City teve início na última sexta-feira, 26, no Castro Theater, em São Francisco, Califórnia. A abertura se deu com o filme Entre dois fogos (1948), de Anthonny Mann. A atriz Marsha Hunt, 89 anos, convidada especialmente para a ocasião, subiu ao palco para falar ao público e disse que na época em que faziam esse tipo de filme o termo 'noir' não havia sido cunhado ainda. Ela é a única sobrevivente do elenco encabeçado por Dennis O'Keefe e Claire Trevor.
O heterogênio público, composto de pessoas de variadas extrações sociais e faixas etárias, praticamente lotou as mais de 1.400 poltronas do cinema e aplaudiu com entusiasmo ao final da sessão.
O evento surgiu da iniciativa do escritor Eddie Muller, aficionado do filme noir. Ele teve a idéia de criar o festival no intuito de chamar a atenção para a Film Noir Foundation, que ele dirige e que trabalha para restaurar os filmes do gênero.
O festival vai até o dia 4 de fevereiro. (Fonte: The New York Times, 29-01-2007)

(Crédito da foto: www.booksnbytes.com)

1 de fevereiro de 2007

Assim pensava Paulo Francis

Fui ver "Empire of the Sun", Império do Sol, "de" Steven Spielberg. Li o livro de J. G. Ballard, em que em geral não toco porque especialista em "science fiction" e cansei do gênero com H. G. Wells (...). O filme é como comida chinesa. Meia hora depois você está com fome. Spielberg adora máquinas, o que ele faz de um Mustang (caça americano na Segunda Guerra) é o que imaginamos da mulher amada em nossos sonhos. Há maquinária praca, cenas de massa etc. A ambivalência moral de Ballard, nem sombra. (...) Spielberg quer ser levado a sério. Ganhar o prêmio da academia. (...) Mas "Empire of the Sun" não é a porcaria habitual. É alto "kitsch".
(Folha de S. Paulo, 17-12-87)

Se eu tivesse de escolher um filme como crítico de cinema (...), considerando qualidade e a saúde da indústria, "Império do Sol", de Steven Spielberg, seria o premiado. Não é que eu tenha gostado muito. Mas é como um desastre de rua ou incêndio. "Tu" olha. Spielberg conseguiu pôr mais extras em Xangai do que deveria haver de gente na cidade nos anos 40 (...). É o que chamam um espetáculo. E Spielberg é fascinado, como eu, por aviões de combate da Segunda Guerra, como o Mustang, p-51 e o Zero, que transforma em máquinas-deuses, dando a cada um uma iluminação e uma presença que nos (a mim pelo menos) fazem bem. O romance de J. G. Ballard, "Empire of the Sun", é bem mais sutil e realista (...). O fato é que Spielberg tem um fetiche por objetos, máquinas, em especial. Ele fotografa coisas com efeitos especiais do escambau. (...) O filme é coisas, explendidamente fotografadas.
(Folha de S. Paulo, 31-12-87)

E "Império do Sol" é um filme respeitável, adulto, em que Spielberg consegue mesclar seu fascínio por máquinas, tecnologia, com a amargura do romance de J. G. Ballard. É talvez um tanto cansativo, porque excessivo como espetáculo (poderia ser reduzido uns 15 minutos), mas Spielberg tirou o seu "brevet" como cineasta.
(Folha de S. Paulo, 03-03-88)

(Crédito da foto: www.americanas.com)