23 de abril de 2018

Filme "7 Dias em Entebbe" Tem Alto Padrão Técnico


O filme "7 Dias em Entebbe", feito em Hollywood pelo diretor brasileiro José Padilha, é ótimo divertimento. Ponto. Ele mostrou que sabe fazer um filme de elevado padrão técnico, como se faz em Hollywood. E usou técnicos braaileiros em funções capitais, como o diretor de fotografia e o montador.
Mas seu filme não serve para embasar qualquer discussão sobre o que aconteceu ou deixou de acontecer no triste episódio do sequestro do avião da Air France, com mais de 100 passageiros israelenses, ocorrido em junho de 1976. Trata-se de pura ficção, sem intenção de fidelidade documental, embora, no final, como tem sido usual, se faça referência ao que aconteceu com as autoridades israelenses envolvidas no resgate dos reféns.
Não se trata de um documentário. E, como todos sabemos, até num documentário se pode usar as imagens reais para defender teses contrárias aos fatos históricos. Luís Buñuel, o cineasta espanhol, conta em seu livro "Meu Último Suspiro" que fez coisa parecida, pegando jornal da tela e remontando as imagens para dar um novo sentido a elas. Isto teria acontecido na época da II Guerra Mundial, quando ele se refugiou nos EUA e conseguiu uma boquinha numa biblioteca.
Já no início de "7 Dias em Entebbe" informa-se que, para fins dramáticos, personagens foram criadas e frases, introduzidas na história. E quem sabe quantas foram essas personagens e essas frases? Importaria saber? Demais disso, o cartaz do filme informa que o filme é "inspirado em fatos reais". "Inspirado", sabemos todos, é algo que guarda pouca relação com qualquer verdade fática.

(Foto: Google Imagens.)