20 de fevereiro de 2019

'Green Book - O Guia' É um Belo Filme

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Dos oito filmes indicados ao Oscar de melhor filme, vi todos os que me interessavam e gostei de dois apenas: “Nasce uma Mulher” e “Green Book – O Guia”. Para o meu gosto, ambos os filmes excedem em qualidades, considerado o panorama cinematográfico atual.

Achei a história contada por “Green Book – O Guia” (Green Book, 2018), de Peter Farrelly, muito interessante. Fala de um grande pianista negro e seu motorista branco, viajando pelos estados do sul dos EUA, na virada da década de 1950 para a de 1960. São dois habitantes de mundos muito diversos. O pianista é um homem bem-educado, e o motorista é um ítalo-americano casca-grossa, que está afastado das funções de leão de chácara da boate Copacabana, em Nova York, que passa por reforma.

Em Nova York, uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, o pianista negro podia trabalhar sem empecilho nenhum, bastando-lhe o talento e nada mais. Nos estados sulistas, entretanto, as populações eram as mais racistas do país. E o Green Book (Livro Verde) era justamente um guia para viajantes negros que se aventuravam pelo sul, com indicação de hospedarias próprias para os negros, além de recomendações de como deviam se comportar.

De um lado, a longa convivência entre os dois homens e, de outro lado, a camaradagem que surge da necessidade de resolverem juntos as encrencas que encontram no trajeto fazem com que o pianista desça alguns degraus do seu pedestal, enquanto o motorista sobe outros tantos degraus, por causa das qualidades humanas que vai revelando no cumprimento da sua missão complicada. A conclusão é óbvia: eles terminam amigos.

Embora mostre episódios da maior gravidade, que não deveriam acontecer no mundo civilizado, o filme não apela para os baixos sentimentos do espectador, como se vê com frequência no cinema atual. Ao contrário, o filme é divertidíssimo, faz rir e faz chorar. Justamente como todo bom filme deveria fazer, é o que eu penso.

O mais espantoso é que o filme se baseia em fatos verdadeiros. Depois, Tony Lip (nascido Antonio Vallelonga), o motorista, virou ator de cinema. Sua primeira aparição foi no filme “O Poderoso Chefão” (1972), como um convidado na festa de casamento que acontece no início. Seu filho Nick Vallelonga é um dos roteiristas de “Green Book – O Guia”.

(Foto: Google Imagens/youtube.com)

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