MARIO MONICELLI (1915-2010), diretor e roteirista
O cineasta Mario Monicelli, um dos mestres da comédia italiana, morreu hoje em Roma, aos 95 anos.
Ele se jogou do quinto andar do hospital onde estava internado para tratamento de um câncer de próstata terminal. É um fim triste, mas que não espanta, partindo do diretor de "Parente É Serpente" (Parenti serpenti, 1992). Neste filme, familiares se reúnem na casa da mãe, viúva, para celebrar o Natal e, ao saberem que a velha pretende vender a casa para ficar com os filhos e netos, resolvem eliminá-la.
Monicelli, que começou a carreira no meado dos anos 1930, mais como roteirista, desenvolveu sua veia humorística em parceria com Steno, a partir do fim dos anos 40. Em 1954, iniciou a carreira solo, alcançando o sucesso com "A Grande Guerra" (La grande guerra, 1959), que conquistou o Leão de San Marco (o nome de então do Leão de Ouro) no Festival de Veneza.
Entre seus filmes mais conhecidos citam-se "Os Eternos Desconhecidos" (I soliti ignoti, 1958) e "Os Companheiros" (I compagni, 1963), além de "O Incrível Exército de Brancaleone" (L'armata Brancaleone, 1966), o mais lembrado, no qual Vittorio Gassman faz um cavaleiro andante enlouquecido que lidera um bando de refugos humanos da Idade Média.
Monicelli era um mestre do humor negro, mas também podia ser terno ou melancólico, ou as duas coisas ao mesmo tempo, como na série de comédias "Meus Caros Amigos" (Amici miei, 1975), "Quinteto Irreverente" (Amici miei atto II, 1982) e "Caros F... Amigos" (Cari fottutissimi amici, 1994).
No filme "Sob o Sol de Toscana" (Under the Tuscan Sun, 2003), Monicelli interpreta pequeno papel: ele é o velhinho que sempre coloca flores para Nossa Senhora.
Mario Monicelli nasceu em 15 de maio de 1915, em Viareggio, no litoral da Toscana. Tinha três filhas de dois casamentos que terminaram em divórcio.