28 de dezembro de 2011

Os 25 filmes escolhidos este ano pela Biblioteca do Congresso Americano

Como faz anualmente desde 1989, a Biblioteca do Congresso Americano divulgou no dia 28 de dezembro de 2011 uma lista de 25 filmes que considera relevantes por sua importância cultural, histórica e estética, em relação aos quais a entidade assume doravante a responsabilidade pela preservação.

Os 25 filmes foram selecionados dentre 2.228 indicações. James H. Billington, representante da biblioteca, disse que “os títulos foram escolhidos devido ao duradouro significado para a cultura americana”. Agora o acervo do National Film Registry já conta com 575 filmes.


A seguir, a lista dos filmes selecionados:
1 - "A Cure for Pokeritis" (Curta-metragem, sem título no Brasil, 1912), de Laurence Trimble
2 - "The Cry of the Children" (Curta-metragem, sem título no Brasil, 1912), de George Nichols
3 - "O Garoto" (The Kid, 1921), de Charles Chaplin
4 - "O Cavalo de Ferro" (The Iron Horse, 1924), de John Ford
5 - "Nicholas Brothers Family Home Movies" (Filmes domésticos dos anos 1930 e 40)
6 - "Suprema Conquista" (Twentieth Century, 1934), de Howard Hawks
7 - "Bambi" (Bambi, 1942), de James Algar e Samuel Armstrong
8 - "The Negro Soldier" (Documentário de média-metragem, sem título no Brasil, 1944), de Stuart Heisler
9 - "Farrapo Humano" (The Los Weekend, 1945), de Billy Wilder
10 - "Os Corruptos" (The Big Heat, 1953), de Fritz Lang
11 - "Guerra dos Mundos" (The War of the Worlds, 1953), de Byron Haskin
12 - "Porgy e Bess" (Borgy and Bess, 1959), de Otto Preminger
13 - "Allures" (Curta-metragem, sem título no Brasil, 1961), de Jordan Belson
14 - "Crisis: Behind a Presidential Commitment"  (Documentário, sem título no Brasil, 1963), de Robert Drew
15 - "Faces" (Faces, 1968), de John Cassavetes
16 - "Growing Up Female" (Documentário de média metragem, sem título no Brasil, 1971), de Jim Klein e Julia Reichert
17 - "A Computer Animated Hand" (Animação de curta-metragem, sem título no Brasil, 1972), de Ed Carmull
18 - "Hester Street" (Sem título no Brasil, 1975), de Joan Micklin Silver
19 - "I, An Actress" (Curta-metragem, sem título no Brasil, 1977), de George Kuchar
20 - "Norma Rae" (Norma Rae, 1979), de Martin Ritt
21 - "Fake Fruit Factory" (Documentário de curta-metragem, sem título no Brasil, 1986), de Chick Strand
22 - "O Preço do Desafio" (Stand and Deliver, 1988), Ramón Menéndez
23 - "O Silêncio dos Inocentes" (The Silence of the Lambs, 1991), de Jonathan Demme
24 - "El Mariachi" (El Mariachi, 1992), de Robert Rodriguez
25 - "Forrest Gump – O Contador de Histórias" (Forrest Gump, 1994), de Robert Zemeckis.

CHEETA (1931-2011), chimpanzé amigo de Tarzan

O Santuário Suncoast Primate de Palm Harbor, na Flórida, anunciou em seu saite que o chimpazé Cheeta, que teria aparecido em filmes de Tarzan, morreu no dia 24 de dezembro, aos 80 anos. O animal vivia no santuário desde 1960.
Divulgou-se que Cheeta teria participado de filmes clássicos de Tarzan da década de 1930 estrelados por Johnny Weissmuller e Maureen O'Sullivan, inclusive "Tarzan", depois intitulado "Tarzan, o Homem-Macaco" e, por fim, "Tarzan, o Filho das Selvas" (Tarzan the Ape Man, 1932) e "A Companheira de Tarzan" (Tarzan and His Mate, 1934).
No entanto, considerando-se que "Tarzan, o Filho das Selvas" foi filmado entre 31 de outubro e 28 de dezembro de 1931, o chimpanzé recém-falecido não poderia ter tido participação nesse filme, já que teria nascido em 1931.
Sabe-se que o chimpanzé que representou Cheeta nos primeiros filmes de Tarzan dos anos 1930 se chamava Jiggs (1929-1938). Cheeta (1931-2011) só poderia tê-lo sucedido em filmes posteriores a "A Comapanheira de Tarzan".
Embora considerado fêmeo no Brasil, Cheeta foi representado no cinema tanto por chimpanzés machos quanto por fêmeos.

26 de dezembro de 2011

PEDRO ARMENDÁRIZ JR. (1940-2011), ator

O ator mexicano Pedro Armendáriz Jr. morreu de câncer no dia 26 de dezembro, em Nova York, aos 71 anos.
Armendáriz Jr. começou sua carreira no cinema mexicano em 1966 e no ano seguinte já atuava também no cinema internacional. Trabalhou em mais de 160 filmes e ficou mais conhecido por seus papéis em produções internacionais como "Os Canhões de San Sebastian (La bataille de San Sebastian, 1968), "Jamais Foram Vencidos" (The Undefeated, 1969), "Terremoto" (Earthquake, 1974), "Cães de Guerra" (The Dogs of War, 1980), "007 - Permissão para Matar" (Licence to Kill, 1989), "Tombstone - A Justiça Está Chegando" (Tombstone, 1993), "A Máscara do Zorro (The Mask of Zorro, 1998) e "A Lenda do Zorro" (The Legend of Zorro, 2005).
Em 2006, ele recebeu o Prêmio Luis Buñuel no Festival Internacional de Huesca, Espanha.
Pedro Armendáriz Bohr nasceu em 6 de abril de 1940, na Cidade do México. Tinha formação em arquitetura. Filho do grande ator Pedro Armendáriz (1912-1963), era divorciado da atriz Ofelia Medina, com quem teve um filho.

23 de dezembro de 2011

Anita Ekberg: um mito do cinema na pobreza

Aos 80 anos, a atriz sueca Anita Ekberg está pobre e dependendo de ajuda financeira, segundo o jornal italiano La Stampa. Ela participou, ao lado de Marcello Mastroianni, de uma das cenas mais famosas do cinema, a da Fontana de Trevi, no filme "A Doce Vida" (La dolce vita, 1960), de Federico Fellini.

Massimo Morais, administrador nomeado pela Justiça que fez o pedido à Fundação Fellini em nome da atriz, disse: "A fundação ainda não respondeu, mas eu conto com a solidariedade dos benfeitores, que queiram ajudar, mesmo modestamente, uma grande atriz que merece".

Depois de ter sua casa incendiada por ladrões, Ekberg vive num asilo perto de Roma. E desde que quebrou o fêmur numa queda, está limitada a uma cadeira de rodas. Passa o tempo escrevendo suas memórias.

Ekberg foi uma das atrizes mais belas do cinema. Sua figura pode ser admirada também nos filmes "Guerra e Paz" (War and Peace, 1956), "Domínio dos Homens sem Lei" (Man in the Vault, 1956) e "Os Quatro Heróis do Texas" (4 for Texas, 1963).

21 de dezembro de 2011

Vendido em leilão o Oscar de Orson Welles

O Oscar que Orson Welles ganhou por sua participação no roteiro de "Cidadão Kane" (Citizen Kane, 1941) foi vendido na última terça-feira, 20, em leilão da casa Nate D. Sanders, em Los Angeles, por US$ 861.542.

O filme foi indicado ao Oscar em nove categorias, mas só ganhou a estatueta de melhor roteiro original, escrito por Herman J. Mankiewicz em parceria com Orson Welles.

Como a estatueta esteve perdida durante anos, a Academia de Hollywood concedeu uma réplica a Beatrice Welles, filha do cineasta. A original estava em poder de Gary Graver, diretor de fotografia que trabalhou com Welles, que tentou vendê-la em 1994.

Ao saber disso, Beatrice acionou a Justiça para impedir a venda da estatueta e recuperá-la para o patrimônio da família. Mas em 2003 a vendeu à Fundação DAX, entidade sem fins lucrativos de Los Angeles.

Em 2007, a Fundação DAX tentou vender a estatueta pela casa de leilões Sotheby's, de Nova York, para fins beneficientes, mas o valor estipulado não foi alcançado.

13 de dezembro de 2011

O Oscar ganho por Orson Welles será leiloado



O Oscar de melhor roteiro que Orson Welles ganhou pelo filme "Cidadão Kane" (Citizen Kane, 1941) será leiloado em breve pela casa de leilões Nate D. Sanders Auctions.

"Cidadão Kane" ficcionaliza a história do magnata das comunicações William Randolph Hearst, e o roteiro foi escrito em parceria com Herman J. Mankiewicz.

Welles, que também produziu, dirigiu e estrelou o filme, teve indicações ainda a melhor diretor e melhor ator, mas jamais receberia indicações por qualquer outro filme. Em 1971, ele foi aquinhoado com um Oscar especial pela carreira.

Considerada pelo cineasta como perdida, a estatueta reapareceu depois de sua morte e coube por herança a Beatrice Welles, sua filha. Esta moveu um processo contra a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para ter o direito de vendê-la.

Em 2002, a Academia informou que o tribunal havia concedido a Beatrice o direito de vender a estatueta, então avaliada em 1 milhão de dólares.

7 de dezembro de 2011

HARRY MORGAN (1915-2011), ator

O ator americano Harry Morgan morreu hoje em Los Angeles, de pneumonia, aos 96 anos.
Morgan, que começou sua carreira no cinema em 1942, era um excelente ator de pequenos papéis e atuou em muitos faroestes, entre os quais "Consciências Mortas" (The Ox-Bow Incident, 1943) e "Céu Amarelo" (Yellow Sky, 1948), de William A. Wellman; "Matar ou Morrer (High Noon, 1952), de Fred Zinnemann; "E o Sangue Semeou a Terra" (Bend of the River, 1952), "Região do Ódio" (The Far Country, 1954) e "Cimarron" (1960), de Anthony Mann; "A Conquista do Oeste" (How the West Was Won, 1962), de John Ford e outros; "Uma Cidade Contra o Xerife" (Support Your Local Sheriff!, 1969) e "Latigo, o Pistoleiro" (Support Your Local Gunfighter, 1971), de Burt Kennedy; e "O Último Pistoleiro" (The Shootist, 1976), de Don Siegel.
Harry Bratsburg nasceu em 10 de abril de 1915, em Detroit, Michigan. Deixou viúva a atriz Barbara Bushman. Tinha quatro filhos do casamento anterior. Era pai do produtor de TV Christopher Morgan.

3 de dezembro de 2011

'Melancolia' é o melhor filme europeu de 2011

A 24ª premiação da Academia Europeia de Cinema transcorreu neste sábado, 3 de dezembro, em Berlim, e o filme "Melancolia" conquistou três troféus, inclusive o de melhor filme.
A seguir, a lista dos premiados:
1 - Melhor filme: "Melancolia" (Melancholia, Dinamarca/Suécia/ França/Alemanha, 2011), de Lars von Trier
2 - Melhor diretor:
Susanne Bier, por "Em um Mundo Melhor" (Haeven, Dinamarca/Suécia, 2010)
3 - Melhor ator: Colin Firth, por "O Discurso do Rei" (The King's Speech, Reino Unido, 2010)
4 - Melhor atriz: Tilda Swinton, por "Precisamos Falar Sobre o Kevin" (We Need to Talk About Kevin, Reino Unido/EUA, 2011)
5 - Prêmio do público: "O Discurso do Rei", de Tom Hooper
6 - Melhor documentário: "Pina" (Pina, Alemanha/França/Reino Unido, 2011), de Wim Wenders
7 - Melhor filme de animação: "Chico & Rita" (Espanha/Reino Unido, 2010), de Fernando Trueba, Javier Mariscal e Tono Errando
8 - Melhor roteiro: Jean-Pierre e Luc Dardenne, por "O Garoto de Bicicleta" (Le gamin au vélo, Bélgica/França/Itália, 2011)
9 - Melhor fotografia: Manuel Alberto Claro, por "Melancolia"
10 - Melhor composição musical: Ludovic Bource, por "O Artista" (The Artist, França, 2011), de Michel Hazanavicius
11 - Melhor filme de estreia: "Adem" (Bélgica/Holanda, 2010), de Hans Van Nuffel
12 - Melhor montagem: Tariq Anwar, por "O Discurso do Rei"
13 - Melhor direção de arte: Jette Lehmann, por "Melancolia"
14 - Prêmio pelo conjunto da obra: Stephen Frears, diretor britânico
15 - Prêmio especial honorário: Michel Piccoli, ator francês
16 - Prêmio pela contribuição ao cinema internacional: Mads Mikkelsen, ator dinamarquês
17 - Prêmio Eurimages por coprodução: Mariela Besuievski, produtora uruguaia.

BILL McKINNEY (1931-2011), ator

O ator americano Bill McKinney morreu no dia 1º de dezembro, de câncer no esôfago, em San Fernando, Califórnia. Tinha 80 anos.
McKinney era um ator característico, que muitas vezes fez papéis de vilão. Seu primeiro filme importante foi "Amargo Pesadelo" (Deliverance, 1972), no qual interpretou um dos sádicos montanhistas que aterrorizam três amigos que num fim de semana resolvem fazer uma viagem de canoa em rio de região selvagem.
Depois, ele atuou em mais de 50 filmes, entre os quais "Dez Segundos de Perigo" (Junior Bonner, 1972), "A Trama" (The Parallax View, 1974), "O Último Pistoleiro" (The Shootist, 1976), "De Volta para o Futuro III" (Back to the Future Part III, 1990) e "À Espera de um Milagre" (The Green Mile, 1999).
Ele apareceu ainda em vários filmes estrelados por Clint Eastwood, inclusive dois em que Eastwood foi também o diretor, "Josey Wales - O Fora da Lei" (The Outlaw Josey Wales, 1976) e "Bronco Billy" (Idem, 1980).
Bill McKinney nasceu em 12 de setembro de 1931, em Chattanooga, Tennessee.

28 de novembro de 2011

KEN RUSSELL (1927-2011), cineasta

O diretor britânico Ken Russell faleceu em 27 de novembro, aos 84 anos.
Embora tenha rodado seu primeiro filme em 1964, o sucesso só veio quando adaptou um romance de D. H. Lawrence, que originou o filme "Mulheres Apaixonadas" (Women in Love, 1969), pelo qual Glenda Jackson ganhou o Oscar de melhor atriz.
Russell dirigiu cerca de 20 longas-metragens, alguns dos quais inspirados na vida de compositores famosos, como "Delírio de Amor" (The Music Lovers, 1970), cinebiografia de Tchaikovsky, "Mahler - Uma Paixão Violenta" (Mahler, 1974), baseado na vida de Gustav Mahler e "Lisztomania" (1975), baseado na vida de Franz Liszt.
Outros filmes seus muito conhecidos são "Os Demônios (The Devils, 1971), a ópera-rock "Tommy" (1975), "Valentino - O Ídolo, o Homem" (Valentino, 1977) e "Viagens Alucinantes" (Altered States, 1980).
Henry Kenneth Alfred Russell nasceu em 3 de julho de 1927, em Southampton, Inglaterra. Foi casado em primeiras núpcias com Shirley Russel (1935-2002), figurinista de vários de seus filmes, com quem teve cinco filhos: Alex Russell (técnico em direção de arte), Molly Russell (atriz), Rupert Russell (ator), Toby Russell (ator) e Victoria Russell (figurinista). Deixou viúva a atriz Lisi Tribble, mulher de seu quarto casamento.

26 de novembro de 2011

Filme brasileiro conquista festival de cinema na Espanha

O filme brasileiro "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" recebeu o prêmio máximo do 37º Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva, Espanha.
O filme, dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca, narra a história de um triângulo amoroso que envolve um fotógrafo que passa pela Floresta Amazônica, um casal e um pastor que acredita ser possível salvar o mundo.

20 de novembro de 2011

ADRIANO REYS (1934-2011), ator

O ator brasileiro Adriano Reys morreu hoje, de câncer, no Rio de Janeiro, aos 77 anos.
Tendo começado no cinema em 1953, Reys praticamente migrou para a TV a partir dos anos 1970, reduzindo drasticamente sua participação em filmes.
Entre os filmes mais importante em que atuou estão "A Dupla do Barulho" (1953), "Operação Paraíso" (Se tutte le donne del mondo, Itália, 1966), "Garota de Ipanema" (1967), "Uma Abelha na Chuva" (1972) e "A Menina do Lado" (1987).
Adriano Antônio de Almeida nasceu em 20 de julho de 1934, no Rio de Janeiro.

10 de novembro de 2011

Filme iraniano ganha o Amazonas Film Festival

O filme iraniano "A Separação" foi considerado o melhor filme pelo júri da 8ª edição do Amazonas Film Festival, que se encerrou em 9 de novembro.
A seguir, a lista dos principais premiados:
1 - Melhor filme (júri): "A Separação" (Jodaeiye Nader az Simin, Irã, 2011), de Asghar Farhadi
2 - Melhor filme (público): "La source des femmes" (Bélgica/Itália/ França, 2011), de Radu Mihaileanu
2 - Melhor diretor: Santiago Mitre, por "El estudiante" (Argentina, 2011)
3 - Melhor atriz: Camila Pitanga, por "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" (Brasil, 2011)
4 - Melhor ator: Zé Carlos Machado, por "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios"
5 - Melhor roteiro: Asghar Farhadi, por "A Separação"
6 - Melhor fotografia: Glynn Speeckaert, por "La source des femmes"
7 - Menção especial do júri: "Os Últimos Cangaceiros" (Documentário, Brasil, 2011), de Wolney Olivera.

4 de novembro de 2011

Mostra de São Paulo premia filme austríaco

A 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo realizou na noite de 3 de outubro a cerimônia de premiação. O filme austríaco "Respirar", de Karl Markovics, foi eleito o melhor filme de ficção pelo júri internacional.
A seguir, a lista completa dos longas-metragens premiados:

PRÊMIOS DA MOSTRA
1 - Melhor filme: "Respirar" (Atmen, Áustria, 2011), de Karl Markovics
2 - Melhor atriz: Alina Levshin por "Condad Girls" (Kriegerin, Alemanha, 2011)
3 - Melhor ator: Theodór Júlíusson, por "Vulcão" (Eldfjall, Islândia, 2011)
4 - Melhor documentário: "Marathon Boy" (Reino Unido/Índia, 2010), de Gemma Atwal
5 - Prêmio Humanidade Leon Cakoff : cineastas Atom Egoyan e Mohsen Makhmalbaf

PRÊMIOS DO PÚBLICO
1 - Melhor filme de ficção internacional: "Frango com Ameixas" (Poulet aux prunes, França/Alemanha/Bélgica, 2011), de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, e "Desapego" (Detachment, EUA, 2011), de Tony Kaye
2 - Melhor filme de ficção brasileiro: "Teus Olhos Meus" (Brasil, 2011), de Caio Sóh
3 - Melhor documentário internacional: "Batidas, Rimas e Vida" (Beats Rhymes & Life: The Travels of a Tribe Called Quest, EUA, 2011), de Michael Rapaport
4 - Melhor documentário brasileiro: "Raul - O Início, o Fim e o Meio" (Brasil, 2011), de Walter Carvalho, e "Vai-Vai: 80 Anos nas Ruas" (Brasil, 2011), de Fernando Capuano
5 - Prêmio da Juventude: "Uma Incrível Aventura" (Africa United, Reino Unido/África do Sul/Ruanda, 2010), de Debs Paterson

PRÊMIOS DA CRÍTICA
1 - Melhor filme: "Era uma Vez na Anatólia" (Bir Zamanlar Anadolu'da, Turquia/Bósnia e Herzegóvina, 2011), de Nuri Bilge Ceylan
2 - Prêmio especial da crítica: "Sábado Inocente" (V subbotu, Rússia/Alemanha/Ucrânia, 2011), de Aleksandr Mindadze

PRÊMIOS ITAMARATY
1 - Melhor filme de ficção: "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" (Brasil, 2011), de Beto Brant e Renato Ciasca
2 - Melhor documentário: "Raul - O Início, o Fim e o Meio" (Brasil, 2011), de Walter Carvalho
3 - Prêmio pelo conjunto da obra: cineasta Hector Babenco.

2 de novembro de 2011

'O Palhaço' tem a marca do bom cinema

Depois de assistir a "O Palhaço", de Selton Mello, a gente se pergunta qual é o segredo de um filme tão criativo, divertido e emocionante.

A história não poderia ser mais simples. Nos anos 1970, os palhaços Puro Sangue (Paulo José) e Pangaré (Selton Mello), pai e filho, são a principal atração do Circo Esperança. Acontece que Benjamin Savalla Gomes, a personagem que dá vida a Pangaré, está em crise de identidade. Jovem ainda, ele herdou a profissão do pai, mas tem dúvidas se o que quer da vida é ser palhaço. Pois não encontrou ainda no ofício a motivação necessária para ser feliz com o que faz. Nessa encruzilhada existencial, com uma grande angústia nas costas, Benjamin deixa o circo para experimentar outras profissões até descobrir a sua verdadeira vocação.

Como se trata de um circo pra lá de mambembe, o problema de todos se resume na falta de dinheiro. Assim como os trabalhadores humildes que ganham a vida dando duro à margem das rodovias por onde o circo transita (e os quais são trazidos sabiamente para dentro da história), os artistas do circo carecem dos recursos mínimos de conforto. Daí, a boa ideia de eleger o objeto do desejo de todos, cuja ausência atravessa todo o filme, para servir como símbolo da solução dos problemas da trupe no final.

Os nomes das personagens interpretadas por Paulo José, Waldemar, e por Selton Mello, Benjamin Savalla Gomes, são homenagens a grandes palhaços brasileiros já falecidos. Waldemar Seyssel era o nome verdadeiro do palhaço Arrelia; Benjamin de Oliveira foi um famoso palhaço de circo do final século 19 e da primeira metade do século 20, e George Savalla Gomes era o nome de batismo de Carequinha.

O filme é um road movie recheado de peripécias vividas pela trupe circense, seja nas suas relações internas, seja no relacionamento com o mundo. As situações do enredo fazem parte do repertório da vida na estrada. Mas o que não falta são soluções imaginosas e surpreendentes.

Um aspecto a destacar é que os coadjuvantes foram muito bem escolhidos e não se limitam a preencher espaços. São atores talentosos e experientes como Tonico Pereira, Jackson Antunes, Jorge Loredo (Zé Bonitinho), Moacyr Franco, Ferrugem. Suas atuações são relevantes e contribuem para enriquecer o universo representado.

Outro aspecto importante foi o cuidado que se teve de não traduzir tudo em miúdos, explicitando todo o conteúdo das cenas. Na elaboração destas, deixou-se sempre uma margem para que o espectador tire suas conclusões, deduzindo o sentido mais amplo, ou mais profundo, como se queira.

Se eventualmente um momento ou outro evoca algum filme de Chaplin ou de Fellini, não será mera coincidência, embora não se perceba a intenção de citar os mestres do cinema, cujas obras integram a fonte inspiradora de quem é do ramo. As boas influências são sempre bem-vindas.

No mais, as vidas e os ambientes retratados no filme são consistentes, a câmera está sempre no lugar adequado e os recursos técnicos do cinema foram usados com habilidade, como a mudança de pontos de vista passando-se, na fotografia, do foco ao desfoque e vice-versa.

Em conclusão, vale dizer que o segredo de “O Palhaço” é a aplicação conscienciosa do bê-á-bá do cinema. Como o resultado ficou muito atraente, em três semanas em cartaz o filme já conquistou um milhão de espectadores.

19 de outubro de 2011

NORMAN CORWIN (1910-2011), roteirista

O escritor, dramaturgo e roteirista americano Norman Corwin morreu de causas naturais, no dia 18 de outubro, aos 101 anos.
Corwin escreveu para o cinema de 1943 a 1965, quando passou de vez para a TV. Mas sempre foi, acima de tudo, um escritor para o rádio, ao qual esteve ligado por toda a sua vida.
Seu melhor trabalho no cinema foi o roteiro de "Sede de Viver" (Lust for Life, 1956), cinebiografia do pintor Vincent van Gogh, interpretado por Kirk Douglas; escreveu também os roteiros de "Ainda Há Sol em Minha Vida" (The Blue Veil, 1951), "A História de Ruth" (The Story of Ruth, 1960) e "Os Propagandistas" (Madison Avenue, 1962), além de ter tido participação nos roteiros de alguns outros filmes.
Em 1993 ele entrou para o Hall da Fama do Rádio.
O documentário de curta-metragem "A Note of Triumph: The Golden Age of Norman Corwin" (2005), sobre seu trabalho no rádio durante a Segunda Guerra Mundial, foi premiado com o Oscar.
Norman Lewis Corwin nasceu em 3 de maio de 1910, em Boston, Massachusetts. Deixou um filho e uma filha.

Festival do Rio 2011 premia remake de um clássico

A Première Brasil do Festival do Rio, encerrada em 18 de outubro, elegeu como melhor filme, tanto pela escolha do júri quanto do público, o filme "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", remake do clássico de Roberto Santos.
A seguir, a lista dos premiados na categoria longa-metragem:
1 - Melhor filme (júri e público): "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", de Vinicius Coimbra
2 - Melhor diretor: Karim Aïnous, por "Abismo Prateado"
3 - Melhor atriz: Camila Pitanga, por "Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios"
4 - Melhor ator: João Miguel, por "A Hora e a Vez de Augusto Matraga"
5 - Melhor atriz coadjuvante: Maria Luísa Mendonça, por "Amanhã Nunca Mais"
6 - Melhor ator coadjuvante: José Wilker, por "A Hora e a Vez de Augusto Matraga"
7 - Melhor roteiro: Odilon Rocha, por "A Novela das 8"
8 - Melhor montagem: Jordana Berg, por "Marcelo Yuka no Caminho das Setas"
9 - Melhor fotografia: Mauro Pinheiro Jr., por "Sudoeste", e Petrus Cariry, por "Mãe e Filha"
10 - Melhor documentário (júri e público): "As Canções", de Eduardo Coutinho
11 - Prêmio especial do júri (filme): "Sudoeste", de Eduardo Nunes, e "Olhe para Mim de Novo", de Kiko Goifman e Claudia Priscilla
12 - Prêmio especial do júrio: Chico Anysio, ator
13 - Prêmio Fipresci: "Sudoeste"
14 - Menção honrosa: "Mãe e Filha", de Petrus Cariry.

14 de outubro de 2011

LEON CAKOFF (1948-2011), crítico de cinema

O crítico Leon Cakoff, fundador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, evento que todo ano traz ao Brasil o melhor do cinema mundial, faleceu hoje de câncer, aos 63 anos.

Em 1969 Cakoff começou sua carreira como crítico de cinema, e em 1974 passou a dirigir o departamento de cinema do MASP - Museu de Arte de São Paulo. Em 1977, ele organizou a primeira edição da Mostra Internacional de Cinema, que este ano atingiu a marca da 35ª edição.

Nascido Leon Chadarevian, em 12 de junho de 1948, em Aleppo, Síria, chegou ao Brasil com oito anos e se formou em São Paulo na Escola de Sociologia e Política. Adotou o pseudônimo devido a um incidente durante a ditadura. Ele também atuou como diretor, produtor e distribuidor. Era casado com Renata de Almeida, com quem teve dois filhos. Tinha outros dois filhos de um casamento anterior.

Em nota, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema afirmou o seguinte: "O cinema internacional e brasileiro perdeu hoje um de seus mais ativos difusores. Muitos dos críticos que hoje atuam optaram por este ofício e ampliaram seu amor pelo cinema assistindo aos filmes programados por Leon Cakoff. Cakoff lutou como poucos pelo que lutamos todos nós: para que a diversidade da cinematografia mundial tenha oportunidade de exibição e não seja engolfada pelo cinema mainstream. Tudo faremos para contribuir com a continuidade do seu importante legado cultural".

ALBERTO SALVÁ (1938-2011), diretor

O cineasta brasileiro Alberto Salvá morreu no dia 13 de outubro, de câncer no fígado, aos 73 anos.
Nos anos 1970, além de atuar como fotógrafo, montador e roteirista de pornochanchadas, também chegou adirigir um exemplar do gênero, "Os Maníacos Eróticos" (1975).
Mas os temas de seus melhores filmes são os problemas de relacionamento, seja na forma de comédia, em "A Cama ao Alcance de Todos" (1969), seja de drama, em "Inquietações de uma Mulher Casada" (1979).
Ele experimentou também o gênero infantil, em "As Quatro Chaves Mágicas" (1971), e o relato autobiográfico, em "Um Homem sem Importância" (1971).
Alberto José Bernardo Salvá Contel nasceu em 13 de abril de 1938, em Barcelona, Espanha, e veio para o Brasil quando adolescente, tendo se naturalizado brasileiro em 1961.

11 de outubro de 2011

Produtoras brasileiras se unem para criar novo modelo de distribuição de filmes

Sócios-fundadores de sete produtoras de renome no Brasil se reuniram para criar um novo modelo de distribuição de filmes no país. O lançamento da mais nova companhia NOSSA Distribuidora criada pela união de empresas como Conspiração Filmes, Lereby, Mobz, Morena Filmes, O2 Filmes, Vinny Filmes e Zazen Produções, quer facilitar a distribuição do cinema no Brasil e também promover o cinema brasileiro.

Entre os filmes das sete produtoras, estão alguns recordes de bilheteria do cinema nacional, como "Tropa de Elite", "Dois Filhos de Francisco", "Se eu Fosse Você", "De Pernas pro Ar” e "Cidade de Deus". “Não queremos ser melhor do que ninguém, queremos ser uma distribuidora que vai se inserir nesse bom momento que vive o cinema brasileiro e nesse ótimo momento que vive o Brasil, dentro desse modelo inovador”, explicou Marco Aurélio Marcondes, da FL&MAM Participações, na tarde desta terça-feira (11), no lançamento da NOSSA Distribuidora no Rio Market, o salão de negócios do Festival de Cinema do Rio.

Segundo os fundadores da NOSSA Distribuidora, é possível reduzir os custos de transação incorridos pelos detentores dos direitos patrimoniais na comercialização de seus filmes no mercado nacional, assim como também colaborar para o aumento da competitividade do filme brasileiro e das empresas nacionais. Quem explica como funciona este novo modelo ambicioso de distribuição de filmes no Brasil é José Padilha da Zazen: “A gente está considerando a distribuição como um serviço. A NOSSA Distribuidora não vai investir recursos P&A (Prints and Advertising), vai fazer o planejamento de marketing para lançar os filmes e vai fazer toda a operação de distribuição, cobrança dos exibidores e o dinheiro vai direto para a conta do produtor. Agora o produtor vai ter que comparar o potencial do filme se gera lucro e quanto o filme custa para calcular se vale a pena fazer esse filme ou não”.

O cálculo de receita média líquida de um produtor depois de pagar o imposto é cerca de cinco reais vezes o número de ingressos vendidos no cinema. “Se o cara vende um filme de 2 milhões de ingressos, o produtor vai ter um lucro de 10 milhões de reais”, exemplifica Padilha.

Produtor pode sair ganhando

Segundo o sócio fundador da Zazen, o produtor terá que saber qual vai ser a performance econômica do seu filme. “Existe a possibilidade dele ganhar ou perder dinheiro. Antes, era muito difícil ganhar no Brasil como produtor no modelo anterior que ainda continua existindo, no qual o distribuidor cobra uma taxa de distribuição. Nesse novo modelo o produtor vai tomar riscos para fazer o seu filme”.

A conta é simples, explica Padilha: se o filme fizer sucesso, o produtor pode ganhar dinheiro, assim como as pessoas que investiram. “O produtor, então, tem um ‘downside’, uma chance de perder dinheiro, e um ‘upside’, uma chance de ganhar dinheiro se fizer bons filmes. Antes ele não tinha chance de ganhar”, argumentou. A ideia toda, segundo os sócios-fundadores da NOSSA Distribuidora, é construir um modelo alternativo a partir de uma estrutura econômica diferente.

“A NOSSA vai distribuir os filmes sem cobrar taxas de distribuição e sem cobrar o copyright do diretor. O produtor vai correr risco, vai ter mais receita, ter mais controle de distribuição e vai ter o copyright do filme. Essas três condições apontam para uma sustentabilidade do cinema brasileiro. A nossa ideia é valorizar a produção de conteúdo”, ressaltou Padilha ao destacar que esta já tem sido uma realidade nos Estados Unidos.

Novidade e um novo modelo de negócio

A produtora de cinema Mariza Leão, que está à frente da Morena Filmes, em sociedade com o cineasta Sérgio Rezende, tendo sido a primeira diretora-presidente da distribuidora Riofilme em 1992, esclareceu que a NOSSA não foi criada exclusivamente para distribuir os filmes produzidos pelas empresas produtoras sócias. “Não há exclusividade, vamos buscar filmes de diretores e produtores não associados a ela. Da mesma maneira que temos poder de escolha para trabalharmos com outras distribuidoras. É um processo aberto e dinâmico, seremos capazes de competir e injetar nesse mercado novidades e novos modelos de negócio”, destacou Leão. Para a produtora, a equipe da mais nova distribuidora brasileira está animada em poder usar “a nosso favor a NOSSA Distribuidora e legar ao cinema brasileiro um modelo que seja compatível com o momento do mercado”.

A NOSSA já dá início com uma carteira de 50 filmes, destes 20 são nacionais. O primeiro anunciado, nesta tarde, será “Paraísos Artificiais” de Marcos Prado e produção de José Padilha. “Nós só vamos anunciar a carteira de filmes em reunião para os exibidores. Temos 20 filmes nacionais já garantidos e estamos recebendo uma série de propostas de filmes estrangeiros que querem distribuir no Brasil com a nossa prestação de serviços”, disse Padilha.

Já Marco Aurélio Marcondes destaca que a nova distribuidora apenas “sistematiza algo que o mercado já pratica”. “Acreditamos que este é um momento que o Brasil não é mais o país do futuro, o Brasil é o futuro, e é este presente que queremos vivê-lo intensamente. É um momento que tem que saber surfar com muita coragem, desprendimento, ousadia e atitude. A NOSSA não quer abafar ninguém, a gente só quer mostrar que sabe fazer samba também”, brincou Marcondes parafraseando Noel Rosa. Para ele, esse novo modelo vai ser melhor para o cinema no país e para o cinema brasileiro, em particular. Essa, pelo menos, é a “NOSSA aposta”.

QUEM É QUEM NA NOSSA

Conspiração Filmes: Fundada em 1991 por Claudio Torres, José Henrique Fonseca, Arthur Fontes, Andrucha Waddington e Lula Buarque. Já produziu 22 filmes desde 1997: “Dois filhos de Francisco” (2005, 5,3 milhões de espectadores), “A Mulher Invisível” (2009, 2,4 milhões de espectadores), “Eu Tu Eles (2000, exibido no Festival de Cannes e indicado como representante brasileiro no Oscar 2001). A primeira coprodução internacionai da Conspiração com a Espanha foi “Lope” (2010), com um orçamento de 12 milhões de euros e recebeu sete indicações para o Prêmio Goya 2011.

Lereby: Fundado por Daniel Filho a partir de 1998. Seus filmes produzidos, coproduzidos e dirigidos já tiveram um alcance de 45 milhões de espectadores. Como “Chico Xavier” (2010) de Daniel Filho; “Carandiru” (2003) de Hector Babenco; “Cazuza” (2004) de Sandra Werneck e Walter Carvalho; “Divã” (2009) de José Alvarenga Jr.; e “Se eu Fosse Você” (2006) de Daniel Filho.

Morena Filmes: De Mariza Leão em associação com o diretor Sergio Rezende em 1975. Seus últimos filmes de grandes bilheterias: “De Pernas pro Ar” (2010), de Roberto Santucci com 3,9 milhões de espectadores, e “Meu Nome não é Johnny” (2007), de Mauro Lima com 2,2 milhões de espectadores.

O2 Filmes: A produtora completa em 2011 20 anos e tem mais de 18 longas produzidos e coproduzidos entre ficção e documentários. Entre os projetos da produtora há coproduções com Uruguai, Espanha, Canadá, Japão, Reino Unido, Áustria, França e Portugal. “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008) de Fernando Meirelles, e “O Jardineiro Fiel” (2005), “Cidade de Deus” (2002).

Zazen Produções: Fundada em 1997 pelos cineastas José Padilha e Marcos Prado. A Zazen já produziu e distribuiu de forma independente o filme “Tropa de Elite, o Inimigo agora é Outro” (2010), o maior recorde de bilheteria da história brasileira com 11 milhões de espectadores.

Vinny Filmes: distribuidora de Wilson Feitosa, distribuidor e sócio da Europa Filmes, diretor da União Brasileira de Vídeo e membro do Conselho Superior de Cinema do Ministério da Cultura. Investiu em produções como: “Pequeno Dicionário Amoroso”, de Sandra Werneck; “Menino Maluquinho 2 – A Aventura”, de Fernando Meirelles e Fabrizia Pinto Alves; “Central do Brasil”, de Walter Salles; “Olga”, de Jayme Monjardim; e “Lula – O Filho do Brasil”, de Fábio Barreto. A Vinny Filmes foi fundada em 2011 e atualmente é comandada pelo filho Vinicius Feitosa. Foi responsável pelo lançamento em home vídeo de “Tropa de Elite 2”, recorde de venda com 200 mil unidades vendidas em DVD e Blue Ray.

FL&MAM Participações: Fundada pelo veterano distribuidor Marco Aurélio Marcondes, que já foi chefe da divisão de 16mm na Embrafilme, juntou-se a Luiz Carlos Barreto para fundar uma agência de publicidade e promoção, cofundou a Cinema Brasil com Jorge Peregrino (atual diretor da Paramount America Latina). Em 2002, formou um consórcio com Wilson Feitosa para lançar títulos como “o SEGREDO DE Brokeback Mountain”, “Casamento Grego”, “O Pianista”, “O Filho da Noiva”, “A Viagem de Chihiro”, entre outros. Em 2008, Marcondes fundou a MovieMobz com Fabio Lima e, em 2010, foi responsável pela coordenação do lançamento indepentende pela Zazen de “Tropa de Elite – O Inimigo agora é Outro”.

Hollywood lança plataforma de conteúdo digital UltraViolet

No dia 11 de outubro, o filme "Quero Matar Meu Chefe" (Horrible Bosses, 2011) foi lançado em DVD e Blu-ray, e ainda inaugurou a plataforma UltraViolet, um sistema criado por grandes estúdios de Hollywood para modernizar a venda de filmes e séries de TV para o consumidor final.

A Fox, a Paramount, a Columbia/Sony, a Universal e a Warner Bros. uniram forças para resistir à crescente perda de bilheteria por conta do consumo doméstico de filmes, dando um chega-pra-lá na pirataria com a comercialização de direitos sobre conteúdos audiovisuais.

Os compradores de produtos com o selo UltraViolet adquirem licenças que lhes permitem assistir a filmes hospedados na nuvem e acessíveis mediante dispositivos conectados à internet.

O objetivo da plataforma UltraViolet é oferecer ao usuário a possibilidade de comprar e ver o conteúdo diretamente da internet. E permite que até seis pessoas associem suas contas, compartilhando conteúdo de maneira legal.

Após a criação de uma conta, o usuário obtém autorização de download dos filmes para diversos suportes, assim como a gravação de cópias em DVD ou cartão de memória, sem custo adicional, embora com limitação de 12 dispositivos diferentes.

A Disney está desenvolvendo seu próprio sistema de distribuição de conteúdos digitais, denominado Keychest.

8 de outubro de 2011

Objetos usados em filmes por John Wayne foram vendidos por 5,3 milhões de dólares

Em um leilão realizada em Los Angeles, foram vendidos mais de 700 roupas e objetos que pertenceram ao ator americano John Wayne, morto em 1979. O total arrecadado foi de 5,3 milhões de dólares.

O objeto que atingiu o valor mais alto foi a boina que o ator usou no filme "Os Boinas Verdes" (The Green Berets, 1968), que foi vendida por 179.250 dólares.

A empresa Heritage Auctions, que realizou o leilão, disse que o valor da boina estabeleceu um novo recorde para chapéus usados no cinema.

O chapéu usado pelo ator nos filmes de faroeste "Jake Grandão" (Big Jake, 1971), "Os Cowboys" (The Cowboys, 1972) e "Os Chacais do Oeste" (The Train Robbers, 1973) foi vendido por 119.500 dólares.

O tapa-olho que ele usou no filme "Bravura Indômita" (True Grit, 1969) foi vendido por 47.800 dólares; o Globo de Ouro que ganhou por seu papel neste filme atingiu 143.400 dólares, e sua carteira de motorista saiu por 89.625 dólares.

Os objetos pertenciam à família do ator e parte do dinheiro obtido será destinado à John Wayne Cancer Foundation, voltada para a pesquisa e o tratamento contra o câncer.

7 de outubro de 2011

DIANE CILENTO (1933-2011), atriz

A atriz australiana Diane Cilento morreu no dia 6 de outubro, na Austrália, aos 78 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Sua carreira cinematográfica, que começou em 1951 e se encerrou em 1985, aconteceu principalmente no cinema britânico. Na década de 1980, ela atuou apenas no cinema australiano, com participação em dois filmes.
Seus filmes mais importantes são "A Tortura da Suspeita" (The Naked Edge, Reino Unido/EUA, 1961), "As Aventuras de Tom Jones" (Tom Jones, Reino Unido, 1963), "Agonia e Êxtase" (The Agony and the Ecstasy, EUA/Itália, 1965), "Hombre" (Idem, EUA, 1967) e "O Homem de Palha" (The Wicker Man, Reino Unido, 1973).
Ela atuou também como dublê nadadora no filme "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (You Only Live Twice, 1967), no qual James Bond era interpretado por Sean Connery, que era então seu marido.
Diane Cilento nasceu em 5 de outubro de 1933, em Brisbane, Austrália. Foi casada em segundas núpcias com o ator Sean Connery, com quem teve um filho, o ator Jason Connery. Tinha uma filha do primeiro casamento e era viúva do terceiro marido, o dramaturgo e roteirista Anthony Shaffer (1926-2001).

3 de outubro de 2011

Festival de Brasília premia 'Hoje'

O 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, encerrado esta noite, premiou "Hoje", de Tata Amaral, como o melhor filme. O filme levou ainda os troféus de melhor atriz, roteiro, fotografia e direção de arte, além do prêmio da crítica.
A seguir, a relação dos longas-metragens premiados:
1 - Melhor filme (júri oficial): "Hoje", de Tata Amaral
2 - Melhor filme (júri popular): "Meu País", de André Ristum
3 - Melhor diretor: André Ristum, por "Meu País"
4 - Melhor ator: Rodrigo Santoro, por "Meu País"
5 - Melhor atriz: Denise Fraga, por "Hoje"
6 - Melhor ator coadjuvante: Ramon Vane, por "O Homem que Não Dormia"
7 - Melhor atriz coadjuvante: Gilda Nomacce, por "Trabalhar Cansa"
8 - Melhor roteiro: Jean-Claude Bernadet, Rubens Rewald e Felipe Sholl, por "Hoje"
9 - Melhor fotografia: Jacob Solitrenick, por "Hoje"
10 - Melhor direção de arte: Vera Hamburguer, por "Hoje"
11 - Melhor trilha musical: Patrick de Jongh, por "Meu País"
12 - Melhor som: Mahajugi Kuikuro, Munai Kuikuro e Takumã Kuikuro, por "As Hiper Mulheres"
13 - Melhor montagem: Paulo Sacramento, por "Meu País"
14 - Prêmio da Crítica: “Hoje”.

1 de outubro de 2011

'Os malefícios da dublagem', por Pablo Villaça

Quem vai ao cinema já notou o significativo aumento do número de cópias dubladas dos filmes. Pelo prejuízo que a dublagem acarreta à fruição estética de um filme, a novidade vem causando profundo desagrado nos amantes da sétima arte. Eu mesmo me recuso a ver filmes dublados. Deixei de ver "Planeta dos Macacos: A Origem", por exemplo, porque as poucas cópias com som original e legendadas só estavam passando nos cinemas que frequento em sessões noturnas, quando não vou ao cinema. Mas logo, logo o filme estará no mercado em DVD ou Blu-ray e eu poderei vê-lo como me convém.
Por isso, gostei muito do texto "Os malefícios da dublagem", que Pablo Villaça publicou no dia 30 de agosto de 2011, em seu blogue Diário de Bordo. Concordo inteiramente com seus argumentos, embora ele tenha aqui e ali se excedido um pouco na linguagem (ele mesmo o reconheceu e fez o registro de sua reconsideração), coisa que não diminui em nada a força de seus argumentos.
Para conhecimento dos nossos leitores, transcrevemos integralmente o texto de Pablo Villaça, esperando que ele não se sinta prejudicado com o nosso empréstimo. De todo modo, nos comprometemos a deletar esta postagem em caso de reclamação.

"Na última sexta-feira, O Planeta dos Macacos: A Origem chegou aos cinemas brasileiros com um anúncio preocupante feito pela Fox: o filme seria lançado com mais cópias dubladas do que legendadas em nossas salas. Reparem que estamos falando de um longa com classificação indicativa '12 anos' e que, portanto, esta decisão nada tem a ver com o conceito de torná-lo 'acessível' aos espectadores mais jovens. Não, a ideia era atender a um público adulto que rechaça legendas - não por problemas físicos (falarei disto adiante), mas por simples preguiça de ler. Sim, os defensores da dublagem usam argumentos dos mais diversos (que contestarei abaixo), mas, no fundo, a questão é uma só: preferem a comodidade de assistir a um filme que não os obrigue a praticar o que aprenderam na alfabetização. Afinal, se já fugiram das bibliotecas, por que deveriam ser encurralados por letras nas salas de cinema?

"Obviamente que os dublófilos não assumem isto, mas, pessoalmente, jamais encontrei alguém que tivesse o hábito da leitura e reclamasse de legendas. Assim, perceber que são estes espectadores medíocres e preguiçosos que estão sendo levados em consideração pelas distribuidoras, passando a moldar a experiência cinematográfica de todos aqueles que de fato amam esta Arte, é algo que me revolta absurdamente. Especialmente quando observo que, em sua defesa, apresentam os mais estapafúrdios argumentos - e antes de explicar por que a dublagem é nociva aos filmes, irei me deter nas 'defesas' apresentadas por este contingente pró-mutilação.

"1) E quem não sabe ler? Não tem direito de ir ao cinema?

"Além de estúpido, este é um argumento repleto de cinismo, usando a população analfabeta do país como desculpa para defender sua própria preguiça de ler. Aqui a questão é simples: seja por questões culturais, sociais ou simplesmente econômicas (quem não sabe ler geralmente não tem o melhor dos salários), arrisco-me a dizer que menos de 0,01% daqueles que vão às salas de cinema são analfabetos. Justificar a necessidade de dublagem em filmes exibidos nas telonas através do argumento da 'acessibilidade' é uma besteira - e mesmo que um grupo significativo de iletrados tivesse o hábito de conferir os lançamentos da semana, isto não justificaria a desproporcionalidade crescente entre cópias dubladas e legendadas.

"O fato é que pessoas sem educação formal têm acesso aos filmes normalmente pela TV aberta - onde 100% das produções são dubladas. Assim, é justo dizer que esta parcela da população já está sendo mais do que atendida - especialmente considerando que praticamente todos os lançamentos em DVD já vêm com a opção da dublagem (e a palavra-chave aqui é 'opção'). Considerando que estas são as formas economicamente mais acessíveis de se assistir a filmes de todas as épocas, gêneros e países, é incontestável que a população analfabeta (seja este analfabetismo real ou funcional) não está sendo excluída do acesso à Sétima Arte - e eu, como amante do Cinema, jamais defenderia que isto ocorresse.

"2) E os deficientes visuais? Não podem ir ao cinema?

"Claro que podem. Mas, novamente, não creio ser justo que uma minoria absoluta seja responsável por moldar a maneira com que a maioria irá experimentar os filmes. Além disso, há duas questões complexas relacionadas ao tema: em primeiro lugar, há o fato óbvio de que Cinema é uma mídia visual. Há ótimos projetos de áudio-descrição em vigor, mas estes envolvem salas específicas em sessões específicas - exatamente como deveriam ser. Sim, ainda têm pouco alcance, apoio e divulgação, mas a saída não é a dublagem - ao contrário, já que esta não resolve a questão fundamental de explicar ao espectador cego o que está ocorrendo na tela. Neste sentido, aliás, a simples dublagem é um obstáculo para os deficientes visuais, já que as distribuidoras podem alegar que já atendem a esta comunidade através do áudio em português, deixando de investir na produção de trilhas de áudio-descrição.

"Há, também, o fato de que a experiência de ir ao Cinema é única justamente em função do mergulho sensorial oferecido pela sala - e, neste, o mais importante reside justamente no tamanho da tela e da imagem. Ora, para o deficiente visual, este é um fator nulo por definição, o que torna curiosa a insistência daqueles que os usam como desculpa para a dublagem. Por outro lado, os mesmos que defendem ferrenhamente o acesso dos deficientes visuais acabam ignorando sem dó alguma uma outra parcela importante da população: os deficientes auditivos. Na última semana, não por coincidência, recebemos email de uma leitora surda que reclamava justamente da oferta cada vez menor de cópias legendadas que permitiam sua ida às salas de exibição - sendo que, pela própria natureza do Cinema, faz infinitamente mais sentido facilitar o acesso dos deficientes auditivos aos filmes em tela grande do que o dos deficientes visuais. Sim, seria ótimo se todos pudessem ser atendidos - mas, repito, a solução para os deficientes visuais reside não na dublagem, mas na audio-descrição.

"3) Pobrezinhos dos dubladores! Você quer tomar o ganha-pão da categoria? Além disso, temos os melhores dubladores do mundo!

"Jamais questionei a competência de nossos dubladores - ao contrário: em várias ocasiões, afirmei que temos, sim, alguns dos melhores profissionais do ramo. Além disso, em vários textos elogiei os trabalhos de figuras como Guilherme Briggs e Garcia Junior, chegando até mesmo a publicar um texto defendendo a reserva de mercado para os profissionais do ramo, que vêm perdendo papéis para 'celebridades' de maneira vergonhosa. Porém, por mais que reconheça o talento destes profissionais, há algo que, por melhor que sejam, eles jamais conseguirão contornar: o fato de que a dublagem, por natureza, distorce, deforma e prejudica a obra de arte original - especialmente tratando-se de longas envolvendo atores de carne-e-osso (explicarei as razões a seguir).

"Além disso, não se preocupem com os dubladores: o que não falta a eles é trabalho. Séries de tevê, animações (para cinema e televisão) e praticamente todas as produções lançadas em home video contam com suas versões dubladas - e jamais me coloquei contra a opção de que estas trilhas em português façam parte dos discos. Aliás, o que ocorre é justamente o contrário: como um número cada vez maior de projetos vem recebendo versões dubladas, o que ocorre é uma verdadeira enxurrada de trabalhos, obrigando os estúdios de dublagem a se desdobrarem para atender a demanda - o que resulta em uma qualidade cada vez mais duvidosa das trilhas em português.

"Aliás, aproveito para reafirmar o cinismo daqueles que defendem a dublagem usando a desculpa do 'mercado de trabalho dos dubladores': por que não se manifestam com relação aos salários dos professores? Ou dos médicos da rede pública? Ou dos garis? Vocês realmente acham que convencem alguém com este falso altruísmo? Menos hipocrisia, por favor.

"4) As legendas 'atrapalham' o filme.

"Deixei este 'argumento' por último por considerá-lo o mais estúpido de todos. Em primeiro lugar, o óbvio: então as legendas atrapalham a apreciação do filme, mas ouvir uma voz completamente diferente da original e em absoluta falta de sincronia com os movimentos labiais é algo que não incomoda? Mesmo? Há quem realmente seja capaz de alegar que a legenda seja uma distração maior do que a dublagem, do que ouvir, sei lá, o Bruce Willis falando com sotaque paulista e dizendo 'Pombas!'?

"Sinceramente, eu poderia encerrar por aqui, mas irei além: só se atrapalha com a legenda quem não tem o hábito da leitura. (Antes que alguém cite os deficientes visuais: ler item 2.) Meu filho Luca, que tem apenas oito anos de idade, já vem assistindo a filmes legendados há pelo menos um ano - e com cada vez mais naturalidade e facilidade. Assistiu a Harry Potter 7.2 nada menos do que quatro vezes nos cinemas e, em todas as ocasiões, em sua versão legendada - por opção. Também conferiu desta maneira O Planeta dos Macacos e uma infinidade de outros títulos em DVD e blu-ray - de Quanto Mais Quente Melhor a Banzé no Oeste, passando por Assassinato por Morte, Star Trek e a série Alien. E riu, sentiu medo e aproveitou cada filme ao máximo, sem se importar com as legendas.

"Aos oito anos de idade.

"Ora, sou um pai coruja como qualquer outro, mas jamais me atreveria a dizer que Luca tem superpoderes que o tornam mais apto a ler legendas do que espectadores com 15, 20, 30 ou 40 anos de idade.

"O mesmo vale para mim: não apenas leio as legendas como faço anotações durante os filmes - e qualquer um que leia meus textos será obrigado a reconhecer que, concordando ou não com o que escrevi, sou suficientemente capaz de absorver o que está na tela a ponto de citar exemplos específicos de movimentos de câmera, cortes, detalhes de fotografia, gestos de atores e assim por diante. E, sim, leio as legendas mesmo quando domino a língua original (se estiver assistindo a um filme brasileiro com legendas em português, não consigo evitar acompanhá-las).

"Assim, quando ouço/leio alguém dizer que as legendas 'atrapalham' a compreensão do filme ou a plena 'apreciação das imagens', imediatamente faço uma anotação mental e coloco a pessoa na prateleira daquelas que simplesmente não têm o hábito da leitura e que, por preguiça intelectual, querem obrigar todo o resto da população a abandonar as letras. Quer defender a dublagem? Ao menos use uma desculpa que não denuncie algo triste sobre seus hábitos culturais.

"Repito: oito anos de idade.

"No entanto, não sou simplesmente contra a dublagem; sou também entusiasmadamente a favor da manutenção da língua original nas produções de cada país. E por algumas razões fundamentais:

"1) A qualidade técnica:

"Faça um teste: ao assistir a um filme dublado que traga parte do áudio original (numa canção ou através de personagens que conversam numa língua diferente daquela usada pelo protagonista), feche os olhos e preste atenção no som. Percebeu a diferença? Claro que sim. Aliás, você teria percebido mesmo ao manter os olhos abertos, já que a disparidade é gigante.

"Isto se deve a uma questão técnica tão importante para o Cinema que a Academia criou uma categoria especial para premiá-la no Oscar: a da mixagem de som (ou Melhor Som).

"Cada filme envolve, em sua pós-produção, um trabalho árduo e extremamente detalhista de combinação das diversas trilhas que trazem os vários elementos sonoros da produção: os diálogos, os ruídos, as trilhas incidentais e instrumentais e até mesmo o som ambiente, do silêncio, de cada set. Esta mixagem requer um estudo delicadissimo do nível preciso de cada faixa em cada segundo de projeção - um trabalho que, nas versões dubladas, tem seu equilíbrio arruinado quando os estúdios brasileiros atiram uma destas faixas fora para substituí-la pela versão em português.

"Não acredita? Então coloque um DVD no seu player e repasse cenas inteiras em suas versões originais e brasileiras; se não perceber a diferença gritante da mixagem em cada uma delas, consulte urgentemente um otorrino.

"2) A suspensão da descrença:

"Já é suficientemente difícil, para o espectador, aceitar Ryan Reynolds como um patrulheiro espacial que, graças a um anel presenteado por um alienígena moribundo, torna-se capaz de viajar pelo universo e de criar objetos a partir de energia verde enquanto veste um collant digital. No entanto, somos capazes de comprar estes absurdos na maior parte do tempo graças a um contrato psicológico que firmamos com cada filme: o da suspensão da descrença. Basicamente, nos dispomos a aceitar os absurdos atirados em nossa direção a fim de que sejamos capazes de mergulhar na história - mas pedimos, em troca, que as produções mantenham seus artifícios intactos para que nada nos traga de volta à realidade durante a experiência.

"E é por isso, por exemplo, que somos imediatamente atirados para fora da narrativa quando vemos o boom (microfone) no alto da tela, já que este é o equivalente de receber um tapa no rosto e ouvir um grito de 'Isto é só um filme, idiota!'. (A propósito: em 99% das vezes que isto acontece, o erro é do projecionista; reclame com o gerente da sala para que a janela de projeção seja ajustada corretamente e o boom fique fora de quadro.)

"Agora imaginem ouvir Bill Murray abrindo a boca apenas para ouvirmos a voz de Wesley Snipes. Que é a mesma de Will Smith. Que é idêntica à de Kevin Spacey. Que também sai da garganta de Samuel L. Jackson. Que a divide com Danny Glover, Alfred Molina, Ed Harris e Denzel Washington. (No caso, todos dublados por Márcio Simões.) Ou o que dizer da experiência de ouvir Bruce Willis se comunicando com a mesma voz durante anos apenas para, subitamente, descobri-lo com um som completamente diferente a partir de 2006, quando seu dublador oficial (Newton da Matta) faleceu?

"Mais: confesso ter mais facilidade em aceitar Schwarzenegger matando 270 pessoas com um único tiro do que ouvi-lo soltando um 'Seu filho da mãe!', um 'Ora, bolas!' ou mesmo um 'Mermão' carioquíssimo enquanto pratica seu genocídio particular. Isto para não mencionar o fato óbvio de que as palavras que saem de sua boca são completamente destoantes de seus movimentos labiais, ressaltando de maneira inegável a irrealidade do que está ocorrendo na tela. Aliás, este é um 'detalhe' (e coloco entre aspas por ser tudo, menos um 'detalhe') tão importante que os animadores dedicam centenas de horas de trabalho cuidadoso à ilustração de cada fonema empregado pelos dubladores de seus personagens - justamente para que, mesmo acompanhando as aventuras de um panda ninja, não questionemos por que seus lábios não seguem os sons emitidos por sua boca.

"E a dublagem em outra língua diferente da original simplesmente mata este esforço e dificulta exponencialmente a tão importante suspensão da descrença.

"3) O trabalho do ator:

"Atuar é criar um personagem. Isto envolve um profundo trabalho de composição e estudo envolvendo meses de pesquisas, ensaios, laboratórios e tentativas para que o intérprete descubra não só a psicologia de seu personagem, mas também a maneira com que este se move, gesticula e... fala. Ouçam, por exemplo, o registro rígido, duro, da voz de Meryl Streep em Dúvida e comparem-no à leveza de sua expressão vocal em Mamma Mia! ou ao pedantismo escutado em O Diabo Veste Prada. Tentem dissociar o professor Snape da dicção venenosa, estudada, calculada, empregada por Alan Rickman na série Harry Potter. Percebam como Sean Penn, em Milk, exibe uma afetação milimetricamente estudada em seus diálogos, ocultando-a quando seu personagem quer passar uma imagem mais séria para a mídia e o eleitorado. Assista ao clímax de Coração Satânico e tente ignorar a rouquidão desesperada de Mickey Rourke.

"Agora ouça as versões dubladas e perceba a disparidade provocada pela diferença entre os meses dedicados pelos atores originais aos seus personagens e as poucas horas (se muito!) que os dubladores brasileiros tiveram para gravar seus diálogos.

"Se ainda assim você mantiver que a dublagem não deturpa a obra, então não precisa de um otorrino, mas de um psiquiatra.

"Aceitar a dublagem é aceitar pegar todo o trabalho de composição de um ator, selecionar uma parte fundamental deste e atirá-la fora, substituindo-a por um elemento criado sem estudo, sem cuidado e com pressa. É dizer que não há problema em se alterar as cores de Lição de Anatomia, de Rembrandt, ou de O Grito, de Munch, desde que os "desenhos" sejam mantidos na íntegra. Ora, nenhuma forma de arte seria submetida a uma deturpação destas - e perceber que algo assim é visto com naturalidade no Cinema é uma prova inconteste da persistente falta de prestígio e respeito que a Sétima Arte enfrenta desde seus primórdios.

"É por esta razão, também, que considero as dublagens de animações como algo um pouco mais fácil de aceitar: afinal, ali estamos substituindo todo o trabalho de um ator pelo de outro. Sim, na maior parte das vezes o cuidado na composição não é o mesmo (Luciano Huck gravou todo o seu péssimo trabalho em Enrolados em apenas 4 ou 5 horas), mas ao menos não temos um resultado digno do monstro de Frankenstein. (Sim, ainda há a questão dos movimentos labiais, mas considerando toda a artificialidade da própria técnica, que foge do realismo, é um problema menor.) Já aceitar a dublagem em produções com atores de carne-e-osso (live action) é, por todas as razões descritas acima, algo que considero inadmissível em alguém que realmente ama Cinema.

"E aí mantenho o que já escrevi neste blog e no twitter tantas vezes: você pode até gostar de ver filmes, mas se defende a dublagem - sinto muito -, não pode afirmar que ama a Sétima Arte. Uma coisa é precisar do áudio alternativo (como no caso de crianças pequenas ou de indivíduos com problemas visuais); outra é dizer que o prefere. Se prefere, má notícia: você não apenas não ama o Cinema como ainda o prejudica.

"Ir ao cinema para ver um filme em tela grande é um gesto de amor ao Cinema. E perceber que as distribuidoras brasileiras querem afastar este público das salas é algo deprimente - e pior: contando, em seu crime contra a Sétima Arte, com a complacência do público. A ideia é simples: 'lancemos muitas cópias dubladas; eles podem até não gostar, mas pagarão o ingresso assim mesmo'. A saída? Quando a cópia for dublada, boicote o filme. Busque a versão legendada ou espere pelo DVD/Blu-ray. Acredite: conferir a cópia dublada é o mesmo que comer carne estragada apenas para dizer que foi a um churrasco.

"Diga 'não' à dublagem nos cinemas. A Sétima Arte merece seu apoio."

24 de setembro de 2011

Festival de San Sebastián premia 'Los pasos dobles'

O filme espanhol "Los pasos dobles", de Isaki Lacuesta, ganhou a Concha de Ouro de melhor filme da 59ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, Espanha. O filme brasileiro "Histórias que Só Existem Quando Lembradas", de Julia Murat, ficou com uma menção especial do prêmio Horizontes Latinos.
A seguir, a lista dos principais premiados:
1 - Melhor filme: "Los pasos dobles" (Espanha, 2011), de Isaki Lacuesta
2 - Melhor diretor: Filippos Tsitos, por "Adikos kosmos" (Grécia/Alemanha, 2011)
3 - Melhor atriz: María León, por "La voz dormida" (Espanha, 2011)
4 - Melhor ator: Antonis Kafetzopoulos, por "Adikos kosmos"
5 - Prêmio especial do júri: "Le Skylab" (França, 2011), de Julie Delpy
6 - Melhor roteiro: Hirokazu Koreeda, por "Kiseki" (Japão, 2011)
7 - Melhor fotografia: Ulf Brantas, por "Happy End" (Suécia, 2011)
8 - Prêmio honorário Donostia: Glenn Close, atriz americana
9 - Prêmio Horizontes Latinos: "Las acacias" (Argentina/Espanha, 2011), de Pablo Giorgelli
10 - Prêmio do público: "O Artista" (The Artist, França, 2011), de Michel Hazanavicius
11 - Menções especiais: "Histórias que Só Existem Quando Lembradas" (Argentina/Brasil/França, 2011), de Júlia Murat, e "Miss Bala" (México, 2011), de Gerardo Naranjo
12 - Prêmio Cinema em Construção: "7 cajas" (Paraguai, 2011), de Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori
13 - Prêmio da juventude: "Wild Bill" (Reino Unido, 2011), de Dexter Fletcher.

21 de setembro de 2011

Hollywood: novas regras para divulgação dos concorrentes ao Oscar

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood modificou as regras sobre a divulgação de filmes ou profissionais candidatos ao Oscar. As novidades dizem respeito principalmente à organização de eventos e à forma como os membros da Academia assistem aos filmes.

Antes que se faça o anúncio dos indicados, pode-se realizar qualquer tipo de evento para apresentar os filmes a membros da Academia. Após o anúncio, porém, não se poderá servir comida nem bebida em evento em que seja projetado filme para convidados votantes do Oscar.

Não há limite para o número de sessões para membros da Academia. Porém, os profissionais envolvidos na produção do filme só podem participar de dois desses eventos, no máximo. Esta é uma novidade, pois, anteriomente, era vedado o convite de votantes para projeções em que os profissionais participassem.

Durante o período de votação, será vedado o comparecimento de membros da Academia a eventos em que se homenageie ou se promova filme ou profissional indicado, exceto se houver a projeção do filme ou se se tratar de evento sancionado pela Academia.

As novas normas são favoráveis à projeção dos filmes em cinema. A distribuição de cópias digitais dos filmes indicados aos membros da Academia deve atender a exigências de como deve ser o pacote e o material que acompanha o filme.

Os membros da Academia não podem mais fazer campanha (nem a favor, nem contra) nas redes sociais para os indicados. A não observância dessa norma pode significar a expulsão da entidade.

A 84ª cerimônia de entrega dos Oscars está prevista para 26 de fevereiro, em Los Angeles.

17 de setembro de 2011

100 melhores comédias segundo o saite TimeOut

O saite TimeOut, de Londres, publicou recentemente sua relação das 100 melhores comédias de todos os tempos. As escolhas teriam sido feitas por mais de 200 especialistas em cinema, TV e comédia. Mas, quando se observa que na lista consta uma única comédia francesa e nenhuma italiana, apenas um filme de Charles Chaplin, ainda assim em 89º lugar, e nenhum de Jerry Lewis (foto), fica evidente que os ditos especialistas não conhecem o cinema suficientemente. Por fim, a presença de 18 filmes dos anos 2000 para cá, tempos reconhecidamente desfavoráveis para comédia, contra a de apenas nove de anos anteriores a 1950, nota-se que os tais especialistas carecem do verdadeiro senso de humor.
A seguir, a lista completa, na ordem invertida da classificação:
100 – "Mudança de Hábito" (Sister Act, EUA, 1992), de Emile Ardolino
99 – "Carry On Screaming!" (Sem título no Brasil, Reino Unido, 1966), de Gerald Thomas
98 – "Brazil – O Filme" (Brazil, Reino Unido, 1985), de Terry Gilliam
97 – "Swingers – Curtindo a Noite" (Swingers, EUA, 1996), de Doug Liman
96 – "Sem Taça Não Tem Graça" (BASEketball, EUA, 1998), de David Zucker
95 – "A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa" (The Pink Panther Strikes Again, Reino Unido/EUA, 1976), de Blake Edwards
94 – "Fuga à Meia-Noite" (Midnight Run, EUA, 1988), de Martin Brest
93 – "Este Mundo É um Hospício" (Arsenic and Old Lace, EUA, 1944), de Frank Capra
92 – "Nuts in May" (Episódio de série de TV, Reino Unido, 1976), de Mike Leigh
91 – "Com a Bola Toda" (Dodgeball: A True Underdog Story, EUA/ Alemanha, 2004), de Rawson Marshall Thurber
90 – "Meninas Malvadas" (Mean Girls, EUA/Canadá, 2004), de Mark Waters
89 – "O Grande Ditador" (The Great Dictator, EUA, 1940), de Charles Chaplin
88 – "Arthur – O Milionário Sedutor" (Arthur, EUA, 1981), de Steve Gordon
87 – "Um Peixe Chamado Wanda" (A Fish Called Wanda, EUA/Reino Unido, 1988), de Charles Crichton
86 – "As Férias do Sr. Hulot" (Les vacances de Monsieur Hulot, França, 1953), de Jacques Tati
85 – "Clube dos Pilantras" (Caddyshack, EUA, 1980), de Harold Ramis
84 – "Heróis Fora de Órbita" (Galaxy Quest, EUA, 1999), de Dean Parisot
83 – "Contrastes Humanos" (Sullivan’s Travels, EUA, 1941), de Preston Sturges
82 – "A Pantera Cor-de-Rosa" (The Pink Panther, EUA, 1963), de Blake Edwards
81 – "Arizona Nunca Mais" (Raising Arizona, EUA, 1987), de Joel e Ethan Coen
80 – "O Homem Que Perdeu a Hora" (Clockwise, Reino Unido, 1986), de Christopher Morahan
79 – "Missão Madrinha de Casamento" (Bridesmaids, EUA, 2011), de Paul Feig
78 – "Pequena Miss Sunshine" (Little Miss Sunshine, EUA, 2006), de Jonathan Dayton
77 – "Loucos de Dar Nó" (Stir Crazy, EUA, 1980), de Sidney Poitier
76 – "Dias Incríveis" (Old School, EUA, 2003), de Todd Phillips
75 – "Bananas" (Idem, EUA, 1971), de Woody Allen
74 – "Quatro Casamentos e Um Funeral" (Four Wedddings and a Funeral, Reino Unido, 1994), de Mike Newell
73 – "Um Convidado Bem Trapalhão" (The Party, EUA, 1968), de Blake Edwards
72 – "O Diabo É Meu Sócio" (Bedazzled, Reino Unido, 1967), de Stanley Donen
71 – "Broadway Danny Rose" (Idem, EUA, 1984), de Woody Allen
70 – "A General" (The General, EUA, 1926), de Clyde Bruckman e Buster Keaton
69 – "O Balconista" (Clerks., EUA, 1994), de Kevin Smith
68 – "O Rei da Comédia" (The King of Comedy, EUA, 1983), de Martin Scorsese
67 – "Jejum de Amor" (His Girl Friday, EUA, 1940), de Howard Hawks
66 – "O Clube dos Cafajestes" (Animal House, EUA, 1978), de John Landis
65 – "Um Duende em Nova York" (Elf, EUA/Alemanha, 2003), de Jon Fraveau
64 – "Um Príncipe em Nova York" (Coming to America, EUA, 1988), de John Landis
63 – "Kingpin - Estes Loucos Reis do Boliche" (Kingpin, EUA, 1996), de Peter e Bobby Farrelly
62 – "Chumbo Grosso" (Hot Fuzz, Reino Unido/França/EUA, 2007), de Edgar Wright
61 – "Os Excêntricos Tenenbaums" (The Royal Tenenbaums, EUA, 2001), de Wes Anderson
60 – "O Dorminhoco" (Sleeper, EUA, 1973), de Woody Allen
59 – "Um Maluco no Golfe" (Happy Gilmore, EUA, 1996), de Dennis Dugan
58 – "Monty Python - O Sentido da Vida" (Monty Python’s The Meaning of Life, Reino Unido, 1983), de Terry Jones
57 – "Se Beber, Não Case!" (The Hangover, EUA/Alemanha, 2009), de Todd Phillips
56 – "Uma Noite na Ópera" (A Night at the Opera, EUA, 1935), de Sam Wood
55 – "Ace Ventura – Um Detetive Diferente" (Ace Ventura: Pet Detective, EUA, 1994), de Tom Shadyac
54 – "Os Irmãos Cara de Pau" (The Blues Brothers, EUA, 1980), de John Landis
53 – "Dois Caipiras Ladinos" (Way Out West, EUA, 1937), de James W. Horne
52 – "O Jovem Frankenstein" (Young Frankenstein, EUA, 1974), de Mel Brooks
51 – "Os Safados" (Dirty Rotten Scoundrels, EUA, 1988), de Frank Oz
50 – "Harry & Sally - Feitos Um para o Outro" (When Harry Met Sally…, EUA, 1989), de Rob Reiner
49 – "A Última Noite de Bóris Grushenko" (Love and Death, França/ EUA, 1975), de Woody Allen
48 – "Sonhos de um Sedutor" (Play It Again, Sam, EUA, 1972), de Herbert Ross
47 – "Se Meu Apartamento Falasse" (The Apartment, EUA, 1960), de Billy Wilder
46 – "Ensina-me a Viver" (Harold and Maude, EUA, 1971), de Hal Ashby
45 – "Como Enlouquecer Seu Chefe" (Office Space, EUA, 1999), de Mike Judge
44 – "Férias Frustradas" (Vacation, EUA, 1983), de Harold Ramis
43 – "Tootsie" (Idem, EUA, 1982), de Sydney Pollack
42 – "Quinteto da Morte" (The Ladykillers, Reino Unido, 1955), de Alexander Mackendrick
41 – "Um Estranho Casal" (The Odd Couple, EUA, 1968), de Gene Saks
40 – "Três Amigos!" (Three Amigos!, EUA, 1986), de John Landis
39 – "Esperando o Sr. Guffman" (Waiting for Guffman, EUA, 1996), de Christopher Guest
38 – "Napoleon Dynamite" (Idem, EUA, 2004), de Jared Hess
37 – "Top Secret – Superconfidencial" (Top Secret!, EUA/Reino Unido, 1984), de Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker
36 – "As Oito Vítimas" (Kind Hearts and Coronets, Reino Unido, 1949), de Robert Hamer
35 – "Zoolander" (Sem título no Brasil, EUA/Austrália/Alemanha, 2001), de Ben Stiller
34 – "Austin Powers – 000 Um Agente Nada Discreto" (Austin Powers: International Man of Mystery, EUA/Alemanha, 1997), de Jay Roach
33 – "In the Loop" (Sem título no Brasil, Reino Unido, 2009), de Armando Iannucci
32 – "O Médico Erótico" (The Man with Two Brains, EUA, 1983), de Carl Reiner
31 – "A Princesa Prometida" (The Princess Bride, EUA, 1987), de Rob Reiner
30 – "Primavera para Hitler" (The Producers, EUA, 1968), de Mel Brooks
29 – "Três É Demais" (Rushmore, EUA, 1998), de Wes Anderson
28 – "Quanto Mais Idiota Melhor" (Wayne’s World, EUA, 1992), de Penelope Spheeris
27 – "Quem Vai Ficar com Mary?" (There’s Something About Mary, EUA, 1998), Peter e Bobby Farrelly
26 – "O Melhor do Show" (Best in Show, EUA, 2000), de Christopher Guest
25 – "The Castle" (Sem título no Brasil, Austrália, 1997), de Rob Sitch
24 – "Four Lions" (Sem título no Brasil, Reino Unido, 2010), de Chris Morris
23 – "Os Caça-Fantasmas" (Ghost Busters, EUA, 1984), de Ivan Reitman
22 – "Debi & Loide – Dois Idiotas em Apuros" (Dumb & Dumber, EUA, 1994), de Peter e Bobby Farrelly
21 – "Antes Só do que Mal Acompanhado" (Planes, Trains & Automobiles, EUA, 1987), de John Hughes
20 – "Trocando as Bolas" (Trading Places, EUA, 1983), de John Landis
19 – "South Park: Maior, Melhor e sem Cortes" (South Park: Bigger, Longer & Uncut, EUA, 1999), de Trey Parker
18 – "Corra Que a Polícia Vem Aí!" (The Naked Gun: From the Files of Police Squad!, EUA, 1988), de David Zucker
17 – "O Diabo a Quatro" (Duck Soup, EUA, 1933), de Leo McCarey
16 – "Todo Mundo Quase Morto" (Shaun of the Dead, Reino Unido/ França/EUA, 2004), de Edgar Wright
15 – "Banzé no Oeste" (Blazing Saddles, EUA, 1974), de Mel Brooks
14 – "Dr. Fantástico" (Dr. Strangelove, Reino Unido, 1964), de Stanley Kubrick
13 – "O Grande Lebowski" (The Big Lebowski, EUA/Reino Unido, 1998), de Joel e Ethan Coen
12 – "Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América" (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, EUA, 2006), de Larry Charles
11 – "Team America – Detonando o Mundo" (Team America: World Police, EUA/Alemanha, 2004), de Trey Parker
10 – "O Panaca" (The Jerk, EUA, 1979), de Carl Reiner
9 – "Quanto Mais Quente Melhor" (Some Like It Hot, EUA, 1959), de Billy Wilder
8 – "Feitiço do Tempo" (Groundhog Day, EUA, 1993), de Harold Ramis
7 – "Os Desajustados" (Withnail & I, Reino Unido, 1987), de Bruce Robinson
6 – "O Âncora – A Lenda de Ron Burgundy" (Anchorman: The Legend of Ron Burgundy, EUA, 2004), de Adam McKay
5 – "Monty Python em Busca do Cálice Sagrado" (Monty Python and the Holy Grail, Reino Unido, 1975), de Terry Gilliam e Terry Jones
4 – "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (Annie Hall, EUA, 1977), de Woody Allen
3 – "A Vida de Brian" (Life of Brian, Reino Unido, 1979), de Terry Jones
2 – "Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu" (Airplane!, EUA, 1980), de Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker
1 – "O Ocaso de uma Lenda" ou "Isto É Spinal Tap" (This Is Spinal Tap, EUA, 1984), de Rob Reiner.

11 de setembro de 2011

CLIFF ROBERTSON (1923-2011), ator

O ator americano Cliff Robertson morreu no dia 10 de setembro de causas naturais, aos 88 anos.
Robertson ganhou notoriedade por interpretar o tenente John F. Kennedy em "O Herói do PT-109" (PT 109, 1963), por escolha do próprio Kennedy quando presidente dos Estados Unidos.
Entre seus filmes mais importantes estão "Férias de Amor" (Picnic, 1955), "A Lei dos Marginais" (Underworld U.S.A., 1961), "Vassalos da Ambição" (The Best Man, 1964) e "Os Dois Mundos de Charly" (Charly, 1968), pelo qual ganhou o Oscar de melhor ator.
Ultimamente ele marcou presença como Ben Parker nos filmes "Homem-Aranha" (Spider-Man, 2002), "Homem-Aranha 2" (Spider-Man 2, 2004) e "Homem-Aranha 3" (Spider-Man 3, 2007). Ganhou diversos prêmios pela carreira em festivais de cinema americanos, além de uma estrela na Calçada da Fama.
Clifford Parker Robertson III nasceu em 9 de setembro de 1925, em La Jolla, Califórnia. Seus dois casamentos terminaram em divórcio: o primeiro com a atriz Cynthia Stone (1926-1988) e o segundo com a atriz Dina Merrill. Tinha uma filha de cada casamento.

10 de setembro de 2011

Veneza 2011: filme russo ganha o Leão de Ouro

O filme russo "Fausto", de Aleksander Sokurov, foi o grande vencedor do 68ª Mostra de Cinema de Veneza. O grande prêmio do júri, que é o segundo mais importante do festival, ficou com o filme italiano "Terraferma", de Emanuele Crialese.
A seguir, a lista dos principais vencedores do festival:
1 - Melhor filme: "Fausto" (Faust, Rússia, 2010), de Aleksander Sokurov
2 - Melhor diretor: Shangjun Cai, por "People Mountain People Sea" (Ren Shan Ren Hai, Hong Kong/China)
3 - Prêmio especial do júri: "Terraferma" (Itália/França, 2011), de Emanuele Crialese
4 - Melhor ator: Michael Fassbender, por "Shame" (Reino Unido, 2011), de Steve McQueen
5 - Melhor atriz: Deannie Yip, por "A Simple Life" (Tao jie, Hong Kong, 2011), de Ann Hui
6 - Melhor roteiro: Giorgos Lanthimos e Efthymis Filippou, por "Alpeis" (Grécia, 2011), de Giorgos Lanthimos
7 - Intérprete revelação: Shôta Sometani e Fumi Nikaidô, por "Himizu" (Japão, 2011), de Shion Sono
8 - Contribuição artística: Robbie Ryan, pela fotografia de "O Morro dos Ventos Uivantes" (Wuthering Heights, Reino Unido, 2011), de Andrea Arnold.

7 de setembro de 2011

Michael Douglas vai receber prêmio que tem o nome de seu próprio pai, Kirk Douglas

O ator Michael Douglas (foto), de 66 anos, vai receber o prêmio Kirk Douglas pela Excelência no Cinema, em reconhecimento à sua carreira, no Festival Internacional de Cinema de Santa Bárbara, na Califórnia.

Vencedor do Oscar por seu papel em "Wall Street - Poder e Cobiça" (Wall Street, 1987), o ator receberá o prêmio das mãos de seu próprio pai, Kirk Douglas. O lendário ator que empresta seu nome ao prêmio tem 94 anos e fez uma brilhante carreira em Hollywood, tendo atuado em mais de 70 filmes.

Em comunicado divulgado pelo festival de Santa Bárbara, Kirk Douglas qualificou Michael como seu "ator e produtor favorito", embora tivesse confessado anteriormente que preferia que o filho fosse advogado.

"Esperava que ele não se saísse bem [atuando]. Assim, poderia ter alguma chance para fazer com que ele se esquecesse disso. No entanto, não foi o que aconteceu", afirmou Kirk Douglas, que viu seu filho interpretar pela primeira vez no teatro da universidade de Santa Bárbara.

O prêmio Kirk Douglas já foi concedido aos atores Harrison Ford e John Travolta e ao diretor Quentin Tarantino.

A sexta edição do prêmio será realizada em 13 de outubro, no hotel Four Seasons Resort Santa Barbara The Biltmore, de Santa Bárbara. A premiação também arrecadará fundos para financiar a próxima edição do festival de cinema da cidade, previsto para os dias 26 de janeiro a 5 de fevereiro de 2012.

5 de setembro de 2011

Os mais severos insultos de cineastas para cineastas

É surpreendente o que diretores de cinema dizem uns dos outros, revelando quão venenosas são as suas línguas. O roteirista e diretor americano Jason Bailey recolheu 30 opiniões que cineastas emitiram sobre outros cineastas e as divulgou no saite FlavorWire em 10-08-11. São verdadeiros insultos. O texto em inglês foi descoberto pelo Prof. Oto Vale, que também nos ajudou a desatar alguns dos nós mais complicados da tradução.

1 – François Truffaut sobre Michelangelo Antonioni:

“Antonioni é o único diretor importante sobre o qual não tenho nada bom para dizer. Ele me entedia; é tão solene e sem graça.”

2 – Ingmar Bergman sobre Michelangelo Antonioni:

“Fellini, Kurosawa e Buñuel movem-se no mesmo campo tal como Tarkovsky. Antonioni estava a caminho, mas expirou, sufocado por seu próprio tédio.”

3 – Ingmar Bergman sobre Orson Welles:

“Para mim ele é simplesmente uma fraude. É vazio. Não é interessante. É estéril. ‘Cidadão Kane’, do qual tenho uma cópia – é o preferido de todos os críticos, sempre no topo de todas as enquetes realizadas, mas eu o acho totalmente enfadonho. Antes de mais nada, as atuações são ruins. O prestígio que o filme angariou é absolutamente inacreditável.”

4 – Ingmar Bergman sobre Jean-Luc Godard:

“Eu nunca consegui extrair nada de seus filmes. Eles são mal construídos, uma falsificação intelectual, e completamente estéreis. Cinematograficamente desinteressantes e infinitamente aborrecidos. Godard é um chato. Ele tem feito filmes para os críticos. Um dos filmes, ‘Masculino-Feminino’, foi filmado aqui na Suécia. Era exageradamente tedioso.”

5 – Orson Welles sobre Jean-Luc Godard:

“Seus dons como diretor são imensos. Eu apenas não posso levá-lo muito a sério como pensador – e é aí que nós parecemos nos divergir, porque ele se leva a sério. Sua mensagem é o que o preocupa atualmente, e, como a maioria das mensagens em filmes, poderia ser escrita na cabeça de um alfinete.”

6 – Werner Herzog sobre Jean-Luc Godard:

“Alguém como Godard é para mim uma fraude intelectual quando comparado a um bom filme de kung-fu.”

7 – Jean-Luc Godard sobre Quentin Tarantino:

“Tarantino deu à sua produtora o nome de um dos meus filmes. Ele teria feito melhor dando-me algum dinheiro.”

8 – Harmony Korine sobre Quentin Tarantino:

“Quentin Tarantino parece se preocupar demais com os filmes dos outros. Quero dizer, com a apropriação dos filmes dos outros, como num liquidificador. Eu acho que é, tipo, muito divertido na hora em que estou vendo, mas depois, sei não, há um vazio ali. Algumas das referências são simplistas, apenas cultura pop.”

9 – Nick Bloomfield sobre Quentin Tarantino:

“É como assistir à fantasia de violência e sexo de um colegial, na qual Quentin Tarantino estaria se masturbando em seu quarto enquanto a mãe está fazendo a comida dele no andar de baixo. Só que desta vez ele tem Harvey Weinstein atrás dele e está em um milhão de telas.”

10 – Spike Lee sobre Quentin Tarantino (e a “n-palavra” em seus roteiros):

“Eu não sou contra a palavra [nigger], e eu a uso, mas não excessivamente. E algumas pessoas falam dessa maneira. Mas Quentin é obcecado com essa palavra. O que ele quer que se faça – um negro honorário?”

11 – Spike Lee sobre Tyler Perry:

“Temos um presidente negro, e agora remontamos a Mantan Moreland [ator comediante negro, 1902-1973] e Sleep ‘n’ Eat [apelido do ator negro Willie Best, 1913-1962]?”

12 – Tyler Perry sobre Spike Lee:

“Spike que vá para o inferno! Pode publicar isso… Spike precisa calar a maldita boca!”

13 – Clint Eastwood sobre Spike Lee:

“Um cara como ele devia calar a boca.”

14 – Jacques Rivette sobre Stanley Kubrick:

“Kubrick é uma máquina, um mutante, um marciano. Ele não tem qualquer sentimento humano. Mas é ótimo quando a máquina filma outras máquinas, como em ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’.”

15 – Jacques Rivette sobre James Cameron (e Steven Spielberg):

“Cameron não é nocivo, não é um idiota como [Steven] Spielberg. Ele quer ser o novo [Cecil B.] DeMille. Infelizmente, ele não consegue sair de um saco de papel.”

16 – Jean-Luc Godard sobre Steven Spielberg:

“Eu não o conheço pessoalmente. Não acho que seus filmes são realmente bons.”

17 – Alex Cox sobre Steven Spielberg:

“Spielberg não é um cineasta, é um confeiteiro.”

18 – Tim Burton sobre Kevin Smith (depois que Smith, de brincadeira, acusou Burton de roubar o final de ‘O Planeta dos Macacos’ de uma história em quadrinhos de Smith):

“Quem me conhece sabe que eu nunca leria uma história em quadrinhos. E eu especialmente jamais leria qualquer coisa criada por Kevin Smith.”

19 – Kevin Smith sobre Tim Burton (em resposta a “nunca leria uma história em quadrinhos”):

“O que, para mim, justifica aquela droga de ‘Batman’.”

20 – Kevin Smith sobre Paul Thomas Anderson (especialmente o filme ‘Magnolia’):

“Eu nunca vou revê-lo, mas vou conservá-lo comigo. Vou deixá-lo exatamente sobre a minha mesa, como um lembrete permanente de que a empáfia é a qualidade mais desinteressante de uma pessoa ou de seu trabalho.”

21 – David Gordon Green sobre Kevin Smith:

“Ele criou uma espécie de olimpíada especial para o cinema. Os filmes simplesmente rebaixaram o padrão. Estou certo de que seus pais estão orgulhosos; [mas] não é nada que me leve a comprar ingresso para ver.”

22 – Vincent Gallo sobre Spike Jonze:

“Ele é a maior fraude por aí. Se você levá-lo a uma festa, ele vai ser a pessoa menos interessante na festa, a pessoa que não sabe nada. Ele não diz nada engraçado, interessante, inteligente... Ele é um pedaço de merda de porco.”

23 – Vincent Gallo sobre Martin Scorsese:

“Eu não trabalharia para Martin Scorsese nem por 10 milhões de dólares. Ele não fez um bom filme em 25 anos. Eu nunca trabalharia com um egomaníaco que já era.”

24 – Vincent Gallo sobre Sofia (e Francis Ford) Coppola:

“Sofia Coppola gosta de qualquer sujeito que tem o que ela quer. Se ela quer ser fotógrafa, ela vai transar com um fotógrafo. Se ela quer ser cineasta, ela vai transar com um cineasta. Ela é uma parasita tal como era o porco do seu pai.”

25 – Vincent Gallo sobre Abel Ferrara:

“Abel Ferrara era uma grande piada quando eu atuei em ‘Os Chefões’, ele nunca estava no set. Ele estava no meu quarto tentando roubar minha carteira.”

26 – Werner Herzog sobre Abel Ferrara:

“Eu não faço ideia de quem seja Abel Ferrara. Mas deixe-o lutar contra os moinhos de vendo... Nunca vi um filme dele. Não faço ideia de quem ele seja. Ele é italiano? É francês? Quem é ele?”

27 – David Cronenberg sobre M. Night Shyamalan:

“Eu odeio aquele cara! A próxima pergunta.”

28 – Alan Parker sobre Peter Greenaway (especificamente o filme ‘The Draughtsman’s Contact’):

“Uma carrada de presunção desprezível.”

29 – Ken Russell sobre Sir Richard Attenborough:

“Sir Richard ‘estou-indo-atacar-o-establishment-cinquenta-anos-após-ele-estar-morto’ Attenborough é culpado de caricatura, um senso de autossatisfação às direitas, e repetição que solapa o impacto do filme.”

30 – Uwe Boll sobre Michael Bay:

“Eu não sou um retardado como Michael Bay.”

23 de agosto de 2011

JOHN HOWARD DAVIES (1939-2011), ator

O ator infantil britânico John Howard Davies morreu em 22 de agosto, de câncer, aos 72 anos.
Davies era ainda criança quando foi escolhido para interpretar o papel-título no filme "Oliver Twist" (1948), de David Lean. Em consequência do sucesso do filme, atuou em três outros filmes que não foram lançados no Brasil. Com o fim da carreira de ator, ele fez de tudo um pouco, como vender tapetes, vender óleo lubrificante etc.
Na rede de TV BBC, para a qual entrou em 1966 como assistente de produção, ele se tornou um produtor e diretor de sucesso.
John Howard Davis nasceu em 9 de março de 1939, em Londres. Era filho do roteirista Jack Davies (1913-1994).

19 de agosto de 2011

RAOUL RUIZ (1941-2011), diretor

O diretor chileno Raoul Ruiz morreu hoje em Paris, de infecção pulmonar, aos 70 anos.
Realizador prolífero, Ruiz já havia feito uma dezena de longas-metragens no Chile até 1973, quando (em consequência do golpe militar que derrubou o governo Salvador Allende, de quem era conselheiro cinematográfico) exilou-se na França, onde trocou seu prenome Raúl pela forma francesa Raoul.
Da sua filmografia franceza destacam-se "As Três Coroas do Marinheiro" (Les trois couronnes du matelot, 1983), "Três Vidas & Uma Só Morte" (Trois vies & une seule mort, 1996) e "O Tempo Redescoberto" (Le temps retrouvé, 1999), adaptação do último volume da obra "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust.
Em Portugal, ele realizou "Mistérios de Lisboa" (2010), adaptado do romance homônimo de Camilo Castelo Branco, que lhe valeu o prêmio de melhor diretor no Festival de San Sebastián, Espanha, e o prêmio da crítica na Mostra Internacional de São Paulo.
Raúl Ernesto Ruiz Pino nasceu em 25 de julho de 1941, em Puerto Montt, Chile. Deixou viúva a montadora de vários de seus filmes Valeria Sarmiento.