DIB LUTFI (1936-2016), diretor de fotografia
O diretor de fotografia brasileiro Dib Lutfi morreu no dia 26 de outubro, no Rio de Janeiro, aos 80 anos. Ele estava internado para se tratar de uma pneumonia e sofria do mal de Alzheimer em estágio avançado.
Dib começou sua carreira como câmera da TV Rio, em 1957, mas no início da década seguinte já estava trabalhando no cinema, vindo a se tornar o mais importante fotógrafo do cinema brasileiro de todos os tempos. Foi o responsável pela fotografia de mais de 70 filmes, muitas vezes atuando ao mesmo tempo como diretor de fotografia e cinegrafista (operador de câmera). Por três vezes foi premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, pela fotografia dos filmes "Fome de Amor" (1968), de Nelson Pereira dos Santos, "Os Deuses e os Mortos" (1970), de Ruy Guerra, e "A Lira do Delírio" (1978), de Walter Lima Jr.
A sua vasta filmografia inclui também "Fábula" (Mitt hem är Copacabana, Suécia, 1965), de Arne Sucksdorff, "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, "Edu, Coração de Ouro" (1968), de Domingos de Oliveira, "Os Herdeiros" (1970), de Carlos Diegues, "Juliana do Amor Perdido" (1970), de Sérgio Ricardo, "Como Era Gostoso o Meu Francês" (1971), de Nelson Pereira dos Santos, "O Casamento" (1976), de Arnaldo Jabor, "Pra Frente, Brasil" (1982), de Roberto Farias, "Juventude" (2008), de Domingos de Oliveira, e "Profana" (2011), de João Rocha, com o qual encerrou sua carreira no cinema.
Tivemos a sorte de conhecer Dib Lutfi pessoalmente, quando ele esteve em Piracanjuba, Goiás, para a tomada de cenas de "O Azarento - Um Homem de Sorte" (1973), de João Bennio, filme do qual ele foi diretor de fotografia e cinegrafista. Durante os dias em que a equipe do filme esteve em Piracanjuba, de 31 de julho a 4 de agosto de 1971, pudemos nos relacionar com ele e constatar o quanto ele era simpático, gentil, carismático. Na ocasião, ele tinha por companheira a alemã Christa Meyssner, que ele havia conhecido na Alemanha, quando fotografou o filme "Das Unheil" (1972). Em Piracanjuba, ele recebeu um telefonema informando-o de que havia sido premiado no Festival de Cinema e Juventude de Grenoble, na França, pela fotografia de "Os Deuses e os Mortos".
Ele era o melhor operador com a câmera na mão de que se tem notícia, sendo chamado por seus colaboradores de homem-grua. Para uma cena de "O Azarento", em Goiânia, ele filmou descendo um tobogã de costas, apoiado nas costas de um rapaz, por duas vezes. Precisou repetir a tomada porque, da primeira vez, não calculou bem a força necessária para sustentar o peso da câmera e, quando chegou ao chão, a câmara baixou demais e pegou as suas botas. Da segunda vez, ele se levantou e continuou filmando.
Dib Lutfi nasceu em 22 de setembro de 1936, em Marília, São Paulo. Nos últimos cinco anos, acometido pelo mal de Alzheimer, vivia no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Era irmão do músico e cineasta Sérgio Ricardo (João Lutfi). Tinha um filho chamado Antonio.
(Foto: Google Imagens.)
Dib começou sua carreira como câmera da TV Rio, em 1957, mas no início da década seguinte já estava trabalhando no cinema, vindo a se tornar o mais importante fotógrafo do cinema brasileiro de todos os tempos. Foi o responsável pela fotografia de mais de 70 filmes, muitas vezes atuando ao mesmo tempo como diretor de fotografia e cinegrafista (operador de câmera). Por três vezes foi premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, pela fotografia dos filmes "Fome de Amor" (1968), de Nelson Pereira dos Santos, "Os Deuses e os Mortos" (1970), de Ruy Guerra, e "A Lira do Delírio" (1978), de Walter Lima Jr.
A sua vasta filmografia inclui também "Fábula" (Mitt hem är Copacabana, Suécia, 1965), de Arne Sucksdorff, "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, "Edu, Coração de Ouro" (1968), de Domingos de Oliveira, "Os Herdeiros" (1970), de Carlos Diegues, "Juliana do Amor Perdido" (1970), de Sérgio Ricardo, "Como Era Gostoso o Meu Francês" (1971), de Nelson Pereira dos Santos, "O Casamento" (1976), de Arnaldo Jabor, "Pra Frente, Brasil" (1982), de Roberto Farias, "Juventude" (2008), de Domingos de Oliveira, e "Profana" (2011), de João Rocha, com o qual encerrou sua carreira no cinema.
Tivemos a sorte de conhecer Dib Lutfi pessoalmente, quando ele esteve em Piracanjuba, Goiás, para a tomada de cenas de "O Azarento - Um Homem de Sorte" (1973), de João Bennio, filme do qual ele foi diretor de fotografia e cinegrafista. Durante os dias em que a equipe do filme esteve em Piracanjuba, de 31 de julho a 4 de agosto de 1971, pudemos nos relacionar com ele e constatar o quanto ele era simpático, gentil, carismático. Na ocasião, ele tinha por companheira a alemã Christa Meyssner, que ele havia conhecido na Alemanha, quando fotografou o filme "Das Unheil" (1972). Em Piracanjuba, ele recebeu um telefonema informando-o de que havia sido premiado no Festival de Cinema e Juventude de Grenoble, na França, pela fotografia de "Os Deuses e os Mortos".
Ele era o melhor operador com a câmera na mão de que se tem notícia, sendo chamado por seus colaboradores de homem-grua. Para uma cena de "O Azarento", em Goiânia, ele filmou descendo um tobogã de costas, apoiado nas costas de um rapaz, por duas vezes. Precisou repetir a tomada porque, da primeira vez, não calculou bem a força necessária para sustentar o peso da câmera e, quando chegou ao chão, a câmara baixou demais e pegou as suas botas. Da segunda vez, ele se levantou e continuou filmando.
Dib Lutfi nasceu em 22 de setembro de 1936, em Marília, São Paulo. Nos últimos cinco anos, acometido pelo mal de Alzheimer, vivia no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Era irmão do músico e cineasta Sérgio Ricardo (João Lutfi). Tinha um filho chamado Antonio.
(Foto: Google Imagens.)