31 de janeiro de 2007

Era uma vez em 30 de janeiro de 2007

SIDNEY SHELDON (89 anos, de pneumonia), escritor norte-americano, autor de roteiros de filmes como O solteirão cobiçado (1947), pelo qual ganhou o Oscar; participou do roteiro de outras comédias como O meninão (1955) e O rei do laço (1956), com a dupla Dean Martin e Jerry Lewis, e de musicais como Desfile de Páscoa (1948), prêmio do Sidicato dos Roteiristas, Ciúme, sinal de amor (1949), último filme da dupla Fred Astaire e Ginger Rogers, Romance carioca (1950), em que atuou Carmen Miranda, e Bonita e valente (1950), prêmio do Sindicato dos Roteiristas; livros seus viraram filmes: O outro lado da meia-noite (1977), A herdeira (1979) e A outra face (1984); dirigiu três filmes, entre os quais O palhaço que não ri (1957), baseado na vida de Buster Keaton. Seu trabalho como produtor de TV lhe rendeu uma estrela na Calçada da Fama.
(Crédito da foto: www.bookreporter.com)

Era uma vez em 27 de janeiro de 2007

BOB CARROLL JR. (87 anos, de causa não divulgada), roteirista norte-americano; participou do roteiro do filme I Love Lucy (1953), que deu origem à série de TV homônima, para a qual trabalhou a maior parte de sua vida, e do filme Os seus, os meus, os nossos (1968, refilmado em 2005); ganhou um prêmio honorário (life achievement) do Sindicato de Roteiristas da América, por seu trabalho na TV.

30 de janeiro de 2007

O santo nome de Beethoven em vão

A vida de um gênio do quilate de Beethoven, ainda que destituída de grandes emoções, se excluída sua obra, deve ser uma tentação para cineastas às voltas com a falta de assunto. A idéia do filme O segredo de Beethoven, de Agnieszka Holland, pode ter surgido nessa circunstância.
O título brasileiro, que nada tem a ver com o original, Copying Beethoven, não podia ser mais infeliz. O único segredo da vida dele, na verdade, foi um caso de amor com mulher a que chamou numa carta de Amada Imortal.

O filme se inicia com a morte de Beethoven e, em seguida, retoma sua vida ao tempo em que ele compunha a Nona Sinfonia e, supostamente, a Grande Fuga do Quarteto em si bemol maior op. 130. O ator Ed Harris, que o retrata com razoável competência, apresenta um Beethoven com problemas de audição, mas ainda capaz de dialogar com desenvoltura.

Diante da perspectiva de realizar um grande concerto para estrear sua sinfonia, Beethoven resolve aceitar que alguém o auxilie na formidável tarefa. Assim Anna Holz, jovem estudante do Conservatório Musical de Viena, se torna sua copista e se revela a melhor colaboradora que ele podia desejar.

Anna se empenha tanto em sua função que acaba conhecendo a Nona tão bem quanto o próprio compositor. E como ele já tem dificuldade para ouvir os instrumentos, ela se oferece para ajudá-lo na hora da regência. Durante o concerto, posicionada fora da visão da platéia, ela faz os gestos que ele repete para a orquestra. Com esse arranjo estapafúrdio (o segredo, do título), o concerto é bem-sucedido e o filme chega ao desfecho, dando a falsa impressão de ter acompanhado Beethoven até seus últimos dias.

Vamos aos fatos. O concerto em que se deu a estréia da Nona Sinfonia aconteceu em 7 de maio de 1824 e a morte de Beethoven, em 26 de março de 1827. Desde 1818, com o agravamento da surdez, ele havia adotado os Livros de Conversação, para se comunicar com os interlocutores através da escrita. No concerto real, ele apenas marcou o tempo e folheou a partitura. A regência de fato ficou a cargo do violinista Schuppanzigh e do Kapellmeister Umlauf, que teve a cautela de advertir o coro e a orquestra para ignorar os gestos do compositor. E o Quarteto op. 130, do qual inicialmente fez parte a Grande Fuga op. 133, foi composto entre julho e novembro de 1825. Beethoven continuou criando grande música até novembro de 1826 e seu último trabalho foi um novo finale para o Quarteto op. 130.

A despeito de ser descarada obra de ficção, que não merecia estampar o santo nome de Beethoven no título, o filme oferece divertimento de uma certa qualidade, especialmente graças à brilhante síntese da Nona Sinfonia, regida pelo veterano maestro inglês Christopher Hogwood.
Isto é tudo que se pode dizer, em consideração ao direito de escolha da cada um.
(Crédito da foto: epipoca.uol.com.br)

Os premiados do Sundance

Saiu no último sábado, 27, em Park City, Utah, a premiação do festival de Robert Redford. O filme Padre Nuestro, de Christopher Zalla, recebeu o grande prêmio do júri de melhor filme dramático e Grace Is Gone, de James C. Strouse, foi honrado com o prêmio do público, na mesma categoria. Já o prêmio de melhor documentário, do júri, foi para a produção Brasil/EUA Manda bala, de Jason Kohn, enquanto Hear and Now, de Irene Taylor Brodsky, ficou com o prêmio do público.

29 de janeiro de 2007

Prêmios do Sindicato dos Atores

A cerimônia de entrega dos prêmios do Sindicato dos Atores da Tela aconteceu dia 28 de janeiro. E os premiados foram:
1) Elenco: Pequena Miss Sunshine
2) Ator: Forest Whitaker (O último rei da Escócia)
3) Atriz: Helen Mirren (A rainha)
4) Ator coadjuvante: Eddie Murphy (Dreamgirls - Em busca de um sonho)
5) Atriz coadjuvante: Jennifer Hudson (Dreamgirls)
6) Prêmio honorário (life achievement): Julie Andrews.
Comentário: Os atores e atrizes premiados repetiram exatamente a premiação do Globo de Ouro; isso pode ser um sinal de que já estão com o Oscar garantido. O filme Pequena Miss Sunshine reforçou ainda mais sua posição como candidato ao Oscar de melhor filme; caso a Academia queira estimular as produções de baixo orçamento, ele tem tudo para ser o escolhido.

(Crédito da foto: www.fox.es)

28 de janeiro de 2007

Sessão nostalgia: Os nibelungos

No último sábado, 27, o poeta Salomão Sousa e dona Francisca receberam amigos para assistir, em seu home theater, a dois filmes alemães de Fritz Lang: Os nibelungos: A morte de Siegfried (1924) e Os nibelungos: A vingança de Kriemhild (1924), nas versões originais e restauradas. Uma sessão com filmes de mais de 80 anos evoca o nascimento da sétima arte, recobrindo-se de ineludível nostalgia.

Enfrentaram a maratona cinematográfica de quase cinco horas o poeta João Carlos Taveira, o fotógrafo e poeta Robson Corrêa de Araújo, com sua respectiva campeã de ciclismo Maria José, o homem de sete instrumentos Erinaldo e, claro, este velho cinéfilo.
O fato de os filmes serem mudos, sonorizados apenas por eficiente trilha musical, permitiu que cada espectador fizesse observações no instante em que a cena se desenrolava. E havia muito a comentar, dada a excelência das obras, dignas da mais desbragada adjetivação.
A lenda que inspirou Os nibelungos é pródiga de aventuras e dramas humanos. A trajetória de Siegfried tem início quando ele recebe ensinamentos para forjar uma espada incomum. Com ela, ele conseguirá matar o dragão que se interpõe no seu caminho rumo ao reino de Worms, onde vive a adorável Kriemhild. Subseqüentemente, ele derrota um feiticeiro e se apossa de um elmo que lhe permite ficar invisível, o que lhe será de grande valia na tarefa que terá de cumprir para conquistar a mão de Kriemhild. Depois desenrolam-se as conseqüências de equívocos cometidos por ele ou por aqueles que o cercam na corte, que culminam com a sua morte. Na segunda parte, seguem-se as artimanhas da viúva para vingar a morte do marido, numa série de expedientes a que ela recorre para cumprir seu objetivo exclusivo, que a obceca e consome o restante de sua vida. Tudo é apresentado numa seqüência de cantos que um menestrel narra enquanto tange seu alaúde.
O visual dos filmes é de uma riqueza impressionante: a fotografia, primorosa, explora os extremos constrastes, como era usual na escola expressionista, e recorre a enquadramentos rigorosamente estudados; o desempenho dos atores é precioso, dentro do estilo da época; os figurinos e a cenografia são deslumbrantes; e o grafismo das estampas de cortinas, indumentárias, escudos e objetos de cena fascina por sua variedade, que parece inesgotável.
O clima reinante ao longo da sessão era de sincera admiração pela magnificência da mise-en-scène e dos roteiros, estes a cargo da então mulher de Lang, Thea von Harbou, que contou com a colaboração do marido no do primeiro filme. Se alguém tinha alguma dúvida a respeito da genialidade de Fritz Lang, ela foi dissipada de uma vez por todas.
(A imagem é do filme A morte de Siegfried. Crédito da foto: daily.greencine.com)

26 de janeiro de 2007

Estacionamento proibido é mais grave

TORONTO - A maioria dos norte-americanos considera o download e distribuição ilegais de filmes de Hollywood como crimes comparáveis a pequenas infrações no trânsito, informou a Hollywood Reporter, citando pesquisa.

Apenas 40% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa Toronto Solutions Research Group concordam que baixar da internet filmes com direitos autorais é um "crime muito grave".

Essa cifra contradiz com os 78% que disseram que roubar um DVD de uma loja era um crime muito grave.

"Este é um efeito Robin Hood. A maioria das pessoas entende que as celebridades e os estúdios já são ricos e como resultado pensam que o download de filmes não é uma grande coisa", disse Kaan Yigit, diretor de estudos do Solutions Research Group.

A pesquisa revelou que 59% dos norte-americanos entrevistados consideravam estacionar em local proibido um crime mais sério do que o download de filmes.

Yigit disse que os atuais serviços de download oficiais e os novos que entrarem no mercado terão que ser mais flexíveis para convencerem os consumidores a pagarem pelas cópias. "De outra forma, o compartilhamento de arquivo continuará prosperando", disse ele.

A pesquisa Digital Life America entrevistou cerca de 2.600 norte-americanos entre junho e setembro do ano passado.

Fonte: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/012007/26012007-0.shl


25 de janeiro de 2007

O duelo Scorsese x Eastwood visto pelos ingleses

Os ingleses acreditam que o filme Os infiltrados tem mais chance de abiscoitar o Oscar de melhor filme. Pelo menos é o que se pode deduzir da cotação do filme na casa de apostas londrina Ladbrokes, que só paga 10 por 11 aos apostadores no filme de Martin Scorsese. O filme Babel, de Alejandro González Iñárritu, vem logo atrás, cotado a 9 por 4. O grande azarão é Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood, cotado a 12 por 1.

Piratas do Canadá

O país onde mais se pirateia filmes é a China. Certo? Errado. A 20th Century-Fox calcula que cerca de 50% dos filmes pirateados saem do Canadá, a maior parte procedente de Montreal, noticiou o jornal canadense Ottawa Citizen na terça-feira, 23. Segundo o periódico, a Fox já advertiu os exibidores de Montreal de que, caso nenhuma medida seja tomada para reprimir as cópias ilegais, vai retardar o lançamento de novos títulos na cidade.

24 de janeiro de 2007

Audrey Hepburn: ideal de beleza

A atriz Audrey Hepburn (1929-1993), famosa por sua magreza, parece ter-se tornado o ideal de beleza das mulheres norte-americanas deste começo de século. Ela foi eleita em 2006 a "mulher mais bonita de todos os tempos", pelas leitoras da revista New Woman. Informação extraída de Time.com de 20 de janeiro (aniversário de falecimento da atriz).
(Crédito da foto: www.20minutos.es)

23 de janeiro de 2007

Oscar 2007: os indicados

Os indicados ao Oscar nas principais categorias são:

1 ) Melhor filme:
a - Pequena Miss Sunshine
b - Babel
c - Os infiltrados
d - Cartas de Iwo Jima
e - A rainha

2) Melhor diretor:
a - Martin Scorsese (Os infiltrados)
b - Clint Eastwood (Cartas de Iwo Jima)
c - Paul Greengrass (Vôo United 93)
d - Alejandro González Iñárritu (Babel)
e - Stephen Frears (A rainha)

3) Melhor atriz:
a - Meryl Streep (O diabo veste Prada)
b - Penelope Cruz (Volver)
c - Kate Winslet (Pecados íntimos)
d - Judi Dench (Notas sobre um escândalo)
e - Helen Mirren (A rainha)

4) Melhor ator:
a - Leonardo DiCaprio (Diamante de sangue)
b - Forest Whitaker (O último rei da Escócia)
c - Peter O'Toole (Venus)
d - Will Smith (À procura da felicidade)
e - Ryan Gosling (Half Nelson)

5) Melhor atriz coadjuvante:
a - Adriana Barraza (Babel)
b - Cate Blanchett (Notas sobre um escândalo)
c - Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine)
d - Jennifer Hudson (Dreamgirls -- Em busca de um sonho)
e - Rinko Kikuchi (Babel)

6) Melhor ator coadjuvante:
a - Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine)
b - Jackie Earle Haley (Pecados íntimos)
c - Djimon Hounsou (Diamante de sangue)
d - Eddie Murphy (Dreamgirls -- Em busca de um sonho)
e - Mark Wahlberg (Os infiltrados)

7) Melhor roteiro original:
a - Babel (Guillermo Arriaga)
b - Cartas de Iwo Jima (Iris Yamashita e Paul Haggis)
c - Pequena Miss Sunshine (Michael Arndt)
d - O labirinto do fauno (Guillermo del Toro)
e - A rainha (Peter Morgan)

8) Melhor roteiro adaptado:
a - Borat (Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Peter Baynham, Dan Mazer e Todd Phillips)
b - Filhos da esperança (Alfonso Cuarón, Timothy J. Sexton, David Arata, Mark Fergus e Hawk Ostby)
c - Os infiltrados (William Monahan)
d - Pecados íntimos (Todd Field e Tom Perrotta)
e - Notas sobre um escândalo (Patrick Marber)

9) Melhor fotografia:
a - A dália negra (Vilmos Zsigmond)
b - Filhos da esperança (Emmanuel Lubezki)
c - O ilusionista (Dick Pope)
d - O labirinto do fauno (Guillermo Navarro)
e - O grande truque (Wally Pfister)

10) Melhor montagem:
a - Babel (Stephen Mirrione e Douglas Crise)
b - Diamante de sangue (Steven Rosenblum)
c - Filhos da esperança (Alex Rodríguez e Alfonso Cuarón)
d - Os infiltrados (Thelma Schoonmaker)
e - Vôo United 93 (Clare Douglas, Christopher Rouse e Richard Pearson)

11) Melhor direção de arte:
a - Dreamgirls -- Em busca de um sonho (John Myhre e Nancy Haigh)
b - O bom pastor (Jeannine Oppewall, Gretchen Rau e Leslie E. Rollins)
c - O labirinto do fauno (Eugenio Caballero e Pilar Revuelta)
d - Piratas do Caribe -- O baú da morte (Rick Heinrichs e Cheryl A. Carasik)
e - O grande truque (Nathan Crowley e Julie Ochipinti)

12) Melhor figurino:
a - A maldição da flor dourada (Yee Chung Man)
b - O diabo veste Prada (Patricia Field)
c - Dreamgirls -- Em busca de um sonho (Sharen Davis)
d - Maria Antonieta (Milena Canonero)
e - A rainha (Consolata Boyle)

13) Melhor trilha musical:
a - Babel (Gustavo Santaolalla)
b - O segredo de Berlim (Thomas Newman)
c - Notas sobre um escândalo (Philip Glass)
d - O labirinto do fauno (Javier Navarrete)
e - A rainha (Alexandre Desplat).

Comentário: Dreamgirls -- Em busca de um sonho teve oito indicações, mas ficou fora das principais categorias e três indicações são para uma mesma categoria: "melhor canção". Babel, de Alejandro González Iñárritu, vem a seguir com sete indicações, sendo duas na categoria "melhor atriz coadjuvante". Diferentemente do que se pensava, o filme Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood, ainda que falado em japonês, concorre na categoria "melhor filme" e em três outras. Os infiltrados, de Martin Scorsese, recebeu cinco indicações, uma a mais que o filme de Eastwood. Mas isso não facilita nada a vida de Scorsese, que, além de ter Eastwood em seus calcanhares, tem o filme de Iñárritu e Pequena Miss Sunshine lhe fazendo marolas. Vai ser uma boa oportunidade para ele tirar a prova dos nove com relação à estima que lhe devotam os membros da Academia. Se não ganhar desta vez, ainda que fique eventualmente com o prêmio de melhor filme, Scorsese pode tirar o cavalo da chuva. Aí, quem sabe, talvez um dia, um Oscarzinho honorário.

Hollywood: os piores de 2006

Foram indicados ao prêmio Razzie (Framboesa de Ouro) de piores do cinema norte-americano em 2006:

1) Filmes:
a) Instinto selvagem 2
b) BloodRayne
c) A dama na água
d) The Wicker Man
e) Little Man

2) Atores:
a) irmãos Shawn e Marlon Wayans (Little Man)
b) Rob Schneider (Little Man)
c) Nicolas Cage (The Wicker Man)
d) Larry the Cable Guy (Larry the Cable Guy: Health Inspector)
e) Tim Allen (The Santa Clause 3: The Escape Clause, The Shappy Dog e Zoom)

3) Atrizes:
a) Sharon Stone (Instinto selvagem 2)
b) Jessica Simpson (Employee of the Month)
c) Lindsay Lohan (Just My Luck)
d) Kristanna Loken (BloodRyne)
e) irmãs Hilary e Haylie Duff (Material Girls).

Comentário: Sharon Stone já foi agraciada com o prêmio Razzie de pior atriz duplamente, pelos filmes O especialista (1994) e Intersection - Uma escolha, uma renúncia (1994).

22 de janeiro de 2007

A outra volta de Sean Connery

O quarto filme de Indiana Jones, ainda sem título, poderá ter Sean Connery novamente como o pai de Harrison Ford. Em entrevista a Scotland on Sunday, o veterano ator admitiu que foi abordado por George Lucas e que está considerando seriamente essa possibilidade. Disse que nada foi decidido porque ainda não teve acesso ao roteiro. "Tudo vai depender do roteiro", concluiu Connery, que já se considerava aposentado. Seu último trabalho para o cinema foi no filme A liga extraordinária (2003), que o deixou frustrado por causa dos conflitos que teve com o diretor Stephen Norrington.
Comentário: Não deixa de ser curioso o fato de o ator concordar em voltar a fazer um papel, quando já se declarara aposentado em agosto último. Depois de conquistar fama e fortuna interpretando James Bond, ele se recusou a continuar fazendo o mesmo papel. Mas acabou convencido a estrelar mais um filme da série, 007 -- Nunca mais outra vez (1983), cujo título original, sugerido por sua mulher, Micheline, ironizava sua atitude de voltar atrás na decisão que havia tomado: Never Say Never Again (nunca diga nunca outra vez).

(Crédito da foto: www.canmag.com)

Era uma vez em 19 de janeiro de 2007

FRANCISCO PETRÔNIO (83 anos, de infecção generalizada), cantor brasileiro, que fez uma única aparição no cinema, no filme Senhora (1976), de Geraldo Vietri, baseado no romance homônimo de José de Alencar; apresentou programas musicais nas TVs Globo e Cultura.
Curiosidade: Na década de 1960, ficou conhecido nas rádios como "a voz de veludo".

(Crédito da foto: www.icd.com.br)

Oscar 2007: um nanico no páreo

Saiu no último sábado o premiado do Sindicato dos Produtores da América. O filme Pequena Miss Sunshine, que custou a pechincha de US$ 12 mi, foi eleito o melhor filme de 2006. Os outros indicados eram: Babel (US$ 25 mi), Dreamgirls - Em busca de um sonho (US$ 70 mi), Os infiltrados (US$ 90 mi) e A rainha (orçamento não divulgado).

Comentário: Nos últimos 17 anos, 11 filmes que ganharam o Oscar de melhor filme haviam conquistado o prêmio do Sindicato dos Produtores. Há também o registro de que Pequena Miss Sunshine tenha custado ainda menos: US$ 8 mi.
(Crédito da foto: movies.yahoo.com)

20 de janeiro de 2007

007: James Jones ou Indiana Bond?

Para quem não via um filme de James Bond desde 007 contra o foguete da morte (1979), até que 007 -- Cassino Royale é uma boa surpresa. Tem tudo que se espera de um filme do gênero: ação e suspense, romance e turismo, um enredo cheio de reviravoltas e com pitadas de humor, além de efeitos visuais em profusão.

Todo mundo sabe que as aventuras de James Bond surgiram em plena "guerra fria", período histórico em que EUA e URRS, após a II Guerra Mundial, retaliavam-se sem uma formal declaração de beligerância. E os filmes caíram no goto do público justo porque exploravam os conflitos entre as duas superpotências. Uma das falas mais inteligentes de 007 -- Cassino Royale aponta com precisão para esse tempo tenebroso e para os filmes de Bond da época. É proferida pela chefe do serviço de inteligência britânico, M, vivida pela ótima Judi Dench. Ao fazer comentários sobre a perda de importância de seu trabalho, ela dispara: "Tenho saudade da guerra fria". Bela ironia.

Os produtores do filme, na verdade, conseguiram emplacar um assunto da hora, que aparece todo dia nas manchetes: o terrorismo internacional. Foram felizes também ao encontrar um ator com as qualidades indispensáveis para o novo rumo que imprimem à história. Daniel Craig não exala a virilidade de Sean Connery nem possui o refinamento de Roger Moore, mas tem o porte físico que lembra Schwarzenegger e a energia de Harrison Ford. E o seu rosto não chamaria a atenção de ninguém no meio da multidão. Poderia ser o cara da porta ao lado de qualquer um.

É interessante observar a influência que certos filmes exercem sobre outros. Hoje, ninguém tem dúvida de que Intriga internacional (1959), de Hitchcock, serviu de referência para os primeiros filmes de James Bond. Depois, na década de 1980, surgiu a trilogia de Indiana Jones, criação da dupla George Lucas e Steven Spielberg, que deixou a série do agente 007 comendo poeira. Eles pegaram o dinamismo de James Bond e o levaram ao paroxismo. No terceiro filme da trilogia passaram recibo do que era inegável. Escalaram Sean Connery, o mais memorável intérprete de Bond, para o papel de pai de Indiana.

Quem vê 007 -- Cassino Royale percebe de cara a influência dos filmes de Indiana Jones. Quando o filme começa, com correrias em cenário de país do terceiro mundo, o espectador se pergunta se não errou de sala e entrou numa que esteja exibindo a última aventura de Indiana. E não demora para aparecerem cenas que remetem diretamente a Caçadores da arca perdida (1981).

A eletrizante seqüência em que Bond luta contra um terrorista, que dirige um caminhão em alta velocidade, é visivelmente inspirada naquela em que Indiana enfrenta soldados nazistas em um caminhão em disparada. Só não é tão emocionante nem tão bem decupada quanto a que a inspirou. O espaço em que ocorre, um aeroporto, não permitiria muitas variações além de topadas com tudo que se pode ter no aeroporto.

Com 144 minutos, o filme ficou mais longo que o esperado. Mas os roteiristas souberam dosar a história, dando a impressão de que o fim chega ao cabo de duas horas, quando o melhor ainda está por vir. Até a famosa fala "Meu nome é Bond, James Bond", que todo filme tem de ter, foi adiada para o último momento e dita em contexto hilariante.

Essa adaptação do livro Cassino Royale, de Ian Fleming, nada tem a ver com o filme homônimo de 1967, que era uma paródia desbragada, com vários comediantes no papel de James Bond. Mas também tinha seu charme.
(Crédito da foto: http://www.gamespot.com/)

Faroeste com reflexão

O filme Os profissionais (1966), de Richard Brooks, além de ser um excelente faroeste, oferece momentos de reflexão. Um diálogo em especial encanta os filósofos. É travado por Jesus Raza (Jack Palance), que quer recuperar a mulher, Maria (Claudia Cardinale), e Bill Dolworth (Burt Lancaster), que tem o compromisso de impedi-lo, custe o que custar, bloqueando sua passagem. Ambos estão protegidos dos tiros do outro, mas próximos o bastante para que possam ouvir o que o outro fala.
Raza: Você sabe, claro, que um de nós deve morrer.
Dolworth: Talvez nós dois.
Raza: Morrer por dinheiro é tolice.
Dolworth: Morrer por uma mulher é mais tolice ainda. Qualquer mulher. Até ela.
Raza: Por quanto tempo você pensa que vai nos deter aqui?
Dolworth: Algumas horas. Depois, o que acontecer aqui não importa. Ela será a Sra. Joe Grant novamente.
Raza: Mas isso não mudará nada. Ela é minha mulher. Antes. Agora. Sempre.
Dolworth: Nada é para sempre. A não ser a morte. Pergunte a Fierro. Pergunte a Francisco. Pergunte àqueles no cemitério dos anônimos. (Fierro e Francisco eram companheiros de Raza, que Dolworth acabara de matar.)
Raza: Eles morreram por algo em que acreditavam.
Dolworth: A revolução? Quando os tiros cessam, os mortos são enterrados e os políticos assumem, tudo acaba sendo uma coisa só: uma causa perdida.
Raza: Então? Você quer a perfeição ou nada. É muito romântico, compadre. A Revolução é como um grande caso de amor. No começo ela é uma deusa, uma causa sagrada. Mas todo caso de amor tem um inimigo terrível.
Dolworth: O tempo.
Raza: Nós a vemos como ela é. A Revolução não é uma deusa, mas uma prostituta. Ela nunca foi pura nem santa nem perfeita. Então, fugimos. Encontramos outra amante, outra causa. Casos rápidos, sórdidos. Luxúria, mas não amor. Paixão, mas não compaixão. Sem amor, sem uma causa, não somos nada. (Pausa.) Continuamos porque acreditamos. Partimos porque estamos desiludidos. Voltamos porque estamos perdidos. Morremos porque estamos engajados.

Comentário: É mesmo um belo filme, com grandes momentos. Esse diálogo, reproduzido assim, não faz justiça ao filme em si. Bom mesmo é ver os dois grandes atores dizendo as falas, a situação tensa em que se encontram, num desfiladeiro em pleno deserto, e a astúcia de cada um para cumprir seu objetivo. Não é todo dia que se pode ver um filme como esse.

(Crédito da foto: img.tesco.com)

19 de janeiro de 2007

Hamlet redescoberto

Na última terça-feira, 16, o Festival de Berlim divulgou que pretende exibir o filme alemão Hamlet (1921), produzido e estrelado por Asta Nielsen. Filmado em preto e branco, o filme foi colorido na pós-produção. A versão colorida estava perdida e foi redescoberta recentemente. Segundo a notícia liberada pelo festival, o filme causou controvérsia, à época de seu lançamento, por causa das liberdades tomadas na adaptação da peça de Shakespeare. Exemplo: "Para assegurar a sucessão ao trono, a Rainha da Dinamarca faz a filha passar por rapaz, por meio de disfarces". A atriz dinamarquesa Asta Nielsen interpreta Hamlet.
(Crédito da foto: silentladies.com)

As preferências da crítica

As premiações de 20 associações de críticos de cinema dos EUA dão uma idéia do que poderá acontecer na corrida ao Oscar 2007.

1) Sociedade de Críticos de Filme Online
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz : Helen Mirren (A rainha)
d - Melhor ator: Forest Whitaker (O último rei da Escócia)

2) Sociedade Nacional de Críticos de Filme
a - Melhor filme: O labirinto do fauno
b - Melhor diretor: Paul Greengrass (Vôo United 93)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

3) Círculo de Críticos de Filme de Kansas City
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Paul Greengrass (Vôo United 93)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

4) Associação de Críticos de Filme de Austin
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Alfonso Cuarón (Filhos da esperança)
c - Melhor atriz: Ellen Page (Hard Candy)
d - Melhor ator: Leonardo DiCaprio (Os infiltrados)

5) Críticos de Filme Afro-Americanos
a - Melhor filme: Dreamgirls - Em busca de um sonho
b - Melhor diretor: Bill Condon (Dreamgirls)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

6) Associação de Críticos de Filme de Utah
a- Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Alfonso Cuarón (Filhos da esperança)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Sacha Baron Cohen (Borat)

7) Círculo de Críticos de Filme de Oklahoma
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

8) Associação de Críticos de Filme de Chicago
a - Melhor filme : Os infiltrados
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

9) Círculo de Críticos de Filme da Flórida
a - Melhor Filme: Os infiltrados
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

10) Sociedade de Críticos de Filme de San Diego
a - Melhor filme: Cartas de Iwo Jima
b - Melhor diretor: Clint Eastwood (Cartas de Iwo Jima)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Ken Takakura (Riding Alone for Thousands of Miles)

11) Sociedade de Críticos de Filme de Phoenix
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

12) Associação de Críticos de Filme de Dallas-Fort Worth
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

13) Sociedade de Críticos de Filme de Las Vegas
a - Melhor filme: Os infiltrados
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

14) Associação de Críticos do Sudeste
a - Melhor filme: Os infiltrados
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

15) Círculo de Críticos de Filme de São Francisco
a - Melhor filme: Pecados íntimos
b - Melhor diretor: Paul Greengrass (Vôo United 93)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Sacha Baron Cohen

16) Círculo de Críticos de Filme de Washington, DC
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

17) Sociedade de Críticos de Filme de Boston
a - Melhor filme: Os infiltrados
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

18) Círculo de Críticos de Filme de Nova Iorque
a - Melhor filme: Vôo United 93
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

19) Associação de Críticos de Filme de Los Angeles
a - Melhor filme: Cartas de Iwo Jima
b - Melhor diretor: Paul Greengrass (Vôo United 93)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker e Sacha Baron Cohen

20) Conselho Nacional da Crítica
a - Melhor filme: Cartas de Iwo Jima
b - Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
c - Melhor atriz: Helen Mirren
d - Melhor ator: Forest Whitaker

Comentário: Nessas premiações, Martin Scorsese ganhou de goleada de Clint Eastwood: 12 x 1. A questão é que, em Los Angeles, onde fica Hollywood, e em duas outras cidades da Califórnia, San Diego e São Francisco, nem Scorsese nem seu filme foi premiado. E pior: em San Diego, Eastwood ficou com o prêmio de melhor diretor; e seu filme Cartas de Iwo Jima ganhou o de melhor filme, o que se repetiu em Los Angles. A essa altura, Scorsese já deve estar com a barba de molho, ao pensar no Oscar, porque, embora a expectativa seja de que Cartas de Iwo Jima venha a concorrer na categoria "filme em língua estrangeira", Eastwood certamente será indicado para o prêmio de melhor diretor. Aí é que mora o perigo. A Academia deixou de premiar Scorsese, quando concorreu por Touro indomável (1980), um filme admirável, para premiar Robert Redford por um filme que desapareceu sem deixar traço.

John Wayne não morreu

Anualmente, através da Enquete Harris, os cinéfilos norte-americanos elegem as estrelas de sua preferência. Na última pesquisa, as mais votadas foram:
1 - Denzel Washington
2 - Tom Hanks
3 - John Wayne
4 - Clint Eastwood
5 - Julia Roberts
6 - Will Smith
7 - Johnny Depp
8 - Mel Gibson
9 - George Clooney
10 - Harrison Ford.
Comentário: John Wayne, que aparece em terceiro lugar, faleceu em 1979. Julia Roberts e Will Smith ficaram empatados em 5º lugar. Tom Hanks vinha liderando o ranking nos últimos anos.

(Crédito da foto: adorocinema.cidadeinternet.com.br)

18 de janeiro de 2007

Era uma vez em 17 de janeiro de 2007

ART BUCHWALD (81 anos, de falência dos rins), jornalista e escritor norte-americano; escreveu o roteiro do filme Presente de grego (1960) e diálogos adicionais, em inglês, para o filme Play time -- Tempo de diversão (1967), do cineasta e comediante francês Jacques Tati, e apareceu em três documentários; ganhou o prêmio Pulitzer, por seus comentários políticos.
Curiosidade: Em 1983, vendeu à Paramount um esboço de história, com o nome de "King for a Day", que serviu de base para o filme O rei de Nova York (1988), que rendeu mais de US$ 100 mi, sem que lhe fosse paga qualquer participação nos lucros; ele processou o estúdio, que alegou ter tido prejuízo com o filme, mas a Justiça lhe deu ganho de causa e uma indenização de US$ 900 mil; a Paramount recorreu da sentença e o caso foi resolvido em acordo entre as partes.
Crédito da foto: www.whrc.org)

Calçada da Fama: quanto custa uma estrela?

Turistas de todo o mundo, quando vão a Los Angeles, visitam o Hollywood Boulevard para ver as estrelas que homenageiam seus ídolos, na Calçada da Fama. Para se conseguir uma estrela daquelas, uma celebridade do cinema ou da tevê precisa dar duro e se destacar na sua profissão. Foi assim que muitos atores e atrizes famosos conquistaram a sua, inclusive a luso-brasileira Carmen Miranda (1909-1955). Agora, porém, parece que essa regra mudou. O jornal Los Angeles Times revelou que o milionário Donald Trump poderá vir a ter a sua estrela na Calçada da Fama, não por eventuais méritos profissionais, mas pela elevada quantia de dólares que se dispõe a gastar.
Comentário: Donald Trump fez cameo appearance nos filmes Ghosts Can't Do It (1990), The Little Rascals (1994) e 54 (1998); a partir de 2001 se tornou produtor de TV; já produziu episódios de duas séries e seis programas sobre concursos de miss. Chama-se cameo appearance, ou simplesmente cameo, no cinema, a aparição de uma pessoa famosa, sem outro motivo que não a sua notoriedade. O filme 54 saiu em DVD no Brasil com o título Studio 54.

17 de janeiro de 2007

Era uma vez em 4 de janeiro de 2007

STEVE KRANTZ (83 anos, de pneumonia), produtor norte-americano, atuante na TV desde 1966; teve um interregno dedicado exclusivamente ao cinema, de 1972 a 79, quando produziu oito filmes, três dos quais eram desenhos animados; escreveu o roteiro de um e o argumento de outros dois dos filmes que peoduziu; um dos argumentos foi para o filme de horror Ruby, a amante diabólica (1977); ficou mais conhecido por produzir dois desenhos com a personagem Fritz the Cat, criação do cartunista Robert Crumb.
Curiosidade: Era casado com a escritora Judith Krantz, que fez trabalhos para a TV.

Marilyn Monroe: o mistério do nome continua

Um dos mistérios que envolvem o mito de Marilyn Monroe é o da origem de seu nome artístico, que pode ter sido desvendado, finalmente. O ator Mickey Rooney, de 86 anos, afirmou, em entrevista à revista norte-americana Premiere, que foi ele o criador desse nome cintilante.
Rooney disse ter conhecido a aspirante a atriz em uma festa e ficou fascinado com a sua beleza, mas não com o seu nome: "Norma Rae". E disse-lhe que ele não era bom o bastante para Hollywood. Ele recordou que, naquela noite, levou Marilyn em casa.
O veterano ator contou à revista a seguinte história: "Eu disse a ela, 'Alguma coisa me diz que você tem um futuro maravilhoso, mas precisa mudar o seu nome. Houve uma grande estrela chamada Marilyn Miller e ninguém mais usou esse nome. Você poderia ser Marilyn'. Então, o telefone tocou e era um rapaz com quem eu escrevia roteiros, cujo nome era Tom Monroe. Ela me perguntou: 'Com quem você estava falando?' Eu respondi: 'Com o seu sobrenome... você é Marilyn Monroe.'"
Comentário: Existiu uma atriz chamada Marilyn Miller (1898-1936), estrela de musicais da Broadway nos anos 1920, que estrelou três musicais no cinema, entre 1929 e 31. O ator Tom Monroe (1919-1993) começou no cinema em 1948 e apareceu no filme Areias movediças (1950), estrelado por Mickey Rooney. O nome verdadeiro de Marilyn Monroe era Norma Jean Mortensen. Desde o primeiro filme em que apareceu, em 1947, ela já usava o nome Marilyn Monroe. Conta-se que, quando assinou o primeiro autógrafo, ela perguntou como se soletrava 'Marilyn'; não sabia onde colocar o "i". Ela teria declarado que nunca gostou do nome 'Marilyn' e que freqüentemente pensava que deveria ter-se decidido por 'Jean Monroe'. Norma Rae era o nome da personagem de Sally Field no filme Norma Rae (1979).

(crédito da foto: http://www.moviebunker.com/)

16 de janeiro de 2007

Globo de Ouro 2007: "Babel"

Os prêmios mais importantes do Globo de Ouro, em sua 64ª edição, foram para:
1) Melhor roteiro: A rainha (Peter Morgan)
2) Melhor atriz de comédia ou musical: Meryl Streep (O diabo veste Prada)
3) Melhor ator de comédia ou musical: Sacha Baron Cohen (Borat)
4) Melhor atriz de drama: Helen Mirren (A rainha)
5) Melhor ator de drama: Forest Whitaker (O último rei da Escócia)
6) Melhor diretor: Martin Scorsese (Os infiltrados)
7) Melhor filme em língua estrangeira: Cartas de Iwo Jima
8) Melhor filme (comédia ou musical): Dreamgirls -- Em busca de um sonho
9) Melhor filme (drama): Babel.
Comentário: Em se tratando dos prêmios relevantes, cada filme foi aquinhoado com apenas um, exceto A rainha, com dois. Confirmou-se a tendência observada nas premiações dos últimos anos. Sobre o duelo entre Clint Eastwood e Martin Scorsese, pode-se dizer que Scorsese levou a melhor, mas por pouco. Seu filme Os infiltrados deu-lhe o prêmio de melhor diretor, mas Cartas de Iwo Jima, de Eastwood, ficou com o de melhor filme em língua estrangeira. Recorrendo-se ao roteiro dos filmes de faroeste, a situação do confronto ficou no seguinte pé: Scorsese acertou no ombro esquerdo de Eastwood, que está com o braço na tipóia, porém com desenvoltura suficiente para persegui-lo. E Scorsese, ao receber o combate inesperado do mexicano Alejandro González Iñárritu, diretor de Babel, terminou sem munição e precisou buscar abrigo. Resta esperar a próxima exibição de força dos contendores, com a divulgação dos indicados ao Oscar, no próximo dia 23.

(Crédito da foto: www.apple.com)

15 de janeiro de 2007

Duelo Eastwood x Scorsese

O confronto entre Martin Scorsese e Clint Eastwood, na corrida rumo ao Oscar, promete. Pesquisa em andamento, promovida por saite norte-americano, revela a preferência dos internautas na disputa: Os infiltrados, de Scorsese, ou um dos dois de Eastwood, A conquista da honra e Cartas de Iwo Jima? Com a participação de mais de 4.100 votantes, até às 10h50, está assim a situação: 66% dos votos para Os infiltrados e pouco mais de 7% para A conquista da honra, o mais votado de Eastwood. Esses números vêm se mantendo estáveis desde o início da votação. O primeiro duelo entre os dois heróis de Hollywood já tem hora marcada. Hoje às 11 horas da noite, na cerimônia de entrega do Globo de Ouro, que será transmitida pelo canal Warner.

BAFTA 2007: os favoritos

Os filmes A rainha e 007 -- Cassino Royale poderão ser os grandes vencedores do BAFTA, em 2-007 (com a permissão do mestre Oto Vale). Para quem não sabe, BAFTA é a sigla de British Academy of Film and Television Arts, o mais importante prêmio do cinema e TV britânicos. O filme A rainha, de Stephen Frears, lidera a lista, com 10 indicações: filme, diretor, atriz (Helen Mirren), ator coadjuvante (Michael Sheen), roteiro original, música, montagem, figurino, maquiagem/penteado e melhor filme britânico (prêmio Alexander Korda). 007 -- Cassino Royale, de Martin Campbell, vem em segundo, com nove indicações: filme, ator (Daniel Craig), roteiro adaptado, música, fotografia, montagem, desenho da produção, efeitos visuais e som. A cerimônia de entrega dos prêmios será em fevereiro.

(Crédito da foto: www.estadao.com.br)

"O diabo veste Prada" tem roteiro superestimado

Saiu a lista dos filmes indicados para o prêmio do Sindicado dos Roteiristas da América. Os concorrentes a melhor roteiro original são: Pequena Miss Sunshine, Mais estranho que a ficção, Babel, A rainha e Vôo United 93. Na categoria roteiro adaptado, concorrem: Os infiltrados (aqui, Scorsese deixou Eastwood a ver navios), Obrigado por fumar, Pecados íntimos, O diabo veste Prada e Borat, que é considerado uma surpresa, por não ter sido indicado ao BAFTA na categoria. Os vencedores serão conhecidos em 11 de fevereiro.
Comentário: Quem viu O diabo veste Prada deve estar se perguntando o que seu roteiro tem de interessante para merecer essa honraria. O que o filme indubitavelmente tem de bom é a presença de Meryl Streep, que carrega o filme nas costas e incentiva o espectador a esperar o final decepcionante. A presença de seu roteiro entre os dez melhores do ano talvez seja um sinal dos tempos. Para nós tupiniquins, vale mais a aparição de personalidades brazucas do mundo fashion, em especial Gisele Bündchen.

(Crédito da foto: claudia.abril.com.br)

14 de janeiro de 2007

O pai de Jack Sparrow

Todo mundo sabe que Jack Sparrow, a personagem de Johnny Depp na série Piratas do Caribe, inspirou-se na figura do roqueiro Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones.
A novidade é que Richards vai poder ser visto no próximo filme. Acossado pelos produtores desde o primeiro filme da série, Richards concordou, finalmente, em fazer uma aparição em Pirates of the Caribbean: At Worlds End (Piratas do Caribe - No fim do mundo), que está em fase de pós-produção. Como o pai de Jack Sparrow, naturalmente.

(Crédito da foto: www.librepensadores.com)

Hollywood numa encruzilhada

Três questões cruciais preocupam Hollywood hoje:
1) a pirataria, que causa aos estúdios um prejuízo anual estimado em mais de US$ 1 bi;
2) a elevação do custo médio dos filmes, que passou de US$ 56 mi para US$ 94 mi, nos últimos dez anos;
3) as mudanças da mídia: TV digital, oferta de filmes via internet, HD-DVD e Blu-ray DVD etc.
Sintomática foi a declaração de George Lucas, de que não está disposto a gastar os US$ 200 mi que seriam necessários para produzir e divulgar adequadamente um filme. Com essa soma, disse o Midas de Hollywood, poderia realizar mais de 60 projetos para a TV.

Oscar 2007: apostas da crítica

Três críticos do jornal The New York Times divulgaram suas listas com cinco filmes que seriam, segundo suas avaliações, as indicações ideais para concorrer ao Oscar de melhor filme. As preferências de A. O. Scott são: Letters from Iwo Jima (Cartas de Iwo Jima), Little Children (Pecados íntimos), Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine), Pan's Labirinth (O labirinto do fauno) e Days of Glory (Dias de glória); as de Manohla Darcis: Letters from Iwo Jima (Cartas de Iwo Jima), Children of Men (Filhos da esperança), Inland Empire, L'Enfant (A criança) e Three Times; e as de Stephen Holden: Letters from Iwo Jima (Cartas de Iwo Jima), Babel (Babel), Heading South, Pan's Labirinth (O labirinto do fauno) e The Queen (A Rainha). Estre parênteses aparecem os títulos em português, para os filmes que já têm título no Brasil.
Comentário: O filme Os infiltrados, de Martin Scorsese, que é o favorito na disputa pelo Globo de Ouro (a cerimônia de entrega será dia 15 de janeiro) na categoria "drama", não apareceu em nenhuma das três listas. Já o filme Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood, foi citado em primeiro lugar, em todas elas. Vale lembrar que em 2005, Martin Scorsese concorria ao prêmio de melhor diretor, pela terceira vez (sem nunca ter ganho), por O aviador, indicado também para melhor filme, e o Oscar foi para Clint Eastwood (pela segunda vez), por Menina de ouro, que ficou também com o de melhor filme. Agora, a sombra de Estwood paira outra vez sobre Scorsese.

13 de janeiro de 2007

Cannes 2007: o presidente do júri

O cineasta inglês Stephen Frears será o presidente do júri do Festival de Cannes, em maio próximo. A notícia foi divulgada, pelos organizadores do Festival, no dia 11 de janeiro. O último filme do cineasta, A rainha (2006), baseado na vida da rainha Elizabeth II, tem recebido indicações para importantes premiações, além da aclamação da crítica. Ao receber a notícia, Frears não se conteve e lascou um "Deus salve Cannes, tanto quanto a rainha", baixando a voz ao dizer a palavra "rainha".

(Crédito da foto: www.aiacetorino.it)

10 de janeiro de 2007

Era uma vez em 10 de janeiro de 2007

CARLO PONTI (94 anos, de problemas pulmonares), um dos mais importantes produtores italianos; iniciou a atividade em 1941; criou a produtora Carlo Ponti Cinematográfica, responsável por 15 filmes de 1950 a 73; ao mesmo tempo, aliou-se a Dino De Laurentiis, criando a Ponti-De Laurentiis, que produziu 19 filmes entre 1950 e 56; foi o produtor de filmes marcantes como Duas mulheres (1960), de Vittorio De Sica, Uma mulher é uma mulher (1961), Tempo de guerra (1963) e O desprezo (1963), de Jean-Luc Godard, Blow up (1966) e Profissão: repórter (1975), de Michelangelo Antonioni, Feios, sujos e malvados (1976) e Um dia muito especial (1977), de Ettore Scola; recebeu o Prêmio do Sindicato Nacional dos Jornalistas Cinematográficos Italianos, por A estrada da vida (1954), de Federico Fellini, o Prêmio David di Donatello, o mais importante de seu país, por Ontem, hoje e amanhã (1963) e Casamento à italiana (1964), de De Sica, e Doutor Jivago (1965), de David Lean, e um prêmio honorário (life achievement) do Festival Internacional do Filme de Milão, em 2000, ano de sua primeira edição.

Curiosidade: Conta-se que Ponti conheceu Sophia Loren quando ela, com 15 anos, participava de um concurso de miss e ele era membro do júri; não demorou muito para se apaixonarem, mas ele era casado e na Itália o divórcio não era permitido; a solução encontrada foi providenciar o divórcio, através de procuração, no México, onde se casaram em seguida, pelo mesmo expediente; quando o casamento foi descoberto na Itália, ele foi processado por bigamia e ela, por concubinato; a saída foi o exílio, nos EUA; mas o imbróglio só se desfez quando ele, a esposa e Sophia conseguiram a cidadania francesa; em 1962, após o divórcio, eles puderam, enfim, selar a união de modo inquestionável.
(Crédito da foto: www.repubblica.it/ansa)

8 de janeiro de 2007

Era uma vez em 8 de janeiro de 2007

YVONNE DE CARLO (84 anos, de causas naturais), atriz norte-americana nascida no Canadá; começou em 1941 e seguiu fazendo pequenos papéis, quase sempre não-creditados, até seu 24º filme, quando foi escalada para estrelar faroeste de diretor do terceiro escalão, dos quais (gênero e escalão) jamais conseguiu se livrar; teve a sorte de aparecer em Brutalidade (1947), de Jules Dassin, e Baixeza (1949), de Robert Siodmak; suas atuações mais memoráveis foram em Os dez mandamentos (1956), como Séfora, a mulher de Moisés, e em Meu pecado foi nascer (1957), mas só experimentou a fama quando fez a vampira Lily da série de TV Os monstros (1964); nos anos 1970 passou a ser requisitada para filmes de horror, em mais de um sentido do termo; recebeu o prêmio de melhor atriz, por American Gothic (1988), no Fantafestival, de Roma, e duas estrelas na Calçada da Fama, por seu trabalho no cinema e na TV.

Curiosidade: Foi casada com o dublê Bob Morgan (1916-1999) de 1955 a 68; quando ele foi ferido gravemente, durante as filmagens de A Conquista do Oeste (1962), ela pôs a carreira em segundo plano para cuidar dele até que se recuperasse e voltasse a trabalhar. Ela não desistia nunca.
(Crédito da foto: de.easyart.com)

Era uma vez em 8 de janeiro de 2007

IRMA ÁLVAREZ (73 anos, de câncer no pulmão), atriz brasileira nascida na Argentina; no país de origem, apareceu em três filmes de 1950 a 55; no Brasil, em 1958 mergulhou na chanchada, mas logo pulou para a canoa do Cinema Novo; virou celebridade ao raspar a cabeça para O Cavalo de Oxumaré (1960), primeiro longa-metragem de Ruy Guerra, que ficou inacabado; atuou em Porto das Caixas (1962), Todas as Mulheres do Mundo (1967), Terra em Transe (1967), O Homem Nu (1968); nos anos 1960 dividiu-se entre o cinema e a TV; seu último trabalho foi em O Viajante (1999), de Paulo César Saraceni.
Curiosidade: Estrelou o faroeste tupiniquim Caingangue (1973), dirigido por seu compatriota, também radicado no Brasil, Carlos Hugo Christensen.

Era uma vez em 8 de janeiro de 2007

IWAO TAKAMOTO (81 anos, de colapso cardíaco), desenhista de animação norte-americano; começou trabalhando para Disney, em meados dos anos 1940, e em 1961 mudou-se para Hanna-Barbera; no cinema, exerceu funções diversas, na sua área, em apenas seis produções de Hanna-Barbera, entre 1966 e 2005; seu trabalho mais notável foi como co-diretor do longa-metragem A Menina e o Porquinho (1973), considerado um clássico; para a TV, embora tenha atuado mais como produtor, criou o Scooby-Doo; recebeu o prêmio especial Winsor McCay (life achievement), da Associação de Desenhistas.

Curiosidade: Durante a II Guerra Mundial, foi recolhido ao campo de internamento Manzanar, para japoneses e descendentes. Lá aprendeu a fazer ilustrações com outros internos, experiência que o qualificou para a animação. O nome Scooby-Doo ele tirou da última frase cantada por Frank Sinatra em Strangers in the Night.
(Crédito da foto: www.heraldo.es)