27 de dezembro de 2010

DARY REIS (1926-2010), ator

O ator brasileiro Dary Reis morreu hoje, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.
Sua especialidade era interpretar homens maus. De seus mais de 20 filmes merecem destaque "Rua Sem Sol" (1954), "Eles Não Voltaram" (1960), "Vale do Canaã" (1971), "Leão do Norte" (1974), filmado em Pirenópolis (GO), e "Eu Matei Lúcio Flávio" (1979). Fez o chefe de um grupo de mercenários em "Eu, Você, Ele e os Outros" (Non c'è due senza quattro, 1984), comédia da dupla Terence Hill e Bud Spencer, que o italiano Enzo Barboni filmou no Brasil.

Dary Hugo dos Reis nasceu em 12 de fevereiro de 1926, em São Sepé (RS). Deixou viúva a mulher do segundo casamento, com quem teve um casal de filhos.

19 de dezembro de 2010

BLAKE EDWARDS (1922-2010), diretor e roteirista

O diretor americano Blake Edwards morreu no dia 15 de dezembro, de pneumonia, aos 88 anos.
Antes de virar roteirista e diretor, Edwards começou como ator em 1942, tendo atuado quase sempre sem receber crédito. Nesta condição, apareceu em "Fomos os Sacrificados" (They Were Expendable, 1946), de John Ford, e "Os Melhores Anos de Nossas Vidas" (The Best Years of Our Lives, 1946), de William Wyler.
Como diretor, realizou grandes comédias como "Anáguas a Bordo" (Operation Petticoat, 1959), "Bonequinha de Luxo" (Beakfast at Tiffany's, 1961), "A Corrida do Século" (The Great Race, 1965), "Um Convidado Bem Trapalhão" (The Party, 1968) e "Vítor ou Vitória" (Victor/Victoria, 1982), além dos oito filmes da série A Pantera Cor-de-Rosa, seis dos quais com Peter Sellers.
Demonstrou competência também para dirigir filmes sérios, assim foi em "Escravas do Medo" (Experiment in Terror, 1962), policial com Glenn Ford, e "Vício Maldito" (Days of Wine and Roses, 1962), drama em que Jack Lemmon mostra todo o seu talento no papel de um alcoólatra.
Um parceiro frequente foi Henry Mancini, que compôs as trilhas da maioria de seus filmes.
Edwards ganhou vários prêmios, entre eles dois do sindicato de roteiristas, um Oscar pela carreira, uma estrela na Calçada da Fama e sete prêmios internacionais.
Nasceu William Blake Crump em 26 de julho de 1922, em Tulsa, Oklahoma. Teve dois filhos com a atriz Patricia Walker, sua primeira mulher: a atriz Jennifer Edwards e o roteirista e diretor Geoffrey Edwards. Deixou viúva a atriz Julie Andrews, com quem tinha duas filhas adotivas.

13 de dezembro de 2010

Estudantes de cinema do Paraná mostram seus filmes

Na próxima quinta-feira, dia 16 de dezembro, acontecerá a Mostra CINETVPR, no SESC da Esquina, em Curitiba.
A Mostra CINETVPR pretende fazer um balanço crítico sobre a CINETVPR – Escola Supeior Sul Americana de Cinema e Televisão do Paraná, a sua reformulação e continuidade, com a exibição dos trabalhos realizados pelos estudantes do curso de cinema da FAP/CINETVPR.
Após a sessão, haverá o painel “A Produção Artística e Acadêmica da CINETVPR”, com a presença dos realizadores e a mediação de Rodrigo Bouillet (Cine+Cultura / MINC) e Pedro Plaza (ex-professor da CINETVPR e professor da UFPR).
Às 16 horas será realizada a plenária preparativa da Jornada Cineclubista do Paraná 2011, com a presença do Prof. Emmanuel Appel (Filosofia/UFPR) e Rodrigo Bouillet (Cine+Cultura).
A seguir, a lista dos filmes da mostra:
1 - "A Infância de Margot", de Bruno de Oliveira
2 - "Aranceles", de Melo Viana
3 - "Colorado Esporte Clube", de Fábio Allon
4 - "Garoto Barba", de Christopher Faust
5 - "Hollywood", de Laura Montalvão, Marcos Serafim e Thiago Benites
6 - "O Muro", de Diego Florentino
7 - "Oscar 02/07", de João Krefer
8 - "Pastoreio", de Alexandre R. Garcia.
9 - "Reminiscências", de Aly Muritiba
10 - "Wannabe", de Maurício Ramos Marques.

8 de dezembro de 2010

'Tropa de Elite 2' é o novo recorde de público do cinema brasileiro

No dia 7 de dezembro, "Tropa de Elite 2", de José Padilha, tornou-se o filme mais visto da história do cinema brasileiro, batendo o recorde de "Dona Flor e Seus Dois Maridos".
De acordo com o distribuidor Marco Aurélio Marcondes, até ontem à noite, o filme atingiu um total de 10.736.995 espectadores desde a sua estreia, em 8 de outubro. E, como continua em cartaz em mais de 300 salas, esse número ainda pode crescer um bocado.
Finalmente foi superada a marca que pertencia ao filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Bruno Barreto, que foi visto nos cinemas por 10.735.525 espectadores.
É preciso lembrar que em 1976, ano de lançamento de "Dona Flor...", o Brasil tinha um número bem maior de salas de cinema, e veículos como o videocassete e o DVD ainda nem existiam, muito menos o comércio de filmes pirateados.

5 de dezembro de 2010

'O Escritor Fantasma' eleito o melhor filme do cinema europeu

A premiação da Academia Europeia de Cinema, em sua 23ª edição, aconteceu no dia 4 de novembro, em Tallin, capital da Estônia. O filme "O Escritor Fantasma" recebeu seis prêmios.
A seguir, a lista dos principais premiados:
1 - Melhor filme: "O Escritor Fantasma" (The Ghost Writer, França/ Alemanha/Reino Unido, 2010)
2 - Melhor diretor: Roman Polanski, por "O Escritor Fantasma"
3 - Melhor atriz: Sylvie Testud, por "Lourdes" (Áustria/França/Alemanha, 2009)
4 - Melhor ator: Ewan McGregor, por "O Escritor Fantasma"
5 - Melhor roteiro: Robert Harris e Roman Polanski, por "O Escritor Fantasma"
6 - Melhor fotografia: Giora Bejach, por "Líbano" (Lebanon, Israel/ França/Líbano/Alemanha, 2009)
7 - Melhor montagem: Luc Barnier e Marion Monnier, por "Carlos" (Minissérie para a TV, França/Alemanha, 2010)
8 - Melhor denigner: Albrecht Konrad, por "O Escritor Fantasma"
9 - Melhor trilha musical: Alexandre Desplat, por "O Escritor Fantasma"
10 - Prêmio Fipresci (revelação): "Líbano", de Samuel Maoz
11 - Melhor documentário: "Nostalgia de la Luz" (França/Alemanha/ Chile, 2010), de Patricio Guzmán
12 - Melhor filme de animação: "O Ilusionista" (L'Illusionniste, Reino Unido/França, 2010), de Sylvain Chomet
13 - Prêmio Eurimages: Zeynep Özbatur Atakan, produtor
14 - Prêmio pela carreira: Bruno Ganz, actor
15 - Prêmio pela carreira internacional: Gabriel Yared, compositor.

30 de novembro de 2010

Festival de Brasília prefere 'O Céu sobre os Ombros'

O Festival de Cinema de Brasília, encerrado hoje, consagrou o filme "O Céu sobre os Ombros", de Sérgio Borges. A seguir, os premiados na categoria longa-metragem:
1 - Melhor filme (escolha do júri): "O Céu sobre os Ombros", de Sérgio Borges
2 - Melhor filme (escolha do público): "Amor?", de João Jardim
3 - Prêmio Especial do Júri: elenco de "O Céu sobre os Ombros"
4 - Melhor direção: Sérgio Borges, por "O Céu sobre os Ombros"
5 - Melhor ator: Fernando Bezerra, por "Transeunte"
6 - Melhor atriz: Melissa Dullius, por "Os Residentes"
7 - Melhor ator coadjuvante: Rikle Miranda, por "A Alegria"
8 - Melhor atriz coadjuvante: Simone Sales de Alcântara, por "Os Residentes"
9 - Melhor roteiro: Manuela Dias e Sérgio Borges por "O Céu sobre os Ombros"
10 - Melhor fotografia: Aluizio Raulino, por "Os Residentes"
11 - Melhor direção de arte: Felipe Bragança, por "A Alegria"
12 - Melhor trilha musical: André Wakko, Juan Rojo, David Lanskylansky e Vanessa Michellis, por "Os Residentes"
13 - Melhor som: "Transeunte"
14 - Melhor montagem: Ricardo Pretti, por "O Céu sobre os Ombros".

29 de novembro de 2010

MARIO MONICELLI (1915-2010), diretor e roteirista

O cineasta Mario Monicelli, um dos mestres da comédia italiana, morreu hoje em Roma, aos 95 anos.
Ele se jogou do quinto andar do hospital onde estava internado para tratamento de um câncer de próstata terminal. É um fim triste, mas que não espanta, partindo do diretor de "Parente É Serpente" (Parenti serpenti, 1992). Neste filme, familiares se reúnem na casa da mãe, viúva, para celebrar o Natal e, ao saberem que a velha pretende vender a casa para ficar com os filhos e netos, resolvem eliminá-la.
Monicelli, que começou a carreira no meado dos anos 1930, mais como roteirista, desenvolveu sua veia humorística em parceria com Steno, a partir do fim dos anos 40. Em 1954, iniciou a carreira solo, alcançando o sucesso com "A Grande Guerra" (La grande guerra, 1959), que conquistou o Leão de San Marco (o nome de então do Leão de Ouro) no Festival de Veneza.
Entre seus filmes mais conhecidos citam-se "Os Eternos Desconhecidos" (I soliti ignoti, 1958) e "Os Companheiros" (I compagni, 1963), além de "O Incrível Exército de Brancaleone" (L'armata Brancaleone, 1966), o mais lembrado, no qual Vittorio Gassman faz um cavaleiro andante enlouquecido que lidera um bando de refugos humanos da Idade Média.
Monicelli era um mestre do humor negro, mas também podia ser terno ou melancólico, ou as duas coisas ao mesmo tempo, como na série de comédias "Meus Caros Amigos" (Amici miei, 1975), "Quinteto Irreverente" (Amici miei atto II, 1982) e "Caros F... Amigos" (Cari fottutissimi amici, 1994).
No filme "Sob o Sol de Toscana" (Under the Tuscan Sun, 2003), Monicelli interpreta pequeno papel: ele é o velhinho que sempre coloca flores para Nossa Senhora.
Mario Monicelli nasceu em 15 de maio de 1915, em Viareggio, no litoral da Toscana. Tinha três filhas de dois casamentos que terminaram em divórcio.

IRVIN KERSHNER (1923-2010), diretor

O cineasta americano Irvin Kershner, diretor do segundo filme da série Guerra nas Estelas, "O Império Contra-Ataca" (Star Wars V - The Empire Strikes Back, 1980), morreu dia 27 de novembro, em Los Angeles. Tinha 87 anos.
Além de se revelar melhor diretor que George Lucas, Kershner contou com mais recursos do que Lucas dispunha quando da realização do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas. Graças a isso, aperfeiçoou-se, em "O Império Contra-Ataca", o visual estilo cowboy intergalático do figurino meio brega do primeiro filme.
Kershner dirigiu ainda "007 - Nunca Mais Outra Vez" (Never Say Never Again, 1983), o último filme da série James Bond estrelado por Sean Connery.
Ele também trabalhou como ator em alguns filmes, sendo o intérprete de Zebedeu em "A Última Tentação de Cristo" (The Last Temptation of Christ, 1988).
Irvin Kershner nasceu em 29 de abril de 1923, em Filadélfia, Pensilvânia.

LESLIE NIELSEN (1926-2010), ator

O ator Leslie Nielsen morreu no último domingo, 28, de pneumonia, aos 84 anos.
Nielsen começou a carreira como galã, fazendo o interesse romântico de Anne Francis em "O Planeta Proibido" (Forbidden Planet, 1956) e de Debbie Reynolds em "A Flor do Pântano" (Tammy and the Bachelor, 1957). Merece ser lembrado também como o comandante do navio em "O Destino de Poseidon" (The Poseidon Adventure, 1972).
Na década de 1960, revelou seu talento cômico em "Um Astronauta Fora de Órbita" (The Reluctant Astronaut, 1967). Mais tarde se tornaria muito popular em “Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu” (Airplane!, 1980), e na pele do tenente trapalhão de "Corra Que a Polícia Vem Aí!" (The Naked Gun: From the Files of Police Squad! , 1988), que teve duas sequências, "Corra Que a Polícia Vem Aí 2 1/2" (The Naked Gun 2 1/2: The Smell of Fear, 1991) e "Corra Que a Polícia Vem Aí 33 1/3 - O Insulto Final" (The Naked Gun 33 1/3: The Final Insult, 1994).
Leslie William Nielsen nasceu em 11 de fevereiro de 1926, em Regina, Canadá. Era pai das atrizes Maura Nielsen Kaplan e Thea Nielsen Disney. Deixou viúva a atriz Barbaree Earl Nielsen, a esposa de seu quarto casamento.

23 de novembro de 2010

MAURO ALICE (1925-2010), montador

O montador Mauro Alice morreu nesta terça-feira, 23, em São Paulo, aos 85 anos.
Mauro Alice começou na Vera Cruz paulista, atuando como assistente ou sob a supervisão do grande Oswald Hafenrichter, chefe de montagem do estúdio. Assim, participou da montagem de "Sai da Frente" (1952), estreia de Mazzaropi no cinema, "Apassionata" (1952), "Uma Pulga na Balança" (1953), "Candinho" (1954) e "Floradas na Serra" (1954).
Em seguida, trabalhou na montagem das chanchadas cariocas "Rio Frantasia" (1957), de Watson Macedo, e "Rico Ri à Toa" (1957), estreia de Roberto Farias na direção.
De volta à Vera Cruz, ou melhor, ao que restou dela, Mauro alternou filmes de Mazzaropi com os de alguns dos principais cineastas paulistas da época, entre eles Walter Hugo Khouri, para quem montou "Na Garganta do Diabo" (1960), "Noite Vazia" (1964), "Corpo Ardente" (1966), "O Palácio dos Anjos" (1970) e "O Anjo da Noite" (1974). Outro cineasta com quem veio a colaborar depois foi Hector Babenco, em "O Beijo da Mulher Aranha" (1985), prêmio de melhor montagem no Festival de Gramado, "Coração Iluminado" (1996) e "Carandiru" (2003).
Mauro Alice Nasceu em 1925 em Curitiba.

21 de novembro de 2010

Festival de Mar del Plata premia filme de veterano cineasta polonês

A 25ª edição do Festival de Mar del Plata, encerrada em 20 de novembro, deu o prêmio de melhor filme a "Essential Killing", e o de melhor ator a Vincent Gallo, que interpreta o protagonista do mesmo filme.
Veja a lista dos principais vencedores:
1 - Melhor filme: "Essential Killing" (Polônia/Noruega/Irlanda/ Hungria, 2010), de Jerzy Skolimowski
2 - Prêmio especial do júri: "Chantrapas" (Geórgia/França, 2010), de Otar Iosseliani
3 - Melhor diretor: Aleksei Fedorchenko, por "Almas Silenciosas" (Ovsyanki, Rússia, 2010)
4 - Melhor ator: Vincent Gallo, por "Essential Killing"
5 - Melhor atriz: Maria Popistasu e Mirela Oprisor, por "Tuesday, After Christmas" (Marti, dupa craciun, Romênia, 2010), de Radu Muntean
6 - Melhor roteiro: Denis Osokin, por "Almas Silenciosas"
7 - Melhor filme latino-americano: "Outubro" (Octubre, Peru, 2010), de Daniel e Diego Vega Vidal, e "Amor em Trânsito" (Amor en tránsito, Argentina, 2009), de Lucas Blanco
8 - Prêmio Fipresci (da crítica internacional): "El camino del vino" (Argentina, 2010), de Nicolás Carreras.

14 de novembro de 2010

Homenagens do Governors Award 2010

No último sábado, 13 de novembro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood homenageou o cineasta Francis Ford Coppola, o ator Eli Wallach, o diretor Jean-Luc Godard e o historiador Kevin Brownlow.

Robert De Niro fez o discurso de saudação a Eli Wallach, que recebeu sua estatueta das mãos de Clint Eastwood, seu parceiro de elenco no bangue-bangue italiano "Três Homens em Conflito". E Tony Bennett cantou para homenagear o veterano ator.

O ator francês Vincent Cassel saudou seu compatriota Jean-Luc Godard, que brilhou pela ausência.

O prêmio Irving G. Thalberg, a mais importante distinção concedida pela Academia, foi entregue a Francis Ford Coppola por Robert De Niro. Na sua saudação, George Lucas disse: "Ele era o nosso líder. Foi a nossa inspiração". Coppola foi aplaudido de pé.

Entre os que compareceram à cerimônia estavam Robert Duvall, James Caan, Kevin Spacey, Hilary Swank, Darren Aronofsky, Hans Zimmer e Talia Shire e Sofia Coppola, respectivamente irmã e filha de Francis Ford Coppola.

Os prêmios honorários, que antes eram entregues conjuntamente com os Oscars em disputa, foram antecipados para reduzir o tempo da cerimônia prevista para feveiro de 2011.

13 de novembro de 2010

A Suprema Felicidade

Após 20 anos sem filmar, Arnaldo Jabor ressurge com um novo filme. O título, além de bonito, promete muito, "A Suprema Felicidade". Desta vez o assunto abordado saiu da memória do cineasta.

O enredo se compõe de episódios da vida de Paulo, alterego do diretor, dos seus oito anos de idade até os 19. A sequência não segue sempre a ordem cronológica: às vezes, de um episódio salta-se para um anterior. Mas isso é feito com muito cuidado, sem prejuízo para o entedimento do espectador mediano.

É digno de louvor o esforço de fazer humor politicamente incorreto. Em parte, porém, especificamente à volta do pipoqueiro vivido por João Miguel, ouvem-se trocadilhos do repertório do antigo jornal humorístico "O Pasquim".

Há momentos de bom cinema, principalmente quando Marco Nanini está em cena. Ele faz o avô de Paulo, com a desenvoltura e inspiração que o caracterizam. Nanini carrega um pouco o filme nas costas, compensando o vazio não preenchido pelos garotos que fazem o Paulo criança ou adolescente.

Para a alegria dos cinéfilos há a stripper encarnada pela belíssima Tammy di Calafiori, que evoca Marilyn Monroe.

A impressão que me ficou, tendo visto o filme apenas uma vez, é que ele tem altos e baixos. Alguns episódios menos interessantes quebram a regularidade. Mas o bom é que filme melhora à medida que avança para o desfecho.

Coincidentemente, o ator que interpreta Paulo por último, quando ele tem 19 anos -- Jayme Matarazzo, estreante no cinema --, é o melhor dos três que dão vida ao protagonista do filme.

A promessa do título, infelizmente, não se cumpre. O próprio filme se encarrega de negá-lo, quando Nanini diz que a felicidade é impossível; com sorte, podemos ter momentos felizes.

Pois assim é também o filme. Comemoremos, então, os seus momentos felizes.

11 de novembro de 2010

DINO DE LAURENTIIS (1919-2010), produtor

O produtor italiano Dino De Laurentiis, que participou da produção de mais de 150 filmes, morreu hoje em Los Angeles, aos 91 anos.
Nascido Agostino De Laurentiis em 8 de agosto de 1919, em Torre Annunziata, Itália, com 17 anos partiu para Roma para estudar no Centro Sperimentale di Cinematografia, trabalhando em funções modestas no cinema para pagar seus estudos.
Nos anos 1950, fundou com Carlo Ponti a produtora Ponti-De Laurentiis, que produziu vários sucessos. Mais tarde construiu seu próprio estúdio, a Dinocittà, no qual se realizaram "A Bíblia" (The Bible: In the Beggining..., 1966), "O Estrangeiro" (Lo straniero, 1967), "Barbarella" (1968) e "Waterloo" (1970).
Devido à crise que se abateu sobre o cinema italiano nos anos 1970, ele vendeu a Dinocittà ao governo italiano e transferiu-se para os Estados Unidos, onde também sofreu revezes mas conseguiu participar de sucessos como "Na Época do Ragtime" (Ragtime, 1981) e "Veludo Azul" (Blue Velvet, 1986).
Sua extensa filmografia inclui ainda "Arroz Amargo" (Riso amaro, 1949), "Europa 51" (Europa '51), "A Estrada da Vida" (La strada, 1954), que lhe deu o primeiro Oscar de melhor filme em língua estrangeira, "Guerra e Paz" (War and Peace, 1956), "Noites de Cabíria" (Le notti di Cabiria, 1957), pelo qual ganhou outro Oscar, "Barrabás" (Barabba, 1961), "Serpico" (1973), "Três Dias do Condor" (Three Days of the Condor, 1975), "King Kong" (1976) e "O Ovo da Serpente" (The Serpent's Egg, 1977).
Seu nome está ligado também ao primeiro filme italiano colorido. Trata-se de "Totó a Cores" (Totò a colori, 1952), de Steno, um dos gênios (o ator Totó é outro) da comédia italiana.
De pequena estura (1,63 m de altura), De Laurentiis teve uma carreira digna de um gigante e recebeu muitos prêmios na Itália, além do Irving G. Thalberg, o maior galardão concedido a um produtor em Hollywood, em 2001, e o Leão de Ouro do Festival de Veneza, pela carreira, em 2003.
Foi casado com a atriz Silvana Mangano (1930-1989), com quem teve quatro filhos, a atriz Veronica de Laurentiis e os produtores Raffaella, Francesca e Federico De Laurentiis (1955-1981). Deixou viúva a produtora Martha De Laurentiis, com quem teve duas filhas, as atrizes Carolyna e Dina De Laurentiis.

6 de novembro de 2010

JILL CLAYBURGH (1944-2010), atriz

A atriz americana Jill Clayburgh, lembrada por seus papéis de mulheres independentes, morreu no dia 5 de outubro, de leucemia, aos 66 anos.
Ela atuou em 30 filmes, entre os quais "Uma Mulher Descasada" (An Unmarried Woman, 1978), que lhe deu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, "Encontros e Desencontros" (Starting Over, 1979), "La Luna" (La luna, 1979) e "Gente Diferente" (Shy People, 1987).
Jill Clayburgh nasceu em 30 de abril de 1944, em Nova York. Viveu com Al Pacino de 1970 a 1975. Deixou viúvo o roteirista David Rabe, com quem teve um casal de filhos. Era mãe da atriz Lily Rabe.

4 de novembro de 2010

Os vencedores da Mostra de Cinema de São Paulo

A 34º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, encerrada hoje, divulgou a relação dos longas-metragens ganhadores:

A) FICÇÃO

1 - Melhor filme: "Quando Partimos" (Die Fremde, Alemanha, 2010), de Feo Aladag
2 - Melhor atriz: Noomi Rapace, por "Beyond" (Svinalängorna, Suécia/Finlândia, 2010)
3 - Prêmio especial do júri: "Beyond", de Pernilla August.

B) DOCUMENTÁRIO

1 - Melhor documentário: "Jardim Sonoro" (Nel giardino dei suoni, Suíça, 2009), de Nicola Bellucci
2 - Prêmio especial do júri: "O Samba Que Mora em Mim" (Brasil, 2010), de Georgia Guerra-Peixe.

C) PRÊMIO DA CRÍTICA

1 - Melhor filme: "Mistérios de Lisboa" (Portugal/França/Brasil, 2010), de Raoul Ruiz
2 - Prêmio especial da crítica: "Carlos" (Minissérie de TV, França/ Alemanha), de Olivier Assayas.

D) PRÊMIO DO PÚBLICO

1 - Melhor filme brasileiro (ficção): "Meninos de Kichute" (2009), de Luca Amberg
2 - Melhor filme internacional: "Balibo" (Austrália, 2009), de Robert Connolly
3 - Melhor documentário brasileiro: "José e Pilar" (2010), de Miguel Gonçalves Mendes
4 - Melhor documentário internacional: "Pense Global, Aja Rural" (Solutiones locales pour un désordre global, França, 2010), de Coline Serreau
5 - Prêmio da juventude: "O Mágico" (L'illusionniste, Reino Unido/ França, 2010), de Sylvain Chomet.

E) PRÊMIO ITAMARATY

1 - Melhor filme documentário: "Lixo Extraordinário" (Brasil/Reino Unido, 2010), de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley
2 - Melhor filme de ficção: "Rosa Morena" (Dinamarca/Brasil, 2010), de Carlos Augusto de Oliveira
3 - Prêmio especial pelo conjunto da obra: Carlos Reichenbach.

28 de outubro de 2010

JAMES MacARTHUR (1937-2010), ator

O ator americano James MacArthur morreu de causas naturais, em 28 de outubro, aos 72 anos.
Sua carreira no cinema, entre 1957 e 1968, ficou restrita a 15 filmes.
No seu segundo filme, "O Tratado dos Moicanos" (The Light in the Forest, 1958), um western passado na época da colonização dos Estados Unidos, ele tem o papel central da trama, vivendo conflito de identidade entre os valores dos índios, que o criaram, e os dos brancos. Tendo sido capturado ainda criança, permaneceu entre os moicanos até se tornar adulto, quando é devolvido à família em consequência de tratado de paz celebrado entre o exército inglês e os índios. No processo de sua readaptação à chamada civilização são ressaltados os valores positivos da cultura indígena e os negativos da gente que se considera civilizada.
Seu último papel no cinema foi no western "A Marca da Forca" (Hang 'Em High, 1968), como um pastor que canta hinos religiosos com a multidão de espectadores do enforcamento coletivo e encomenda as almas dos condenados, os quais receberam a pena máxima de um juiz perverso que comanda a execução a distância. A expressão no rosto do pastor é de quem também se deleita com o acontecimento.
Entre seus filmes citam-se ainda "No Labirinto do Vício" (The Young Stranger, 1957), "A Cidadela dos Robinson" (Swiss Family Robinson, 1960) e "Uma Batalha no Inferno" (Battle of the Bulge, 1965).
James Gordon MacArthur nasceu em 8 de dezembro de 1937, em Los Angeles. Era filho adotivo da atriz Helen Hayes e do dramaturgo Charles MacArthur. Deixou viúva a mulher do terceiro casamento, com quem tinha um filho. Foi casado com as atrizes Joyce Bulifant, com quem teve dois filhos, e Melody Patterson.

27 de outubro de 2010

100 grandes momentos do cinema

Roger Ebert, crítico do jornal Chicago Sun-Times, divulgou uma lista de 100 grandes momentos do cinema que agradou em cheio aos cinéfilos. Embora ele não os tenha numerado, pois não é um ranking, acrescentamos os números para facilitar o trabalho de quem quiser confrontar as informações com o que mostram os filmes.
Considerado um dos mais influentes críticos americanos, Ebert é dotado de admirável capacidade de observação. Suas escolhas vão do mais espetaculoso, a corrida de bigas em “Ben-Hur”, ao detalhe mais sutil, a sombra da garrafa em “Farrapo Humano”. Em muitos casos são minúcias que escapam à percepção de espectadores distraídos.
Como Ebert registrou suas observações puxando pela memória, deu ensejo a diferenças entre o que escreveu e o que de fato ocorre nos filmes relativos aos momentos número 21, 33, 45, 46, 79, 83 e 88. Nós optamos por adequar o conteúdo destes ao que se vê ou se ouve nos filmes.
Em algumas situações, sentimos a necessidade de inserir explicações entre colchetes, para facilitar a compreensão dos leitores; em outras, acrescentamos o título do filme a que o texto se refere. Também completamos os nomes de vários diretores e atores.
Após conhecer as argutas observações de Roger Ebert, tomara o leitor se sinta apto a fazer sua própria lista de grandes momentos do cinema.
1 - Clark Gable em “E o Vento Levou" (Gone with the Wind, 1939): “Francamente, querida, eu não ligo a mínima”.
2 – Buster Keaton de pé, tranquilo, enquanto a parede da casa cai sobre ele; é salvo por estar posicionado exatamente no vão da janela [em “Marinheiro de Encomenda" (Steamboat Bill Jr., 1928) ou “Capitão Bill Jr.”].
3 – Charlie Chaplin sendo reconhecido pela moça cega, em “Luzes da Cidade" (City Lights, 1931).
4 – O computador Hal 9000 fazendo leitura labial, em “2001: Uma Odisseia no Espaço” (2001: A Space Odyssey, 1968).
5 – A Marselhesa cantada em “Casablanca” (1942).
6 – Branca de Neve beijando Dunga na cabeça [em “Branca de Neve e os Sete Anões” (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937)].
7 – John Wayne pondo a rédea na boca em “Bravura Indômita” (True Grit, 1969) e galopando no prado com uma arma em cada mão.
8 - James Stewart em “Um Corpo Que Cai” (Vertigo, 1958), aproximando-se de Kim Novak, que vem do outro lado do quarto, e dando-se conta que ela personifica todas as suas obsessões – melhor do que ele sabe.
9 – A experiência das origens do cinema provando que, na corrida, os cavalos ficam às vezes com as quatro patas no ar.
10 – Gene Kelly cantando na chuva.
11 – Samuel L. Jackson e John Travolta discutindo sobre como dizem “Quarteirão” [sanduíche do McDonald’s] na França, em “Pulp Fiction – Tempo de Violência” (Pulp Fiction, 1994).
12 – A lua recebendo no olho o cartucho disparado pelo canhão, em “Viagem à Lua” (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès.
13 – Pauline em perigo, amarrada aos trilhos da estrada de ferro [em “Minha Vida, Meus Amores” (The Perils of Pauline, 1947)].
14 – O garoto correndo alegremente ao encontro do pai que regressa, em “Sounder – Lágrimas de Esperança” (Sounder, 1972).
15 – Harold Lloyd pendurado no mostrador do relógio em “O Homem Mosca” (Safety Last!, 1923).
16 – Orson Welles sorrindo enigmaticamente no portal, em “O Terceiro Homem” (The Third Man, 1949).
17 – O anjo olhando Berlim do alto com tristeza, em “Asas do Desejo” (Der Himmel über Berlin, 1987), de Wim Wenders.
18 – O filme de Zapruder mostrando o assassinato de Kennedy: um momento congelado no tempo repetidamente.
19 – Um africano saudoso de casa, dizendo tristemente a uma prostituta que o que realmente quer não é sexo, mas cuscuz, em “O Medo Devora a Alma” (Angst essen Seele auf, 1974), de Rainer Werner Fassbinder.
20 – O Coiote suspenso no ar [no desenho animado do Papa-Léguas].
21 – Zero Mostel lançando um copo d’água no histérico Gene Wilder, em “Primavera para Hitler” (The Producers, 1968), de Mel Brooks, e Wilder gritando: “Estou histérico! Estou molhado!”
22 – Um velho sozinho em casa, tendo de lidar com a morte da mulher e a indiferença dos filhos, em “Era Uma Vez em Tóquio” (Tôkyô monogatari, 1953), de Yasujiro Ozu.
23 – “Fumando”. Resposta de Robert Mitchum, mostrando o cigarro, quando Kirk Douglas lhe oferece um cigarro em “Fuga do Passado” (Out of the Past, 1947).
24 – Marcello Mastroianni e Anika Ekberg dentro da fonte em “A Doce Vida” (La dolce vita, 1960).
25 – O momento em “Céu e Inferno” (Tengoku to jigoku, 1963), de Akira Kurosawa, quando o milionário descobre que não é seu filho que foi sequestrado, mas o filho do seu motorista – e os olhares dos dois pais se encontram.
26 – A visão distante de pessoas surgindo no horizonte no final de “A Lista de Schindler” (Schindler's List, 1993).
27 – R2D2 e C3PO em “Guerra nas Estrelas” (Star Wars, 1977).
28 – E.T. e o amigo passando de bicicleta na frente da lua.
29 – Marlon Brando gritando “Stella!” em “Uma Rua Chamada Pecado” (A Streetcar Named Desire, 1951).
30 – Hannibal Lecter sorrindo para Clarice em “O Silêncio dos Inocentes” (The Silence of the Lambs, 1991).
31 – “Um momento! Um momento! Vocês ainda não ouviram nada!” As primeiras palavras ouvidas no primeiro filme falado, “O Cantor de Jazz” (The Jazz Singer, 1927), ditas por Al Jolson.
32 – Jack Nicholson tentando pedir um sanduíche de frango em “Cada um Vive como Quer” (Five Easy Pieces, 1970).
33 – “Ninguém é perfeito”. Última fala de Joe E. Brown em “Quanto Mais Quente Melhor” (Some Like It Hot, 1959), justificando para Jack Lemmon que casará com ele, mesmo ele tendo dito que é homem.
34 – “Rosebud.” [Palavra dita por Charles Foster Kane ao morrer, em “Cidadão Kane” (Citizen Kane, 1941).]
35 – A divertida caçada em “A Regra do Jogo” (La règle de jeu, 1939), de Jean Renoir.
36 – O olhar assombrado de Antoine Doinel, herói autobiográfico de François Truffaut, na imagem congelada no final de “Os Incompreendidos” (Les quatre cents coups, 1959).
37 – Jean-Paul Belmondo com o cigarro enfiado na boca insolentemente em “Acossado” (À bout de souffle, 1960), de Jean-Luc Godard.
38 – A fundição do grande sino de ferro em “Andrei Rublev” (Andrey Rublyov, ), de Andrei Tarkovsky.
39 – “O que vocês fizeram nos olhos dele?” Mia Farrow em “O Bebê de Rosemary” (Rosemary's Baby, 1968).
40 – Moisés separando as águas do Mar Vermelho em “Os Dez Mandamentos” (The Ten Commandments, 1956).
41 – O velho encontrado morto no balanço do parque, sua missão cumprida, no final de “Viver” (Ikiru, 1952), de Akira Kurosawa.
42 – O olhar assombrado da atriz Maria Falconetti em “O Martírio de Joana d’Arc” (La passion de Jeanne d'Arc, 1928), de Carl Dreyer.
43 – As crianças olhando o trem passar em “A Canção da Estrada” (Pather Panchali, 1955), de Satyajit Ray.
44 – O carrinho de bebê solto na escadaria em “O Encouraçado Potemkin” (Bronenosets Potyomkin, 1925), de Sergei Eisenstein.
45. “Tá falando comigo?” Robert De Niro em “Taxi Driver – Motorista de Táxi” (Taxi Driver, 1976).
46 – “Meu pai fez uma oferta que ele não podia recusar.” Al Pacino em “O Poderoso Chefão” (The Godfather, 1972).
47 – O misterioso cadáver nas fotografias em “Depois Daquele Beijo” (Blowup, 1966), de Michelangelo Antonioni.
48 – “Uma palavra, Benjamin: plásticos.” De “A Primeira Noite de um Homem” (The Graduate, 1967).
49 – Um homem morrendo no deserto em “Ouro e Maldição” (Greed, 1924), de Erich von Stroheim.
50 – Eva Marie Saint agarrada à mão de Cary Grant no monte Rushmore, em “Intriga Internacional” (North by Northwest, 1959).
51 – Fred Astaire e Ginger Rogers dançando.
52 – “Não existe cláusula de sanidade mental!” Chico para Groucho em “Uma Noite na Ópera” (A Night at the Opera, 1935).
53 – “Chamam-me Senhor Tibbs!” Sidney Poitier em “No Calor da Noite” (In the Heat of the Night, 1967), de Norman Jewison.
54 – A tristeza dos amantes separados em “Atalante” (L'Atalante, 1934), de Jean Vigo.
55 – A vastidão do deserto e, em seguida, as minúsculas figuras surgindo, em “Lawrence da Arábia” (Lawrence of Arabia, 1962).
56 – Jack Nicholson na garupa da motocicleta, com um capacete de futebol americano, em “Sem Destino” (Easy Rider, 1969).
57 – A coreografia geométrica das garotas de Busby Berkeley.
58 – O pavão abrindo a cauda na neve, em “Amarcord” (1973), de Federico Fellini.
59 – Robert Mitchum em “O Mensageiro do Diabo” (The Night of the Hunter, 1955), com AMOR tatuado nos dedos de uma mão e ÓDIO, nos da outra.
60 – Joan Baez cantando “Joe Hill” em “Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música” (Woodstock, 1970).
61 – A transformação de Robert De Niro de esbelto boxeador a barrigudo dono de boate, em “Touro Indomável” (Raging Bull, 1980).
62 – Bette Davis: “Apertem os cintos. Vai ser uma noite turbulenta!”, em “A Malvada” (All About Eve, 1950).
63 – “Essa aranha é do tamanho de um carro!” Woody Allen em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (Annie Hall, 1977).
64 – A corrida de bigas em “Ben-Hur” (1959).
65 – Barbara Harris cantando “It Don’t Worry Me” para acalmar a multidão em pânico em “Nashville” (1975), de Robert Altman.
66 – A disputa de roleta-russa em “O Franco-Atirador” (The Deer Hunter, 1978).
67 – Cenas de perseguição: “Operação França” (The French Connection, 1971), “Bullitt” (1968), “Os Caçadores da Arca Perdida” (Raiders of the Lost Ark, 1981), “Diva – Paixão Perigosa” (Diva, 1981).
68 – A sombra da garrafa escondida na luminária, em “Farrapo Humano” (The Lost Weekend, 1945).
69 – “Eu poderia ser um lutador [de boxe]”. Marlon Brando em “Sindicato de Ladrões” (On the Waterfront, 1954).
70 – O discurso de George C. Scott sobre o inimigo em “Patton – Rebelde ou Herói?” (Patton, 1970): “Vamos passar por ele como faca quente na manteiga”.
71 - Rocky Balboa correndo escadaria acima e agitando os punhos no alto, com Filadélfia a seus pés [em “Rocky – Um Lutador” (Rocky, 1976)].
72 – Debra Winger se despedindo dos filhos em “Laços de Ternura” (Terms of Endearment, 1983).
73 – A montagem das cenas de beijo em “Cinema Paradiso” (Nuovo Cinema Paradiso, 1988).
74 – Os convidados do jantar que acham que de alguma forma não podem ir embora, em “O Anjo Exterminador” (El ángel exterminador, 1962), de Luis Buñuel.
75 – O cavaleiro jogando xadrez com a morte, em “O Sétimo Selo” (Det sjunde inseglet, 1957), de Ingmar Bergman.
76 – O zelo selvagem dos membros da Ku Klux Klan em “O Nascimento de uma Nação” (The Birth of a Nation, 1915), de D. W. Griffith.
77 – O problema da porta que não para fechada, em “As Férias do Sr. Hulot” (Les vacances de Monsieur Hulot, 1953), de Jacques Tati.
78 – “Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos.” Gloria Swanson em “Crepúsculo dos Deuses” (Sunset Boulevard, 1950).
79 – “Agora eu sei que não estamos no Kansas.” Judy Garland em “O Mágico de Oz” (The Wizard of Oz, 1939).
80 - O plano que começa no alto do saguão e termina em close-up da chave na mão de Ingrid Bergman, em “Interlúdio” (Notorious, 1946), de Alfred Hitchcock.
81 – “Não tem muita carne nela, mas a que tem é de primeira.” Spencer Tracy sobre Katharine Hepburn em “A Mulher Absoluta” (Pat and Mike, 1952).
82 – A excursão dos doentes mentais em “Um Estranho no Ninho” (One Flew Over the Cuckoo's Nest, 1975).
83 – “Sempre pareço bem quando estou à beira da morte.” Greta Garbo a Elizabeth Allan em “A Dama das Camélias” (Camille, 1936).
84 – “Levou mais de uma noite para mudar meu nome para Shanghai Lily.” Marlene Dietrich em “O Expresso de Shangai” (Shanghai Express, 1932).
85 – “Estou andando aqui!” Dustin Hoffman em “Perdidos na Noite” (Midnight Cowboy, 1969).
86 – W. C. Fields atirando punhados de neve cenográfica no próprio rosto, em “O Último Drink” (The Fatal Glass of Beer, 1933).
87 – “Da próxima vez que você não tiver nada pra fazer, e muito tempo disponível, venha me ver.” Mae West em “Minha Dengosa” (My Little Chickadee, 1940).
88 – “Consegui, mamãe. O topo do mundo!” James Cagney em “Fúria Sanguinária” (White Heat, 1949).
89 – Richard Burton explodindo quando Elizabeth Taylor revela o “segredo” deles, em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (Who's Afraid of Virginia Woolf?, 1966)
90 – Henry Fonda de cabelo cortado em “Paixão de Fortes” (My Darling Clementine, 1946).
91 – “Distintivos? Não temos distintivos. Não precisamos de distintivos. Não tenho que te mostrar droga de distintivo nenhum.” Alfonso Bedoya para Humphrey Bogart em “O Tesouro de Sierra Madre” (The Treasure of the Sierra Madre, 1948).
92 – “Aí está o seu cachorro. Ele está morto. Mas tinha de haver algo que o fazia mover-se [quando vivo]. Não tinha?” Do documentário “Portais do Céu” (Gates of Heaven, 1978), de Errol Morris.
93 – "Não toque no terno!” Burt Lancaster em “Atlantic City” (1980).
94 – Gena Rowlands chega à casa de John Cassavetes num táxi cheio de animais adotados, em “Amantes” (Love Streams, 1984).
95 – “Quero viver novamente. Quero viver novamente. Quero viver novamente. Por favor, Deus, deixe-me viver novamente.” James Stewart para o anjo em “A Felicidade Não Se Compra” (It's a Wonderful Life, 1946).
96 – Burt Lancaster e Deborah Kerr abraçados na praia, em “A Um Passo da Eternidade” (From Here to Eternity, 1953).
97 – Mookie jogando a lata de lixo pela janela da pizzaria de Salvatore, em “Faça a Coisa Certa” (Do the Right Thing, 1989).
98 – “Adoro o cheiro de napalm pela manhã.” Robert Duvall em “Apocalypse Now” (1979).
99 – “A natureza, Sr. Allnut, é algo em que fomos postos neste mundo para superar.” Katharine Hepburn para Humphrey Bogart em “Uma Aventura na África” (The African Queen, 1951).
100 – “Mãe de misericórdia. Este é o fim de Rico?” Edward G. Robinson em “Alma no Lodo” (Little Caesar, 1931).

19 de outubro de 2010

Festival de Brasília: os filmes selecionados

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que acontecerá entre 23 e 30 de novembro próximo, contará com seis filmes de longa-metragem e 12, de curta-metragem.
Na abertura, será apresentado, em cópia restaurada, o longa-metragem “Lilian M. – Relatório Confidencial” (1975), de Carlos Reichenbach, acompanhado do curta “50 Anos em 5” (2010), de José Eduardo Belmonte.
A seguir, os filmes que estarão na 43ª edição do evento.

A) Longas-metragens em 35mm:
1 - "A Alegria (RJ, 2010)", de Felipe Bragança e Marina Meliande
2 - "Amor?" (RJ, 2010), de João Jardim
3 - "O Mar de Mário" (DF, 2010), de Reginaldo Gontijo e Luiz F. Suffiati
4 - "O Céu sobre os Ombros" (MG, 2010), de Sérgio Borges
5 - "Transeunte" (RJ, 2010), de Eryk Rocha
6 - "Vigias" (PE, 2010), de Marcelo Lordello.

B) Curtas-metragens em 35mm:
1 - "A Mula Teimosa e o Controle Remoto" (SP, 2010), de Hélio Villela Nunes
2 - "Acercadacana" (PE, 2010), de Felipe Peres Calheiros
3 - "Angeli 24 horas" (RJ, 2010), de Beth Formaggini
4 - "Braxília" (DF, 2010), de Danyella Neves e Silva Proença
5 - "Cachoeira" (AM, 2010), de Sergio José de Andrade
6 - "Café Aurora" (PE, 2010), de Pablo Pólo
7 - "Contagem" (MG, 2010), de Gabriel Martins e Maurilio Martins
8 - "Custo Zero" (RJ, 2010), de Leonardo Pirovano
9 - "Fábula das Três Avós" (SP, 2010), de Daniel Turini
10 - "Falta de Ar" (DF, 2010), de Érico Monnerat
11 - "Matinta" (PA, 2010), de Fernando Segtowick
12 - "O Céu no Andar de Baixo" (MG, 2010), Leonardo Cata Preta.

18 de outubro de 2010

Tropas de Elite 2

Até aqui, a equipe que produziu "Tropa de Elite 2" conseguiu driblar a pirataria, levando o filme a atingir um público excepcional. O prejuízo que os piratas deram a "Tropa 1" está sendo compensado pela corrida de agora aos cinemas.

Consegui ver "Tropa 2" na semana seguinte à estreia porque escolhi um horário costumeiramente pouco concorrido (14 horas) e cheguei ao cinema 1 hora antes do início da sessão. Mas nunca vi, nesse horário, cinema nenhum tão completamente cheio como estava aquela sala do Boulevard Shopping. E nem era feriado!

O público me pareceu seduzido mas não encantado. Ninguém se manifestou, exceto pelo riso esparso, ao longo de todo o filme. Quando acontece o sobrevoo de Brasília (na esplanada dos ministérios), que pretende ligar a corrupção localizada no Rio de Janeiro ao plano federal, não se ouviu a mínima manifestação, seja favorável seja contrária. Pareceu-me até que o sentimento geral era de constrangimento. Afinal, depois do ainda recente escândalo de dinheiro na meia e na cueca, fica sempre a dúvida se não haverá outra onda de ataques à Capital Federal e seus habitantes, que, diga-se de passagem, nada têm a ver com isso.

Em vários sentidos, "Tropa 2" vai muito além do que se viu em "Tropa 1". É mais bem-feito inclusive, contando em sua equipe técnica com boa meia-dúzia de profissionais que atuam no cinema americano. Além de mirar a crítica em figuras de nível sócio-político mais elevado, o enredo conta uma história mais complexa, mostrando, entre o bem e o mal, faixas intermediárias, cinzentas, não mais apenas os extremos.

O roteiro também foi melhor concebido. Fica evidente que se buscou inspiração no bom cinema internacional, sendo muito clara a influência dos filmes de Martin Scorsese. E os atores, por sua vez, fazem um trabalho primoroso.

Em boa hora, parece que ficou para trás o tempo em que se procurava transformar as limitações técnicas do cinema brasileiro em qualidade, num claro esforço de vender gato por lebre. Devo dizer, no entanto, que achei excessiva a narração "over" do coronel Nascimento. Embora útil às vezes (faz parte da estética do filme "noir", por exemplo), a narração cai melhor quando usada com certa parcimônia.

Mesmo não tendo penetrado com maior profundidade nas complexas questões que aborda, o filme tem o mérito de trazer à discussão os problemas que envolvem a segurança pública no País, assunto que ainda não recebeu dos governantes o enfrentamento empenhado e consequente que a população requer.

Para terminar, quero dizer que gostei mais de "Tropa 2" que de "Tropa 1", embora o primeiro fosse muito mais divertido -- especialmente para quem não embarcou no clima de justiça-com-as-prórpias-mãos.

4 de outubro de 2010

NORMAN WISDOM (1915-2010), ator

O comediante britânico Norman Wisdom morreu hoje de causas naturais, aos 95 anos. Era um dos meus comediantes preferidos na adolescência. Baixinho (1,57 m de altura), ele fazia um tipo atrapalhado, mas, como Buster Keaton, se mantinha sisudo em quaisquer circunstâncias.
Dos filmes dele que vi ainda me lembro dos títulos de "Norman, o Homem do Momento" (Man of the Moment, 1955) e "Norman, um Sujeito de Sorte" (Just My Luck, 1957). E ainda tenho na memória um exemplo de seu humor típicamente inglês: numa cena em que ele ia ser fuzilado lhe oferecem a oportunidade de fumar um último cigarro e ele diz que está largando de fumar. Hilário, não?
Ele estrelou 15 filmes e fez pequenos papéis em outros como "Afundem o Birmarck" (Sink the Bismarck!, 1960) e "Quando o Strip-Tease Começou" (The Night They Raided Minsky's, 1968).
Norman Wisdom nasceu em 4 de fevereiro de 1915, em Londres. Era divorciado e tinha dois filhos.

30 de setembro de 2010

TONY CURTIS (1925-2010), ator

O ator americano Tony Curtis, que trabalhou em mais de 90 filmes, morreu de parada cardíaca, em 29 de setembro, aos 85 anos.
Por ser um homem bonito, demorou a ser levado a sério em Hollywood. Inicialmente visto como mero galã de matinê, era escalado para filmes de aventura, faroestes e comédias. Mas acabou demonstrando ser um ótimo comediante em filmes como "Anáguas a Bordo" (Operation Petticoat, 1959), em que atuou ao lado de seu ídolo Cary Grant, "Médica, Bonita e Solteira" (Sex and the Single Girl, 1964) e "A Corrida do Século" (The Great Race, 1965). Claro, sem esquecer aquela que é considerada por muitos a maior comédia de todos os tempos, "Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, 1959), em que ele faz um músico disfarçado de mulher e fala com voz feminina, mas, a partir do momento em que conquista Marilyn Monroe e assume a identidade masculina, ele parodia o jeito de falar de... Cary Grant!
Vez por outra fazendo o segundo papel masculino em produções do porte de "Trapézio" (Trapeze, 1956), "A Embriaguez do Sucesso" (The Sweet Smell of Success, 1957), "Vikings - Os Conquistadores" (The Vikings, 1958) e "Spartacus" (1960), conseguiu provar sua competência como ator dramático, eliminando qualquer dúvida quanto a isso ao interpretar o estrangulador psicopata de "O Homem Que Odiava as Mulheres" (The Boston Strangler, 1968).
Recebeu uma estrela na Calçada da Fama e cinco prêmios internacionais pela carreira.
Nascido Bernard Schwartz em 3 de junho de 1925, em Nova York, foi casado seis vezes, inclusive com as atrizes Janet Leigh (1927-2004), Christine Kaufmann, Leslie Curtis e Andrea Savio. Era pai das atrizes Jamie Lee Curtis, Kelly Curtis e Allegra Curtis, e do ator Nicholas Curtis.

29 de setembro de 2010

ARTHUR PENN (1922-2010), diretor

O cineasta norte-americano Arthur Penn morreu hoje, 28 de setembro, de uma falha no coração, aos 88 anos.
Era o diretor de "Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas" (Bonnie and Clyde, 1967), um filme revolucionário, por combinar sexo e violência de um jeito novo, naquela época.

28 de setembro de 2010

SALLY MENKE (1953-2010), montadora

A montadora Sally Menke foi encontrada morta hoje, 28 de setembro, depois de sair para caminhar com seu cachorro no dia mais quente já registrado em Los Angeles: 45 graus Celsius.
Segundo a polícia, o corpo de Sally foi encontrado no centro da cidade. Embora não haja suspeita de crime, a causa da morte ainda é desconhecida. Seu carro foi encontrado no estacionamento e seu cachorro estava perto do corpo.
Sally foi uma constante colaboradora de Quentin Tarantino, sendo a montadora de "Cães de Aluguel" (Reservoir Dogs, 1992), "Pulp Fiction - Tempo de Violência" (Pulp Fiction, 1994), "Jackie Brown" (1997), "Kill Bill: Vol. 1 e 2" (2002/2003) e "Bastardos Inglórios" (Inglourious Basterds, 2009).
Nasceu Sally JoAnne Menke em 17 de dezembro de 1953, em Mineola, Estados Unidos.

27 de setembro de 2010

GLORIA STUART (1910-2010), atriz

A atriz americana Gloria Stuart morreu no dia 26 de setembro, aos 100 anos, de câncer de pulmão.
Ela ficou famosa nos anos 1930, atuando em filmes como "Esquina do Pecado" (Back Street, 1932), "Asas Heroicas" (Air Mail, 1932), "O Homem Invisível" (The Invisible Man, 1933) e "O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões" (The Prisoner of Shark Island, 1936). Ficou sem atuar de 1947 a 1974, dedicando-se à carreira de cantora. Quando retomou a carreira de atriz, trabalhou mais para a TV, aparecendo em apenas oito filmes, entre eles "Um Cara Muito Baratinado" (My Favorite Year, 1982), "Crise de Consciência" (Mass Appeal, 1984), "Titanic" (Titanic, 1997) e "Medo e Obsessão" (Land of Plenty, 2004). Nasceu Gloria Frances Stewart em 4 de julho de 1910, em Santa Mônica, Califórnia. Foi casada duas vezes. Era viúva do roteirista Arthur Sheekman (1901-1978), com quem teve uma filha.

25 de setembro de 2010

Vencedores do Festival de San Sebastián

A 58ª edição do Festival de Cinema de San Sebastián, Espanha, encerrou-se neste sábado. O filme britânico "Neds", de Peter Mullan, conquistou a Concha de Ouro de melhor filme. E a Concha de Prata de melhor diretor foi para o chileno Raúl Ruiz.
A seguir, os principais vencedores do certame:
1 - Melhor filme: "Neds" (Reino Unido, 2010), de Peter Mullan
2 - Melhor diretor: Raúl Ruiz, por "Mistérios de Lisboa" (Portugal, 2010)
3 - Melhor atriz: Nora Navas, por "Pa negre" (Espanha, 2010)
4 - Melhor ator: Connor McCarron, por "Neds"
5 - Melhor roteiro: Bent Hammer, por "Home for Christmas" (Noruega/Suécia/Alemanha, 2010)
6 - Melhor fotografia: Jimmy Gimferrer, por "Aita" (Espanha, 2010)
7 - Prêmio especial do júri: "Elisa K" (Espanha, 2010)
8 - Prêmio honorário: Julia Roberts.

13 de setembro de 2010

KEVIN McCARTHY (1914-2010), ator

O ator de Hollywood Kevin McCarthy morreu de pneumonia em 11 de setembro, aos 96 anos.
Começou a carreira na Broadway no final dos anos 1930, e participou da criação do Actors Studio, escola de interpretação de Nova York.
Após interpretar Biff Loman no teatro, repetiu o papel dois anos depois na versão cinematográfica: "A Morte do Caixeiro Viajante" (Death of a Salesman, 1951).
Dos anos 1940 até 2009, McCarthy atuou em mais de 50 filmes, entre os quais estão várias comédias dirigidas por Joe Dante.
Fez pequenos papéis em algumas produções de prestígio como "Os Desajustados" (The Misfits, 1961), de John Huston, "Os Criminosos Não Merecem Prêmio" (The Prize, 1963), de Mark Robson, "Vassalos da Ambição" (The Best Man, 1964), de Franklin J. Schaffner, e "Oeste Selvagem" (Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull's History Lesson, 1976), de Robert Altman.
Mas a sua obra-prima é o papel do Dr. Miles J. Bennell, no clássico de ficção científica "Vampiros de Almas" (Ivasion of the Body Snatchers, 1956), de Don Siegel, com o qual estará para sempre identificado. Tanto que foi convidado a fazer uma participação na refilmagem dirigida por Philip Kaufman, "Os Invasores de Corpos" (Invasion of the Body Snatchers, 1978), o que é tradição em Hollywood; ele aparece na rua, alertando aos gritos para o perigo dos alienígenas, e é meio que atropelado pelo carro dirigido por Donald Sutherland.
Nasceu em 15 de fevereiro de 1914, em Seattle, Washington. Foi casado com a atriz Augusta Dabney (1918–2008) e deixou viúva a mulher do segundo casamento. Teve três filhos com a primeira mulher e dois, com a segunda.

12 de setembro de 2010

Claude Chabrol (1930-2010), cineasta francês

O diretor, roteirista e ator francês Claude Chabrol, um dos mais importantes do seu país, morreu hoje, 12 de setembro, aos 80 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada.
Chabrol começou como crítico da revista Cahiers du Cinéma, antes de experimentar a direção e tornar-se um dos criadores da "nouvelle vague", movimento que renovou o cinema mundial a partir da França, ao lado de François Truffaut e Jean-Luc Godard.
Seu segundo filme, "Os Primos" (Les cousins, 1959), ganhou o Urso de Ouro no Featival de Berlim.
Entre seus filmes mais importantes estão "Nas Garras do Vício" (Le beau Serge, 1958), "A Mulher Infiel" (La femme infidèle, 1969), "O Açougueiro" (Le boucher, 1970), "Um Assunto de Mulheres" (Une affaire de femmes, 1988) "Madame Bovary" (1991), "Mulheres Diabólicas (La cérémonie, 1995). Seu último filme foi "Bellamy" (2009).
Seus filmes ganharam mais de uma dezenas de pêmios em vários festivais pelo mundo. O conjunto de sua obra foi coroado com o prêmio René Clair da Academia Francesa, em 2005, e o Grande Prêmio de autor dramático, em 2010.
Chabrol foi casado com a atriz Stéphane Audran e deixou viúva a supervisora de roteiros Aurore Chabrol, mulher do terceiro casamento. Era pai do compositor Matthieu Chabrol e do ator Thomas Chabrol.

Festival de Veneza consagra filme de Sofia Coppola

A 67ª Mostra Internacional de Cinema de Veneza consagrou neste sábado com o Leão de Ouro o filme "Um Lugar Qualquer", de Sofia Coppola. O cineasta espanhol Álex de la Iglesia recebeu o Leão de Prata de direção e o prêmio de melhor roteiro por "Balada Triste de Trompeta".
A seguir, a relação dos principais premiados:
1 - Melhor filme: "Um Lugar Qualquer" (Somewhere, EUA, 2010), de Sofia Coppola
2 - Melhor direção: Álex de la Iglesia, por "Balada triste de trompeta" (Espanha/França, 2010)
3 - Prêmio Especial do Júri: "Essential Killing" (Polônia/Noruega/ Irlanda/Hungria, 2010), de Jerzy Skolimowski
4 - Melhor ator: Vincent Gallo, por "Essential Killing"
5 - Melhor atriz: Ariane Labed, por "Attenberg" (Grécia, 2010)
6 - Prêmio Marcello Mastroianni (atriz revelação): Mila Kunis, por "Cisne Negro" (Black Swan, EUA, 2010)
7 - Prêmio de contribuição técnica (fotografia): Mikhail Krichman, por "Almas Silenciosas" (Ovsyanki, Rússia, 2010)
8 - Melhor roteiro: Álex de la Iglesia, por "Balada triste de trompeta"
9 - Leão de Ouro pela carreira: John Woo
10 - Leão de Ouro especial: Monte Hellman
11 - Prêmio Horizonte (melhor longa-metragem): "Verano de goliat" (Canadá/México/Holanda, 2010), de Nicolás Pereda.

7 de setembro de 2010

Clive Donner (1926-2010), diretor britânico

O cineasta britânico Clive Donner, conhecido principalmente pela comédia "O Que É Que Há, Gatinha?", morreu nesta terça-feira, 7, em Londres aos 84 anos.

Ele se orgulhava de ter lançado atores britânicos como Alan Bates, David Hemmings e Ian McKellen nos anos 1960.

Donner era casado com a estilista Jocelyn Rickards, morta há cinco anos e não tinha filhos.

5 de setembro de 2010

Encontro paranaense de cineclubismo

A Kinoarte (Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina) promoveu no dia 18 de agosto último encontro aberto e gratuito para discutir o movimento cineclubista no Paraná. Realizado no Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH) da UEL - Universidade Estadual de Londrina, o evento foi programado pelo Kinoclube, cineclube da Kinoarte, e debateu a importância e as possibilidades de atuação dos cineclubes do Paraná, inclusive sua implantação em escolas.
Estiveram presentes Emmanuel Appel, professor de filosofia da UFPR, e Rodrigo Bouillet, coordenador de rede do Cine Mais Cultura (MinC), além de representantes de instituições públicas de ensino da cidade como Edilomar Leonart, professora e diretora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR); Argel Medeiros, da Associação de Cinema e Vídeo do Paraná (AVEC); Fernanda Oliveira, do SESC Apucarana; Regina Reis, da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina; Rogério Ivano, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Londrina (UEL); Anderson Craveiro, professor da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR); Rodrigo Grota, cineasta, da FAP/CINETVPR; Patrícia Magalhães, da Faculdade Pitágoras; Nilson Fakir Jr. e Roberta Shizuko Takamatsu.
O projeto, iniciado pelo Kinoclube em 2006, desde 2009 conta com apoio do Cine Mais Cultura, iniciativa do Ministério da Cultura, e do edital para Vilas Culturais da Prefeitura de Londrina. Novos encontros já estão sendo planejados para outras cidades.

4 de setembro de 2010

Lista de filmes com o trem de ferro

Por sugestão do Prof. Emmanuel Appel, que empresta sua inteligência à Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, realizamos extensa pesquisa para levantamento de uma relação de filmes em que aparece o trem de ferro.
De Curitiba vieram valiosas contribuições do próprio Prof. Emmanuel e, por intermédio dele, do advogado Claudio Lacerda, do ator Antonio Sérgio Busnardo e do escritor Roberto Gomes. Aqui em Brasília tivemos a colaboração gentil e prestimosa dos amigos José Veríssimo, Ivan Rocha e Guido Heleno, também atentos "leitores" de filmes.
Com a lista pretende-se subsidiar a mostra "O Trem no Cinema", a ser realizada paralelamente ao seminário "Trem e Sociedade: a ferrovia e sua importância no desenvolvimento econômico e sócio-ambiental brasileiros", proposto em meados de 2009 pelo Instituto Federal (de Educação, Ciência e Tecnologia) do Paraná, pela Ferroeste - Estrada de Ferro Paraná Oeste e o Centro dos Ferroviários do Paraná.
Sua divulgação aqui é em homenagem a todos os ferroviários, esperando que possam ter, através do cinema, uma ideia ainda mais clara da importância do seu trabalho para a humanidade.
Recebem destaque alguns filmes nos quais a presença do trem é tão importante que merecem ser considerados quando da seleção de títulos para a mostra "O Trem no Cinema", e também como estímulo à criação de um cineclube no Centro dos Ferroviários do Paraná, em Curitiba, bem como ao cineclube que já está sendo organizado na Lapa, histórica cidade paranaense.
Na parte que toca ao cinema brasileiro, cujos filmes estão em separado, contamos com a boa memória dos leitores para ampliar a lista apenas começada: o nosso cinema merece.
Antes da relação, um esclarecimento: os títulos em vermelho correspondem às indicações de Claudio Lacerta e os títulos em azul, às indicações deste blog.
A seguir, a relação dos filmes:

A – Filmes estrangeiros:

1 – O Grande Roubo do Trem (The Great Train Robbery, 1903), de Edwin S. Porter
2 – O Cavalo de Ferro (The Iron Horse, 1924), de John Ford
3 – A General (The General, 1926), de Buster Keaton e Clyde Bruckman
4 – Outubro (Oktiabre, 1927), de Sergei Eisesntein
5 – Serpentes de Luxo (Baby Face, 1933), de Alfred E. Green
6 – Três Canções para Lênin (Tri pesni o Lenine, 1934), de Dziga Vertov
7 – Anna Karenina (Idem, 1935), de Clarence Brown
8 – Agente Secreto (Secret Agent, 1936), de Alfred Hitchcock
9 – A Besta Humana (La bête humaine, 1938), de Jean Renoir (Refilmado, ver “Desejo Humano”.)
10 – A Dama Oculta (The Lady Vanishes, 1938), de Alfred Hitchcock
11 – Jesse James (Idem, 1939), de Henry King
12 – Aliança de Aço (Union Pacific, 1939), de Cecil B. DeMille
13 – Uma Cidade Que Surge (Dodge City, 1939), de Michael Curtiz
14 – A Vingança dos Daltons (When the Daltons Rode, 1940), de George Marshall
15 – O Retorno de Frnak James (The Return of Frank James, 1940), de Fritz Lang
16 – A Estrada de Santa Fé (Santa Fe Trail, 1940), de Michael Curtiz
17 – No Tempo do Onça (Go West, 1940), com os Irmãos Marx
18 – Contrastes Humanos (Sullivan’s Travels, 1941), de Preston Sturges
19 – A Sombra de uma Dúvida (Shadow of a Doubt, 1942), de Alfred Hitchcock
20 – A Estranha Passageira (Now, Voyager, 1942), de Irving Rapper
21 – Satã Jantou Lá em Casa (The Man Who Came to Dinner, 1942), de William Keighley
22 – Desencanto (Brief Encounter, 1945), de David Lean
23 – A Batalha dos Trilhos (La bataille du rail, 1946), de René Clément
24 – As Garçonetes de Harvey (The Harvey Girls, 1946), de George Sidney
25 – Duelo ao Sol (Duel in the Sun, 1946), de King Vidor
26 – A Felicidade Não Se Compra (It’s a Wonderful Life, 1946), de Frank Capra
27 – Rio Vermelho (Red River, 1948), de Howard Hawks
28 – O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre, 1948), de John Huston
29 – Abutres Humanos (Whispering Smith, 1948), de Leslie Fenton
30 – Expresso para Berlim (Berlin Express, 1948), de Jacques Tourneur
31 – Bonita e Valente (Annie Get Your Gun, 1950), de George Sidney
32 – O Idiota (Hakuchi, 1951), de Akira Kurosawa
33 – Pacto Sinistro (Strangers on a Train, 1951), de Alfred Hitchcock
34 – Conspiração (The Tall Target, 1951), de Anthony Mann
35 – Depois do Vendaval (The Quiet Man, 1952), de John Ford
36 – Matar ou Morrer (High Noon, 1952), de Fred Zinnemann
37 – O Maior Espetáculo da Terra (The Greatest Show on Earth, 1952), de Cecil B. DeMille
38 – O Último Duelo (The Cimarron Kid, 1952), de Budd Boetticher
39 – Abrindo Horizontes (Kansas Pacific, 1953), de Ray Nazarro
40 – Dá-me Tua Mão (Take the High Ground, 1953), de Richard Brooks
41 – Os Boas-Vidas (I vitelloni, 1953), de Federico Fellini
42 – Como Agarrar um Milionário (How to Marry a Millionaire, 1953), de Jean Negulesco
43 – A Roda da Fortuna (The Band Wagon, 1953), de Vincente Minnelli
44 – Desejo Humano (Human Desire, 1954), de Fritz Lang (Refilmagem de “A Besta Humana”.)
45 – O Mundo da Fantasia (There’s No Business Like Show Business, 1954), de Walter Lang
46 – Homem sem Rumo (Man Without a Star, 1955), de King Vidor
47 – Conspiração do Silêncio (Bad Day at Black Rock, 1955), de John Sturges
48 – Férias de Amor (Picnic, 1955), de Joshua Logan
49 – O Tesouro de Pancho Villa (The Treasure of Pancho Villa, 1955), de George Sherman
50 – O Ferroviário (Il ferroviere, 1956), de Pietro Germi
51 – Assim Caminha a Humanidade (Giant, 1956), de George Stevens
52 – Chorei por Você (The Jocker Is Wild, 1957), de Charles Vidor
53 – Galante e Sanguinário (3:10 to Yuma, 1957), de Delmer Daves (Refilmado, ver “Os Indomáveis”.)
54 – Vidas Amargas (East of Eden, 1957), de Elia Kazan
55 – A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, 1957), de David Lean
56 – Meus Dois Carinhos (Pal Joey, 1957), de George Sidney
57 – O Homem do Oeste (Man of the West, 1958), de Anthony Mann
58 – Reinado de Terror (Terror in a Texas Town, 1958), de Joseph H. Lewis
59 – A Balada do Soldado (Ballada o soldate, 1959), de Grigori Chukhrai
60 – Trem Noturno (Pociag, 1959), de Jerzy Kawalerowicz
61 – Duelo de Titãs (Last Train from Gun Hill, 1959), de John Sturges
62 – Intriga Iinternacional (North by Northwest, 1959), de Alfred Hitchcock
63 – Sangue sobre a Índia (North West Frontier, 1959), de J. Lee Thompson
64 – Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, 1959), de Billy Wilder
65 – Uma Cruz à Beira do Abismo (The Nun’s Story, 1959), de Fred Zinnemann
66 – Audazes e Malditos (Sergeant Rutledge, 1960), de John Ford
67 – Entre Deus e o Pecado (Elmer Gantry, 1960), de Richard Brooks
68 – Cimarron (Idem, 1960), de Anthony Mann
69 – Começou em Nápoles (It Started in Naples, 1960), de Melville Shavelson
70 – O Homem Que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance, 1962), de John Ford
71 – A Conquista do Oeste (How the West Was Won, 1962), de John Ford (“A Guerra Civil”), Henry Hathaway (“Os Rios”, “As Planícies” e “Os Fora-da-Lei”), George Marshall (“A Estrada de Ferro”) e Richard Thorpe (a interligação das histórias)
72 – Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963), de John Sturges
73 – Céu e Inferno (Tengoku to jigoku, 1963), de Akira Kurosawa
74 – Moscou Contra 007 (From Russia with Love, 1963), de Terence Young
75 – O Trem (The Train, 1964), de John Frankenheimer
76 – Crepúsculo de uma Raça (Cheyenne Autumn, 1964), de John Ford
77 – O Expresso de Von Ryan (Von Ryan’s Express, 1965), de Mark Robson
78 – Por Uns Dólares a Mais (Per qualche dollaro in più, 1965), de Sergio Leone
79 – Viva Maria! (Idem, 1965), de Louis Malle
80 – Trens Estreitamente Vigiados (Ostre sledované vlaky, 1966), de Jirí Menzel
81 – Esta Mulher É Proibida (This Property Is Condemned, 1966), de Sydney Pollack
82 – Os Profissionais (The Professionals, 1966), de Richard Brooks
83 – Três Homens em Conflito (Il buono, il brutto, il cattivo, 1966), de Sergio Leone
84 – A Hora da Pistola (Hour of the Gun, 1967), de John Sturges
85 – Gigantes em Luta (The War Wagon, 1967), de Burt Kennedy
86 – Era uma Vez no Oeste (C’era una volta il West, 1968), de Sergio Leone
87 – Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969), de George Roy Hill
88 – Os Rebeldes (The Reivers, 1969), de Mark Rydell
89 – Os Girassóis da Rússia (I girasoli, 1970), de Vittorio De Sica
90 – Sol Vermelho (Soleil rouge, 1971), de Terence Young
91 – Quando Explode a Vingança (Giù la testa, 1971), de Sergio Leone
92 – Latigo, o Pistoleiro (Support Your Local Gunfighter, 1971), de Burt Kennedy
93 – Matadouro 5 (Slaughterhouse-Five, 1972), de George Roy Hill
94 – Sexy e Marginal (Boxcar Bertha, 1972), de Martin Scorsese
95 – Dinheiro Sujo ou Expresso para Bordeaux (Un flic, 1972), de Jean-Pierre Melville
96 – O Imperador do Norte (Emperor of the North Pole, 1973), de Robert Aldrich
97 – Os Chacais do Oeste (The Train Robbers, 1973), de Burt Kennedy
98 – Meu Nome É Ninguém (Il mio nome è Nessuno, 1973), de Tonino Valerii (Com u'a mão de Sergio Leone)
99 – 0 Dia do Chacal (The Day of the Jackal, 1973), de Fred Zinnemann
100 – Assassinato no Expresso Oriente (Murder on the Orient Express, 1974), de Sidney Lumet
101 – O Trem do Inferno (Breakheart Pass, 1975), de Tom Gries
102 – O Risco de uma Decisão (Bite the Bullet, 1975), de Richard Brooks
103 – O Expresso de Chicago (Silver Streak, 1976), de Arthur Hiller
104 – Julia (Idem, 1977), de Fred Zinnemann
105 – O Amigo Americano (Der amerikanische Freund, 1977), de Wim Wenders
106 – Cinzas no Paraíso / Dias de Paraíso (Days of Heaven, 1978), de Terrence Malick
107 – A Mulher do Tenente Francês (The French Lieutenant’s Woman, 1981), de Karel Reisz
108 – Reds (Idem, 1981), de Warren Beatty
109 – Retratos da Vida (Les uns et les autres,1981), de Claude Lelouch
110 – A Escolha de Sofia (Sophie’s Choice, 1982), de Alan J. Pakula
111 – Passagem para a Índia (A Passage to India, 1984), de David Lean
112 – Os Amores de Maria ou Os Amantes de Maria (Maria’s Lovers, 1984), de Andrei Konchalovsky
113 – Entre Dois Amores (Out of Africa, 1985), de Sydney Pollack
114 – Expresso para o Inferno (Runaway Train, 1985), de Andrei Konchalovsky
115 – Jogue Mamãe do Trem (Throw Momma from the Train, 1987), de Danny DeVito
116 – Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, 1989), de Steven Spielberg
117 – De Volta para o Futuro III (Back to the Future Part III, 1990), de Robert Zemeckis
118 – Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992), de Clint Eastwood
119 – A Lista de Schindler (Schindler’s List, 1993), de Steven Spielberg
120 – Tombstone – A Justiça Está Chegando (Tombstone, 1993), de George P. Cosmatos
121 – Wyatt Earp (Idem, 1994), de Lawrence Kasdan
122 – Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995), de Richard Linklater
123 – A Sombra e a Escuridão (The Ghost and the Darkness, 1996), de Stephen Hopkins
124 – Trem da Vida (Train de vie, 1998), de Radu Mihaileanu
125 – Jovens Justiceiros (American Outlaws, 2001), de Les Mayfield
126 – O Agente da Estação (The Station Agent, 2003), de Thomas McCarthy
127 – Expresso Polar (The Polar Express, 2004), de Robert Zemeckis
128 – Os Falsários (Die Fälscher, 2007), de Stefan Ruzowitzky
129 – Trilhos do Destino (Rails & Ties, 2007), de Alison Eastwood (Filha de Clint Eastwood)
130 – Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007), de Paul Thomas Anderson
131 – Os Indomávies (3:10 to Yuma, 2007), de James Mangold (Refilmagem de “Galante e Sanguinário”.)
132 – Expresso Transiberiano (Transsiberian, 2008), de Brad Anderson
133 – A Próxima Estação (La próxima estación, 2008), de Fernando E. Solanas.

B – Filmes brasileiros:

1 – Matar ou Correr (1954), de Carlos Manga
2 – Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias
3 - Porto das Caixas (1962), de Paulo César Saraceni
4 – Lance Maior (1968), de Sylvio Back
5 – Juliana do Amor Perdido (1970), de Sérgio Ricardo
6 – Meu Pé de Laranja Lima (1970), de Aurélia Teixeira
7 – A Casa Assassinada (1971), de Paulo Cesar Saraceni
8 – Coronel Delmiro Gouveia (1978), de Geraldo Sarno
9 – Sonho sem Fim (1985), de Lauro Escorel
10 – O Preço da Paz (2003), de Paulo Morelli
11 – A Linha do Trem (2003), de Nivaldo Lopes.

30 de agosto de 2010

Alain Corneau (1943-2010), diretor francês

O cineasta francês Alain Corneau faleceu na noite de domingo aos 67 anos de idade, em Paris, nesta segunda-feira. Ele era também roteirista.
Diretor dos filmes "Forte Saganne" e "Noturno indiano", Alain Corneau era admirador declarado do cinema americano.
Em 1992, "Todas as Manhã do Mundo", que relata a história de dois compositores franceses do século 17, Sainte Colombe e Marin Marais, ambos intérpretes de viola.

29 de agosto de 2010

Ary Fernandes (1931-2010), ator e diretor brasileiro

Morreu na manhã deste domingo (29), em São Paulo, o cineasta Ary Fernandes. Ary tinha 79 anos e desde 2005 enfrentava problemas de saúde em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Casado com Ignez Peixoto Fernandes desde 1958, o diretor deixa também dois filhos, Fernando e Vânia Fernandes. Segundo o biógrafo do diretor, Antonio Leão, o velório e o enterro, ainda sem horário definido, devem acontecer entre hoje e segunda-feira (30) no Cemitério Municipal Chora Menino, localizado em Santana, zona norte de São Paulo.

Nascido na capital paulistana em 31 de Março de 1931, o diretor, que começou a carreira no rádio como locutor e ator, tinha especial interesse pela parte técnica do cinema. Em 1952, o diretor de cinema Alberto Cavalvanti deu a primeira grande oportunidade a Ary como assistente de direção nos filmes "O Canto do Mar" e "Mulher de Verdade".

A partir de 1967 atuou como produtor e diretor de filmes como "Uma Pistola Para Djeca" (1969) e "Orgia das Libertinas' (1980).

Como ator, Ary participou de diversos filmes, com destaque para "Quem Matou Anabela?" (1956), "O Supermanso" (1975), do qual também foi produtor, e "Tortura Cruel" (1980). Em 2006, lançou sua autobiografia, “Ary Fernandes – Sua Fascinante História”.
(Noticiado pelo UOL Entretenimento.)

24 de agosto de 2010

Festival de filmes de época, em Lapa (PR)

No 4º Festival da Lapa, para filmes de época, realizado em junho na cidade paranaense da Lapa, o ator Paulo Betti foi homenageado com um troféu Tropeiro especial.
Os filmes vencedores foram:
1 - Melhor filme: "A Ilha da Morte" (El cayo dela muerte, Brasil/Cuba/Espanha, 2006), de Wolney Oliveira
2 - Melhor cenário: "O Menino da Porteira" (Brasil, 2009), de Jeremias Moreira Filho
3 - Melhor figurino: "Corpos Celestes" (Brasil, 2006), de Marcos Jorge e Fernando Severo
4 - Melhor maquiagem: "Em Teu Nome" (Brasil, 2009), de Paulo Nasdcimento
5 - Menção honrosa: "Em Teu Nome".

15 de agosto de 2010

Festival de Gramado: a lista dos vencedores

O Festival de Cinema de Gramado, em sua 38ª edição, encerrada no último sábado, 14, consagrou o filme brasileiro "Bróder!", que levou os troféus de melhor filme, diretor, ator, montagem e música.
A seguir, a relação dos longas-metragens vencedores.

a) Cinema brasileiro:
1 - Melhor filme: "Bróder!" (2010)
2 - Melhor diretor: Jeferson De, por "Bróder!"
3 - Melhor ator: Caio Blat, por "Bróder!"
4 - Melhor atriz: Simone Spoladore, por "Não Se Pode Viver sem Amor" (2010)
5 - Melhor roteiro: Dani Patarra e Jorge Duran, por "Não Se Pode Viver sem Amor"
6 - Melhor fotografia: Luís Abramo, por "Não Se Pode Viver sem Amor"
7 - Melhor trilha musical: João Marcello Bôscoli e Jeferson De, por "Bróder!", e John Ulhoa, Ruben Jacobina e Diamantino Feijó, por "Ponto Org" (2010)
8 - Melhor montagem: Jeferson De e Quito Ribeiro, por "Bróder!"
9 - Melhor direção de arte: Ana Dominoni, por "O Último Romance de Balzac" (2010)
10 - Prêmio especial do júri: "O Último Romance de Balzac"
11 - Prêmio da crítica: "Diário de uma Busca" (2010), de Fávia Castro
12 - Prêmio do júri popular: "180º" (2010), de Eduardo Vaisman
13 - Prêmio do júri estudantil: "Diário de uma Busca".

b) Cinema latino-americano:
1 - Melhor filme: "Minha Vida com Carlos" (Mi vida con Carlos, Chile/Espanha, 2010), de Germán Berger
2 - Melhor diretor: Nicolás Pereda, por "Perpetuum Mobile" (Canadá/México, 2009)
3 - Melhor ator: Martín Piroyansky, por "La vieja de atras" (Argentina, 2010), e Gabino Rodríguez, por "Perpetuum Mobile"
4 - Melhor atriz: Alma Blanco, por "La Yuma" (França/México/Espanha/Nicarágua, 2009)
5 - Melhor roteiro: Pablo José Meza, por "La vieja de atras"
6 - Melhor fotografia: Miguel Littin, por "Minha Vida com Carlos"
7 - Prêmio especial do Júri: "La Yuma", de Florence Jaugey
8 - Prêmio do público: "Minha Vida com Carlos"
9 - Prêmio da crítica: "El vuelco del cangrejo" (Colômbia/França, 2009), de Oscar Ruiz Navia
10 - Prêmio do júri estudantil: "El vuelco del cangrejo".

9 de agosto de 2010

Patricia Neal (1926-2010)

A atriz norte-americana Patricia Neal, vencedora do Oscar de melhor atriz em 1964 pelo filme "O Indomado" (Hud), morreu neste domingo, aos 84 anos, de câncer do pulmão. Ela estava em sua casa, na cidade de Edgartown, em Massachusetts, quando morreu.

Em 1965, Neal sofreu três AVC (acidente vascular cerebral), aos 39 anos, que a deixou em coma por três semanas. Mesmo semiparalizada, a atriz reaprendeu a andar e a falar.

Neal voltou a atuar em 1968 no filme "A História de Três Estranhos" (The Subject Was Roses).
(Notícia do UOL Entretenimento.)

3 de agosto de 2010

Morre aos 100 anos o designer Robert F. Boyle

O designer e diretor de arte Robert F. Boyle, que há dois anos recebeu um Oscar pela carreira, morreu em Los Angeles, no domingo, 1º de agosto, de causas naturais. Ele tinha 100 anos.

Ele permaneceu ativo até sua morte, realizando palestras para estudantes no Instituto de Cinema Americano.

Durante sua carreira de mais de 60 anos, Boyle colaborou com diretores como Alfred Hitchcock, Hal Ashby e Don Siegel.

Hitchcock deu a Boyle sua grande chance como diretor de arte em "Sabotador". Como desenhista de produção, Boyle trabalhou com Hitchcock em "Intriga Internacional", "Os Pássaros" e "Marnie, Confissões de Uma Ladra".

"Intriga Internacional" foi a primeiro dos quatro trabalhos de Boyle indicadas ao Oscar, seguido de "Uma Certa Casa em Chicago" e "Um Violinista no Telhado", dirigidos por Jewison, e "O Último Pistoleiro", de Siegel.
(Notícia do saite UOL Entretenimento)

2 de agosto de 2010

Tom Mankiewicz (1942-2010)

O roteirista norte-americano Tom Mankiewicz, filho do diretor Joseph L. Mankiewicz e sobrinho de Herman J. Mankiewicz, roteirista de Cidadão Kane, morreu de câncer no pâncreas, no dia 31 de julho, em Los Angeles. Tinha 68 anos.

Mankiewicz foi roteirista dos filmes de James Bond "Diamantes São Eternos" e "Com 007 Viva e Deixe Morrer", e dos dois primeiros filmes do "Super-Homem".

31 de julho de 2010

Carta da Lapa: uma visão prospectiva do cinema brasileiro

Aqui está a Carta da Lapa, que merece ser divulgada, lida e compreendida em profundidade por todos nós que gostamos de cinema e queremos ver o seu contínuo desenvolvimento no território nacional.

"Reunidos durante o Festival da Lapa 2010 (Festival de Filmes de Época), diretores de cinema, produtores, assistentes de arte e de produção, cineclubistas, professores, alunos, representantes de escolas de cinema e de entidades do cinema paranaense, cinéfilos e cidadãos lapeanos, participaram das mostras, oficinas, bate-papos e mesas de debates. Questões ligadas ao filme de época, ao movimento cineclubista, à relação entre cinema e educação, à formação técnico-profissional, à pesquisa e preservação cinematográficas foram abordadas. Por aclamação dos presentes, as proposições e considerações feitas durante o encontro seguem sintetizadas nesse documento.

Afirmou-se a importância da continuidade e do fortalecimento do Festival da Lapa, referência cada vez maior para as questões relacionadas aos filmes de época: direção de arte, figurino, maquiagem, adereços e fotografia. Espera-se que em suas próximas edições possa sediar de forma ainda mais sistematizada encontros das categorias diretamente envolvidas com a temática.

Definiu-se como urgente que os cinéfilos e os que trabalham com cinema no Paraná façam a sua parte no processo, retomado em 2003 durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de rearticulação dos cineclubes brasileiros, reafirmando (como na memorável Carta de Curitiba, redigida quando da realização em fevereiro de 1974, no Teatro do Paiol, da VIII Jornada Nacional de Cineclubes/III Encontro Sul-Americano de Cineclubes) sua clara posição em defesa do cinema nacional, seu compromisso com o desenvolvimento do projeto cultural brasileiro. Em sintonia com o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros e com o Programa Cine Mais Cultura do MinC, cabe aproximar os cineclubes em funcionamento no Paraná e atuar, inclusive com propostas de políticas públicas, visando implantar cineclubes na maioria dos espaços possíveis: universidades, escolas, institutos, bibliotecas públicas, museus, sindicatos, clubes, câmaras municipais, unidades da rede SESC, associações e centros culturais.

Desta forma, se estará contribuindo com a formação do público e de público para o cinema brasileiro, de quadros que possam fazer crítica de cinema -- buscando retomar uma tradição que iniciou em Curitiba no final dos anos 40 e que se desenvolveu até pouco depois de meados dos anos 60, sobressaindo nesse período, por sua sólida cultura cinematográfica, os nomes de Armando Ribeiro Pinto, Francisco Bettega Neto e Lélio Sottomaior Júnior --, e de quadros que possam se orientar, ampliadas as parcerias entre cineclubes universitários, cursos de cinema e Cinemateca de Curitiba, para as atividades de pesquisa, preservação e difusão, para o trabalho em arquivos audiovisuais. Em conseqüência, com a implantação de cineclubes, também se quer dar um passo na formação de um ainda necessário jornalismo cultural paranaense, verdadeiramente capaz de fazer a mediação entre as manifestações artísticas e o público. Se o desafio é imenso, os cineclubistas hoje também contam com a Programadora Brasil e com a Filmoteca Carlos Vieira, ambas com um acervo de filmes devidamente licenciados, em condições, portanto, de resolver suas dificuldades iniciais de programação.

Dentre os espaços citados, sublinhou-se a possibilidade do museu, ao lado da exibição e discussão de filmes, servir como plataforma de diálogo e inclusão cultural. Se presentes nas escolas, os cineclubes trazem a expectativa de que a cultura cinematográfica ajude os estudantes a projetar sua autonomia intelectual. Neste sentido, fez-se clara menção de apoio ao 1o. Seminário de Cinema e Educação: cineclube, escola, comunidade, proposto pelo Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros e aprovado pelo Comitê Consultivo da SAV- Secretaria do Audiovisual/MinC. O objetivo do Seminário, de suas comunicações e debates, é produzir um elenco de sugestões concretas e programáticas a ser submetido à aprovação e execução pela administração pública. Os presentes estenderam também todo o seu apoio ao programa Cinema Perto de Você, que está sendo lançado pela Ancine/Agência Nacional de Cinema visando incentivar o setor privado (por meio de linhas de financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual e do BNDES e ainda por conhecidos mecanismos de desoneração tributária) a abrir cinemas nas imediações de grandes centros urbanos e em municípios sem essa alternativa cultural. Sua prioridade localiza-se nos 89 municípios com mais de cem mil habitantes e sem nenhuma sala de cinema!

Na linha da formação profissional, reafirmou-se o reconhecimento da importância do técnico cinematográfico e a urgência da criação de cursos técnicos profissionalizantes para o setor audiovisual na rede federal de educação profissional e tecnológica (Institutos Federais, Universidade Tecnológica, Cefets e Escolas Técnicas vinculadas às Universidades). Se, de um lado é compreensível que todos queiram se tornar diretores, diretores de fotografia, diretores de arte e diretores artísticos, por outro, há grande falta de técnicos em muitas áreas da produção. No atual contexto do cinema brasileiro, as carências de técnicos têm sido supridas de modo paliativo, por meio de oficinas de formação realizadas, em muitos casos, em plena produção! Sem desmerecer a relevância nem os benefícios do “modelo” oficinas, é preciso ir além. A carência maior, em cada produção pelo Brasil afora, é de técnicos intermediários e de suporte, portanto urge formá-los. São necessários cursos de cenotécnica, elétrica de cena e iluminação, adereço, maquiagem de teatro e cine, produção gráfica, produção de arte, assistente de produção, câmera, maquinaria, animação, prospecção, recuperação/preservação, enfim, cursos de produção voltados ao cinema e vídeo.

No âmbito da preservação, entendendo preservar como oferecer condições para tornar perene a obra cultural (na sua materialidade, integridade, integralidade física e nas suas documentações conexas), para fins de difusão, pesquisa, estudos e fruição, é preciso estabelecer políticas públicas efetivas, inclusive de acervos digitais, bem como definições claras para o acesso aos acervos. O acesso ao material preservado, seja para novas produções ou para estudos é o que lhe empresta sentido, mostrando aspectos da história e do imaginário, levando à reflexão sobre o passado e suas esperanças. Considerou-se também como de maior importância incluir na pauta do audiovisual que a preservação começa na produção, que cabe aos produtores incluir em seus planos de trabalho cópias de preservação e guarda de materiais que integram o processo de criação/produção (como versões de roteiros), que caracterizam a documentação da obra.

Apontou-se também a carência de profissionais que se dediquem à macroestrutura de uma produção, ao planejamento do roteiro, da filmagem, do lançamento e da distribuição (o que supõe, muitas vezes, o conhecimento do mercado internacional e de como nele negociar, entre outras qualificações). Atualmente, quase sempre quem exerce esta função é um diretor, em seu próprio filme ou no de um diretor amigo. Sendo assim, para evitar esta sobrecarga, que as escolas de cinema avaliem se não caberia programar cursos, pelo menos de extensão, voltados a esta macroestrutura da produção.

Durante o Festival foram aplaudidas as manifestações de apoio às entidades de classe do cinema paranaense, especialmente o SIAPAR (Sindicato das Indústrias Audiovisuais do Paraná) e a AVEC (Associação de Vídeo e Cinema do Paraná). Ressaltou-se a relevância do Estado não concorrer com a produção independente local, mas sim instituir e desenvolver ações de fomento e estímulo como, por exemplo, editais para alocação de recursos visando o desenvolvimento do setor. Chamou-se a atenção para a necessidade de suplementar a informação das empresas quanto aos modos de funcionamento das leis de incentivos fiscais, mais especificamente da Lei do Audiovisual, um excelente instrumento à disposição dos realizadores, mas ainda com baixa utilização pelas empresas, seja por desconhecimento ou até mesmo por falta de uma prática contínua para investir em filmes parte do seu imposto de renda a pagar.

E, em acordo com a Carta de Atibaia, produzida e assinada pelo Congresso Brasileiro de Cinema, em janeiro de 2010, reafirmou-se a importância da continuidade e da ampliação dos programas do Ministério da Cultura nas suas diversas áreas, sobretudo, pelo que significam em termos de democratização do acesso à cultura, como afirmação do direito dos cidadãos brasileiros à cultura.

Finalmente agradecemos a Prefeitura da Lapa, ao Instituto Borges da Silveira, ao Instituto Cultural e Artístico da Lapa, ao Governo do Paraná e ao Ministério da Cultura, patrocinadores do evento.
Lapa, 12 de junho de 2010."

Entidades Presentes:
- AVEC/PR – Associação de Vídeo e Cinema do Paraná
- Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro/Regional do Paraná
- Cinemateca de Curitiba
- Comissão Organizadora do Cineclube Campus Central da UFPR
- Comissão Organizadora do Cineclube da Lapa
- Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná
- FAPR/Faculdade de Artes do Paraná
- Instituto Borges da Silveira (c/sede na Lapa)
- Instituto Artístico e Cultural da Lapa
- IFPR/Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná
- Kinoarte/Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina
- Nesef-UFPR/Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Ensino de Filosofia
- Núcleo de Vídeo e Cinema da Lapa
- Programa Mais Cultura/Cine Mais Cultura do MinC
- SIAPAR/Sindicato das Indústrias Audiovisuais do Paraná

Entidades que manifestaram apoio:
- Associação de Difusão Cultural de Atibaia
- Biblioteca Pública do Paraná
- CEU/Casa do Estudante Universitário do Paraná
- CREC/Centro Rio Clarense de Estudos Cinematográficos
- Ciclo de Cinema Aeroporto (Londrina/PR)
- Cineclube Cinema Comunitário (Rio de Janeiro/RJ)
- Cineclube Interação de Altamira do Paraná
- Cineclube MeMostra (Curitiba/PR)
- Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
- Difusão Cineclube (Atibaia/SP)
- Era Uma Vez O Cinema.Blogspot.Com (Brasília/DF)
- FAIA/Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual
- Fórum das Entidades Culturais do Paraná
- Ponto de Cultura Minha Vila Filmo Eu (Curitiba/PR)
- Representação Central Ucraniano-Brasileira (Curitiba/PR)
- Taturana - Revista de Cinema (Londrina/PR)
- TV Cidade Livre – Canal Comunitário (Rio Claro/SP)
- Vila Cultural AlmA Brasil (Londrina/PR).

A cidade da Lapa (PR) ensaia um grito que chama à participação todos os brasileiros que gostam de cinema e sabem da importância dos cineclubes

Este blog abre espaço para divulgar o meritório trabalho de Emmanuel Appel, professor de filosofia da Universidade Federal do Paraná (e que também vem colaborando com a reitoria do Instituto Federal do Paraná na implantação de sua área de cultura), na busca de uma política estimuladora da reativação do movimento cineclubista naquele Estado. É a sua contribuição para a Carta da Lapa, um verdadeiro manifesto, que servirá de locomotiva a puxar os passos subsequentes do esforço paranaense em prol do desenvolvimento do cinema brasileiro. O título do documento refere-se à cidade da Lapa (PR), local em que recentemente se realizou a quarta edição do Festival da Lapa, com destaque para a Mostra Competitiva de Filmes de Época, concorrentes ao troféu Tropeiro, um dos símbolos da Lapa.
A seguir, o texto do professor Appel para a Carta da Lapa, que merece ser chamado de Grito da Lapa, digno de ser ouvido em todos os rincões do nosso País:

"Se bem traduzo parte dos debates e conversas do sábado, penúltimo dia do Festival da Lapa, um dos pontos desta Carta deve centrar-se na urgência que têm os cinéfilos e os que trabalham com cinema no Paraná em fazer a sua parte no processo (retomado em 2003 durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro) de rearticulação dos cineclubes, reafirmando (como na memorável Carta de Curitiba, redigida quando da realização, em fevereiro de 1974, no Teatro do Paiol, da VIII Jornada Nacional de Cineclubes/III Encontro Sul-Americano de Cineclubes) sua clara posição em defesa do cinema nacional, seu compromisso com o desenvolvimento do projeto cultural brasileiro. Em sintonia com o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros e com o Programa Cine Mais Cultura do MinC, cabe aproximar os cineclubes em funcionamento no Paraná e atuar, inclusive com propostas de políticas públicas, no sentido de implantar cineclubes em todos os espaços possíveis: universidades, associações, institutos, bibliotecas, museus, sindicatos, clubes, câmaras municipais, unidades da rede Sesc, dentre outros. Desta forma, estaremos contribuindo com a formação do público e de público para o cinema nacional, de quadros que possam fazer crítica de cinema -- retomando talvez uma tradição que iniciou em Curitiba no final dos anos quarenta e que se desenvolveu até pouco depois de meados dos sessenta, sobressaindo nesse período, por sua sólida cultura cinematográfica, os nomes de Armando Ribeiro Pinto (que, no caminho aberto por Paulo Emílio Salles Gomes, passou uma temporada em Paris assistindo os clássicos na Cinemateca Francesa), Francisco Bettega Neto (cujas críticas, na edição curitibana do jornal Última Hora, eram de leitura obrigatória) e Lélio Sottomaior Júnior (que revelou os autores franceses e americanos, em especial para os que freqüentavam o Cineclube Pró-Arte do Colégio Santa Maria) --, e de quadros que possam se orientar, ampliadas as parcerias entre cineclubes universitários, cursos de cinema e Cinemateca de Curitiba, para as atividades de pesquisa, preservação e difusão, para o trabalho em arquivos audiovisuais. Em consequência, com a implantação de cineclubes, estaremos também dando um passo na formação de um ainda necessário jornalismo cultural paranaense, verdadeiramente capaz de fazer a mediação entre as manifestações culturais e o público. Mais ainda: com a interiorização dos cineclubes pode-se progressivamente diminuir uma estatística estarrecedora, colhida pelo IBGE em 2007: apenas 8% dos municípios brasileiros (de um total de mais de 5.500) possuem salas de cinema! Segundo dados recentes, o Brasil ocupa o sexagésimo lugar na relação de habitantes por sala: são em números redondos 86.300 pessoas para cada sala de cinema enquanto nos Estados Unidos a média é de 7.900. Se vingar o programa Cinema Perto de Você, que está sendo lançado pela Ancine/Agência Nacional de Cinema visando incentivar o setor privado (por meio de linhas de financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual e do BNDES e ainda por conhecidos mecanismos de desoneração tributária) a abrir cinemas -- previsão de 600 salas em quatro anos -- nas imediações de grandes centros urbanos e em municípios sem essa alternativa cultural; se vingar, dizíamos, - e os presentes no Festival da Lapa torcem por esta iniciativa, cuja prioridade encontra-se nos 89 municípios com mais de cem mil habitantes e sem nenhuma sala de cinema! -- ainda assim passaríamos das atuais 2.200 salas (encontravam-se reduzidas a menos da metade em 1995 e dobraram devido ao extraordinário avanço de shopping centers) para 2.800, patamar ainda inferior ao de meados dos anos setenta, quando o Brasil possuía 3.300 salas em funcionamento. Ora, salta aos olhos como a atividade cineclubista, existente desde antes dos anos vinte (ainda que o primeiro cineclube brasileiro com estatutos e registro oficial, o Chaplin Club, tenha sido fundado em 1928, há registro de que já em 1917, também no Rio de Janeiro, um grupo de amigos, alunos do Colégio Pio Americano, se reunia para ver e debater filmes) e voltada às virtudes formativas, criativas e críticas do cinema, poderá não só atenuar esta situação como, por meio de festivais, mostras e retrospectivas, fazer com que o cinema, de todas as bitolas, tecnologias e diversidades estético-culturais, chegue à população: calcula-se que apenas 10% dos quase 200 milhões de brasileiros vão ao cinema “pelo menos uma vez por ano”! Se o desafio é imenso, os cineclubistas hoje contam com a Programadora Brasil e com a Filmoteca Carlos Vieira, ambas com um acervo de filmes devidamente licenciados, em condições, portanto, de resolver suas dificuldades iniciais de programação. Pensando grande, num tempo não muito distante, impregnado de otimismo militante, com os cineclubes (que, nunca é demais lembrar, também são -- além de territórios de aprendizagem, por conta da possibilidade de debates regulares, antecedidos por uma apresentação do filme -- espaços de sociabilidade, centros de vivência, pontos de encontro) é bem provável que se recrie o hábito de ir ao cinema e que boa parte dos que frequentam cineclubes passe a ver o cinema como importante em suas vidas.

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Outro ponto, esboçado nas mesas do sábado, 12 de junho, que merece ser destacado na Carta, diz respeito à instalação de cineclubes nas escolas: penso não estar exagerando ao imaginar a cultura cinematográfica ajudando os estudantes a projetar sua autonomia intelectual e a fazer uso público de sua razão, levando a uma sociedade melhor. E para desenvolver este ponto, o conteúdo do e-mail de Saskia Sá, enviado por Rodrigo Bouillet, sobre o seminário “Cinema e Educação: cineclube, escola, comunidade”, bem como as contribuições dos participantes das demais mesas, será certamente de grande valia. Com o recebimento da primeira versão, saberemos todos como melhor colaborar, trabalhar o texto e chegar a uma carta-manifesto. Um abraço a todos. Emmanuel."