MARIA SCHNEIDER (1952-2011), atriz
Morreu hoje em Paris, de câncer, a atriz Maria Schneider, aos 58 anos.
Aos 20 anos, Schneider estrelou, ao lado de Marlon Branddo, o filme "O Último Tango em Paris" (Ultimo tango a Parigi, 1972), que provocou controvérsias por conta da famosa cena da manteiga. Por isso o filme foi proibido no Brasil durante vários anos.
Atribui-se a essa cena o fato de a atriz não ter tido uma carreira melhor sucedida. Ela mesma acreditava que a tal cena teria feito com que fosse vista menos como atriz e mais como símbolo sexual. Também andou fazendo declarações contra o diretor Bernardo Bertolucci, que teria se aproveitado de sua pouca idade e, por meios manipulatórios, conseguido com que ela fizesse o que ele queria.
No entanto, ela atuou depois com grandes diretores como Michelangelo Antonioni, em "Profissão: Repórter" (Professione: reporter, 1975), Marco Bellocchio, em "O Processo do Desejo" (La condanna, 1991), Franco Zeffirelli, em "Jane Eyre - Encontro com o Amor" (Jane Eyre, 1996), além de René Clément, Werner Schroeter, Jacques Rivette e Luigi Comencini.
Contra ela existe o fato de que Luis Buñuel a dispensou quando as filmagens de "Esse Obscuro Objeto do Desejo" (1977) estavam em andamento e a substituiu por duas atrizes, Ángela Molina e Carole Bouquet. Não se pode também esquecer o seu envolvimento com drogas no meado dos anos 1970, o que chegou a motivar a sua internação.
Apesar de tudo, a imagem dela que fica pra mim só tem a ver com a sua beleza e doçura.
Em 1973, o cinema italiano lhe deu um prêmio David di Donatello especial pela atuação em "Caros Pais" (Cari genitori, 1973) e "Último Tango em Paris".
Nasceu Marie Christine Gélin em 27 de março de 1952, em Paris. Era filha do ator francês Daniel Gélin (1921-2002).