FARLEY GRANGER (1925-2011), ator
O ator norte-americano Farley Granger morreu. Era conhecido por suas atuações nos thrillers de Alfred Hitchcock "Festim Diabólico" e "Pacto Sinistro". Tinha 85 anos.
Quem já passou desta para melhor e os que resistem
O ator norte-americano Farley Granger morreu. Era conhecido por suas atuações nos thrillers de Alfred Hitchcock "Festim Diabólico" e "Pacto Sinistro". Tinha 85 anos.
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A atriz inglesa Elizabeth Taylor, famosa por seus olhos violeta e pelos oito casamentos, morreu hoje em Los Angeles, aos 79 anos.
Ela tinha quatro filhos -- Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton --, dez netos e quatro bisnetos.
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Intelectuais costumam torcer o nariz diante de filmes que simplifiquem questões complexas. Como se certos assuntos não pudessem ser tratados em linguagem cinematográfica acessível ao grande público. O filme “Cisne Negro” (Black Swan, 2010), de Darren Aronofsky, aborda um tema próprio de consultório psiquiátrico, mas traduzido dramaticamente para o entendimento de gente comum. Embora venha encantando o público, o filme tem suscitado da crítica opiniões contraditórias.
É a história de Nina (Natalie Portman), uma bailarina delicada, meiga e imatura. Ela é assim por ter sido mimada pela mãe controladora e repressiva, uma ex-bailarina frustrada. Nina está em vias de interpretar, em um teatro de Nova York, o principal papel do balé “O Lago dos Cisnes”, que se divide em duas metades opostas: o cisne negro e o cisne branco.
Leroy (Vincent Cassel), coreógrafo do espetáculo, entende que Nina encarnará à perfeição o cisne branco. Mas tem dúvida se ela será capaz de interpretar o cisne negro, que requer a exteriorização do seu lado sensual, ou selvagem, reprimido pela educação materna.
A ingênua bailarina, que vislumbra no balé a realização de um sonho, acaba envolvida num terrível pesadelo. Às dificuldades do papel somam-se os ataques desencadeados por sua nova e invejável posição. A veterana primeira bailarina (Winona Ryder), afastada da companhia em razão da idade e substituída por Nina, agride-a verbalmente com a crueldade dos derrotados. Lily, uma bailarina novata mas safa, parece ter as qualidades que lhe faltam e, ainda, não disfarça que também quer interpretar os cisnes. Para completar, Leroy atinge-a no seu ponto mais vulnerável, assediando-a sexualmente.
A concorrente que tira o sossego de Nina, Lily, é uma garota avançadinha proveniente de São Francisco. O nome da sua cidade de origem é dito e repetido, de modo a chamar a atenção para alguma particularidade que o público americano deve conhecer muito bem. A julgar pelo comportamento da personagem, admiravelmente interpretada por Mila Kunis, tudo indica que São Francisco é uma versão moderna das cidades bíblicas Sodoma e Gomorra. É pela ação dela que o erotismo penetra na história, e de forma escancarada.
O clima de competição, conflito e pressão desestabiliza o frágil equilíbrio emocional de Nina e, progressivamente, deteriora sua estrutura psíquica. Ela mergulha num processo delirante irreversível. O seu lado sombrio se manifesta, porém, sem que ela consiga manter o autocontrole, a energia maligna se volta contra a energia benéfica. O cisne negro acaba devorando o cisne branco.
Coerentemente com a dualidade temática, recorreu-se em vários momentos do filme às cores branco e preto para sinalizar o positivo ou o negativo. Isso, ao que parece, tem desagradado a muita gente. No entanto, é um recurso visual tão velho quanto o próprio cinema, que por décadas só podia contar mesmo com o bom e velho preto-e-branco. Esse recurso estético, aliás, é ainda mais antigo, como se observa na história da pintura. Não se trata, portanto, de aspecto em si condenável, que se possa alegar para definir a qualidade de um filme.
Dizem que Natalie Portman se preparou longa e exaustivamente para o papel e, para ter o físico de bailarina, emagreceu quase dez quilos. Também foi dublada, em vários momentos, pela bailarina Sarah Lane. Mesmo assim, quando teve de aparecer diante de uma bailarina de verdade, seus movimentos não são muito convincentes. Mas isso importa pouco, afinal de contas, porque certamente não existe no mundo uma bailarina capaz de interpretar seu papel tão bem quanto ela.
O filme não é, como se poderia pensar, sobre o balé “O Lago dos Cisnes”. Não é nem mesmo sobre balé. Este apenas fornece o contexto para o drama de uma personalidade débil que se dilacera entre as forças do bem e do mal da sua própria alma. Mesmo a música da dança não é a que Tchaikovsky compôs, mas uma variação dela, e bastante modificada. Mas, em última análise, fica demonstrado que a leveza e a graça do balé são construídas à custa de muito empenho, angústia e dor.
Um diálogo entre Leroy e Nina traz à baila um debate crucial para artistas ambiciosos. A bailarina pretende alcançar a perfeição mediante submissão à técnica e controle absoluto dos movimentos. Para o coreógrafo, isso não basta. Ele quer que ela se solte e ouse para atingir a transcendência. Neste particular, é bem possível que Leroy esteja sendo porta-voz de Darren Aronofsky, que, sem dúvida, comete seu tanto de ousadia. “Cisne Negro” não é uma obra-prima, mas está longe de ser descartável.
(Texto publicado pelo Jornal Opção e o saite Revista Bula.)
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O ator brasileiro Jorge Cherques morreu no dia 11 de março, de falência múltipla de órgãos, aos 82 anos.
Cherques, um bom ator coadjuvante, começou no cinema em "O Beijo" (1965), de Flávio Tambellini, e atuou em mais de 30 filmes, incluindo várias comédias dos Trapalhões.
Da sua filmografia destacam-se "A Compadecida" (1969), "Memórias do Cárcere" (1984), "Luar Sobre Parador" (Moon Over Parador, 1988), "O Que É Isso, Companheiro?" (1997) e "A Terceira Morte de Joaquim Bolívar" (2000).
Jorge Cheques nasceu em 25 de julho de 1928, no Rio de Janeiro.
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Demorou mais de um século, mas finalmente o cinema caiu na folia. Duas escolas de samba cariocas escolheram o cinema como tema no desfile deste ano na Sapucaí.
Na noite de domingo, a Unidos da Tijuca homenageou o cinema de Hollywood, mediante a representação de cenas de filmes famosos como "Tubarão" e "Caçadores da Arca Perida". O cinema brasileiro também esteve representado, principalmente na figura do Zé do Caixão, personagem muito popular do horror à brasileira.
Na noite de terça-feira foi a vez do Salgueiro prestar sua homenagem ao cinema, misturando ícones nacionais como Carmen Miranda e Orfeu (referência ao filme "Orfeu do Carnaval") e hollywoodianos como Batman e Sherlock Holmes. Havia ainda King Kong agarrado ao relógio da Central do Brasil, réplicas gigantescas da estatueta do Oscar e o ator Eri Johnson fantasiado de Charlie Chaplin, além da bateria trajando a farda do Batalhão de Operações Especiais, para lembrar os filmes "Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2", dois megassucessos do cinema brasileiro.
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O cineasta britânico Charles Jarrott morreu em Los Angeles no dia 4 de fevereiro, de câncer de próstata, aos 83 anos.
Jarrott começou a carreira na televisão, em 1954, e seu primeiro trabalho no cinema foi "Ana dos Mil Dias" (Anne of the Thousand Days, 1969), que lhe deu o Globo de Ouro de melhor diretor. Apesar desse início promissor, realizou apenas uma dúzia de filmes. Seu segundo filme, "Mary Stuart, Rainha da Escócia" (Mary, Queen of Scots, 1971), também angariou algum prestígio, mas em seguida vieram invariavelmente produções rotineiras como "Horizonte Perdido" (Lost Horizon, 1973), remake do clássico de 1937, e "O Pequeno Ladrão de Cavalos" (Escape from the Dark, 1976).
Ao que parece, ele tinha mais habilidade para retratar a famíla real britânica.
Charles Jarrott nasceu em 16 de junho de 1927, em Londres. Era viúvo da mulher do seu terceiro casamento.
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A atriz americana Jane Russell morreu no dia 28 de fevereiro, de causa não divulgada. Tinha 89 anos.
Russell era belíssima quando foi descoberta pelo milionário Howard Hughes, na sua fase de produtor de cinema. Ele a lançou como atriz no western "O Proscrito" (The Outlaw, 1943), que era eroticamente ousado para a época. O diretor era Howard Hawks, que se afastou após duas semanas de filmagem e Hughes assumiu. Sua ambição era tamanha que chegou a desenhar, com base em sua experiência em desenhar modelos de avião, um sutiã que realçasse os seios da atriz, embora ela tenha declarado que nunca o usou.
Entre as ousadias do filme, há uma cena que só pôde ser vagamente sugerida, por causa da censura: Russell tirava a roupa e se deitava sobre Jack Buetel, o ator que encarnava o mocinho, para aquecê-lo e impedir que morresse.
O filme ficou pronto em 1941, mas, como a censura fazia exigência de cortes que Hughes se negava a atender, só foi efetivamente lançado em 1946. Em Nova York, só pôde ser exibido em 1947. Sua data é 1943 porque nesse ano foi exibido em São Francisco. Fez grande sucesso e tornou famosos os seios da atriz.
Roussell teve seu grande momento nos anos 1950, chegando a atuar ao lado de Marilyn Monroe em "Os Homens Preferem as Loiras" (Gentlemen Prefer Blondes, 1953), em que canta e dança e se sai muito bem. Aliás, ela cantou em mais de uma dezena de filmes, assim em "O Caminho do Pecado" (The Las Vegas Story, 1952), "Um Romance em Paris" (The French Line, 1953) e "Macao" (Idem, 1952).
Tendo estreado num western, ela faria vários outros como "Bela e Bandida" (Montana Belle, 1952), "Nas Garras da Ambição" (The Tall Men, 1955) e "Duelo no Oeste" (Johnny Reno, 1966), dois deles paródias que estrelou ao lado de Bob Hope, "O Valente Treme-Treme" (The Paleface, 1948) e "O Filho do Treme-Treme" (Son of Paleface, 1952).
Nasceu Ernestine Jane Geraldine Russell em 21 de junho de 1921, em Bemidji, Minnesota. Como não podia ter filhos, adotou dois garotos e uma garota quando era casada com o ator Bob Waterfield (1920-1983), seu primeiro marido. Era duplamente viúva, do ator Roger Barrett (1927-1968) e do terceiro marido.
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