28 de novembro de 2011

KEN RUSSELL (1927-2011), cineasta

O diretor britânico Ken Russell faleceu em 27 de novembro, aos 84 anos.
Embora tenha rodado seu primeiro filme em 1964, o sucesso só veio quando adaptou um romance de D. H. Lawrence, que originou o filme "Mulheres Apaixonadas" (Women in Love, 1969), pelo qual Glenda Jackson ganhou o Oscar de melhor atriz.
Russell dirigiu cerca de 20 longas-metragens, alguns dos quais inspirados na vida de compositores famosos, como "Delírio de Amor" (The Music Lovers, 1970), cinebiografia de Tchaikovsky, "Mahler - Uma Paixão Violenta" (Mahler, 1974), baseado na vida de Gustav Mahler e "Lisztomania" (1975), baseado na vida de Franz Liszt.
Outros filmes seus muito conhecidos são "Os Demônios (The Devils, 1971), a ópera-rock "Tommy" (1975), "Valentino - O Ídolo, o Homem" (Valentino, 1977) e "Viagens Alucinantes" (Altered States, 1980).
Henry Kenneth Alfred Russell nasceu em 3 de julho de 1927, em Southampton, Inglaterra. Foi casado em primeiras núpcias com Shirley Russel (1935-2002), figurinista de vários de seus filmes, com quem teve cinco filhos: Alex Russell (técnico em direção de arte), Molly Russell (atriz), Rupert Russell (ator), Toby Russell (ator) e Victoria Russell (figurinista). Deixou viúva a atriz Lisi Tribble, mulher de seu quarto casamento.

26 de novembro de 2011

Filme brasileiro conquista festival de cinema na Espanha

O filme brasileiro "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" recebeu o prêmio máximo do 37º Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva, Espanha.
O filme, dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca, narra a história de um triângulo amoroso que envolve um fotógrafo que passa pela Floresta Amazônica, um casal e um pastor que acredita ser possível salvar o mundo.

20 de novembro de 2011

ADRIANO REYS (1934-2011), ator

O ator brasileiro Adriano Reys morreu hoje, de câncer, no Rio de Janeiro, aos 77 anos.
Tendo começado no cinema em 1953, Reys praticamente migrou para a TV a partir dos anos 1970, reduzindo drasticamente sua participação em filmes.
Entre os filmes mais importante em que atuou estão "A Dupla do Barulho" (1953), "Operação Paraíso" (Se tutte le donne del mondo, Itália, 1966), "Garota de Ipanema" (1967), "Uma Abelha na Chuva" (1972) e "A Menina do Lado" (1987).
Adriano Antônio de Almeida nasceu em 20 de julho de 1934, no Rio de Janeiro.

10 de novembro de 2011

Filme iraniano ganha o Amazonas Film Festival

O filme iraniano "A Separação" foi considerado o melhor filme pelo júri da 8ª edição do Amazonas Film Festival, que se encerrou em 9 de novembro.
A seguir, a lista dos principais premiados:
1 - Melhor filme (júri): "A Separação" (Jodaeiye Nader az Simin, Irã, 2011), de Asghar Farhadi
2 - Melhor filme (público): "La source des femmes" (Bélgica/Itália/ França, 2011), de Radu Mihaileanu
2 - Melhor diretor: Santiago Mitre, por "El estudiante" (Argentina, 2011)
3 - Melhor atriz: Camila Pitanga, por "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" (Brasil, 2011)
4 - Melhor ator: Zé Carlos Machado, por "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios"
5 - Melhor roteiro: Asghar Farhadi, por "A Separação"
6 - Melhor fotografia: Glynn Speeckaert, por "La source des femmes"
7 - Menção especial do júri: "Os Últimos Cangaceiros" (Documentário, Brasil, 2011), de Wolney Olivera.

4 de novembro de 2011

Mostra de São Paulo premia filme austríaco

A 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo realizou na noite de 3 de outubro a cerimônia de premiação. O filme austríaco "Respirar", de Karl Markovics, foi eleito o melhor filme de ficção pelo júri internacional.
A seguir, a lista completa dos longas-metragens premiados:

PRÊMIOS DA MOSTRA
1 - Melhor filme: "Respirar" (Atmen, Áustria, 2011), de Karl Markovics
2 - Melhor atriz: Alina Levshin por "Condad Girls" (Kriegerin, Alemanha, 2011)
3 - Melhor ator: Theodór Júlíusson, por "Vulcão" (Eldfjall, Islândia, 2011)
4 - Melhor documentário: "Marathon Boy" (Reino Unido/Índia, 2010), de Gemma Atwal
5 - Prêmio Humanidade Leon Cakoff : cineastas Atom Egoyan e Mohsen Makhmalbaf

PRÊMIOS DO PÚBLICO
1 - Melhor filme de ficção internacional: "Frango com Ameixas" (Poulet aux prunes, França/Alemanha/Bélgica, 2011), de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, e "Desapego" (Detachment, EUA, 2011), de Tony Kaye
2 - Melhor filme de ficção brasileiro: "Teus Olhos Meus" (Brasil, 2011), de Caio Sóh
3 - Melhor documentário internacional: "Batidas, Rimas e Vida" (Beats Rhymes & Life: The Travels of a Tribe Called Quest, EUA, 2011), de Michael Rapaport
4 - Melhor documentário brasileiro: "Raul - O Início, o Fim e o Meio" (Brasil, 2011), de Walter Carvalho, e "Vai-Vai: 80 Anos nas Ruas" (Brasil, 2011), de Fernando Capuano
5 - Prêmio da Juventude: "Uma Incrível Aventura" (Africa United, Reino Unido/África do Sul/Ruanda, 2010), de Debs Paterson

PRÊMIOS DA CRÍTICA
1 - Melhor filme: "Era uma Vez na Anatólia" (Bir Zamanlar Anadolu'da, Turquia/Bósnia e Herzegóvina, 2011), de Nuri Bilge Ceylan
2 - Prêmio especial da crítica: "Sábado Inocente" (V subbotu, Rússia/Alemanha/Ucrânia, 2011), de Aleksandr Mindadze

PRÊMIOS ITAMARATY
1 - Melhor filme de ficção: "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" (Brasil, 2011), de Beto Brant e Renato Ciasca
2 - Melhor documentário: "Raul - O Início, o Fim e o Meio" (Brasil, 2011), de Walter Carvalho
3 - Prêmio pelo conjunto da obra: cineasta Hector Babenco.

2 de novembro de 2011

'O Palhaço' tem a marca do bom cinema

Depois de assistir a "O Palhaço", de Selton Mello, a gente se pergunta qual é o segredo de um filme tão criativo, divertido e emocionante.

A história não poderia ser mais simples. Nos anos 1970, os palhaços Puro Sangue (Paulo José) e Pangaré (Selton Mello), pai e filho, são a principal atração do Circo Esperança. Acontece que Benjamin Savalla Gomes, a personagem que dá vida a Pangaré, está em crise de identidade. Jovem ainda, ele herdou a profissão do pai, mas tem dúvidas se o que quer da vida é ser palhaço. Pois não encontrou ainda no ofício a motivação necessária para ser feliz com o que faz. Nessa encruzilhada existencial, com uma grande angústia nas costas, Benjamin deixa o circo para experimentar outras profissões até descobrir a sua verdadeira vocação.

Como se trata de um circo pra lá de mambembe, o problema de todos se resume na falta de dinheiro. Assim como os trabalhadores humildes que ganham a vida dando duro à margem das rodovias por onde o circo transita (e os quais são trazidos sabiamente para dentro da história), os artistas do circo carecem dos recursos mínimos de conforto. Daí, a boa ideia de eleger o objeto do desejo de todos, cuja ausência atravessa todo o filme, para servir como símbolo da solução dos problemas da trupe no final.

Os nomes das personagens interpretadas por Paulo José, Waldemar, e por Selton Mello, Benjamin Savalla Gomes, são homenagens a grandes palhaços brasileiros já falecidos. Waldemar Seyssel era o nome verdadeiro do palhaço Arrelia; Benjamin de Oliveira foi um famoso palhaço de circo do final século 19 e da primeira metade do século 20, e George Savalla Gomes era o nome de batismo de Carequinha.

O filme é um road movie recheado de peripécias vividas pela trupe circense, seja nas suas relações internas, seja no relacionamento com o mundo. As situações do enredo fazem parte do repertório da vida na estrada. Mas o que não falta são soluções imaginosas e surpreendentes.

Um aspecto a destacar é que os coadjuvantes foram muito bem escolhidos e não se limitam a preencher espaços. São atores talentosos e experientes como Tonico Pereira, Jackson Antunes, Jorge Loredo (Zé Bonitinho), Moacyr Franco, Ferrugem. Suas atuações são relevantes e contribuem para enriquecer o universo representado.

Outro aspecto importante foi o cuidado que se teve de não traduzir tudo em miúdos, explicitando todo o conteúdo das cenas. Na elaboração destas, deixou-se sempre uma margem para que o espectador tire suas conclusões, deduzindo o sentido mais amplo, ou mais profundo, como se queira.

Se eventualmente um momento ou outro evoca algum filme de Chaplin ou de Fellini, não será mera coincidência, embora não se perceba a intenção de citar os mestres do cinema, cujas obras integram a fonte inspiradora de quem é do ramo. As boas influências são sempre bem-vindas.

No mais, as vidas e os ambientes retratados no filme são consistentes, a câmera está sempre no lugar adequado e os recursos técnicos do cinema foram usados com habilidade, como a mudança de pontos de vista passando-se, na fotografia, do foco ao desfoque e vice-versa.

Em conclusão, vale dizer que o segredo de “O Palhaço” é a aplicação conscienciosa do bê-á-bá do cinema. Como o resultado ficou muito atraente, em três semanas em cartaz o filme já conquistou um milhão de espectadores.