30 de novembro de 2010

Festival de Brasília prefere 'O Céu sobre os Ombros'

O Festival de Cinema de Brasília, encerrado hoje, consagrou o filme "O Céu sobre os Ombros", de Sérgio Borges. A seguir, os premiados na categoria longa-metragem:
1 - Melhor filme (escolha do júri): "O Céu sobre os Ombros", de Sérgio Borges
2 - Melhor filme (escolha do público): "Amor?", de João Jardim
3 - Prêmio Especial do Júri: elenco de "O Céu sobre os Ombros"
4 - Melhor direção: Sérgio Borges, por "O Céu sobre os Ombros"
5 - Melhor ator: Fernando Bezerra, por "Transeunte"
6 - Melhor atriz: Melissa Dullius, por "Os Residentes"
7 - Melhor ator coadjuvante: Rikle Miranda, por "A Alegria"
8 - Melhor atriz coadjuvante: Simone Sales de Alcântara, por "Os Residentes"
9 - Melhor roteiro: Manuela Dias e Sérgio Borges por "O Céu sobre os Ombros"
10 - Melhor fotografia: Aluizio Raulino, por "Os Residentes"
11 - Melhor direção de arte: Felipe Bragança, por "A Alegria"
12 - Melhor trilha musical: André Wakko, Juan Rojo, David Lanskylansky e Vanessa Michellis, por "Os Residentes"
13 - Melhor som: "Transeunte"
14 - Melhor montagem: Ricardo Pretti, por "O Céu sobre os Ombros".

29 de novembro de 2010

MARIO MONICELLI (1915-2010), diretor e roteirista

O cineasta Mario Monicelli, um dos mestres da comédia italiana, morreu hoje em Roma, aos 95 anos.
Ele se jogou do quinto andar do hospital onde estava internado para tratamento de um câncer de próstata terminal. É um fim triste, mas que não espanta, partindo do diretor de "Parente É Serpente" (Parenti serpenti, 1992). Neste filme, familiares se reúnem na casa da mãe, viúva, para celebrar o Natal e, ao saberem que a velha pretende vender a casa para ficar com os filhos e netos, resolvem eliminá-la.
Monicelli, que começou a carreira no meado dos anos 1930, mais como roteirista, desenvolveu sua veia humorística em parceria com Steno, a partir do fim dos anos 40. Em 1954, iniciou a carreira solo, alcançando o sucesso com "A Grande Guerra" (La grande guerra, 1959), que conquistou o Leão de San Marco (o nome de então do Leão de Ouro) no Festival de Veneza.
Entre seus filmes mais conhecidos citam-se "Os Eternos Desconhecidos" (I soliti ignoti, 1958) e "Os Companheiros" (I compagni, 1963), além de "O Incrível Exército de Brancaleone" (L'armata Brancaleone, 1966), o mais lembrado, no qual Vittorio Gassman faz um cavaleiro andante enlouquecido que lidera um bando de refugos humanos da Idade Média.
Monicelli era um mestre do humor negro, mas também podia ser terno ou melancólico, ou as duas coisas ao mesmo tempo, como na série de comédias "Meus Caros Amigos" (Amici miei, 1975), "Quinteto Irreverente" (Amici miei atto II, 1982) e "Caros F... Amigos" (Cari fottutissimi amici, 1994).
No filme "Sob o Sol de Toscana" (Under the Tuscan Sun, 2003), Monicelli interpreta pequeno papel: ele é o velhinho que sempre coloca flores para Nossa Senhora.
Mario Monicelli nasceu em 15 de maio de 1915, em Viareggio, no litoral da Toscana. Tinha três filhas de dois casamentos que terminaram em divórcio.

IRVIN KERSHNER (1923-2010), diretor

O cineasta americano Irvin Kershner, diretor do segundo filme da série Guerra nas Estelas, "O Império Contra-Ataca" (Star Wars V - The Empire Strikes Back, 1980), morreu dia 27 de novembro, em Los Angeles. Tinha 87 anos.
Além de se revelar melhor diretor que George Lucas, Kershner contou com mais recursos do que Lucas dispunha quando da realização do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas. Graças a isso, aperfeiçoou-se, em "O Império Contra-Ataca", o visual estilo cowboy intergalático do figurino meio brega do primeiro filme.
Kershner dirigiu ainda "007 - Nunca Mais Outra Vez" (Never Say Never Again, 1983), o último filme da série James Bond estrelado por Sean Connery.
Ele também trabalhou como ator em alguns filmes, sendo o intérprete de Zebedeu em "A Última Tentação de Cristo" (The Last Temptation of Christ, 1988).
Irvin Kershner nasceu em 29 de abril de 1923, em Filadélfia, Pensilvânia.

LESLIE NIELSEN (1926-2010), ator

O ator Leslie Nielsen morreu no último domingo, 28, de pneumonia, aos 84 anos.
Nielsen começou a carreira como galã, fazendo o interesse romântico de Anne Francis em "O Planeta Proibido" (Forbidden Planet, 1956) e de Debbie Reynolds em "A Flor do Pântano" (Tammy and the Bachelor, 1957). Merece ser lembrado também como o comandante do navio em "O Destino de Poseidon" (The Poseidon Adventure, 1972).
Na década de 1960, revelou seu talento cômico em "Um Astronauta Fora de Órbita" (The Reluctant Astronaut, 1967). Mais tarde se tornaria muito popular em “Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu” (Airplane!, 1980), e na pele do tenente trapalhão de "Corra Que a Polícia Vem Aí!" (The Naked Gun: From the Files of Police Squad! , 1988), que teve duas sequências, "Corra Que a Polícia Vem Aí 2 1/2" (The Naked Gun 2 1/2: The Smell of Fear, 1991) e "Corra Que a Polícia Vem Aí 33 1/3 - O Insulto Final" (The Naked Gun 33 1/3: The Final Insult, 1994).
Leslie William Nielsen nasceu em 11 de fevereiro de 1926, em Regina, Canadá. Era pai das atrizes Maura Nielsen Kaplan e Thea Nielsen Disney. Deixou viúva a atriz Barbaree Earl Nielsen, a esposa de seu quarto casamento.

23 de novembro de 2010

MAURO ALICE (1925-2010), montador

O montador Mauro Alice morreu nesta terça-feira, 23, em São Paulo, aos 85 anos.
Mauro Alice começou na Vera Cruz paulista, atuando como assistente ou sob a supervisão do grande Oswald Hafenrichter, chefe de montagem do estúdio. Assim, participou da montagem de "Sai da Frente" (1952), estreia de Mazzaropi no cinema, "Apassionata" (1952), "Uma Pulga na Balança" (1953), "Candinho" (1954) e "Floradas na Serra" (1954).
Em seguida, trabalhou na montagem das chanchadas cariocas "Rio Frantasia" (1957), de Watson Macedo, e "Rico Ri à Toa" (1957), estreia de Roberto Farias na direção.
De volta à Vera Cruz, ou melhor, ao que restou dela, Mauro alternou filmes de Mazzaropi com os de alguns dos principais cineastas paulistas da época, entre eles Walter Hugo Khouri, para quem montou "Na Garganta do Diabo" (1960), "Noite Vazia" (1964), "Corpo Ardente" (1966), "O Palácio dos Anjos" (1970) e "O Anjo da Noite" (1974). Outro cineasta com quem veio a colaborar depois foi Hector Babenco, em "O Beijo da Mulher Aranha" (1985), prêmio de melhor montagem no Festival de Gramado, "Coração Iluminado" (1996) e "Carandiru" (2003).
Mauro Alice Nasceu em 1925 em Curitiba.

21 de novembro de 2010

Festival de Mar del Plata premia filme de veterano cineasta polonês

A 25ª edição do Festival de Mar del Plata, encerrada em 20 de novembro, deu o prêmio de melhor filme a "Essential Killing", e o de melhor ator a Vincent Gallo, que interpreta o protagonista do mesmo filme.
Veja a lista dos principais vencedores:
1 - Melhor filme: "Essential Killing" (Polônia/Noruega/Irlanda/ Hungria, 2010), de Jerzy Skolimowski
2 - Prêmio especial do júri: "Chantrapas" (Geórgia/França, 2010), de Otar Iosseliani
3 - Melhor diretor: Aleksei Fedorchenko, por "Almas Silenciosas" (Ovsyanki, Rússia, 2010)
4 - Melhor ator: Vincent Gallo, por "Essential Killing"
5 - Melhor atriz: Maria Popistasu e Mirela Oprisor, por "Tuesday, After Christmas" (Marti, dupa craciun, Romênia, 2010), de Radu Muntean
6 - Melhor roteiro: Denis Osokin, por "Almas Silenciosas"
7 - Melhor filme latino-americano: "Outubro" (Octubre, Peru, 2010), de Daniel e Diego Vega Vidal, e "Amor em Trânsito" (Amor en tránsito, Argentina, 2009), de Lucas Blanco
8 - Prêmio Fipresci (da crítica internacional): "El camino del vino" (Argentina, 2010), de Nicolás Carreras.

14 de novembro de 2010

Homenagens do Governors Award 2010

No último sábado, 13 de novembro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood homenageou o cineasta Francis Ford Coppola, o ator Eli Wallach, o diretor Jean-Luc Godard e o historiador Kevin Brownlow.

Robert De Niro fez o discurso de saudação a Eli Wallach, que recebeu sua estatueta das mãos de Clint Eastwood, seu parceiro de elenco no bangue-bangue italiano "Três Homens em Conflito". E Tony Bennett cantou para homenagear o veterano ator.

O ator francês Vincent Cassel saudou seu compatriota Jean-Luc Godard, que brilhou pela ausência.

O prêmio Irving G. Thalberg, a mais importante distinção concedida pela Academia, foi entregue a Francis Ford Coppola por Robert De Niro. Na sua saudação, George Lucas disse: "Ele era o nosso líder. Foi a nossa inspiração". Coppola foi aplaudido de pé.

Entre os que compareceram à cerimônia estavam Robert Duvall, James Caan, Kevin Spacey, Hilary Swank, Darren Aronofsky, Hans Zimmer e Talia Shire e Sofia Coppola, respectivamente irmã e filha de Francis Ford Coppola.

Os prêmios honorários, que antes eram entregues conjuntamente com os Oscars em disputa, foram antecipados para reduzir o tempo da cerimônia prevista para feveiro de 2011.

13 de novembro de 2010

A Suprema Felicidade

Após 20 anos sem filmar, Arnaldo Jabor ressurge com um novo filme. O título, além de bonito, promete muito, "A Suprema Felicidade". Desta vez o assunto abordado saiu da memória do cineasta.

O enredo se compõe de episódios da vida de Paulo, alterego do diretor, dos seus oito anos de idade até os 19. A sequência não segue sempre a ordem cronológica: às vezes, de um episódio salta-se para um anterior. Mas isso é feito com muito cuidado, sem prejuízo para o entedimento do espectador mediano.

É digno de louvor o esforço de fazer humor politicamente incorreto. Em parte, porém, especificamente à volta do pipoqueiro vivido por João Miguel, ouvem-se trocadilhos do repertório do antigo jornal humorístico "O Pasquim".

Há momentos de bom cinema, principalmente quando Marco Nanini está em cena. Ele faz o avô de Paulo, com a desenvoltura e inspiração que o caracterizam. Nanini carrega um pouco o filme nas costas, compensando o vazio não preenchido pelos garotos que fazem o Paulo criança ou adolescente.

Para a alegria dos cinéfilos há a stripper encarnada pela belíssima Tammy di Calafiori, que evoca Marilyn Monroe.

A impressão que me ficou, tendo visto o filme apenas uma vez, é que ele tem altos e baixos. Alguns episódios menos interessantes quebram a regularidade. Mas o bom é que filme melhora à medida que avança para o desfecho.

Coincidentemente, o ator que interpreta Paulo por último, quando ele tem 19 anos -- Jayme Matarazzo, estreante no cinema --, é o melhor dos três que dão vida ao protagonista do filme.

A promessa do título, infelizmente, não se cumpre. O próprio filme se encarrega de negá-lo, quando Nanini diz que a felicidade é impossível; com sorte, podemos ter momentos felizes.

Pois assim é também o filme. Comemoremos, então, os seus momentos felizes.

11 de novembro de 2010

DINO DE LAURENTIIS (1919-2010), produtor

O produtor italiano Dino De Laurentiis, que participou da produção de mais de 150 filmes, morreu hoje em Los Angeles, aos 91 anos.
Nascido Agostino De Laurentiis em 8 de agosto de 1919, em Torre Annunziata, Itália, com 17 anos partiu para Roma para estudar no Centro Sperimentale di Cinematografia, trabalhando em funções modestas no cinema para pagar seus estudos.
Nos anos 1950, fundou com Carlo Ponti a produtora Ponti-De Laurentiis, que produziu vários sucessos. Mais tarde construiu seu próprio estúdio, a Dinocittà, no qual se realizaram "A Bíblia" (The Bible: In the Beggining..., 1966), "O Estrangeiro" (Lo straniero, 1967), "Barbarella" (1968) e "Waterloo" (1970).
Devido à crise que se abateu sobre o cinema italiano nos anos 1970, ele vendeu a Dinocittà ao governo italiano e transferiu-se para os Estados Unidos, onde também sofreu revezes mas conseguiu participar de sucessos como "Na Época do Ragtime" (Ragtime, 1981) e "Veludo Azul" (Blue Velvet, 1986).
Sua extensa filmografia inclui ainda "Arroz Amargo" (Riso amaro, 1949), "Europa 51" (Europa '51), "A Estrada da Vida" (La strada, 1954), que lhe deu o primeiro Oscar de melhor filme em língua estrangeira, "Guerra e Paz" (War and Peace, 1956), "Noites de Cabíria" (Le notti di Cabiria, 1957), pelo qual ganhou outro Oscar, "Barrabás" (Barabba, 1961), "Serpico" (1973), "Três Dias do Condor" (Three Days of the Condor, 1975), "King Kong" (1976) e "O Ovo da Serpente" (The Serpent's Egg, 1977).
Seu nome está ligado também ao primeiro filme italiano colorido. Trata-se de "Totó a Cores" (Totò a colori, 1952), de Steno, um dos gênios (o ator Totó é outro) da comédia italiana.
De pequena estura (1,63 m de altura), De Laurentiis teve uma carreira digna de um gigante e recebeu muitos prêmios na Itália, além do Irving G. Thalberg, o maior galardão concedido a um produtor em Hollywood, em 2001, e o Leão de Ouro do Festival de Veneza, pela carreira, em 2003.
Foi casado com a atriz Silvana Mangano (1930-1989), com quem teve quatro filhos, a atriz Veronica de Laurentiis e os produtores Raffaella, Francesca e Federico De Laurentiis (1955-1981). Deixou viúva a produtora Martha De Laurentiis, com quem teve duas filhas, as atrizes Carolyna e Dina De Laurentiis.

6 de novembro de 2010

JILL CLAYBURGH (1944-2010), atriz

A atriz americana Jill Clayburgh, lembrada por seus papéis de mulheres independentes, morreu no dia 5 de outubro, de leucemia, aos 66 anos.
Ela atuou em 30 filmes, entre os quais "Uma Mulher Descasada" (An Unmarried Woman, 1978), que lhe deu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, "Encontros e Desencontros" (Starting Over, 1979), "La Luna" (La luna, 1979) e "Gente Diferente" (Shy People, 1987).
Jill Clayburgh nasceu em 30 de abril de 1944, em Nova York. Viveu com Al Pacino de 1970 a 1975. Deixou viúvo o roteirista David Rabe, com quem teve um casal de filhos. Era mãe da atriz Lily Rabe.

4 de novembro de 2010

Os vencedores da Mostra de Cinema de São Paulo

A 34º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, encerrada hoje, divulgou a relação dos longas-metragens ganhadores:

A) FICÇÃO

1 - Melhor filme: "Quando Partimos" (Die Fremde, Alemanha, 2010), de Feo Aladag
2 - Melhor atriz: Noomi Rapace, por "Beyond" (Svinalängorna, Suécia/Finlândia, 2010)
3 - Prêmio especial do júri: "Beyond", de Pernilla August.

B) DOCUMENTÁRIO

1 - Melhor documentário: "Jardim Sonoro" (Nel giardino dei suoni, Suíça, 2009), de Nicola Bellucci
2 - Prêmio especial do júri: "O Samba Que Mora em Mim" (Brasil, 2010), de Georgia Guerra-Peixe.

C) PRÊMIO DA CRÍTICA

1 - Melhor filme: "Mistérios de Lisboa" (Portugal/França/Brasil, 2010), de Raoul Ruiz
2 - Prêmio especial da crítica: "Carlos" (Minissérie de TV, França/ Alemanha), de Olivier Assayas.

D) PRÊMIO DO PÚBLICO

1 - Melhor filme brasileiro (ficção): "Meninos de Kichute" (2009), de Luca Amberg
2 - Melhor filme internacional: "Balibo" (Austrália, 2009), de Robert Connolly
3 - Melhor documentário brasileiro: "José e Pilar" (2010), de Miguel Gonçalves Mendes
4 - Melhor documentário internacional: "Pense Global, Aja Rural" (Solutiones locales pour un désordre global, França, 2010), de Coline Serreau
5 - Prêmio da juventude: "O Mágico" (L'illusionniste, Reino Unido/ França, 2010), de Sylvain Chomet.

E) PRÊMIO ITAMARATY

1 - Melhor filme documentário: "Lixo Extraordinário" (Brasil/Reino Unido, 2010), de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley
2 - Melhor filme de ficção: "Rosa Morena" (Dinamarca/Brasil, 2010), de Carlos Augusto de Oliveira
3 - Prêmio especial pelo conjunto da obra: Carlos Reichenbach.