A Academia Européia de Cinema elegeu o filme romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 luni, 3 saptamani si 2 zile, 2007), de Cristian Mungiu, o melhor filme europeu do ano 2007. O prêmio de melhor atriz foi para a britânica Helen Mirren, por A Rainha (The Queen, 2006), de Stephen Frears; e o de melhor ator para o israelense Sasson Gabai, por A Banda (Bikur Ha-Tizmoret, 2007), de Eran Kolirin.
MICHAEL KIDD (92 anos, de câncer), coreógrafo norte-americano responsável pela coreografia de alguns filmes musicais, como A Tia de Carlitos (Where's Charley, 1952), Sete Noivas para Sete Irmãos (Seven Brides for Seven Brothers, 1954) e Alô, Dolly (Hello, Dolly!, 1969); e pela encenação de danças e/ou números musicais de A Roda da Fortuna (The Band Wagon, 1953), Cabeça de Pau (Knock on Wood, 1954), Eles e Elas (Guys and Dolls, 1955), As Aventuras de Ferdinando (Li'l Abner, 1959), A Estrela (Star!, 1968); foi também ator em alguns filmes, a exemplo de Dançando nas Nuvens (It's Always Fair Weather, 1955), Movie-Movie, a Dupla Emoção (Movie Movie, 1978), As Confusões de um Sedutor (Skin Deep, 1989). Recebeu, em 1997, um Oscar honorário "por seus serviços na arte da dança na arte da tela".
(Foto: AP; fonte: G1)
Dados biográficos: Milton Greenwald (seu nome verdadeiro) nasceu em 12 de agosto de 1915, em Nova York. Ganhou cinco prêmios Tony pela coreografia de musicais da Broadway. Deixou viúva Shelah Hakett, sua segunda mulher, com quem era casado desde 1969.
NORTON NASCIMENTO (45 anos, de parada cardíaca), ator brasileiro de TV que no cinema atuou apenas em Carlota Joaquina -- Princesa do Brasil (1995), Drama Urbano (1998), Até que a Vida nos Separe (1999) e Araguaya -- A Conspiração do Silêncio (2004).
(Crédito da foto: estrelando.uol.com.br)
Dados biográficos: Norton Nascimento nasceu em Belém, Pará, em 4 de janeiro de 1962. Em dezembro de 2003, por causa de um aneurisma, ele fez transplante de coração.
FLOYD 'RED CROW' WESTERMAN (71 anos, de leucemia), ator norte-americano que atuou em uma dúzia de filmes, sendo os mais relevantes Renegados da Justiça (Renegades, 1989), Dança com Lobos (Dances with Wolves, 1990), The Doors (Idem, 1991), O Bravo (The Brave, 1997), O Guerreiro da Paz (Grey Owl, 1999) e Mar de Fogo (Hidalgo, 2004); foi mais requisitado pela TV.
(Crédito da foto: http://www.turtletrack.org/)
Na última quinta-feira, 13, foi divulgada a relação dos indicados ao Globo de Ouro, o prêmio dos correspondentes estrangeiros em Hollywood. O filme Desejo e Reparação (Atonement, 2007), baseado no belo romance Reparação, de Ian McEwan, recebeu o maior número de indicações, sete: filme (drama), direção, roteiro, trilha musical, ator (James McAvoy), atriz (Keira Knightley) e atriz coadjuvante (Saoirse Ronan).
Quem acompanha a carreira do documentarista goiano Lourival Belém Jr. certamente já percebeu que sua filmografia reflete a busca pelo aperfeiçoamento dos meios de expressão. São já nove filmes desde 1981. E o último, Autonomia, de 2006, é como que o coroamento dessa busca. A narrativa se conduz exclusivamente pela montagem, que articula imagens com depoimentos sem prejuízo da clareza do discurso fílmico.
O filme aborda a luta pela autonomia empreendida por pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, que são postas à margem pelo rolo compressor da parcela “saudável” da sociedade. O universo em foco abrange trabalhadores informais, cantores de rua e vítimas de transtornos mentais. A atenção maior vai para o VI Encontro Nacional das Entidades de Usuários e Familiares do “Movimento Nacional da Luta Antimanicomial”, realizado em 2000, em Goiânia.
O melhor de tudo é que o filme não se limita à exposição de depoimentos de especialistas, familiares e portadores de transtornos mentais. Especial ênfase se dá às dificuldades enfrentadas pelos organizadores do evento, para pôr ordem na condução dos trabalhos. Fica evidente que não é nada fácil organizar as participações de pacientes da saúde mental. Mas o esforço vale a pena porque o resultado é gratificante.
Quando o evento perdeu a direção, os holofotes se voltaram para os bastidores, a mostrar o trabalho desenvolvido para repor o carro nos trilhos. E a personagem que realizou a façanha foi chamada ao primeiro plano, dividindo o espaço com as autoridades presentes ao evento. Esse enfoque enriqueceu o filme, dando-lhe a vivacidade de uma reportagem.
A grande nota irônica do filme coube à figura de um sanfoneiro cego que canta “Sou um pobre rico / Sou um rico pobre / De que me adianta / Ter nome de nobre...” enquanto pede esmola. É um verdadeiro achado. O sanfoneiro sintetiza toda a idéia do filme, já que inexiste autonomia sem suporte financeiro.
O recado final, como não podia deixar de ser, ficou por conta de um jovem portador de transtorno mental. Vitorioso a seu modo, na conquista de autonomia, ele se esforça para cantar em inglês. A canção contém um verso que se repete: “I’ll be there”, ou, em tradução livre: “Eu vou estar lá”. E o filme, solidário com ele, acelera os ponteiros de um relógio, a sugerir que o futuro almejado pelo jovem pode estar próximo.
O relógio, aliás, está presente em todo o filme, através de imagens e do tique-taque que pontua a trilha sonora desde os créditos iniciais. O tique-taque pode estar insinuando uma alegórica bomba-relógio, como se todo um “sistema” injusto, que cria levas de marginalizados a cada dia, pudesse explodir a qualquer momento.
A introdução de elementos ficcionais no documentário, em vez de constituir surpresa, é mais usual do que se pensa. E está em consonância com o que pensa um dos criadores do cinema moderno, Jean-Luc Godard, que declarou certa vez mais ou menos o seguinte: “Todo grande filme de ficção tende para o documentário, assim como todo grande documentário tende para a ficção”.
Vê-se com bons olhos que Lourival Belém Jr. tem um ponto de vista sobre o que mostra e dispõe de cabedais para expressá-lo. O filme Autonomia demonstra cabalmente sua madurez como cineasta. Que ele prossiga na linha ascendente, sem nunca se acomodar com as conquistas. Será bom para o cinema e melhor ainda para quem aprecia bons filmes.
(Texto publicado pelo semanário Jornal Opção, de Goiânia, edição de 2 a 8 de dezembro de 2007. Acesse: http://www.jornalopcao.com.br/)
FREDDIE FIELDS (84 anos, de câncer no pulmão), produtor norte-americano que participou da produção de 12 filmes nas décadas de 1970 e 80, os mais importantes dos quais foram À Procura de Mr. Goodbar (Looking for Mr. Goodbar, 1977), Gigolô Americano (American Gigolo, 1980), Fuga para a Vitória (Victory, 1981), Crimes do Coração (Crimes of the Heart, 1986) e Tempo de Glória (Glory, 1989).
Particularidades: Freddie Fields nasceu em 23 de julho de 1923, em Ferndale, Nova York. Foi um lendário agente de estrelas de Hollywood, que fundou em 1960, com David Begelman, a Creative Management Associates, que depois se tornou a International Creative Management. Entre seus clientes citam-se Henry Fonda, Judy Garland, Paul Newman, Steve McQueen, Sidney Poitier e Dustin Hoffman. Deixou viúva a atriz Corinna Tsopei, ex-Miss Grécia e Miss Universo 1964, e três filhos (um bilógico e dois adotivos) de seu casamento anterior, com a atriz Polly Bergen.
(Crédito da foto: dvdtoile.com)
A casa de leilões Sotheby's vendeu hoje, por 97 mil dólares (cerca de R$ 170 mil), o roteiro original do filme Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941), de Orson Welles. O roteiro, escrito por Welles e Herman Mankiewicz, tem 156 páginas e é a versão filmada. O valor obtido está dentro do previsto pela Sotheby's, que havia fixado entre 80 mil e 120 mil dólares.
Welles e Mankiewicz chegaram a elaborar sete versões do roteiro, e a vendida estampa na primeira página a expressão "segunda versão final", e contém anotações, revisões e supressões, bem como cenas acrescentadas. As anotações da assistente de Welles, Kathryn Trosper, escritas com tinta azul, tem o seu sobrenome ao lado, enquanto que as do diretor levam o dele.
No último sábado, 8, o polêmico filme Desejo e Perigo (Se, jie, 2007), de Ang Lee, arrebatou sete prêmios Cavalo de Ouro, o mais importante do cinema de Taiwan. Entre os prêmios estão os de melhor filme, diretor, ator (Tony Leung Chiu Wai), atriz revelação (Wei Tang) e o de destaque como diretor taiuanês do ano. O filme não conseguiu qualificação para ser indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2008, porque a Academia de Hollywood julgou insuficiente o número de taiuaneses envolvidos na sua produção.
O Cine Brasília exibiu na última terça-feira, 4, Rua das Tulipas, um desenho animado de 10 minutos, para um público digno dos melhores dias do festival que se encerrou recentemente. Tata-se de um trabalho de alunos da OZI Escola de Audiovisual de Brasília, que impressiona pela beleza das imagens. E a trilha musical, assinada por Charles Tôrres, é simplesmente magnífica.
