Dez filmes subestimados: 1 - Mata Hari
Assim como existem filmes superestimados, que ganham prêmios, arrebanham grandes audiências e depois desaparecem sem deixar sinal, há também aqueles que não recebem a atenção que merecem. Pesquisando-se com boa vontade, encontram-se dezenas de filmes injustamente esquecidos, principalmente entre as produções de Hollywood.
Em geral, temos a predisposição para valorizar tudo, ou quase tudo, que vem da Europa e menosprezar o que vem dos Estados Unidos. Os cineastas europeus seriam artistas, e os de Hollywood, meros comerciantes. Destes, só se salvariam os autores bafejados pela crítica francesa. A realidade, porém, não é tão simples.
Comentamos dez filmes que consideramos subestimados em texto que foi publicado pelo semanário Jornal Opção de 10 a 16 de maio de 2009 e pelo saite Revista Bula.
A partir de hoje, em atenção aos leitores deste blog, representados pela ilustre Dra. Nildete, estamos dando início à postagem dos comentários; um de cada vez, para não cansar o leitor.
1 - Mata Hari (Idem, 1931), de George Fitzmaurice – Realizado antes do código Hays – código de censura adotado por Hollywood em 1934 –, o filme contém ousadias eróticas e diálogos incisivos que ainda surpreendem, além de narrar “visualmente” uma história complexa. As interpretações impressionam pela leveza, considerada a proximidade do cinema mudo, quando primavam pelo exagero.
Greta Garbo é Mata Hari. Em Paris, durante a Primeira Guerra Mundial, a exótica dançarina holandesa, de ascendência javanesa pelo lado materno, usa seus encantos a fim de espionar para os alemães e consegue enganar meio mundo.
O par romântico de Garbo, Ramon Novarro, 3 cm mais baixo que ela, precisou usar enchimento no sapato para parecer mais alto. Mas este era um problema insolúvel: os atores sempre ficavam pequenos diante daquele colosso de talento e beleza.
De produção modesta – até onde isso era possível na Metro-Goldwyn-Mayer e com a supervisão de Irving Thalberg –, o filme é um deleite, graças à competência do produtor-diretor Fitzmaurice. E, embora fosse um mestre, ele nem recebeu crédito pela direção, ofício ainda pouco valorizado.
Desde então o cinema até que não evoluiu tanto, mas a espionagem...
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