28 de outubro de 2010

JAMES MacARTHUR (1937-2010), ator

O ator americano James MacArthur morreu de causas naturais, em 28 de outubro, aos 72 anos.
Sua carreira no cinema, entre 1957 e 1968, ficou restrita a 15 filmes.
No seu segundo filme, "O Tratado dos Moicanos" (The Light in the Forest, 1958), um western passado na época da colonização dos Estados Unidos, ele tem o papel central da trama, vivendo conflito de identidade entre os valores dos índios, que o criaram, e os dos brancos. Tendo sido capturado ainda criança, permaneceu entre os moicanos até se tornar adulto, quando é devolvido à família em consequência de tratado de paz celebrado entre o exército inglês e os índios. No processo de sua readaptação à chamada civilização são ressaltados os valores positivos da cultura indígena e os negativos da gente que se considera civilizada.
Seu último papel no cinema foi no western "A Marca da Forca" (Hang 'Em High, 1968), como um pastor que canta hinos religiosos com a multidão de espectadores do enforcamento coletivo e encomenda as almas dos condenados, os quais receberam a pena máxima de um juiz perverso que comanda a execução a distância. A expressão no rosto do pastor é de quem também se deleita com o acontecimento.
Entre seus filmes citam-se ainda "No Labirinto do Vício" (The Young Stranger, 1957), "A Cidadela dos Robinson" (Swiss Family Robinson, 1960) e "Uma Batalha no Inferno" (Battle of the Bulge, 1965).
James Gordon MacArthur nasceu em 8 de dezembro de 1937, em Los Angeles. Era filho adotivo da atriz Helen Hayes e do dramaturgo Charles MacArthur. Deixou viúva a mulher do terceiro casamento, com quem tinha um filho. Foi casado com as atrizes Joyce Bulifant, com quem teve dois filhos, e Melody Patterson.

27 de outubro de 2010

100 grandes momentos do cinema

Roger Ebert, crítico do jornal Chicago Sun-Times, divulgou uma lista de 100 grandes momentos do cinema que agradou em cheio aos cinéfilos. Embora ele não os tenha numerado, pois não é um ranking, acrescentamos os números para facilitar o trabalho de quem quiser confrontar as informações com o que mostram os filmes.
Considerado um dos mais influentes críticos americanos, Ebert é dotado de admirável capacidade de observação. Suas escolhas vão do mais espetaculoso, a corrida de bigas em “Ben-Hur”, ao detalhe mais sutil, a sombra da garrafa em “Farrapo Humano”. Em muitos casos são minúcias que escapam à percepção de espectadores distraídos.
Como Ebert registrou suas observações puxando pela memória, deu ensejo a diferenças entre o que escreveu e o que de fato ocorre nos filmes relativos aos momentos número 21, 33, 45, 46, 79, 83 e 88. Nós optamos por adequar o conteúdo destes ao que se vê ou se ouve nos filmes.
Em algumas situações, sentimos a necessidade de inserir explicações entre colchetes, para facilitar a compreensão dos leitores; em outras, acrescentamos o título do filme a que o texto se refere. Também completamos os nomes de vários diretores e atores.
Após conhecer as argutas observações de Roger Ebert, tomara o leitor se sinta apto a fazer sua própria lista de grandes momentos do cinema.
1 - Clark Gable em “E o Vento Levou" (Gone with the Wind, 1939): “Francamente, querida, eu não ligo a mínima”.
2 – Buster Keaton de pé, tranquilo, enquanto a parede da casa cai sobre ele; é salvo por estar posicionado exatamente no vão da janela [em “Marinheiro de Encomenda" (Steamboat Bill Jr., 1928) ou “Capitão Bill Jr.”].
3 – Charlie Chaplin sendo reconhecido pela moça cega, em “Luzes da Cidade" (City Lights, 1931).
4 – O computador Hal 9000 fazendo leitura labial, em “2001: Uma Odisseia no Espaço” (2001: A Space Odyssey, 1968).
5 – A Marselhesa cantada em “Casablanca” (1942).
6 – Branca de Neve beijando Dunga na cabeça [em “Branca de Neve e os Sete Anões” (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937)].
7 – John Wayne pondo a rédea na boca em “Bravura Indômita” (True Grit, 1969) e galopando no prado com uma arma em cada mão.
8 - James Stewart em “Um Corpo Que Cai” (Vertigo, 1958), aproximando-se de Kim Novak, que vem do outro lado do quarto, e dando-se conta que ela personifica todas as suas obsessões – melhor do que ele sabe.
9 – A experiência das origens do cinema provando que, na corrida, os cavalos ficam às vezes com as quatro patas no ar.
10 – Gene Kelly cantando na chuva.
11 – Samuel L. Jackson e John Travolta discutindo sobre como dizem “Quarteirão” [sanduíche do McDonald’s] na França, em “Pulp Fiction – Tempo de Violência” (Pulp Fiction, 1994).
12 – A lua recebendo no olho o cartucho disparado pelo canhão, em “Viagem à Lua” (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès.
13 – Pauline em perigo, amarrada aos trilhos da estrada de ferro [em “Minha Vida, Meus Amores” (The Perils of Pauline, 1947)].
14 – O garoto correndo alegremente ao encontro do pai que regressa, em “Sounder – Lágrimas de Esperança” (Sounder, 1972).
15 – Harold Lloyd pendurado no mostrador do relógio em “O Homem Mosca” (Safety Last!, 1923).
16 – Orson Welles sorrindo enigmaticamente no portal, em “O Terceiro Homem” (The Third Man, 1949).
17 – O anjo olhando Berlim do alto com tristeza, em “Asas do Desejo” (Der Himmel über Berlin, 1987), de Wim Wenders.
18 – O filme de Zapruder mostrando o assassinato de Kennedy: um momento congelado no tempo repetidamente.
19 – Um africano saudoso de casa, dizendo tristemente a uma prostituta que o que realmente quer não é sexo, mas cuscuz, em “O Medo Devora a Alma” (Angst essen Seele auf, 1974), de Rainer Werner Fassbinder.
20 – O Coiote suspenso no ar [no desenho animado do Papa-Léguas].
21 – Zero Mostel lançando um copo d’água no histérico Gene Wilder, em “Primavera para Hitler” (The Producers, 1968), de Mel Brooks, e Wilder gritando: “Estou histérico! Estou molhado!”
22 – Um velho sozinho em casa, tendo de lidar com a morte da mulher e a indiferença dos filhos, em “Era Uma Vez em Tóquio” (Tôkyô monogatari, 1953), de Yasujiro Ozu.
23 – “Fumando”. Resposta de Robert Mitchum, mostrando o cigarro, quando Kirk Douglas lhe oferece um cigarro em “Fuga do Passado” (Out of the Past, 1947).
24 – Marcello Mastroianni e Anika Ekberg dentro da fonte em “A Doce Vida” (La dolce vita, 1960).
25 – O momento em “Céu e Inferno” (Tengoku to jigoku, 1963), de Akira Kurosawa, quando o milionário descobre que não é seu filho que foi sequestrado, mas o filho do seu motorista – e os olhares dos dois pais se encontram.
26 – A visão distante de pessoas surgindo no horizonte no final de “A Lista de Schindler” (Schindler's List, 1993).
27 – R2D2 e C3PO em “Guerra nas Estrelas” (Star Wars, 1977).
28 – E.T. e o amigo passando de bicicleta na frente da lua.
29 – Marlon Brando gritando “Stella!” em “Uma Rua Chamada Pecado” (A Streetcar Named Desire, 1951).
30 – Hannibal Lecter sorrindo para Clarice em “O Silêncio dos Inocentes” (The Silence of the Lambs, 1991).
31 – “Um momento! Um momento! Vocês ainda não ouviram nada!” As primeiras palavras ouvidas no primeiro filme falado, “O Cantor de Jazz” (The Jazz Singer, 1927), ditas por Al Jolson.
32 – Jack Nicholson tentando pedir um sanduíche de frango em “Cada um Vive como Quer” (Five Easy Pieces, 1970).
33 – “Ninguém é perfeito”. Última fala de Joe E. Brown em “Quanto Mais Quente Melhor” (Some Like It Hot, 1959), justificando para Jack Lemmon que casará com ele, mesmo ele tendo dito que é homem.
34 – “Rosebud.” [Palavra dita por Charles Foster Kane ao morrer, em “Cidadão Kane” (Citizen Kane, 1941).]
35 – A divertida caçada em “A Regra do Jogo” (La règle de jeu, 1939), de Jean Renoir.
36 – O olhar assombrado de Antoine Doinel, herói autobiográfico de François Truffaut, na imagem congelada no final de “Os Incompreendidos” (Les quatre cents coups, 1959).
37 – Jean-Paul Belmondo com o cigarro enfiado na boca insolentemente em “Acossado” (À bout de souffle, 1960), de Jean-Luc Godard.
38 – A fundição do grande sino de ferro em “Andrei Rublev” (Andrey Rublyov, ), de Andrei Tarkovsky.
39 – “O que vocês fizeram nos olhos dele?” Mia Farrow em “O Bebê de Rosemary” (Rosemary's Baby, 1968).
40 – Moisés separando as águas do Mar Vermelho em “Os Dez Mandamentos” (The Ten Commandments, 1956).
41 – O velho encontrado morto no balanço do parque, sua missão cumprida, no final de “Viver” (Ikiru, 1952), de Akira Kurosawa.
42 – O olhar assombrado da atriz Maria Falconetti em “O Martírio de Joana d’Arc” (La passion de Jeanne d'Arc, 1928), de Carl Dreyer.
43 – As crianças olhando o trem passar em “A Canção da Estrada” (Pather Panchali, 1955), de Satyajit Ray.
44 – O carrinho de bebê solto na escadaria em “O Encouraçado Potemkin” (Bronenosets Potyomkin, 1925), de Sergei Eisenstein.
45. “Tá falando comigo?” Robert De Niro em “Taxi Driver – Motorista de Táxi” (Taxi Driver, 1976).
46 – “Meu pai fez uma oferta que ele não podia recusar.” Al Pacino em “O Poderoso Chefão” (The Godfather, 1972).
47 – O misterioso cadáver nas fotografias em “Depois Daquele Beijo” (Blowup, 1966), de Michelangelo Antonioni.
48 – “Uma palavra, Benjamin: plásticos.” De “A Primeira Noite de um Homem” (The Graduate, 1967).
49 – Um homem morrendo no deserto em “Ouro e Maldição” (Greed, 1924), de Erich von Stroheim.
50 – Eva Marie Saint agarrada à mão de Cary Grant no monte Rushmore, em “Intriga Internacional” (North by Northwest, 1959).
51 – Fred Astaire e Ginger Rogers dançando.
52 – “Não existe cláusula de sanidade mental!” Chico para Groucho em “Uma Noite na Ópera” (A Night at the Opera, 1935).
53 – “Chamam-me Senhor Tibbs!” Sidney Poitier em “No Calor da Noite” (In the Heat of the Night, 1967), de Norman Jewison.
54 – A tristeza dos amantes separados em “Atalante” (L'Atalante, 1934), de Jean Vigo.
55 – A vastidão do deserto e, em seguida, as minúsculas figuras surgindo, em “Lawrence da Arábia” (Lawrence of Arabia, 1962).
56 – Jack Nicholson na garupa da motocicleta, com um capacete de futebol americano, em “Sem Destino” (Easy Rider, 1969).
57 – A coreografia geométrica das garotas de Busby Berkeley.
58 – O pavão abrindo a cauda na neve, em “Amarcord” (1973), de Federico Fellini.
59 – Robert Mitchum em “O Mensageiro do Diabo” (The Night of the Hunter, 1955), com AMOR tatuado nos dedos de uma mão e ÓDIO, nos da outra.
60 – Joan Baez cantando “Joe Hill” em “Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música” (Woodstock, 1970).
61 – A transformação de Robert De Niro de esbelto boxeador a barrigudo dono de boate, em “Touro Indomável” (Raging Bull, 1980).
62 – Bette Davis: “Apertem os cintos. Vai ser uma noite turbulenta!”, em “A Malvada” (All About Eve, 1950).
63 – “Essa aranha é do tamanho de um carro!” Woody Allen em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (Annie Hall, 1977).
64 – A corrida de bigas em “Ben-Hur” (1959).
65 – Barbara Harris cantando “It Don’t Worry Me” para acalmar a multidão em pânico em “Nashville” (1975), de Robert Altman.
66 – A disputa de roleta-russa em “O Franco-Atirador” (The Deer Hunter, 1978).
67 – Cenas de perseguição: “Operação França” (The French Connection, 1971), “Bullitt” (1968), “Os Caçadores da Arca Perdida” (Raiders of the Lost Ark, 1981), “Diva – Paixão Perigosa” (Diva, 1981).
68 – A sombra da garrafa escondida na luminária, em “Farrapo Humano” (The Lost Weekend, 1945).
69 – “Eu poderia ser um lutador [de boxe]”. Marlon Brando em “Sindicato de Ladrões” (On the Waterfront, 1954).
70 – O discurso de George C. Scott sobre o inimigo em “Patton – Rebelde ou Herói?” (Patton, 1970): “Vamos passar por ele como faca quente na manteiga”.
71 - Rocky Balboa correndo escadaria acima e agitando os punhos no alto, com Filadélfia a seus pés [em “Rocky – Um Lutador” (Rocky, 1976)].
72 – Debra Winger se despedindo dos filhos em “Laços de Ternura” (Terms of Endearment, 1983).
73 – A montagem das cenas de beijo em “Cinema Paradiso” (Nuovo Cinema Paradiso, 1988).
74 – Os convidados do jantar que acham que de alguma forma não podem ir embora, em “O Anjo Exterminador” (El ángel exterminador, 1962), de Luis Buñuel.
75 – O cavaleiro jogando xadrez com a morte, em “O Sétimo Selo” (Det sjunde inseglet, 1957), de Ingmar Bergman.
76 – O zelo selvagem dos membros da Ku Klux Klan em “O Nascimento de uma Nação” (The Birth of a Nation, 1915), de D. W. Griffith.
77 – O problema da porta que não para fechada, em “As Férias do Sr. Hulot” (Les vacances de Monsieur Hulot, 1953), de Jacques Tati.
78 – “Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos.” Gloria Swanson em “Crepúsculo dos Deuses” (Sunset Boulevard, 1950).
79 – “Agora eu sei que não estamos no Kansas.” Judy Garland em “O Mágico de Oz” (The Wizard of Oz, 1939).
80 - O plano que começa no alto do saguão e termina em close-up da chave na mão de Ingrid Bergman, em “Interlúdio” (Notorious, 1946), de Alfred Hitchcock.
81 – “Não tem muita carne nela, mas a que tem é de primeira.” Spencer Tracy sobre Katharine Hepburn em “A Mulher Absoluta” (Pat and Mike, 1952).
82 – A excursão dos doentes mentais em “Um Estranho no Ninho” (One Flew Over the Cuckoo's Nest, 1975).
83 – “Sempre pareço bem quando estou à beira da morte.” Greta Garbo a Elizabeth Allan em “A Dama das Camélias” (Camille, 1936).
84 – “Levou mais de uma noite para mudar meu nome para Shanghai Lily.” Marlene Dietrich em “O Expresso de Shangai” (Shanghai Express, 1932).
85 – “Estou andando aqui!” Dustin Hoffman em “Perdidos na Noite” (Midnight Cowboy, 1969).
86 – W. C. Fields atirando punhados de neve cenográfica no próprio rosto, em “O Último Drink” (The Fatal Glass of Beer, 1933).
87 – “Da próxima vez que você não tiver nada pra fazer, e muito tempo disponível, venha me ver.” Mae West em “Minha Dengosa” (My Little Chickadee, 1940).
88 – “Consegui, mamãe. O topo do mundo!” James Cagney em “Fúria Sanguinária” (White Heat, 1949).
89 – Richard Burton explodindo quando Elizabeth Taylor revela o “segredo” deles, em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (Who's Afraid of Virginia Woolf?, 1966)
90 – Henry Fonda de cabelo cortado em “Paixão de Fortes” (My Darling Clementine, 1946).
91 – “Distintivos? Não temos distintivos. Não precisamos de distintivos. Não tenho que te mostrar droga de distintivo nenhum.” Alfonso Bedoya para Humphrey Bogart em “O Tesouro de Sierra Madre” (The Treasure of the Sierra Madre, 1948).
92 – “Aí está o seu cachorro. Ele está morto. Mas tinha de haver algo que o fazia mover-se [quando vivo]. Não tinha?” Do documentário “Portais do Céu” (Gates of Heaven, 1978), de Errol Morris.
93 – "Não toque no terno!” Burt Lancaster em “Atlantic City” (1980).
94 – Gena Rowlands chega à casa de John Cassavetes num táxi cheio de animais adotados, em “Amantes” (Love Streams, 1984).
95 – “Quero viver novamente. Quero viver novamente. Quero viver novamente. Por favor, Deus, deixe-me viver novamente.” James Stewart para o anjo em “A Felicidade Não Se Compra” (It's a Wonderful Life, 1946).
96 – Burt Lancaster e Deborah Kerr abraçados na praia, em “A Um Passo da Eternidade” (From Here to Eternity, 1953).
97 – Mookie jogando a lata de lixo pela janela da pizzaria de Salvatore, em “Faça a Coisa Certa” (Do the Right Thing, 1989).
98 – “Adoro o cheiro de napalm pela manhã.” Robert Duvall em “Apocalypse Now” (1979).
99 – “A natureza, Sr. Allnut, é algo em que fomos postos neste mundo para superar.” Katharine Hepburn para Humphrey Bogart em “Uma Aventura na África” (The African Queen, 1951).
100 – “Mãe de misericórdia. Este é o fim de Rico?” Edward G. Robinson em “Alma no Lodo” (Little Caesar, 1931).

19 de outubro de 2010

Festival de Brasília: os filmes selecionados

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que acontecerá entre 23 e 30 de novembro próximo, contará com seis filmes de longa-metragem e 12, de curta-metragem.
Na abertura, será apresentado, em cópia restaurada, o longa-metragem “Lilian M. – Relatório Confidencial” (1975), de Carlos Reichenbach, acompanhado do curta “50 Anos em 5” (2010), de José Eduardo Belmonte.
A seguir, os filmes que estarão na 43ª edição do evento.

A) Longas-metragens em 35mm:
1 - "A Alegria (RJ, 2010)", de Felipe Bragança e Marina Meliande
2 - "Amor?" (RJ, 2010), de João Jardim
3 - "O Mar de Mário" (DF, 2010), de Reginaldo Gontijo e Luiz F. Suffiati
4 - "O Céu sobre os Ombros" (MG, 2010), de Sérgio Borges
5 - "Transeunte" (RJ, 2010), de Eryk Rocha
6 - "Vigias" (PE, 2010), de Marcelo Lordello.

B) Curtas-metragens em 35mm:
1 - "A Mula Teimosa e o Controle Remoto" (SP, 2010), de Hélio Villela Nunes
2 - "Acercadacana" (PE, 2010), de Felipe Peres Calheiros
3 - "Angeli 24 horas" (RJ, 2010), de Beth Formaggini
4 - "Braxília" (DF, 2010), de Danyella Neves e Silva Proença
5 - "Cachoeira" (AM, 2010), de Sergio José de Andrade
6 - "Café Aurora" (PE, 2010), de Pablo Pólo
7 - "Contagem" (MG, 2010), de Gabriel Martins e Maurilio Martins
8 - "Custo Zero" (RJ, 2010), de Leonardo Pirovano
9 - "Fábula das Três Avós" (SP, 2010), de Daniel Turini
10 - "Falta de Ar" (DF, 2010), de Érico Monnerat
11 - "Matinta" (PA, 2010), de Fernando Segtowick
12 - "O Céu no Andar de Baixo" (MG, 2010), Leonardo Cata Preta.

18 de outubro de 2010

Tropas de Elite 2

Até aqui, a equipe que produziu "Tropa de Elite 2" conseguiu driblar a pirataria, levando o filme a atingir um público excepcional. O prejuízo que os piratas deram a "Tropa 1" está sendo compensado pela corrida de agora aos cinemas.

Consegui ver "Tropa 2" na semana seguinte à estreia porque escolhi um horário costumeiramente pouco concorrido (14 horas) e cheguei ao cinema 1 hora antes do início da sessão. Mas nunca vi, nesse horário, cinema nenhum tão completamente cheio como estava aquela sala do Boulevard Shopping. E nem era feriado!

O público me pareceu seduzido mas não encantado. Ninguém se manifestou, exceto pelo riso esparso, ao longo de todo o filme. Quando acontece o sobrevoo de Brasília (na esplanada dos ministérios), que pretende ligar a corrupção localizada no Rio de Janeiro ao plano federal, não se ouviu a mínima manifestação, seja favorável seja contrária. Pareceu-me até que o sentimento geral era de constrangimento. Afinal, depois do ainda recente escândalo de dinheiro na meia e na cueca, fica sempre a dúvida se não haverá outra onda de ataques à Capital Federal e seus habitantes, que, diga-se de passagem, nada têm a ver com isso.

Em vários sentidos, "Tropa 2" vai muito além do que se viu em "Tropa 1". É mais bem-feito inclusive, contando em sua equipe técnica com boa meia-dúzia de profissionais que atuam no cinema americano. Além de mirar a crítica em figuras de nível sócio-político mais elevado, o enredo conta uma história mais complexa, mostrando, entre o bem e o mal, faixas intermediárias, cinzentas, não mais apenas os extremos.

O roteiro também foi melhor concebido. Fica evidente que se buscou inspiração no bom cinema internacional, sendo muito clara a influência dos filmes de Martin Scorsese. E os atores, por sua vez, fazem um trabalho primoroso.

Em boa hora, parece que ficou para trás o tempo em que se procurava transformar as limitações técnicas do cinema brasileiro em qualidade, num claro esforço de vender gato por lebre. Devo dizer, no entanto, que achei excessiva a narração "over" do coronel Nascimento. Embora útil às vezes (faz parte da estética do filme "noir", por exemplo), a narração cai melhor quando usada com certa parcimônia.

Mesmo não tendo penetrado com maior profundidade nas complexas questões que aborda, o filme tem o mérito de trazer à discussão os problemas que envolvem a segurança pública no País, assunto que ainda não recebeu dos governantes o enfrentamento empenhado e consequente que a população requer.

Para terminar, quero dizer que gostei mais de "Tropa 2" que de "Tropa 1", embora o primeiro fosse muito mais divertido -- especialmente para quem não embarcou no clima de justiça-com-as-prórpias-mãos.

4 de outubro de 2010

NORMAN WISDOM (1915-2010), ator

O comediante britânico Norman Wisdom morreu hoje de causas naturais, aos 95 anos. Era um dos meus comediantes preferidos na adolescência. Baixinho (1,57 m de altura), ele fazia um tipo atrapalhado, mas, como Buster Keaton, se mantinha sisudo em quaisquer circunstâncias.
Dos filmes dele que vi ainda me lembro dos títulos de "Norman, o Homem do Momento" (Man of the Moment, 1955) e "Norman, um Sujeito de Sorte" (Just My Luck, 1957). E ainda tenho na memória um exemplo de seu humor típicamente inglês: numa cena em que ele ia ser fuzilado lhe oferecem a oportunidade de fumar um último cigarro e ele diz que está largando de fumar. Hilário, não?
Ele estrelou 15 filmes e fez pequenos papéis em outros como "Afundem o Birmarck" (Sink the Bismarck!, 1960) e "Quando o Strip-Tease Começou" (The Night They Raided Minsky's, 1968).
Norman Wisdom nasceu em 4 de fevereiro de 1915, em Londres. Era divorciado e tinha dois filhos.