Dulce Damasceno de Brito ficou encantada
A jornalista Dulce Damasceno de Brito, ex-correspondente brasileira em Hollywood, faleceu no dia 9 de novembro, aos 82 anos. A partir de 1952, Dulce alimentou o imaginário dos fãs de cinema que liam as extintas revistas O Cruzeiro e Cinelândia. Ultimamente, além de publicar livros sobre sua experiência em Hollywood, ela escrevia a coluna "Hollywood Boulevard" para a revista Set. Seus livros Hollywood Nua e Crua e Hollywood Nua e Crua Parte II são íntimos conhecidos dos cinéfilos que se interessam pela mitologia do cinema norte-americano dos anos 1950 e 60. Seu desaparecimento foi comentado por críticos de cinema e até por escritores do porte de um Ignácio de Loyola Brandão. Para melhor informar os leitores, aqui vai um interessante trecho colhido no blog do excelente crítico do Estadão Luiz Carlos Merten, cuja colaboração agradecemos, contando com a compreensão dele para esta citação não autorizada:
"Dulce sofria há 20 anos de Mal de Parkinson. Foi definhando e ultimamente [...] não tinha força nem para folhear um livro ou revista, mas a cabeça continuava lúcida e, felizmente, ela tinha o amigo [e crítico de cinema] Alfredo Sternheim, que escrevia para a 'Set' as colunas que Dulce lhe ditava. [...] Aos 15 anos, Dulce já era jornalista e, aos 17, embarcou para Hollywood para entrevistar os galãs que a fascinavam, especialmente o Gregory Peck. Dulce foi a primeira correspondente brasileira em Hollywood e filtrou o olhar de todo o mundo que lia 'Cinelândia' nos anos 50. Colonizada, deslumbrada? Talvez, ou não, porque Dulce escrevia da perspectiva daqui e a Hollywood que ela conheceu e os astros e estrelas com quem conviveu são aqueles que fazem parte da lenda - mitos que evocam uma Hollywood real e imaginária, uma Hollywood dos anos de ouro e de clássicos que fazem parte do nosso imaginário."
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