O diretor de fotografia holandês Robby Müller morreu no dia 3 de julho, em Amsterdam, Holanda, de demência vascular. Tinha 78 anos.
Um dos mais originais fotógrafos do cinema, chamado de "mestre da luz", Müller construiu sua reputação trabalhando com o cineasta alemão Wim Wenders, desde o seu primeiro longa-metragem, "Verão na Cidade" (Summer in the City, 1971). A parceria de ambos rendeu mais de dez filmes, dentre os quais se destacam "Alice nas Cidades" (Alice in den Stäten, 1974), "Movimento em Falso" (Falsche Bewegung, 1975), "No Decurso do Tempo" (Im Lauf der Zeit, 1976), "O Amigo Americano" (Der amerikanische Freund, 1977) e "Paris, Texas" (Idem, 1984).
Após o filme "O Amigo Americano", surgiu a oportunidade de trabalhar em Hollywood, inicialmente em dois filmes de Peter Bogdanovich, "O Tatuado" (Saint Jack, 1979) e "Muito Riso e Muita Alegria" (They All Laughed, 1981). Depois, ele ainda fotografaria "Viver e Morrer em Los Angeles" (To Live and Die in L.A. , 1985), de Wiliam Friedkin.
Mas Müller se sentia um peixe fora d'água em Hollywood, porque lá o trabalho é todo preparado previamente, sem espaço para a improvisação, além der corrido, já que "time is money". E ele gostava de improvisar segundo as condições climáticas do momento, ou de esperar interminavelmente pelas condições de luz que ele pretendia. Por isso trabalhou mais no cinema americano independente, especialmente para o diretor Jim Jarmush. Entre os cinco filmes da parceria de ambos estão "Daunbailó" (Down by Law, 1986), "Trem Mistério" (Mystery Train, 1989), "Homem Morto" (Dead Man, 1995) e "Sobre Café e Cigarros" (Coffee and Cigarettes, 2003).
Ele ganhou vários prêmios na Alemanha e mundo afora, inclusive um prêmio honorário, em 2013, da Sociedade Americana de Cinegrafistas.
Robert Müller nasceu em 4 de abril de 1940, em Willemstad, Curaçao, nas Antilhas Holandesas.
(Foto: Google Imagens.)