KON ICHIKAWA (92 anos, de pneumonia), diretor e roteirista japonês pouco conhecido no Brasil; começou a carreira no início dos anos 1930, no desenho-animado; talvez por isso tenha-se tornado um estilista visual e perfeccionista; versátil, recebeu influências de cineastas tão díspares como Walt Disney e Jean Renoir; dirigiu mais de 80 filmes, entre os quais Trem Lotado (Manin densha, 1957), As Olimpíadas de Tóquio (Tôkyô orimpikku, 1965), que lhe valeu dois prêmios BAFTA, Visão de Oito Mestres (Visions of Eight, 1973), em dez episódios de diferentes diretores, e As Irmãs Makioka (Sasami-yuki, 1983).
Premiações: Do Festival de Veneza, ganhou os prêmios San Giorgio e uma menção honrosa do OCIC por A Harpa da Birmânia (Biruma no tategoto, 1956), considerado sua obra-prima; do Festival de Tóquio, recebeu o prêmio especial do júri por Os 47 Ronins (Shijushichinin no shikaku, 1994) e, em 2006, o prêmio Akira Kurosawa pela carreira; do Festival de Montreal, um prêmio pelo conjunto da obra, em 2001; do Festival de Berlim, a Câmera Berlinale, em 2000; do Festival de Cannes, o especial do júri, em 1960, e uma menção especial, em 1961; do Festival de Locarno, o "Sail" (vela ou veleiro?) de Ouro; de seu país, ganhou quatro prêmios Fita Azul da crítica, e nove outros, embora nenhum da Academia de Cinema do Japão; em 1994, o governo japonês lhe concedeu um prêmio ao mérito cultural.
Dados biográficos: Giichi Ichikawa nasceu em 20 de novembro de 1915, em Mie, Japão. Era viúvo da roteirista Natto Wada (1920-1983), com quem teve dois filhos.