29 de abril de 2007

Era uma vez em 28 de abril de 2007

LUIGI FILIPPO D'AMICO (82 anos, de causa não divulgada), roteirista e cineasta italiano, voltado para a comédia; começou como assistente de direção em O delito (Il delitto di Giovanni Episcopo, 1947), de Alberto Lattuada, em que apareceu também em uma ponta; a experiência de ator se encerrou no segundo filme, Belíssima (Bellissima, 1951), de Luchino Visconti, mas a de assistente seguiu por mais cinco filmes, entre os quais Sua majestade, o Sr. Carloni (Prima Comunione, 1950), de Alessandro Blasetti, e Para o teu coração (Casa Ricordi, 1954), de Carmine Gallone; participou dos roteiros de vários de seus filmes e também dos de outros diretores, como Outros tempos (Altri tempi, 1952), de A. Blasetti, e Casta diva (Idem, 1956), de C. Gallone; estreou na direção com Bravíssimo (Idem, 1955), em que dirigiu o comediante Alberto Sordi, seu companheiro em outros filmes, a exemplo de seus episódios para Os complexos (I complessi, 1965) e Esses nossos maridos (I nostri mariti, 1966); dirigiu também o comediante Lando Buzzanca, em O árbitro biruta (L'Arbitro, 1974), O supereficiente (Il domestico, 1974) e O protetor das mulheres (San Pasquale Baylonne, protettore delle donne, 1976), seu 12º trabalho como diretor e com o qual encerrou sua carreira no cinema, para se tornar escritor.

(Na imagem, Filippo D'Amico é o da direita. Crédito da foto: www.ansa.it)

28 de abril de 2007

As 100 melhores falas do cinema - 3

Eis outras dez falas de filmes, das 100 consideradas pela revista Premiere as mais populares do cinema, da 80ª à 71ª:

80 - "Show me the money."
Tradução: Mostra o dinheiro.
Filme: Jerry Maguire -- A grande virada (Jerry Maguire, 1996)
Quem diz: Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr.).

79 - "I'm as mad as hell, and I'm not going to take this anymore!"
Tradução: Estou furioso, e não vou mais suportar isto!
Filme: Rede de intrigas (Network, 1976)
Quem diz: Howard Beale (Peter Finch).

78 - "Don't knock masturbation. It's sex with someone I love."
Tradução: Não zombe de masturbação. É sexo com alguém que eu amo.
Filme: Noivo neurótico, noiva nervosa (Annie Hall, 1977)
Quem diz: Alvy Singer (Woody Allen).

77 - "You know how to whistle, don't you, Steve? You just put your lips together and blow."
Tradução: Você sabe assoviar, não sabe, Steve? É só unir os lábios e soprar.
Filme: Uma aventura na Martinica (To Have and Have Not, 1944)
Quem diz: Marie Browning (Lauren Bacall).

76 - "They call me Mister Tibbs!"
Tradução: Chamam-me Senhor Tibbs!
Filme: No calor da noite (In the Heat of the Night, 1967)
Quem diz: Detetive Virgil Tibbs (Sidney Poitier).

75 - "As God is my witness, I'll never be hungry again!"
Tradução: Com Deus por testemunha, eu nunca mais passarei fome!
Filme: E o vento levou (Gone with the Wind, 1939)
Quem diz: Scarlett O'Hara (Viven Leigh).

74 - "Don't you fucking look at me!"
Tradução: Não olhe pra mim, porra!
Filme: Veludo azul (Blue Velvet, 1986)
Quem diz: Frank Booth (Dennis Hopper).

73 - "I gave her my heart, and she gave me a pen."
Tradução: Eu lhe dei meu coração, e ela me deu uma caneta.
Filme: Digam o que disserem (Say Anything, 1989)
Quem diz: Lloyd Dobler (John Cusack).

72 - "If they move, kill 'em!"
Tradução: Se eles se mexerem, mate-os!
Filme: Meu ódio será sua herança (The Wild Bunch, 1969)
Quem diz: Pike Bishop (William Holden).

71 - "Forget it, Jake. It's Chinatown."
Tradução: Esqueça, Jake. É Chinatown.
Filme: Chinatown (Idem, 1974)
Quem diz: Lawrence Walsh (Joe Mantell).

Dublês também merecem prêmios

A premiação da organização dos dublês da indústria cinematográfica norte-americana terá uma novidade este ano. Pela primeira vez uma mulher será premiada pela carreira (life achievement). Ela se chama Jeannie Epper e já realizou proezas em mais de cem filmes, afora seus trabalhos para a TV. Eis uma amostra dos filmes em que ela atuou: Crepúsculo de uma raça (Cheyenne Autumn, 1964), Pequeno grande homem (Little Big Man, 1970), O destino de Poseidon (The Poseidon Adventure, 1972), Inferno na torre (Towering Inferno, 1974), Contatos imediatos do terceiro grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977), Blade Runner, caçador de andróides (Blade Runner, 1982), O vingador do futuro (Total Recall, 1990), O fugitivo (The Fugitive, 1993), Prenda-me se for capaz (Catch Me If You Can, 2002), Kill Bill -- Vol. 2 (Idem, 2004). O ator Gerard Buttler, que desempenhou cenas de batalha no filme 300 (Idem, 2006), no papel de Leônidas, receberá o prêmio Action Movie Star of the Year (estrela de filme de ação do ano). E o veterano ator Burt Reynolds, que já interpretou um dublê no filme Hooper, o homem das mil façanhas (Hooper, 1978), também vai ser homenageado. A cerimônia de entrega dos prêmios será no dia 25 de maio.

Curiosidade: Jeannie pertence a uma família de dublês. Seu pai, John Epper (1906-1992), era dublê; todos os seus quatro irmãos -- Andy, Gary, Stephanie e Tony Epper -- são dublês; e seu casal de filhos, Eurlyne e Kurtis Epper, também são dublês.
(Crédito da foto: www.pbs.org)

27 de abril de 2007

Era uma vez em 27 de abril de 2007

KIRILL LAVROV (81 anos, de causas naturais), ator russo que começou no cinema em Vasyok Trubachyov e seus camaradas (Vasyok Trubachyov i yego tovarishchi, 1953); atuou em 47 filmes, mas apenas o último, Leningrado (Leningrad, 2006), foi uma produção internacional, envolvendo a Rússia e o Reino Unido, estrelada por Gabriel Byrne e Mira Sorvino.

Curiosidade: O ator era muito querido na Rússia, também por seu trabalho no teatro. Era filho do ator Yuri Lavrov (1905-1980) e pai da atriz Maria Lavrova.
(Crédito da foto: www.context.themoscowtimes.com)

As 100 melhores falas do cinema - 2

Mais dez falas de filmes, das 100 consideradas pela revista Premiere as mais populares do cinema, da 90ª à 81ª. Sempre lembrando que, retiradas do contexto em que são ditas, perdem muito de seu significado.

90 - "Old age... It's the only disease, Mr. Thompson, that you don't look forward to being cured of."
Tradução: Velhice... É a única doença, Sr. Thompson, da qual não se espera ser curado.
Filme: Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941)
Quem diz: Bernstein (Everett Sloane).

89 - "No wire hangers!"
Tradução: Cabides de arame, não!
Filme: Mamãezinha querida (Mommie Dearest, 1981)
Quem diz: Joan Crawford (Faye Dunaway).

88 - "We find the defendants incredibly guilty."
Tradução: Consideramos os réus incrivelmente culpados.
Filme: Primavera para Hitler (The Producers, 1968)
Quem diz: O primeiro jurado (Bill Macy).

87 - "How am I funny?"
Tradução: Sou engraçado como?
Filme: Os bons companheiros (Goodfellas, 1990)
Quem diz: Tommy DeVito (Joe Pesci).

86 - "Can I borrow your underpants for ten minutes?"
Tradução: Você me empresta sua calcinha por dez minutos?
Filme: Gatinhas e gatões (Sixteen candles, 1984)
Quem diz: The Geek (Anthony Michael Hall).

85 - "It was beauty killed the beast."
Tradução: Foi a bela que matou a fera.
Filme: King Kong (Idem, 1933)
Quem diz: Carl Denham (Robert Armstrong).

84 - "Of all the gin joints in all the towns in all the world, she walks into mine."
Tradução: De todos os botecos, de todas as cidades, no mundo todo, ela entra logo no meu.
Filme: Casablanca (Idem, 1942)
Quem diz: Rick Blaine (Humphrey Bogart).

83 - "I'm not bad. I'm just drawn that way."
Tradução: Não sou malvada. Fui desenhada assim [com este corpo provocante].
Filme: Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, 1988)
Quem diz: Jessica Rabbit (voz de Kathleen Turner).

82 - "Dave, my mind is going. I can feel it."
Tradução: Dave, minha consciência se esvai. Estou sentindo.
Filme: 2001: Uma odisséia no espaço (2001: A Space Odyssey, 1968)
Quem diz: Computador Hal (voz de Douglas Rain).

81 - "You know what they call a Quarter Pounder with cheese in Paris? (...) They call it a Royale with cheese."
Tradução: Sabe como chamam um Quarteirão com queijo em Paris? (...) Chamam de Royale com queijo.
Filme: Pulp Fiction -- Tempo de violência (Pulp Fiction, 1994)
Quem diz: Vincent Vega (John Travolta).

Era uma vez em 26 de abril de 2007

JACK VALENTI (85 anos, de complicações decorrentes de derrame cerebral), o maior lobista do cinema norte-americano; entrou para a indústria cinematográfica como poderoso executivo, após ter sido assessor do presidente Lyndon Johnson; foi o principal responsável pela criação do atual sistema de classificação de filmes por faixas etárias, que passou a vigorar nos Estados Unidos após a extinção do famigerado código de produção, também conhecido como código Hays, nos anos 1960; reconhecidamente, introduziu Hollywood na era digital; presidiu durante muito tempo a Motion Picture Association of America (MPAA), a mais importante instituição do cinema norte-americano. Recebeu uma estrela na Calçada da Fama.
Curiosidade: Seu amigo próximo, Steven Spielberg prestou-lhe homenagem, dizendo que Valenti era "uma voz gigantesca da razão" e "o maior embaixador que Hollywood já conheceu". Dispensa explicação por que Valenti era o homem que os cinema-novistas brasileiros -- Glauber Rocha à frente -- adoravam odiar.
(Crédito da foto: www.answers.com)

25 de abril de 2007

As 100 melhores falas do cinema - 1

A revista norte-americana Premiere publicou em seu saite, na ordem decrescente (ou seja: da última para a primeira), as 100 falas de filmes consideradas as mais populares do cinema. Aqui vão as dez do final do ranking, da 100ª à 91ª, com uma tradução aproximada, já que o contexto em que são ditas determina em muito o seu significado, sobretudo para as que têm duplo sentido.

100 - "I see dead people."
Tradução: Eu vejo gente morta.
Filme: O sexto sentido (The Sixth Sense, 1999)
Quem diz: Cole Sear (Harley Joel Osment).

99 - "I'd hate to take a bite outta you. You're a cookie full of arsenic."
Tradução: Odiaria dar uma mordida em você. Você é um biscoito cheio de veneno.
Filme: A embriaguês do sucesso (Sweet Smell of Success, 1957)
Quem diz: J. J. Hunsecker (Burt Lancaster).

98 - Waitress: "You want me to hold the chicken, huh?"
Robert Dupea: "I want you to hold it between your knees."
Tradução:
Garçonete: Você quer que eu tire o frango [do sanduíche], hum?
Robert Dupea (Jack Nicholson): Eu quero que você o segure entre os joelhos.
Filme: Cada um vive como quer (Five Easy Pieces, 1970)
Obs.: Atentar para o trocadilho do original.

97 - "You're tearing me apart!"
Tradução: Vocês estão liquidando comigo!
Filme: Juventude transviada (Rebel Without a Cause, 1955)
Quem diz: Jim Stark (James Dean).

96 - "Yippee-ki-yay, mother fucker."
Tradução: Yippee-ki-yay, filho da mãe.
Filme: Duro de matar (Die Hard, 1988)
Quem diz: John McClane (Bruce Willis), imitando a "linguagem" dos caubóis.

95 - "I'll be back."
Tradução: Eu volto.
Filme: O exterminador do futuro (The Terminator, 1984)
Quem diz: The Terminator (Arnold Schwarzenegger).

94 - "Life is a banquet, and most poor suckers are starving to death."
Tradução: A vida é um banquete, e a maioria dos lastimáveis otários está morrendo de fome.
Filme: A mulher do século (Auntie Mame, 1958)
Quem diz: Mame Dennis (Rosalind Russell).

93 - "Precious."
Tradução: Precioso.
Filme: O senhor dos anéis: As duas torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, 2002)
Quem diz: Gollum (Andy Serkis).

92 - "You can't handle the truth!"
Tradução: Você não suportaria a verdade!
Filme: Questão de honra (A Few Good Men, 1992)
Quem diz: Coronel Nathan R. Jessep (Jack Nicholson).

91 - "I am big. It's the pictures that got small."
Tadução: Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos.
Filme: Crepúsculo dos deuses (Sunset Boulevard, 1950)
Quem diz: Norma Desmond (Gloria Swanson).

Era uma vez em 25 de abril de 2007

CARMEN COSTA (86 anos, de insuficiência renal e parada cardíaca), cantora brasileira, nascida em Trajano de Moraes (RJ), que apareceu em apenas quatro filmes; o primeiro foi o musical Pra lá de boa (1949), a que se seguiram as chanchadas Carnaval em Marte (1955), Depois eu conto (1956) e Vou te contá (1958).

Curiosidade: Aos 15 anos Carmen foi para o Rio e se empregou como doméstica na casa do cantor Francisco Alves, passando a freqüentar programas de calouros do rádio. Em 1962, ela participou do lendário concerto de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Nascida Carmelita Madriaga, adotou o pseudônimo Carmen Costa em 1937, por sugestão do sambista, compositor e ator Henricão, com quem formou uma parceria amorosa e musical.
(Crédito da foto: www.cliquemusic.uol.com.br)

24 de abril de 2007

As últimas loucuras de Mel Brooks

O musical The Producers, versão para a Broadway do filme Primavera para Hitler (The Producers, 1968), de Mel Brooks, chegou ao fim depois de mais de 2.500 apresentações. No último dia, após o espetáculo vespertino, o próprio Mel Brooks subiu ao palco do Teatro St. James, em Nova Iorque, para falar à platéia. Simpático, disse: "Nós tivemos seis anos de brincadeiras e alegrias, 'frolic and joy', e vocês foram um público tão bom que nos proporcionou um rico último espetáculo". O Teatro St. James deverá apresentar, em seguida, a versão musical de outro filme de Brooks, O jovem Frankenstein (Young Frankenstein, 1974).

(Crédito da foto: www.pcagreatperformances.org)

23 de abril de 2007

Festival de Cinema Pobre de Cuba

Encerrou-se no último domingo, 22, em Gibara, Holguín, Cuba, o 5º Festival de Cinema Pobre. O filme mexicano Noticias lejanas (2004), de Ricardo Benet, foi considerado o melhor longa-metragem, arrebatando ainda os prêmios de melhor ator, para David Aarón Estrada, e de melhor fotografia. Las cruces de poblado proximo (2006), filme de estréia na direção do guatemalteco Rafael Rosal, ficou com o prêmio especial Pobreza Zero. O prêmio de melhor documentário foi para Voyage en sol majeur, do francês Giori Lazarevski. A diretora Verica Patrnogic, de Sérvia e Montenegro, teve seu curta-metragem Motion Report (2004) eleito como a melhor obra de ficção realizada por mulher. A jornalista brasileira Mariana Vitarelli Alessi também recebeu sua honraria, pelo documentário 2001: Uma odisséia à brasileira (2006), o Prêmio Telesur, que alia o valor de 5.000 dólares a um convênio para exibição da obra na rede de TV Telesur.
(Na foto, Ricardo Benet recebe o prêmio de melhor filme, por Noticias lejanas, no Festival de Mar del Plata 2006. Crédito da foto: www.esmas.com)

22 de abril de 2007

Ad perpetuam rei memoriam 2

Conforme prometido, no último sábado, 21, os amigos retornaram para assistirmos ao segundo filme da trilogia da cavalaria de John Ford. E foi mais uma sessão divertida, rodando Legião invencível (She Wore a Yellow Ribbon, 1949), o único filme em cores da trilogia. E como ficou belo o Monument Valley em technicolor, digno do Oscar de fotografia colorida que recebeu.
(Noutro momento, com mais tempo, comentaremos o filme.)

20 de abril de 2007

Era uma vez em 19 de abril de 2007

JEAN-PIERRE CASSEL (74 anos, de causa não divulgada), ator francês; estreou no cinema em 1953, mas sua primeira chance como protagonista só ocorreu no 13º filme, O Gozador (Le farceur, 1960), comédia de Phillipe de Broca; este diretor lhe deu outras boas oportunidades, em Brincando de Amor (Les jeux de l'amour, 1960), O Amante de Cinco Dias (L'Amant de cinq jours, 1961) e O Irresistível Gozador (Un monsieur de compagnie, 1964); outro prestigiado diretor francês, Claude Chabrol, também lhe deu bons papéis, especialmente em Trágica Separação (La rupture, 1970) e Assassinas Diabólicas (La cérémonie, 1995); trabalhou nos filmes que encerrariam a carreira de duas lendas do cinema francês: Cyrano et d'Artagnan (1964), de Abel Gance, e As Festas do Coração (Les fêtes galantes, 1965), de René Clair; atuou ainda sob o comando de cineastas da estirpe de Luis Buñuel, em O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie, 1972); de Richard Lester, em Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers, 1973) e outros; de Sidney Lumet, em O Assassinato no Expresso Oriente (Murder on the Orient Express, 1974); e de Robert Altman, em Vincent & Theo (1990) e Prêt-à-porter (Idem, 1994); teve a sorte de ser objeto do amor, na tela, de estrelas como Jean Seberg, Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Stéphane Audran.

Curiosidade: Tendo trabalhado em mais de 100 filmes, além de extensa folha de serviços para a TV, o ator só ganhou um único prêmio, o de melhor atuação para o elenco de Prêt-à-porter, concedido pelo Conselho Nacional da Crítica dos Estados Unidos. Era pai do ator Vincent Cassel e da atriz Cécile Cassel.
(Crédito da foto: http://www.linternaute.com/)

Cannes 2007: concorrentes anunciados

O filme que vai abrir o Festival de Cannes, no dia 26 de maio, será Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights), do chinês Wong Kar Wai, premiado como melhor diretor em 1997. Foram selecionados 22 filmes para a mostra competitiva, entre os quais estão Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men), dos irmãos Ethan e Joel Coen (Joel tem três prêmios de direção e um de filme), Zodiac (Idem), de David Fincher, We Own the Night, de James Gray, e Paranoid Park (Idem), de Gus Van Sant (já premiado por direção e filme). O cineasta sérvio Emir Kusturica (várias vezes premiado) vai competir com Promise Me This. O filme Grindhouse, que reúne trabalhos de Quentin Tarantino, Robert Rodriguez e de três outros diretores, não foi selecionado, como se esperava, mas será representado pela parte de Tarantino, À Prova de Morte (Death Proof), que está sendo estendida para 1h50min.

Crédito da foto: http://www.filmweb.pl/)

19 de abril de 2007

Era uma vez em 17 de abril de 2007

KITTY CARLISLE (96 anos, de insuficiência cardíaca), cantora lírica norte-americana, que teve um caso com o cinema, aparecendo em nove filmes ao longo da vida, o mais importante dos quais é Uma noite na ópera (A Night in the Opera, 1935), comédia clássica com os irmãos Marx; sua estréia foi em Segue o espetáculo (Murder at the Vanities, 1934); atuou ainda em Demônio louro (She Loves Me Not, 1934), com Bing Crosby, e A era do rádio (Radio Days, 1987), de Woody Allen; apareceu como ela mesma em Um sonho em Hollywood (Hollywood Canteen, 1944) e Prenda-me se foz capaz (Catch Me If You Can, 2002), de Steven Spielberg. Ganhou uma estrela na Calçada da Fama.

Curiosidade: Sua carreira mais importante foi a de cantora, na ópera e no teatro. Em 1991, recebeu do governo dos Estados Unidos a comenda National Medal of Arts (Medalha Nacional das Artes). Era viúva do famoso teatrólogo Moss Hart (1904-1961), que conheceu num jantar na casa de Lillian Hellman.(Na foto, Kitty em seu primeiro filme. Crédito: www.pbs.org)

O feitiço contra o feiticeiro

Consumidores norte-americanos que compraram filmes em Blu-ray DVD, lançados pela Sony Pictures Home Entertainment, a exemplo de 007 -- Cassino Royale (Casino Royale, 2007), À procura da felicidade (The Pursuit of Happyness, 2007) e Mais estranho que a ficção (Stranger Than Fiction, 2007), entre outros, tiveram problema para rodar os discos em certos aparelhos, inclusive em alguns fabricados pela própria Sony. A fonte do problema, que já foi descoberta, está no sistema de proteção contra a cópia. Esse sistema contém um atualizador que atua continuamente, de acordo com as normas que o regem, para causar o descarrilhamento de potenciais gravadores e impedir a pirataria. A Sony já providenciou a chamada ("recall") dos compradores e está fazendo a troca dos DVDs com problema, sem despesas para os consumidores.

18 de abril de 2007

Beijo causa furor no país do Kama Sutra

O ator Richard Gere abraçou a atriz indiana Shilpa Shetty em público e a beijou no rosto várias vezes, enquanto ela manifestava discreta reação à sua conduta. O que isso tem de mais? Nada, é verdade, se a cena tivesse acontecido no ocidente. Mas Gere estava na Índia, mais precisamente em Nova Délhi, no último domingo, 15, participando de uma campanha contra a AIDS. A cena foi transmitida pela TV e, em fotos, estampada na primeira página dos jornais. As imagens provocaram a ira dos fundamentalistas hindus, que organizaram protestos em várias cidades indianas. Multidões queimaram fotos dos atores e, em pelo menos uma cidade, gritaram "Abaixo Shilpa Shetty!" A questão é que na Índia a manifestação de afeto em público é um verdadeiro tabu, tipificado como crime. E os atores, nessas alturas, já foram indiciados por atentado ao pudor.

Comentário: Shilpa é uma atriz famosa em seu país, pela grande quantidade de filmes que lá realizou, na chamada Bollywood, e atualmente participa de produções hollywoodianas. Gere se converteu ao budismo tibetano em 1984.
(Crédito das fotos: http://www.allposters.com/ / i.indiafm.com)

Era uma vez em 17 de abril de 2007

NAIR BELLO (75 anos, de falência múltipla dos órgãos), atriz brasileira nascida em São Paulo; fez sua estréia no filme Liana, a pecadora (1951) e atuou em apenas outros cinco filmes: Simão, o caolho (1952), de Alberto Cavalcanti, Os apavorados (1962), com Oscarito, Tô na tua, ô bicho (1971), com Costinha, Das tripas coração (1982), de Ana Carolina, e Fogo e paixão (1988), da dupla Marcio Kogan e Isay Weinfeld. Sua folha de serviços para a TV é consideravelmente maior.

Curiosidade: A atriz sofreu uma parada cardíaca no dia 11 de novembro; a equipe de socorro conseguiu reanimá-la, com massagem cardíaca, mas nunca mais saiu do hospital, onde passou por um período de relativa melhora.
(Crédito da foto: www.folha.uol.com.br)

OMC: China responde aos EUA

Na última terça-feira, 17, a China apresentou sua defesa, na Organização Mundial do Comércio (OMC), em resposta à reclamação dos Estados Unidos de que ela tem falhado no combate à pirataria de bens protegidos por direitos autorais. O chinês Yi Xintian, representante do State Intellectual Property Office (Escritório de Estado da Propriedade Intelectual), disse que seu país "tem feito tremendos esforços e tomado muitas providências em defesa dos direitos da propriedade intelectual". Ele argumentou que a pirataria é um problema internacional que afeta muitos países. E lembrou a existência de estudos indicando que o Canadá é responsável pela produção do maior número de DVDs contrabandeados. A China, assegurou ele, destruiu 73 milhões de cópias ilegais de DVDs, CDs, softwares e livros em 2006.

(Crédito da foto: www.fieam.org.br)

17 de abril de 2007

Era uma vez em 10 de abril de 2007

JACK WILLIAMS (85 anos, de causas naturais), dublê (stuntman) norte-americano; começou como ator, em 1933, em dois curta-metragens, mas sua verdadeira carreira, a de dublê, teve início em A carga da brigada ligeira (The Charge of the Light Brigade, 1936) e encerrou-se em As loucas aventuras de James West (Wild Wild West, 1999); entre um extremo e outro, foram mais 84 filmes, tais como E o vento levou (Gone with the Wind, 1939), Sangue de herói (Fort Apache, 1948), Região do ódio (The Far Country, 1954), Onde começa o inferno (Rio Bravo, 1959), Spartacus (Idem, 1960), Os profissionais (The Professionals, 1966) e Meu ódio será sua herança (The Wild Bunch, 1969); paralelamente ao trabalho de dublê, continuou a interpretar pequenos papéis, em filmes nos quais era dublê ou não: Sonhei com você (I'll See You in My Dreams, 1951), só ator, O homem do oeste (Man of the West, 1958), só ator, O Álamo (The Alamo, 1960), O homem que matou o facínora (The Man Who Shot Liberty Valance, 1962), Revanche selvagem (The Scalphunters, 1968); sua habilidade em cenas com montaria explicam sua presença constante em faroestes de John Ford, Howard Hawks, Anthony Mann e Sam Peckinpah. Em 1999, recebeu o prêmio Golden Boot, concedido aos grandes do faroeste, e, em 2005, ganhou uma estrela na Calçada do Western, em Newhall-Santa Clarita, Califórnia.

Curiosidade: Jack era considerado o melhor dublê-cavaleiro de Hollywood, por causa da perfeição que conseguia nas quedas de cavalo, em cenas de luta e de batalha. Sua especialidade era fazer o cavalo empinar sobre as patas traseiras e cair de lado, como que projetado sob o cavaleiro, sem provocar danos em nenhum dos dois. Nos anos 1940 e 50, quando estava em sua melhor forma, só trabalhava com seu próprio cavalo, Coco, por ele treinado. Aprendeu a montar ainda criança, com o pai, um caubói das planícies de Montana, e com a mãe, uma campeã de rodeios e dublê pioneira. Seu primeiro trabalho de risco teria sido aos quatro anos, no filme The Flaming Forest (1926), sendo lançado de um cavalo para outro.
(Na foto, o dublê em 2005, já aposentado e sem nem uma cicatriz. Crédito: www.scvhistory.com)

Nicole Kidman é condecorada na Austrália

A atriz Nicole Kidman foi aquinhoada com a mais alta honraria civil da Austrália, na última sexta-feira, 13, por seu trabalho no cinema e, também, por seu empenho em promover a saúde das mulheres. A comenda Companion of the Order of Australia, que ela recebeu, é concedida a cidadãos com "eminentes feitos e méritos do mais alto grau em benefício da Austrália ou da humanidade como um todo". Nicole foi condecorada no palácio do governo (Government House), em Camberra. Entusiasmada, ela declarou: "It's a pat on the back, which as a little girl is something you dream of." (Tradução: "É um grande elogio, algo com que a gente sonha como se fosse uma garotinha".).

Curiosidade: Nicole Kidman nasceu no Havaí de pais australianos.
(Crédito da foto: iheartcelebs.wordpress.com)

16 de abril de 2007

Era uma vez em 7 de abril de 2007

BARRY NELSON (89 anos, de causa não divulgada), ator norte-americano; estreou no cinema em filme da série Thin Man: A sombra dos acusados (Shadow of the Thin Man, 1941); foram 18 filmes até 1948, mas só estrelou três, um dos quais No caminho de Burma (A Yank on the Burma Road, 1942); apareceu em A estrada proibida (Johnny Eager, 1942), Olhos da noite (Eyes of the Night, 1942), A comédia humana (The Human Comedy, 1943) e Encontro nos céus (Winged Victory, 1944); nos anos 1950 passou a se dedicar à TV e ao teatro, atuando em apenas sete filmes desde então, entre os quais, Mary, Mary (Idem, 1962), Aeroporto (Airport, 1970) e, o último, O iluminado (The Shining, 1980), de Kubrick. Por seu trabalho na TV, ganhou uma estrela na Calçada da Fama.

Curiosidade: Barry Nelson, que ia completar 90 anos nesta data, foi o primeiro ator a interpretar James Bond, numa adaptação para a TV do livro Cassino Royale, apresentada ao vivo em 1954. Uma gravação do programa, em cinescópio, foi descoberta em 1981, possibilitando sua inclusão no DVD do filme Cassino Royale (Casino Royale, 1967), lançado nos Estados Unidos.
(Crédito da foto: www.archivo007.com).

13 de abril de 2007

Era uma vez em 11 de abril de 2007

KURT VONNEGUT JR. (84 anos, de lesões provocadas por uma queda), escritor norte-americano, que recorreu à ficção científica, à sátira e ao humor negro, para transmitir sua visão nada otimista do mundo; deixou 19 romances e dezenas de contos, peças e ensaios; escreveu o roteiro do filme Feliz aniversário, Wanda June (1971), baseado numa peça sua; teve outras sete obras suas transformadas em filmes, o mais famoso dos quais é Matadouro 5 (1972); foi ator em três filmes: De volta às aulas (1986), onde aparece como ele mesmo, Vítima do passado (1996) e Almoço dos campeões (1999), os dois últimos baseados em obras suas.

Curiosidade: Veterano condecorado da II Guerra, Vonnegut foi capturado pelos alemães na Batalha do Bulge, em dezembro de 1944, e sobreviveu ao bombardeio de Dresden. Sofreu de depressão por quase a vida toda, e em 1985 tentou o suicídio.
(Crédito da foto: www.wdog.com)

Vem aí mais uma refilmagem

Vivemos na era das refilmagens. E o produtor italiano Dino De Laurentiis, atualmente radicado nos Estados Unidos, anuncia que planeja refilmar Barbarella (1968), que ele mesmo produziu. A "rainha das galáxias" foi interpretada pela jovem e bela Jane Fonda, e o diretor francês Roger Vadim soube explorar o sex-appeal da sua então mulher, como já fizera com a "ex" Brigitte Bardot. Na época de seu lançamento nos cinemas, Barbarella encantou o público com seu visual deslumbrante (para a época) e seu erotismo ousado -- Jane Fonda faz amor tocando nas mãos de John Phillip Law. O filme custou por volta de US$ 9 mi e amealhou apenas US$ 5,5 mi no mercado norte-americano. Mas, por causa do sucesso que fez no resto do mundo, não deve ter dado prejuízo. Se fosse um fracasso financeiro, como se propaga, De Laurentiis certamente não estaria interessado em refilmá-lo. Barbarella nasceu nos quadrinhos, pelas mãos do desenhista francês Jean-Claude Forest.
Curiosidade: O nome da banda de rock inglesa Duran Duran foi emprestado da personagem interpretada no filme por Milo O'Shea, que tortura as pessoas com música, tocando um órgão bizarro.
(Crédito da foto: www.folha.uol.com.br)

Era uma vez em 11 de abril de 2007

ROSCOE LEE BROWNE (81 anos, de câncer), ator norte-americano, que fez sua estréia no cinema, em 1962, em filme independente; a partir de 1964 passou a atuar também em grandes produções, como O poder negro (1968), de Jules Dassin, Topázio (1969), de Hitchcock, A libertação de L. B. Jones (1970), último filme de William Wyler, O último brilho do crepúsculo (1977) e Perigosamente juntos (1986); seu derradeiro trabalho foi em Deu a louca em Hollywood (2007); foram 35 filmes como ator, mas também emprestou sua voz para desenhos animados; pelo único faroeste em que apareceu, Os cowboys (1972), ganhou o Bronze Wrangler (Vaqueiro de Bronze) da Western Heritage (Herança do Western). Trabalhou duas vezes mais para a TV, que lhe deu dois prêmios: o Emmy, em 1986, e o Image, em 1988.

(Crédito da foto: www.filmweb.pl)

12 de abril de 2007

Vendas de DVDs de alta definição decepcionam

Até agora, poucos filmes lançados em HD DVD e Blu-ray DVD foram bem no mercado norte-americano. Enquanto 007 -- Cassino Royale (2006), Os infiltrados (2006), Batman Begins (2005) e Superman -- O retorno (2006) puxaram as vendas para cima, outros títulos não atingiram nem a marca das 200 cópias. Em semana de meados de março, quando 007 -- Cassino Royale liderava a lista dos dez mais vendidos no formato, com 28.233 unidades, apenas outro filme vendeu acima de 3.000, enquanto os restantes venderam menos de 2.000, com os três do final da lista vendendo menos de 1.000. As informações são do saite HighDefDigest.com.

(Crédito da foto: www.estadao.com.br)

Festival de Cannes em 60 anos de cobertura

O Festival de Cannes criou um arquivo online com mais de 1.500 clips da cobertura do evento pela TV em 60 anos. Os clips estão disponíveis no acervo do Instituto Nacional de Audio-visual (INA) e poderão ser vistos online, sem ônus, via streaming software, ou baixados, se o interessado preferir, também de graça. O presidente do INA, Emmanuel Hoog, ao dar a notícia, profetizou: "Nenhum outro festival tem uma facilidade como esta. Nós achamos que será um sucesso". Voilà!

(Na imagem, Catherine Deneuve desfila em Cannes. Crédito da foto: www.bbc.co.uk)

O cinema francês vive bom momento

O filme Piaf -- Um hino ao amor (La Môme, 2007), de Olivier Dahan, já arrecadou a vistosa soma de US$ 40 mi, só no mercado francês, desde seu lançamento, ocorrido em 14 de fevereiro. Trata-se de uma biografia da cantora francesa Edith Piaf. O sucesso comercial do filme, aliado ao de Taxi 4 (2007), roteirizado por Luc Besson, impulsionou o cinema francês a conquistar mais de 58% do mercado local. O jornal norte-americano Daily Variety, que deu a notícia, informou que o filme de Hollywood que conseguiu o melhor resultado na França, em 2007, foi Uma noite no museu (2006), que não passou dos US$ 17,6 mi.
(Crédito da foto: http://www.art.com/)

11 de abril de 2007

Negócio da China para Hollywood

Os Estados Unidos entraram com representação contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC), sob a acusação de pirataria. Ao mesmo tempo, formalizaram objeções às restrições chinesas à entrada de filmes estrangeiros. Segundo o Bloomberg News, que antecipou a notícia na última sexta-feira, 6, o economista Stephen Green, que trabalha em Xangai para a empresa Standard Chattered, teria afirmado que os Estados Unidos acreditam que a China "transgrediu regras com as quais concordou", quando foi admitida na OMC em 2002. Os produtores de filmes norte-americanos há muito reclamam das restrições da China à exibição de filmes estrangeiros no país. Eles alegam que essas restrições são a verdadeira causa da contrafação, já que muitos filmes de Hollywood só podem ser vistos em DVDs piratas.
Comentário: Tem sido divulgado que o governo chinês só permite a exibição de 20 filmes estrangeiros a cada ano. Sabe-se que os Estados Unidos tiveram um déficit comercial com a China, em 2006, superior a US 300 bi.

10 de abril de 2007

Era uma vez em 6 de abril de 2007

LUIGI COMENCINI (90 anos, de causa não divulgada), diretor e roteirista italiano, mestre da comédia à italiana; começou no documentário, em 1937, mas, passado o interregno da guerra, seu terceiro filme já foi uma bela comédia: É proibido roubar (1948); dirigiu as maiores beldades italianas dos anos 50 aos 70: Eleonora Rossi Drago, em Janelas fechadas (1950); Silvana Pampanini e Sophia Loren, em Mercado de mulheres (1953); Gina Lollobrigida, em Pão, amor e fantasia (1953), que ganhou o Urso de Prata, em Berlim, e o tornou conhecido internacionalmente, e Pão, amor e ciúme (1954); Giorgia Moll, em Esses maridos (1957); Anna-Maria Ferrero, em As surpresas do amor (1959); Claudia Cardinale, em A garota de Bube (1963); Silvana Mangano, em Semeando a ilusão (1972), uma inteligente sátira política, também com Bette Davis; Laura Antonelli, em Trágica decadência (1974), e Stefania Sandrelli, em Delito de amor (1974); participou, como roteirista, de produções neo-realistas marcantes, como O moinho do Pó (1949), de Alberto Lattuada, e A cidade se defende (1951), de Pietro Germi; dos prêmios que recebeu, merecem destaque ainda um especial, do Festival de Moscou, pelo filme Regresso ao lar (1960), e dois honorários do Festival de Veneza.
(Crédito da foto: www.pagine70.com)
Curiosidades: Após a II Guerra, Comencini escreveu crítica de cinema para os periódicos L'Avanti e Il Tempo. Suas filhas Cristina e Francesca são também cineastas. O jornal italiano La Repubblica noticiou em seu saite, sob a manchete "Morreu o diretor Luigi Comencini, pai da comédia italiana", que ele partiu "depois de uma longa doença suportada com coragem e discrição".

Programão da Semana Santa

O programa de maior audiência da televisão norte-americana, na noite do último sábado, 7, tem mais de meio século. O filme Os dez mandamentos (1956), de Cecil B. DeMille, exibido pela rede ABC, atraiu 7,87 milhões de telespectadores, batendo todos os outros programas. Mas a audiência foi menor do que a obtida pelo filme nos anos anteriores, quando a exibição ocorria no domingo de Páscoa. (Crédito da foto: www.klepsidra.net)

8 de abril de 2007

Ad perpetuam rei memoriam

Na última sexta-feira, 6, tivemos a honra de receber em casa alguns bons amigos: João Carlos Taveira, Erinaldo, Robson Corrêa de Araújo avec Da. Maria José. Reunir amigos é sempre uma alegria; depois da família, eles são a maior dádiva da vida. E que tal assistir a um filme? Para um cinéfilo, qualquer reunião fica mais interessante com um filme divertido.

Diante da dificuldade de escolha, já que o filme deveria interessar a todos, sem privilegiar o gosto de ninguém em particular, alguém sugeriu um faroeste. Ora, faroeste lembra John Ford, o mestre do gênero e, por extensão, do próprio cinema. Então, era melhor que fosse um faroeste de John Ford. Mas o maior cineasta norte-americano realizou várias obras capitais do gênero, inclusive a chamada trilogia da cavalaria. E foi Da. Maria José quem decidiu a questão, ao propor o primeiro filme da trilogia. Assim, Sangue de Herói (1948) foi posto a rodar.

O título que o filme recebeu no Brasil, à época de seu lançamento nos cinemas, era Sangue de heróis. No plural. Sem fazer justiça à história narrada nem guardar a menor relação com o título original, além de prometer heróis a mancheias, o que passa longe do propósito do filme. Por isso, a Warner Bros. fez bem ao eliminar o plural do título brasileiro, quando lançou o DVD.

O título original é Fort Apache, que dá uma idéia precisa do conteúdo do filme. Pois se trata mesmo de um forte, um posto avançado do exército norte-americano, no tempo da chamada Guerra dos Índios. E a palavra "apache" remete ao Velho Oeste e à nação indígena com esse nome, que está no centro da atenção da cavalaria ao longo de todo o filme. Mas heroísmo, decididamente, não é o tema do filme.

John Ford escolheu uma história perfeita para o seu propósito. Embora sem a menor referência à batalha de Little Big Horn, o filme indubitavelmente foi inspirado na ação do general Custer no fatídico episódio, contra os índios liderados por Touro Sentado e Cavalo Louco. Tal como o tenente-coronel Thursday, vivido no filme por Henry Fonda, Custer deve ter sido arrogante e inconseqüente ao atacar a aldeia dos índios sioux e cheyennes, nas proximidades do rio Little Big Horn, no território de Montana, naquele 25 de junho de 1876. Do destacamento comandado por Custer -- 211 militares e três civis -- ninguém escapou. Ou melhor: sobreviveu apenas o cavalo Comanche, que pertencia ao capitão Miles Keogh.

No filme, o cenário é o Arizona, representado na paisagem do Monument Valley, sempre do lado de Utah, como o diretor preferia. Em vez de sioux e cheyennes, temos os apaches, que eram da região. No lugar de Touro Sentado e Cavalo Louco, os líderes apaches chiricahua Cochise e Gerônimo. Diretor pra lá de talentoso, Ford usa de todos os recursos da mise-en-scène para criticar a conduta do tenente-coronel Thursday, sem perder a elegância e o senso de espetáculo. Ao mesmo tempo, através do capitão York, interpretado por John Wayne, faz a defesa dos índios, além de mostrar Cochise com a maior dignidade e cheio de razão, fazendo o primeiro pronunciamento em defesa dos interesses indígenas da história de Hollywood.

Do começo ao fim, Sangue de Herói não poupa a mentalidade beligerante contra os índios, que reinava no exército ianque, e defende intransigentemente os interesses indígenas, de forma pouco explícita, é verdade, mas sistemática, como nenhum outro filme o fez, em qualquer tempo. Tudo deságua na indiscutível vitória dos índios, tal qual na batalha de Little Big Horn. John Ford não faz concessões.

O filme não traz o registro, no seu início, como era usual nos faroestes, do ano em que se passa a história. A principal razão, certamente, se deve ao fato de o episódio retratado ser absolutamente fictício, não havendo razão para atribuir-lhe a chancela de evento histórico. Trata-se, na realidade, de uma metáfora alusiva à batalha de Little Big Horn, que, por sua vez, não poderia ser filmada com a visão crítica que Ford imprimiu à história, por causa das implicações políticas óbvias.

Entretanto, não seria difícil enquadrar o conteúdo de Sangue de Herói no contexto da Guerra dos Índios. Vejamos. No filme, Cochise está fugido da reserva e refugiado em território mexicano com sua gente. Como se sabe, ele foi aprisionado em 1871 e levado para a reserva de Tularosa, no Novo México, de onde fugiu no início de 1872. Depois da negociação de um novo tratado, mais favorável aos apaches, ele se rendeu e foi recolhido a uma reserva no Arizona, no final de 1872, onde permaneceu até sua morte, em 1874. Portanto, sem sombra de dúvida, a história do filme pode ser situada no ano de 1872.

A sessão foi muito divertida, com risadas sem conta, que Ford era mestre também em provocar o riso da platéia. Houve até quem confessasse a vontade de aplaudir, ao fim do filme. Na despedida, amigos manifestaram o desejo de que a sessão venha a ser a primeira de uma série. E os dois outros filmes da trilogia da cavalaria são um convite em aberto para que esse desejo se concretize. Amizade e cinema combinam tão bem como queijo e goiabada.

(Na imagem, três sargentos do Forte Apache; a partir da esquerda: Mulcahy (Victor McLaglen), Schattuck (Jack Penncik) e Quincannon (Dick Foran)).
(Crédito da foto: http://www.videodetective.com/)

7 de abril de 2007

Tribeca 2007: aquecimento global em foco

A 6ª edição do Tribeca Film Festival, de Nova Iorque, terá início no próximo dia 25. Desta vez, a abertura não terá um filme de grande produção, ou com elenco estelar, como é usual nos festivais. Conforme anúncio feito na última quinta-feira, 5, o evento começará com a exibição de sete curta-metragens sobre o aquecimento global, apresentados pelo ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.

Comentário: Depois do sucesso de Uma verdade inconveniente (2006), que arrebatou dois Oscars, a cruzada de Al Gore contra o aquecimeno global parece ter entrado na ordem do dia. Como essa questão é mesmo grave, antes tarde do que nunca.
(Na foto, Al Gore. Crédito: www.filmweb.com)

6 de abril de 2007

Robson Corrêa de Araújo expõe na Embracine

O fotógrafo brasiliense Robson Corrêa de Araújo está com a exposição Um segundo por favor no Hall da Embracine, na Casa Park, Brasília. A exposição, que teve início em 17 de janeiro, vai até o dia 14 de abril. Ainda há tempo, portanto, de visitá-la. Os cliques interessam especialmente aos cinéfilos, porque foram feitos durante as filmagens do documentário brasiliense O vaqueiro voador (2006), de Manfredo Caldas.

Comentário: As fotos de Robson são sempre um show à parte, por causa de seu olhar surpreendente e de seu agudo senso de composição. Imperdível!
(Imagens: fotos de Robson Corrêa, colhidas no saite www.embracine.com.br)

Cannes 2007: Scorsese na tribuna

O cineasta norte-americano Martin Scorsese, que acaba de ganhar o Oscar de melhor diretor, terá agenda cheia no Festival de Cannes, em maio. Ele vai 1) proferir uma aula magna, "master class", sobre a direção de filmes, para estudantes de cinema; 2) apresentar o prêmio Camera d'Or (Câmera de Ouro), destinado ao melhor filme de diretor estreante; 3) anunciar a criação da World Cinema Foundation, fundação consagrada à preservação e restauração de filmes clássicos; 4) conceder entrevista à imprensa para divulgar seu mais novo filme, Shine a Light, um documentário sobre os Rolling Stones.
Comentário: Scorsese já foi agraciado com o prêmio máximo de Cannes, a Palma de Ouro, pelo filme Taxi Driver -- Motorista de táxi (1976).
(Crédito da foto: baggy.org.uk)

5 de abril de 2007

Era uma vez em 4 de abril de 2007

BOB CLARK (65 anos, de acidente de carro), diretor, produtor e roteirista norte-americano, que trabalhou também no Canadá; dirigiu seu primeiro filme aos 24 anos, com apoio dos amigos; no início, se aventurava pelos gêneros drama, crime, mistério, guerra, que às vezes mesclava com horror; conseguiu bons resultados com Assassinato por decreto (1979) e Tributo (1980), para depois megulhar na comédia porcina, com Porky's -- A casa do amor e do riso (1982) e Porky's II -- O dia seguinte, e, em seguida, alçar seu mais alto vôo, em Uma história de Natal (1983), que conquistou dois prêmios Genie (direção e roteiro), o mais importante do cinema canadense, e se tornou cult; com Now & Forever (2002), abiscoitou os prêmios do júri e da crítica, no Festival de Atlantic City, e o de melhor filme canadense, no Festival de Toronto.

(Crédito da foto: www.tandeminstructors.com)

1 de abril de 2007

Orson Welles: uma luz no fim do túnel

O filme The Other Side of the Wind (1972), que Orson Welles deixou inacabado, poderá ser terminado, finalmente. A informação foi divulgada pelo diretor Peter Bogdanovich, na última sexta-feira, 30, ao receber um prêmio honorário no Florida Film Festival, de Orlando. O jornal New York Sun, que publicou a notícia, informou que Bogdanovich disse ter conseguido um acordo para completar o filme com uma "bem conhecida rede de TV a cabo" -- que se presume seja a Showtime, que já manifestou interesse no projeto. O filme está guardado num cofre climatizado, em Paris, há mais de 30 anos. Welles morreu antes de concluir a montagem, e os negativos permanecem no centro de uma disputa legal entre os financiadores do filme e o espólio do diretor. A produção é franco-iraniana. Em 2002, Bogdanovich já dizia que havia esperança de o filme ser concluído.

(Na imagem, Orson Welles ladeado por John Huston e Peter Bogdanovich, que aparecem no filme, em foto da época das filmagens.)
(Crédito da foto: www.senseofcinema.com)

Os 10 filmes de maior bilheteria

Os dez filmes de maior bilheteria da história, no mercado norte-americano, são:
1) E o vento levou (1939) - US$ 1.293.085.600,00
2) Guerra nas estrelas (1977) - US$ 1.193.965.400.00
3) A noviça rebelde (1965) - US$ 911.458.400,00
4) E.T. -- O extra-terrestre (1982) - US$ 838.400.000,00
5) Os dez mandamentos (1956) - US$ 838.400,00
6) Titanic (1997) - US$ 821.413.700,00
7) Tubarão (1975) - US$ 819.704.400,00
8) Doutor Jivago (1965) - US$ 794.466.900,00
9) O exorcista (1973) - US$ 707.639.500,00
10) Branca de Neve e os sete anões (1937) - US$ 691.600.000,00
Os valores foram atualizados até 2006.

(Crédito da foto: www2.uol.com.br)