31 de janeiro de 2018

O Filme 'The Post - A Guerra Secreta' Vale o Ingresso


Hoje, vi no cinema o filme "The Post - A Guerra Secreta", de Steven Spielberg. O título original, The Post, refere-se ao jornal The Washington Post. A história se passa na época do governo Nixon, por volta de 1971, quando a Guerra do Vietnã já estava perdida pelos EUA. A cúpula do jornal consegue ter acesso aos chamados Pentagon Papers (Documentos do Pentágono), com informações secretas sobre os primórdios da Guerra do Vietnã, e se vê no dilema entre divulgar ou não o seu conteúdo. A mandachuva do Post, vivida pela Meryl Streep, tem que tomar uma decisão, sabendo que a divulgação significa enfrentar o governo Nixon nos tribunais. Como é de conhecimento geral, o jornal faz a publicação e ganha a batalha nos tribunais. No final, alguém ouve, ao telefone, e repete o que vem da Suprema Corte de Justiça. A última frase é um primor sobre o papel da imprensa numa democracia: "A imprensa deve servir aos governados e não aos governantes".

Gostei do filme, ma non troppo. E não entendi por que Meryl Streep foi indicada ao Oscar de melhor atriz. Seu papel poderia ser interpretado por qualquer boa atriz de Hollywood. Em boa parte do filme, ela passeia por amplos espaços. Dá até para dizer que ela faz o papel de uma grande atriz aborrecida por encarnar uma personagem de pouca expressão. Só há um momento em que seu talento é demandado: quando, ao telefone, ela toma a crucial decisão de publicar o conteúdo dos Pentagon Papers. Como pode alguém desempenhar um papel no piloto automático, como ela fez, e ser indicada ao Oscar? A Academia deve gostar muito dela, não tem outra explicação.

(Foto: Google Imagens.)