'Green Book - O Guia' É um Belo Filme
Dos oito filmes indicados ao
Oscar de melhor filme, vi todos os que me interessavam e gostei de dois apenas:
“Nasce uma Mulher” e “Green Book – O Guia”. Para o meu gosto, ambos os filmes
excedem em qualidades, considerado o panorama cinematográfico atual.
Achei a história contada por “Green
Book – O Guia” (Green Book, 2018), de Peter Farrelly, muito interessante. Fala
de um grande pianista negro e seu motorista branco, viajando pelos estados do
sul dos EUA, na virada da década de 1950 para a de 1960. São dois habitantes de
mundos muito diversos. O pianista é um homem bem-educado, e o motorista é um ítalo-americano
casca-grossa, que está afastado das funções de leão de chácara da boate
Copacabana, em Nova York, que passa por reforma.
Em Nova York, uma das cidades
mais cosmopolitas do mundo, o pianista negro podia trabalhar sem empecilho
nenhum, bastando-lhe o talento e nada mais. Nos estados sulistas, entretanto,
as populações eram as mais racistas do país. E o Green Book (Livro Verde) era
justamente um guia para viajantes negros que se aventuravam pelo sul, com
indicação de hospedarias próprias para os negros, além de recomendações de como
deviam se comportar.
De um lado, a longa convivência
entre os dois homens e, de outro lado, a camaradagem que surge da necessidade
de resolverem juntos as encrencas que encontram no trajeto fazem com que o
pianista desça alguns degraus do seu pedestal, enquanto o motorista sobe outros
tantos degraus, por causa das qualidades humanas que vai revelando no
cumprimento da sua missão complicada. A conclusão é óbvia: eles terminam
amigos.
Embora mostre episódios da
maior gravidade, que não deveriam acontecer no mundo civilizado, o filme não
apela para os baixos sentimentos do espectador, como se vê com frequência no cinema
atual. Ao contrário, o filme é divertidíssimo, faz rir e faz chorar. Justamente
como todo bom filme deveria fazer, é o que eu penso.
O mais espantoso é que o
filme se baseia em fatos verdadeiros. Depois, Tony Lip (nascido Antonio Vallelonga), o motorista, virou ator
de cinema. Sua primeira aparição foi no filme “O Poderoso Chefão” (1972), como
um convidado na festa de casamento que acontece no início. Seu filho Nick Vallelonga é um dos roteiristas de “Green Book – O Guia”.
(Foto: Google Imagens/youtube.com)
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