27 de setembro de 2008

Era uma vez em 26 de setembro de 2008

PAUL NEWMAN (83 anos, de câncer de pulmão), ator norte-americano, um dos mais prestigiados e talentosos de sua geração; atuou em 55 filmes, muitos deles notáveis, como Marcado pela Sargeta (Somebody Up There Likes Me, 1956), O Mercador de Almas (The Long, Hot Summer, 1958), que lhe deu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes, Gata em Teto de Zinco Quente (Cat on a Hot Tin Roof, 1958), Desafio à Corrupção (The Hustler, 1961), pelo qual recebeu dois prêmios de melhor ator, o BAFTA inglês e o do Festival de Mar del Plata, Doce Pássaro da Juventude (Sweet Bird of Youth, 1962), O Indomado (Hud, 1963), Cortina Rasgada (Torn Curtain, 1966), Hombre (Idem, 1967), Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969), Golpe de Mestre (The Sting, 1973), O Veredito (The Verdict, 1982), A Cor do Dinheiro (The Color of Money, 1986), que lhe deu o Oscar de melhor ator, e O Indomável (Nobody's Fool, 1994), que lhe valeu o prêmio de melhor ator no Festival de Berlim. Ganhou outros 20 prêmios, além de um Oscar honorário, um prêmio do Sindicato dos Atores da Tela pela carreira e uma estrela na Calçada da Fama. Dirigiu cinco filmes, o mais importante dos quais foi Rachel, Rachel (Idem, 1968), que recebeu vários prêmios.


Dados biográficos: Paul Leonard Newman nasceu em 26 de janeiro de 1925, em Shaker Heights, Ohio. Por seu trabalho humanitário, recebeu o prêmio Jean Hersholt em 1994. Deixou viúva a atriz Joanne Woodward, com quem teve três filhas, as atrizes Nell Potts e Melissa Newman e a produtora Claire Newman. Teve três filhos do primeiro casamento, entre eles o ator Scott Newman (1950-1978) e a atriz Susan Kendall Newman.

24 de setembro de 2008

A lista dos melhores filmes da revista Empire

A revista Empire, do Reino Unido, elegeu os 500 melhores filmes de todos os tempos, com base em consulta realizada a cerca de 10 mil cinéfilos, 150 diretores e 50 críticos de cinema. O resultado reflete mais, portanto, a apreciação de não-especialistas.

Veja o ranking dos dez primeiros colocados:
1º) O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972), de Francis Ford Coppola
2º) Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981), de Steven Spielberg
3º) O Império Contra-Ataca (The Empire Strikes Back, 1980), de Irvin Kershner
4º) Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994), de Frank Darabont
5º) Tubarão (Jaws, 1975), de Steven Spielberg
6º) Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990), de Martin Scorsese
7º) Apocalipse (Apocalypse Now, 1979), de Francis Ford Coppola
8º) Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952), de Stanley Donen e Gene Kelly
9º) Pulp Fiction - Tempo de Violência (Pulp Fiction, 1994), de Quentin Tarantino
10º) Clube da Luta (Fight Club, 1999), de David Fincher.

22 de setembro de 2008

Festival de Milão premia filme brasileiro

O filme Ainda Orangotangos (2007), do diretor gaúcho Gustavo Spolidoro, venceu a 13º edição do Festival de Cinema de Milão, no último sábado, 20.

O filme mostra, num único plano-seqüência de 81 minutos (gravado com câmera digital, claro), 14 horas de um dia em Porto Alegre.
Com roteiro do próprio Spolidoro e de Gibran Dipp, é uma adaptação de seis contos do escritor gaúcho Paulo Scott.
A informação é do saite G1.

20 de setembro de 2008

Era uma vez em 18 de setembro de 2008

FLORESTANO VANCINI (82 anos, de causa não divulgada), diretor italiano que teve seus melhores dias nos anos 1960; dirigiu mais de 15 filmes, entre quais citam-se A Noite do Massacre (La lunga notte del '43, 1960), prêmio revelação no Festival de Veneza, Vidas Ardentes (La calda vita, 1963), As Estações do Nosso Amor (Le stagioni del nostro amore, 1965), prêmio Fipresci no Festival de Berlim, e O Delito Matteotti (Il delitto Matteotti, 1973), que recebeu um prêmio especial no Festival de Moscou; realizou, sob o pseudônimo de Stan Vance, o western spaghetti Dias de Vingança (I lunghi giorni della vendetta, 1967). Nasceu em 24 de agosto de 1926, em Ferrara.

16 de setembro de 2008

Escolhido filme brasileiro para disputar indicação ao Oscar

A Secretaria do Audiovisual, órgão do Ministério da Cultura, divulgou o título do filme selecionado para concorrer a uma indicação ao Oscar de melhor filme em língua não-inglesa em 2009. O filme escolhido foi Última Parada 174 (2008), de Bruno Barreto, cuja estréia está prevista para 24 de outubro. No elenco estão os atores Michel Gomes, Cris Vianna, Marcello Mello Jr. e Douglas Silva. O mesmo assunto já inspirou o documentário Ônibus 174 (2002), de José Padilha.

(Na foto, Bruno Barreto; fonte: http://www.cinemacafri.com/)

13 de setembro de 2008

Festival de Toronto premia filmes britânicos

O filme Slumdog Millionaire (2008), do diretor inglês Danny Boyle, ganhou o prêmio principal do Festival de Cinema de Toronto, o Cadillac People's Choice Award, concedido ao filme favorito do público. O prêmio Diesel International, no qual votam correspondentes estrangeiros, foi para Hunger (2008), do também inglês Steve McQueen, homônimo do falecido ator norte-americano.
As informações são do saite UOL News.
(Foto: http://www.netribution.co.uk/)

10 de setembro de 2008

Um filme divertido e perturbador

Depois de conquistar Hollywood, onde realizou sucessos como RoboCop – O Policial do Futuro (1987) e Instinto Selvagem (1992), o cineasta holandês Paul Verhoeven, que fez 70 anos em julho, resolveu voltar ao seu país para contar uma história passada durante a II Guerra Mundial, quando a Holanda sofria a ocupação alemã. O resultado é o filme A Espiã (Zwartboek, 2006), que insere personagens fictícias em um contexto histórico real.

Tendo por base um roteiro primoroso, elaborado pacientemente ao longo de quase duas décadas, Verhoeven narra as desventuras da cantora judia Rachel Stein, que se movimenta entre poderosas forças em conflito na cidade de Haia. De um lado, os nazistas, que agem como se nada pudesse abalar seu poder; de outro, a resistência, que congrega pessoas com ideologia e interesses políticos diversos, ao estilo balaio-de-gatos.

A bela e talentosa Carice van Houten, combinando voluntariedade, charme e sangue frio na medida certa, faz perfeitamente verossímil o seu papel. Até as canções são interpretadas por ela, e com proficiência. E o seu papel é com efeito o de uma atriz: representar uma personagem. O que inclui a mudança da cor dos cabelos e a adoção de pseudônimo. Esse aspecto da representação é explicitado em dois momentos, nos quais ela é comparada a estrelas do cinema. Em uma cena é dito que ela ficou “loira como a Jean Harlow”; em outra, aludindo-se ao filme Mata Hari (1931), diz-se que ela é a “Greta Garbo em carne e osso”.

A história se passa nos últimos meses da ocupação alemã, quando Rachel, vivendo em apuros, recebe uma recomendação para fugir da Holanda, vinda de um agente da polícia de segurança holandesa, o qual intermedeia as ações de fuga. Outra figura angular com quem ela lida é um advogado e banqueiro, administrador dos recursos (jóias e dinheiro) dos judeus, que transita com desenvoltura tanto entre os resistentes quanto entre os nazistas. A agenda deste, um livro de capa preta em que anota os negócios com os clientes, será um valioso documento no pós-guerra.

Frustrada a tentativa de fuga, a cantora se junta aos combatentes da resistência, que recebem suprimentos provenientes da Inglaterra. Quando um grupo em que está o filho do líder da resistência é preso pelos nazistas, Rachel recebe a incumbência de seduzir o chefe da Inteligência Alemã, capitão Ludwig Müntze, interpretado exemplarmente pelo alemão Sebastian Koch, a fim de obter informações que possibilitem o resgate dos prisioneiros. E o inimaginável termina acontecendo: ela se apaixona pelo capitão, configurando-se a síndrome de Estocolmo.

O ponto forte do roteiro, de cuja feitura Verhoeven participou, é a ambigüidade na construção das personagens. Existem ações heróicas, mas heróis, não. Para o bem e para o mal, ninguém é o que parece à primeira vista. Alguém que toma uma atitude louvável em dado momento pode agir de modo execrável em outro, e vice-versa. Como na vida, a situação é que revela o caráter de cada qual. Disso resultam bons momentos de suspense, além de muitas reviravoltas surpreendentes.

Magistralmente fotografado e montado, o filme é um carrossel de reinvenções dramáticas. Nem mesmo o término da guerra significa apaziguamento ou elisão de problemas. O caos que então se instaura, em meio ao furor da caça a traidores e da consagração de heróis, torna-se terreno fértil para o surgimento de forças obscurantistas e para a expansão de ambições latentes. E a nova ocupação do país pelas forças aliadas, que pouco sabem do mato em que estão lenhando, é mais um complicador bem explorado pelo filme.

Talvez por ser o roteiro tão bem cosido, uma cena chama a atenção pela artificialidade da solução empregada. Cada fala ou cada imagem entra numa articulação precisa, vindo a ter conseqüências mais adiante. Por isso, destoa do conjunto uma cena que se passa durante as comemorações do fim da guerra. Na rua apinhada de gente, ao som da orquestra de Glenn Miller, a amiga Ronnie, que está sobre um jipe em movimento, reconhece Rachel, que caminha na calçada a metros de distância, no meio da multidão. O motivo deve ter sido a contingência do orçamento.

Na quase totalidade do filme, entretanto, o experiente diretor controla os efeitos com maestria, mantendo o espectador sob permanente tensão, enquanto vai dosando as surpresas. E sem apelar para recuos e avanços no tempo, recurso corriqueiro no cinema atual, exceto por contar a história em flash-back. E ainda assim com o propósito de surpreender no final, quando recoloca o drama judaico em novo contexto.

Decididamente, não se trata de programa para quem quer ver “mais do mesmo”, mas para quem quer ser surpreendido. Com uma visão perturbadora da História, e investindo largamente no espetáculo, Paul Verhoeven revolucionou a dramaturgia cinematográfica do seu país. Pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que A Espiã extrapola em muito a moldura do cinema holandês.

(Foto: http://www.revistaogrito.com/)
(Texto publicado pelo semanário Jornal Opção, de 13 a 19 de julho de 2008. Acesse: http://www.jornalopcao.com.br/)

9 de setembro de 2008

Ladrões de cinema?

O diretor Steven Spielberg e alguns estúdios de Hollywood estão sendo processados por apropriação indevida da trama do filme Janela Indiscreta (Rear Window, 1954), de Alfred Hitchcock.

Além de Spielberg, a DreamWorks, a Paramount e a Universal são acusadas de infringir os direitos autorais da trama na produção do filme Paranóia (Disturbia, 2007), de D. J. Caruso, segundo processo judicial apresentado à Corte Federal da Califórnia na última segunda-feira, 8 de setembro.
Spielberg foi citado como réu provavelmente por ser um dos fundadores da DreamWorks, produtora do filme. A Paramount e a Universal participaram da distribuição do filme, que arrecadou, só nas bilheterias norte-americanas, cerca de 80 milhões de dólares.
De acordo com a Sheldon Abend Revocable Trust, autora do processo, a base do filme de Hitchcock foi um conto de Cornell Woolrich, cujos direitos autorais foram adquiridos em 1953 por James Stewart, ator que protagonizou o filme.
Os enredos dos filmes em questão seriam "essencialmente os mesmos". Ambos começam com um homem que espreita da janela, com uso de binóculo, e testemunha comportamento estranho em apartamento vizinho.
Na resenha de Paranóia, o jornal The New York Times chamou-o de "Janela Indiscreta meio adolescente". Já o Toronto Star tachou-o de "apropriação descarada".
Este texto foi produzido com base em informações do saite UOL News.

8 de setembro de 2008

Era uma vez em 1º de setembro de 2008

MICHAEL PATE (88 anos, de pneumonia), ator australiano que fez carreira em Hollywood, onde participou de 50 filmes nos anos 1950 e 60, boa parte deles faroestes, em que freqüentemente interpretou índios; atuou em Júlio César (Julius Caesar, 1953), Caminhos Ásperos (Hondo, 1953), Sangue Sobre a Terra (Something of Value, 1957), Os 3 Sargentos (Sergeants 3, 1962), Quando um Homem É Homem (McLintock!, 1963) e Juramento de Vingança (Major Dundee, 1965); no final da década de 1960 retornou à Austrália, onde deu continuidade à carreira, chegando a dirigir um filme com Mel Gibson, Tim (Idem, 1979).
Dados biográficos: Michael Pate nasceu em 26 de fevereiro de 1920, em Sydney, Austrália. Era pai do ator Christopher Pate e deixou viúva a atriz Felippa Rock.

7 de setembro de 2008

Era uma vez em 6 de setembro de 2008

ANITA PAGE (98 anos, de causa não divulgada), atriz e cantora norte-americana que começou a carreira no cinema mudo, em 1925, e logo se tornou uma estrela, inclusive do musical Melodia da Broadway (The Broadway Melody, 1929), a primeira fita sonora a ganhar o Oscar de melhor filme; seu último trabalho foi em Frankenstein Rising, ainda não lançado. Ganhou uma estrela na Calçada da Fama.


Dados biográficos: Anita Pomares nasceu em 4 de agosto de 1910, em Flushing, Nova York. Por ter-se casado com um oficial da Marinha em 1936, ficou afastada do cinema por 60 anos, tendo atuado em apenas um filme no período. Com a morte do marido, ocorrida em 1991, ela voltou aos filmes em 1996.

6 de setembro de 2008

Veneza 2008: premiado filme de Darren Aronofsky

Terminou hoje a 65ª Mostra de Cinema de Veneza, na qual se consagrou O Lutador, de Darren Aronofsky.

Veja a lista dos principais vencedores:
1. Leão de Ouro de melhor filme: O Lutador (The Wrestler, EUA, 2008), de Darren Aronofsky
2. Copa Volpi de melhor ator: Silvio Orlando, por O Pai de Giovanna (Il papà di Giovanna, Itália, 2008), de Pupi Avati
3. Copa Volpi de melhor atriz: Dominique Blanc, por A Outra (L'Autre, França, 2008), de Patrick-Mario Bernard e Pierre Trividic
4. Leão de Prata de melhor diretor: Aleksei German MI., por Soldado de Papel (Bumaznyj soldat, Rússia, 2008)
5. Prêmio Especial do Júri: ao cineasta etíope Haile Gerima, por Teza (Etiópia/Alemanha/França, 2008)
6. Leão Especial do Júri: ao cineasta alemão Werner Schroeter, pelo conjunto da obra.
As informações são do saite G1.

Era uma vez em 3 de setembro de 2008

RUY POLANAH (86 anos, de causa não divulgada), ator brasileiro nascido em Angola; atuou em 46 filmes, muitos deles produções internacionais, freqüentemente interpretando índios; entre seus filmes mais importantes citam-se Os Fuzis (1964), Os Deuses e os Mortos (1970), Joanna Francesa (1975), Fitzcarraldo (Idem, 1982), A Floresta de Esmeraldas (The Emerald Forest, 1985), Brincando nos Campos do Senhor (At Play in the Fields of the Lord, 1991) e O Cobrador (Cobrador: In God We Trust, 2006).

4 de setembro de 2008

Era uma vez em 4 de setembro de 2008

FERNANDO TORRES (78 anos, de enfisema pulmonar), ator brasileiro que fez sua estréia no cinema no filme A Mulher de Longe (1949), dirigido pelo escritor Lúcio Cardoso; atuou em outros 19 filmes, entre os quais Engraçadinha Depois dos Trinta (1966), Os Inconfidentes (1972), Inocência (1983), O Beijo da Mulher Aranha (The Kiss of the Spider Woman, 1985) e Redentor (2004). Ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema do Recife, por A Ostra e o Vento (1997).


Dados biográficos: Fernando Monteiro Torres nasceu em 14 de novembro de 1929, no Rio de Janeiro. No teatro, que lhe deu vários prêmios, foi ator, diretor e produtor. Era casado desde 1954 com a atriz Fernanda Montenegro e tinha dois filhos, a atriz Fernanda Torres e o diretor e roteirista Cláudio Torres.